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EIR Nº Órgão

Transcrição:

^ g -,,fitt.à r '4 4.44 kre44, ej_,.. 4 ' t+1$ 3 '., e In. Wh& i* 1 "#. (4' jr~..pax ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NILO LUIS RAMALHO VIEIRA ACÓRDÃO APELAÇÃO CRIMINAL: 016.2000.000691-2/001 APELANTE: JOSÉ DE ARIMATÉIA SANTOS, vulgo "PASSARINHO" ADVOGADO: Fábio Venâncio dos Santos APELADA: A Justiça Pública APELAÇÃO CRIMINAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CONDUTA CULPOSA CARACTERIZADA. SENTENÇA CONDENATÓRIA. NECESSIDADE DE AJUSTE NA PENA APLICADA. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS AO RÉU. RÉU PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES. DOSIMETRIA APLICADA NO MÁXIMO. REDUÇÃO QUE SE IMPÕE. CRIME CULPOSO. INTELIGÊNCIA DO ART. 44, INCISO I. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. SUSPENSÃO OU PROIBIÇÃO DE OBTER A PERMISSÃO OU HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR. DIMINUIÇÃO DA PENALIDADE. PROPORCIONAL À SANÇÃO CORPORAL. RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. _ - -----2 (..., /

O MM. Juiz a quo, ao aplicar as penas-base, exagerou ao aplicá-las no máximo, posto que foram valoradas negativamente ao apelante as elementares de culpabilidade, motivação, circunstâncias e conseqüências do crime. Deve a fixação atingir o termo-médio, consoante entendimento jurisprudencial dominante de diversas cortes do país. Em face do crime ter sido culposo, nos moldes do art. 44, inciso I, do Código Penal, vê-se que o acusado faz jus à substituição da sanção privativa de liberdade. Segundo o tipo penal previsto no art. 302, da mesma lei de trânsito, pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente a suspensão ou proibição para dirigir. Porém, como a suspensão da carteira de habilitação deve ser proporcional à sanção corporal e de acordo com os critérios adotados quando da análise das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, ajusto a pena aplicada e diminuo para 02 (dois) anos e 06 (seis) meses, ou seja, 1/2 (um meio) da penalidade. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Criminal, acima identificados, Acorda a Egrégia Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento parcial ao recurso. -RELATÓRIO- Ministério Público ofereceu denúncia contra JOSÉ DE ARIMATÉIA SANTOS, vulgo "PASSARINHO", imputando-lhe a prática do delito previsto no artigo 302, III, três vezes e 303, único, duas vezes, do Código de Trânsito Brasileiro: "(...) no dia 2 de junho de 2000, nas proximidades do sítio Gamelas, município de Nova Floresta, termo desta Comarca, o denunciado praticou homicídio culposo contra três pessoa, e lesão corporal culposa contra duas pessoas. Consta-se no vertente inquérito policial que no dia fatídico o denunciado, dirigindo um Fiat Uno, na )

companhia de duas mulheres, saíram de Cuité, onde estavam ingerindo bebidas 'alcoólicas, em direção a Nova Floresta, quando, à altura do sítio Gamelas, havia algumas pessoas no acostamento da estrada socorrendo dois rapazes que tinham se acidentado com uma moto no local. O denunciado atingiu e feriu Leandro Edgley Silva Dantas, provocando-lhe as lesões corporais que lhe causaram a morte, no próprio local: atingiu igualmente Rogério Claudino da Silva, provocando-lhe as lesões corporais em Cassimária dos Santos Nascimento, que lhe causaram a morte. Causou, outrossim, lesões corporais graves em Patrícia da Silva e Ivanildo de Souto Santos...". Consta também no inquérito, que no momento do acidente. o réu conduzia um Fiat Uno e um ônibus que transportava estudantes de Cuité para a cidade de Jaçanã no Rio Grande do Norte, estava parado no acostamento, com os faróis acesos e as lâmpadas internas também, parou para socorrer dois rapazes que tinham se acidentado com uma moto no local. Seguidos os trâmites legais, o réu restou condenado, nas sanções 1111 previstas no art. 302, inciso I, três vezes, da Lei 9.503/97, c/c o art. 70 do código Penal, a uma pena de 09 (nove) anos de detenção, a ser cumprida na Cadeia Pública da Comarca de Cuité, em regime semi-aberto. (fls. 157/162). Inconformado, apela (fls. 165/174), pleiteando a sua absolvição, e caso assim não entenda, que seja desconsiderada a majorante, pelo fato do apelante não possuir carteira de habilitação, bem como, que seja feita a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, em face do atendimento dos requisitos objetivos e subjetivos previstos no art. 44, do Código Penal. Às fls. 176/178, foram apresentadas contra-razões, defendendo o representante do Ministério Público a manutenção da sentença condenatória. A douta Procuradoria de Justiça opina pelo provimento parcial do apelo. Julgado da colenda Câmara Criminal desta Corte, no dia 31 de julho de 2008, decidiu dar provimento parcial ao apelo para anular a sentença com relação a dosimetria da pena. Devolvidos para a Comarca de origem o MM. Juiz prolatou nova sentença (fls. 209/214), que a fixou em definitivo em 09 (nove) anos de detenção a ser / -

cumprida na Cadeia Pública local, no regime inicial semi-aberto. Determinando também que fica proibido de obter permissão para dirigir, ou se já tiver retirado a carteira de habilitação após o fato, fica a habilitação suspensa pelo período da condenação. Novamente inconformado com r. Sentença, apelou o réu (fls. 217/229), pleiteando a absolvição do réu, caso assim não entenda que seja desconsiderada a majorante do inciso 1 do art. 302 do CTB e que seja feita a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, bem como o cancelamento da suspensão da habilitação para dirigir. Apresentadas as contra-razões pelo Ministério Público, às fls. 230/235, pleiteando o provimento do recurso tão somente para determinar a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, devendo ser mantida nos demais pontos. Neste grau de jurisdição, opinou a douta Procuradoria de Justiça, pelo provimento parcial do apelo. É o relato. -VOTO- Trata-se de recurso apelatório interposto por JOSÉ DE ARIMATÉIA SANTOS, vulgo "PASSARINHO", onde pleiteia a sua absolvição ou a desconsideração da majorante, quando feita a aplicação da pena, pelo fato do ora apelante não possuir carteira de habilitação. responsabilidade do apelante. Quanto a possível culpa atribuída à vítima, a mesma não exime a A respeito do tema, cabe registrar o posicionamento do doutrinador io Guilherme de Souza Nucci: "É sabido que no direito penal, não se pode falar em compensação de culpas. Ilustrando, se o motorista de um veículo, imprudentemente, atropela e causa lesão corporal em um passante que, por seu lado, atravessou a rua de forma negligente, inexiste viabilidade para a absolvição do motorista ~ia

unicamente porque ambos os envolvidos estavam errados. Não se trata de direito cível, onde se faz a compensação, mas de crime. (Leis Penais e Processuais Penais Comentadas, Guilherme de Souza Nucci, 1 ed., 2006, p.42)". Destarte, não tem como acolher a exculpação da negativa de culpa, merecendo subsistir a condenação tal como proferida na sentença. Com efeito, observo que há de se ajustar a apena aplicada ao réu. Não resta dúvida que analisando todas as questões, o réu agiu com imprudência e irresponsabilidade. Mas trata-se de réu primário e de bons antecedentes, não tendo outro fato que macule a sua vida, bem como as vítimas de certo modo, contribuíram para o ocorrido, em face de não terem ficado no interior do ônibus. A pena aplicada deve ser de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal. Nesse diapasão, os dados abonatórios indicados pelo MM. Juiz sentenciante, em favor do apelante são suficientes, por si, para aproximar a pena ao mínimo legal. Assim, entendo que a pena base aplicada deverá ser minimizada. À luz do art. 302, inciso I, do CTB, assim dispõe: Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veiculo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veiculo automotor. Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veiculo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; Pois bem, o MM. Juiz a quo, ao aplicar as penas-base, exagerou ao aplicá-las no máximo, ou seja, 04 (quatro) anos, quando na verdade, foram valoradas negativamente ao apelante as elementares de culpabilidade, a motivação, as

circunstâncias e as conseqüências do crime. Entendo que a fixação deve atingir o termomédio, consoante entendimento jurisprudencial dominante de diversas cortes do país. E já que algumas circunstâncias judiciais do mencionado artigo receberam carga negativa, é possível que a pena-base seja fixada um pouco acima do mínimo legal. Feito estas considerações, passo à dosimetria da pena para cada vítima, enfatizando que deixo de pormenorizar cada circunstância por entender que na r. Sentença, foram devida e corretamente apreciadas: Com relação ao homicídio culposo à vitima Leandro Edgley Silva Dantas, aplico a pena base em 03 (três) anos de detenção; acrescento mais 1/3 (um terço), ou seja, 1 ano, por reconhecer a majorante do inciso I do art. 302 do CTP; a qual torno definitiva em 04 (quatro) anos de detenção, ante a ausência de atenuantes, agravantes, majorantes ou minorantes. Considerando o concurso formal de delitos e que as penas aplicadas foram iguais, de acordo com o art. 70 do CP, aplico apenas uma delas, qual seja, 04 (quatro) anos de detenção, acrescida de 1/4 (um quarto), ou seja, mais 01 (um) ano, tornando-a definitiva em 05 (cinco) anos de detenção. Por outro lado, em face do crime ter sido culposo, nos moldes do art. 44, inciso I, do Código Penal, vê-se que o acusado faz jus à substituição da sanção privativa de liberdade, que faço por duas penas restritivas de direitos, quais sejam: 1) uma pena de prestação de serviços à comunidade, à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, sem prejuízo da sua atividade laborai, a ser determinada pelo Juizo da execução; 2) Uma prestação pecuniária, qual seja a doação de 60(sessenta) cestas básicas, que serão distribuídas no decorrer de 05 (cinco) anos, mensalmente, a entidade escolhida pelo juizo da execução. Assim, substituo a pena privativa de liberdade pelas mencionadas restritivas de direito. Quanto ao homicídio culposo à vítima Rogério Claudino da Silva, aplico a pena base em 03 (três) anos de detenção; acrescento mais 1/3 (um terço), ou 9

seja, 1 ano, por reconhecer a majorante do inciso I do art. 302 do CTP; a qual torno definitiva em 04 (quatro) anos de detenção, ante a ausência de atenuantes, agravantes, majorantes ou minorantes. Considerando o concurso formal de delitos e que as penas aplicadas foram iguais, de acordo com o art. 70 do CP, aplico apenas uma delas, qual seja, 04 (quatro) anos de detenção, acrescida de 1/4 (um quarto), ou seja, mais 01 (um) ano, tornando-a definitiva em 05 (cinco) anos de detenção, a ser cumprida na Cadeia Pública de Cuité, no regime inicial semi-aberto. Por outro lado, em face do crime ter sido culposo, nos moldes do art. 44, inciso 1, do Código Penal, vê-se que o acusado faz jus à substituição da sanção privativa de liberdade, que faço por duas penas restritivas de direitos, quais sejam: 1) uma pena de prestação de serviços à comunidade, à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, sem prejuízo da sua atividade laborai, a ser determinada pelo Juízo da execução; 2) Uma prestação pecuniária, qual seja a doação de 60(sessenta) cestas básicas, que serão distribuídas no decorrer de 05 (cinco) anos, mensalmente, a entidade escolhida pelo juízo da execução. Assim, substituo a pena privativa de liberdade pelas mencionadas restritivas de direito. Agora, quanto a vitima Cassimária dos Santos Nascimento, aplico a pena base em 03 (três) anos de detenção; acrescento mais 1/3 (um terço), ou seja, 1 ano, por reconhecer a majorante do inciso 1 do art. 302 do CTP; a qual torno definitiva em 04 (quatro) anos de detenção, ante a ausência de atenuantes, agravantes, majorantes ou minorantes. Considerando o concurso formal de delitos e que as penas aplicadas foram iguais, de acordo com o art. 70 do CP, aplico apenas uma delas, qual seja, 04 (quatro) anos de detenção, acrescida de 1/4 (um quarto), ou seja, mais 01 (um) ano, tornando-a definitiva em 05 (cinco) anos de detenção. Por outro lado, em face do crime ter sido culposo, nos moldes do art.

, 44, inciso I, do Código Penal, vê-se que o acusado faz jus à substituição da sanção privativa de liberdade, que faço por duas penas restritivas de direitos, quais sejam: 1) uma pena de prestação de serviços à comunidade, à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, sem prejuízo da sua atividade laborai, a ser determinada pelo Juízo da execução; 2) Uma prestação pecuniária, qual seja a doação de 60(sessenta) cestas básicas, que serão distribuídas no decorrer de 05 (cinco) anos, mensalmente, a entidade escolhida pelo juízo da execução. 1111 Assim, substituo a pena privativa de liberdade pelas mencionadas restritivas de direito. Quanto a alegação no recurso apelatório que a pena de suspensão da carteira de habilitação para dirigir veículos, uma vez que a mesma não é mais pena acessória e sim substitutiva, não procede tal alegação, o art. 292 do CTB é bem claro a este respeito quando assim destaca: Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veiculo automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente com outras penalidades. 9 O tipo penal previsto no art. 302, da mesma lei de trânsito, admite tal penalidade, assim, como a suspensão da carteira de habilitação deve ser proporcional à sanção corporal e de acordo com os critérios adotados quando da análise das circunstâncias do art. 59 do Código Penal, fica o réu proibido de obter permissão para dirigir ou se já tiver retirado a carteira de habilitação após o fato. Porém, suspendo a habilitação da carteira pelo prazo de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses, ou seja 1/2 (um meio) da apena aplicada.

.. Diante do exposto, dou provimento parcial ao recurso, no que se refere à dosimetria da pena, substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos e diminuição da penalidade com relação a suspensão da carteira de habilitação. É como voto. -DECISÃO- "Deu-se provimento parcial ao apelo em harmonia com o parecer. Unânime, nos termos do voto do relator." PARTICIPARAM DO JULGAMENTO Relator: Des. Nilo Luis Ramalho Vieira 1 Vogal: Des. Leôncio Teixeira Câmara 2 Vogal: Des. Joás de Brito Pereira Filho de Justiça. Presente ao julgamento a Exma. Dra. Josélia Alves de Freitas, Procuradora Sala M. Taigy Filho das Sessões da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 01 de outubro de 2009 (data do julgamento). João Pessoa, 07 de outubro de 2009-1---=:"-- - 1:777---.----L-.------ D fs. NILOO LUIS RAMALHONIEIRA RELATOR

., TRIBUNAL DE JUSTIÇt, Coordenadoria Judiciária. Beiddrado 1,/_?í Z '1.21 AIN