Aula 06 Classificação e diagnóstico das LER/DORT 5 - CLASSIFICAÇÕES DOS GRAUS DE ACOMETIMENTO PELAS LER/DORT Grau I - É caracterizado pela sensação de peso e desconforto no membro afetado, dor localizada no membro afetado sem irradiação nítida, geralmente leve e fugaz. Mas, que piora com a jornada de trabalho, a mesma melhora com o repouso, ausência de sinais clínicos e bom prognóstico com tratamento adequado. Grau II- É caracterizado por tolerável, porém mais persistente e intensa. Os sintomas são: dor mais localizada, relata formigamentos e calor. As dores pioram com a jornada de trabalho e algumas atividades domésticas. São leves distúrbios de sensibilidade, porém produzem redução na produtividade, mas apresentam prognóstico favorável. A recuperação é mais demorada mesmo com repouso. Pode ser observado pequena nodulação acompanhada a bainha dos tendões envolvidos. Grau III- É caracterizada por dor persistente e forte, pouco atenuada com o repouso, dor com irradiação mais definida; a redução da força muscular é constante, pois as alterações da sensibilidade estão quase sempre presentes. Isso acarretará a redução da produtividade ou impossibilidade de executar funções, prognóstico reservado. Grau IV- É caracterizado por dor forte, contínua e insuportável, que se acentua aos movimentos, levando o paciente a intenso sofrimento. Ela é irradiada para todo o segmento afetado, há perda de força muscular, de sensibilidade, apresenta incapacidade para executar tarefas do trabalho e no domicílio. São comuns deformidades e atrofias. O prognóstico é bastante sombrio. (HELPENSTEIN, 1998). ALGUMAS PATOLOGIAS E SUA RELAÇÃO COM ALGUMAS ATIVIDADES DE TRABALHO: - Bursite do cotovelo (olecraniana) 51
Ela ocorre por meio de mecanismo direto através de traumas ou mecanismos indiretos através de compressão do cotovelo contra superfícies duras como apoiar o cotovelo em mesas. - Dedo em Gatilho Compressão palmar, flexão das falanges associada à realização de força. Causam o dedo de gatilho Ex: apertar alicates e tesouras. 52
- Epicondilites do Cotovelo Movimentos com esforços estáticos e preensão prolongada de objetos, principalmente com o punho estabilizado em flexão dorsal e nas prono-supinações com utilização de força. Ex: apertar parafusos, desencapar fios, tricotar, operar motosserra. 53
- Síndrome do Canal Cubital Essa Sindrome ocorre por meio da flexão extrema do cotovelo com ombro abduzido. 54
- Síndrome do Canal de Guyon A síndrome do Canal de Guyon ocorre por meio de traumas diretos, compressão da borda ulnar do punho. Ex: carimbar, escrever, manusear o mouse. 55
56 Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - José Ronaldo - UNIGRAN
- Tenossinovite dos extensores dos dedos Fixação antigravitacional do punho, a qual ocorre por meio de movimentos repetitivos de flexão e extensão dos dedos. Acarreta a tenossinovite Ex: digitar,operar mouse, costureiras. - Síndrome do Desfiladeiro Torácico A síndrome do desfiladeiro torácico ocorre por meio da compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação do braço. Ex: fazer trabalho manual sobre veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, trabalhos em geral na qual ocorra a elevação dos ombros acima de 90, apoiar telefones entre o ombro e a cabeça. - Cervicobraquialgia A Cervicobraquialgia ocorre por meio de movimentos repetitivos de extensão cervical, cuja postura é mantida em rotação ou inclinação cervical, como carregamento de cargas em cima da cabeça. 57
- Síndrome do Túnel do Carpo Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - José Ronaldo - UNIGRAN Movimentos repetitivos de flexão do punho e flexão dos dedos, mas também extensão do punho, principalmente se acompanhados por realização de força. Ex: digitar, fazer montagens industriais, empacotar, trauma direto. - Tendinite da Porção Longa do Bíceps Manutenção do antebraço supinado e fletido sobre o braço ou do membro superior em abdução. Ex: carregar pesos. - Tendinite do Supra - Espinhoso Elevação com abdução dos ombros associada a elevação de força. Ex: carregar pesos sobre o ombro, trabalhos estáticos com os ombros em elevação. 58
- Tenossinovite de De Quervain Estabilização do polegar em pinça seguida de rotação ou desvio ulnar do carpo, principalmente se acompanhado de força, ela ocorre, por exemplo, ao se manusear uma faca. Ex: apertar um botão com o polegar. Nesse caso ocorre uma contração estática do abdutor longo e extensor curto do polegar durante atividades como a digitação. 6- DIAGNÓSTICO DAS LER/DORT O diagnóstico das LER/DORT é realizado através de um complexo de exames e procedimentos, sendo realizado da seguinte forma: a) história clínica detalhada (história da moléstia atual) - história da situação das lesões, verificando qual é o grau de acometimento da lesão; b) investigação dos diversos aparelhos - possibilidades de lesões em outros aparelhos interferindo no aparecimento da lesão atual; c) comportamentos e hábitos relevantes - atividades executadas fora do trabalho, como atividades esportivas, atividades domésticas; d) antecedentes pessoais - atividades realizadas anteriormente, podendo favorecer ao aparecimento da lesão; e) antecedentes familiares - possíveis doenças como diabetes, reumatismo e outras; f) anamnese ocupacional - atividade desenvolvida atualmente; g) exame físico detalhado - testes especiais: 59
h) exames complementares, se necessários: Eletromiografia de superfície: Exames de ressonância magnética: Figura adquirida pelo autor Figura adquirida do autor 60
Testes de sensibilidade: 61