A ATIVIDADE TURÍSTICA E A PRAIA DE ILHA COMPRIDA



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Transcrição:

A ATIVIDADE TURÍSTICA E A PRAIA DE ILHA COMPRIDA SANTOS, Rodrigo Amado dos. Docente do Curso de Bacharelado em Turismo da Faculdade de Ciências Humanas (FAHU) da Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG). Bacharel em Turismo Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Mestre em Ciências Sociais - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus Marília. Doutorando em Geografia - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus Rio Claro profrodrigoamado@gmail.com GOMES, Roberta Gardino Alves. Bacharel em Turismo pela Faculdade de Ciências Humanas (FAHU) da Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG) robertagardino@ig.com.br RESUMO: O surgimento do turismo de massa no Brasil, que ao longo de nossa história foi atrelado ao desenvolvimento de atividades que estivessem ligadas a prática do turismo de sol e praia, será visualizado aqui como o objeto de estudos deste trabalho, mais especificadamente em como esta atividade massificada se porta em Ilha Comprida, cidade litorânea do Estado de São Paulo. Percebese então que a evolução dos meios de transportes e a globalização representaram fatores indispensáveis para o surgimento do turismo de massa: o encurtamento da distância entre os lugares e a maior acessibilidade a estes fizeram com que pessoas, que antes passavam uma vida inteira em um único lugar, tivessem a oportunidade de entrar em contato com muitos outros lugares. Outra característica especial desta atividade é a capacidade que esta tem em massificar um determinado atrativo, possibilitando assim, que uma grande quantidade de pessoas venha usufruir de suas singularidades. Porém, a estadia de muitos turistas em um único lugar pode, sem dúvida, trazer benefícios, como também é capaz de acarretar diversos problemas a esta localidade. Assim, para que se possa mensurar tais atributos será necessário que haja uma administração e planificação consciente e que deve visar o bem-estar e a satisfação do turista, para que este retorne à localidade visitada contudo sem esquecer das necessidades de sua comunidade local contribuindo assim com o desenvolvimento dessa localidade e do turismo brasileiro. Palavras-chave: Planejamento. Transportes. Turismo de Massa. ABSTRACT: The emergence of mass tourism in Brazil, that throughout our history has been tied to the development of activities that were linked to the practice of "tourism of sun and beach", will be visualized here as the objective of this study, more specifically in how this mass activity could be seen in Ilha Comprida, a coast city of São Paulo State. It noticed that the means of transport evolution and the globalization were essential factors for the emergence of mass tourism: the shortening of the distance between the posts and greater accessibility to them possibility to people, that passed an entire life in one place, could have the opportunity to get in touch with many other places. Another special characteristic of this activity is the possibility to mass a determined attractive, providing that a great amount of people can use theirs singularities. But, many tourists to stay in one place can undoubtedly bring benefits as well is able to cause various problems in this area. So, in order to measure such attributes will be a need for a conscious planning and administration and must seek the welfare and satisfaction of tourists to return to this place visited however, without forgetting the needs of their local community thus contributing to the development of the town and tourism Brazilian. Key-words: Mass Tourism. Planning. Transport.

O turismo de massa, em uma visão superficial, nada mais é do que uma repartição do turismo, sendo considerada, muitas vezes, uma prática de um turismo pejorativo e vulgar devido à grande quantidade de impactos considerados negativos e que são conseqüentes das práticas desenfreadas e não bem mensuradas dessa atividade. Embora realmente haja diversos impactos negativos que podem ser causados por tal prática, como a falta de respeito dos viajantes direcionada à comunidade local, a prática da atividade turística não pode se relegar, única e exclusivamente a tais imagens degenerativas, visto que tais atividades vão muito além da imagem estereotipada do turismo de sol e praia. Ao longo de nossa história, percebe-se que o ser humano busca na natureza recursos para satisfazer suas necessidades, anseios e desejos, sendo uma delas a busca por tratamentos medicinais provenientes da natureza, como o banho em águas medicinais, que aqui no Brasil surgirá no início da colonização. Os primeiros a utilizarem o banho de mar como atividade lúdica foram os índios, mas quem realmente introduziu o banho de mar dentro do turismo no Brasil embora tenha sido enxergado como um banho medicinal ao invés de uma atividade lúdica foi Dom João VI que, após ter uma inflamação na perna causada por uma picada de carrapato, seguiu a recomendação dos médicos e mergulhou a perna enferma nas águas da Baía de Guanabara (RJTV, 2004). Com isso, a busca por estações litorâneas ganhou força, primeiramente nas camadas mais abastadas, passando, em seguida, para as camadas mais pobres que, graças ao surgimento de meios de transportes mais rápidos e seguros, como os automóveis, e também ao barateamento dos custos de viagens, obtiveram o acesso à prática de turismo. E é essa camada mais baixa da sociedade que, segundo Beni (2006:453), viajando para um mesmo destino, estão também praticando o fenômeno do mimetismo da classe de elite, e, consequentemente, compondo o turismo de massa 1. Para melhor compreensão dessa repartição do turismo que é praticada por uma grande camada da sociedade turismo de massa, será utilizado como exemplo de motivo de viagem os banhos de mar em uma estação balneária específica: a praia de Ilha Comprida 2, uma estância balneária que, durante uma pesquisa de campo, pode-se perceber diversas falhas, sejam estas ligadas a processos administrativos, a planejamentos incoerentes, a falta de conscientização tanto de turistas quanto da própria comunidade local, que devem ser minuciosamente quantificados e corrigidos para que 1 É o mais importante devido à expressiva quantidade de turistas envolvida que gera um consumo de equipamentos e serviços em larga escala. 2 A Estância Balneária de Ilha Comprida localiza-se no Litoral Sul se São Paulo, a 214 quilômetros da capital, tendo sido fundada em 27 de outubro de 1992. Classifica-se turisticamente como Estância Balneária e ambientalmente como Áreas de Proteção Ambiental (APA s) Federal e Estadual. Possui área territorial de 252 km2, população fixa de 8 mil habitantes e população flutuante de 700 mil pessoas. Seu clima é temperado úmido, com temperatura média anual de 24 C, e suas principais atividades econômicas são turismo, pesca e desenvolvimento sustentável.

problemas mais sérios não venham acontecer com o passar do tempo. A título de curiosidade, a Tabela 01 abaixo exemplificará alguns dos problemas verificados em Ilha Comprida, exemplificando uma possível causa e de que maneira estes podem ser sentidos na comunidade: Tabela 01: Um enfoque sobre Ilha Comprida problemas, causas e impactos observados pela prática inconseqüente do Turismo. PROBLEMA CAUSA IMPACTOS NEGATIVOS Grande quantidade Falta de controle de A existência de maior sujeira na cidade, bem de cães vira-latas reprodução dos como o alastramento de zoonose, representando que perambulam mesmos uma ameaça aos turistas e à população local pela cidade Ruas esburacadas e a grande quantidade de lixo deixada nas ruas Crescimento desenfreado do mato que origina verdadeiros matagais A falta de ruas asfaltadas O lixo deixado na praia pelos turistas e pelos habitantes locais A falta de manutenção das ruas que são utilizadas constantemente; e a ausência de pessoas responsáveis pela limpeza e de lixeiras públicas Falta de fiscalização e cuidados em relação às áreas, tanto públicas quanto particulares A inexistência de iniciativa da administração local para o asfaltamento e melhoramento de estradas Falta de conscientização ecológica dos morados e turistas que utilizam a praia O alagamento das ruas que ocorre no período de chuvas, formando várias poças d água, colaborando com a reprodução do mosquito da dengue e de vários outros insetos A proliferação em larga escala de insetos e a possibilidade de se reproduzirem em meio a esse mato animais que representem perigo aos visitantes, como cobras. Péssima condição de estradas para uso tanto de turistas quanto da população local, ocasionando sérios danos para os automóveis, bem como a falta de saneamento básico em algumas áreas da cidade, representando uma ameaça para a camada mais pobre da população. Poluição da praia e alteração no ambiente natural, bem como um perigo às pessoas que utilizam a praia, dependendo do lixo que for deixado na praia

Tabela 01: Um enfoque sobre Ilha Comprida problemas, causas e impactos observados pela prática inconseqüente do Turismo (Continuação). PROBLEMA CAUSA IMPACTOS NEGATIVOS A presença de carros Ausência de uma estacionados na fiscalização severa, que Um grande risco para os pedestres presentes na praia e motoristas ocasiona abertura para praia, pois um simples erro do motorista pode ser que circulam pela motoristas fatal. praia com carros em inconseqüentes. alta velocidade O lançamento de esgoto ao mar sem aviso algum Grande falha da administração da cidade Um grande perigo para as pessoas que visitam a praia que, por não terem consciência nenhuma do risco que correm, utilizam o esgoto como forma de diversão, pois este tem uma temperatura do que a água do oceano; com isso, as pessoas correm o risco de adquirir doenças como bicho geográfico, hepatite, micose, entre outras. A praia de Ilha Comprida localiza-se no litoral Sul de São Paulo, a 200 km da capital, e possui 74 quilômetros de praia, com vegetação de restinga. Através de uma observação in loco realizada na terceira semana de janeiro de 2009, foi possível perceber a ocorrência de alguns impactos causados pela prática desenfreada e inconsciente do turismo de massa que ali era praticado. Como exemplo disso, pode-se citar o lixo que é jogado de maneira irresponsável tanto na praia quanto na cidade, o que poderá ocasionar enchentes e alagações quando tempestades torrenciais vierem acontecer naquela localidade. No entanto, pode-se perceber que esse impacto negativo, assim como tantos outros, não é privilégio único e exclusivo de um evento, como por exemplo, o que é realizado na época do Ano Novo, mas sim, este tipo de impacto ocorre praticamente em todos os outros feriados, dos quais o Carnaval será levado em maior consideração para melhor compreensão de outros impactos ambientais negativos que tanto o turismo de massa, como uma gestão desqualificada podem causar. Assim, o intuito aqui é o de se desenvolver um trabalho que em um futuro próximo possa gerar um possível prognóstico que demonstre algumas soluções para que o turismo de massa da região possa crescer de forma conscientizada, serão apresentadas diversas maneiras de colocar essas soluções em prática, onde se trabalhará com ferramenta de suma importância para o planejamento e a organização de atividades que ensejam o desenvolvimento turístico de tal localidade. Dentre estas

ferramentas, poder-se-ia citar neste trabalho o uso de um Planejamento Estratégico 3, Planilha SWOT 4, Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), ferramentas como LAC (Limits Acceptables of Change Limites Aceitáveis de Modificação), entre outras. Não importa o segmento do turismo, o objetivo sempre será o mesmo: a satisfação do turista, para que este retorne à localidade visitada. No caso da estação balneária de Ilha Comprida, existem muitos problemas passíveis, e que alguns deles puderam ser vistos neste trabalho, de atrapalhar o seu desenvolvimento turístico e econômico por causarem insatisfação ao turista que, uma vez insatisfeito, dificilmente retornará. As possíveis soluções para os problemas apresentados anteriormente dependem inteiramente da gestão turística do local, portanto, para que estes problemas sejam sanados, o administrador deve ter consciência de que seu trabalho deverá ser desempenhando junto com a comunidade local, visto que esta será sempre a primeira a sofrer com os impactos que são produzidos nessa relação. Portanto, faz-se necessário a existência de um turismo sustentável que produza empregos para a população local a fim de incentivá-la a preservar a natureza e também a resolver os problemas existentes no ambiente em que vivem. Para isso, deve haver um planejamento que empregue de maneira correta os recursos para que tanto os problemas observados quanto os impactos causados pelo turismo de massa sejam minimizados. Para isso, faz-se necessário um investimento na localidade turística que tenha como objetivos: capacitar as pessoas profissionalmente, conscientizar tanto a população local quanto os visitantes da importância da preservação ecológica, de forma que se minimize 5 ao máximo os problemas existentes para que não espantem os turistas e criar uma relação de respeito mútuo entre a comunidade autóctone e os turistas, ou seja, a administração deve criar um planejamento que crie condições favoráveis para que esses objetivos apresentados sejam alcançados. Se esse planejamento for colocado em prática, o turismo de massa destinado à Ilha Comprida se desenvolverá de maneira 3 De acordo com Petrocchi (1998, pág. 17) a finalidade do planejamento é definir as decisões básicas que articulam as políticas turísticas de um estado, região ou organização, ou seja, as diretrizes que orientarão as decisões para o desenvolvimento turístico, o tipo de turismo que ser quer promover, os mercados que serão atingidos, a posição que se deseja ter nesses mercados, as metas a alcançar e as estratégias dos programas de ações. 4 Pontos fortes e fracos: são analisados os fatores gerenciáveis, internos ao sistema turístico em referência. (...) A importância desse levantamento é ter um painel do sistema turístico que venha a orientar os programas de trabalhos necessários. Como sempre os programas deverão visar minimizar ou eliminar as razões dos pontos fracos e potencializar os pontos fortes (PETROCCHI, 1998, pág. 45). 5 De acordo com Delgado (2001) a atividade turística jamais poderá ser considerada como uma atividade branda, visto que alguns fatos devem ser levados sempre em consideração, como por exemplo: esta proporcionará impactos em todos os setores, sendo os aspectos culturais os menos previsíveis; independentemente de qual tipo (turismo de aventura, Ecoturismo, cultural, religioso, etc.), será uma atividade que irá requerer preparação, visão e disciplina para avaliar sua função perante o meio de uma sociedade; a visão monetária que a atividade turística irá proporcionar tornase algo de extrema superficialidade se for abordada como objetivo final; processo planificado e democrático no que se refere à tomada de decisões.

sustentável, mantendo, por parte dos moradores e da administração local, uma estação balneária natural sempre bela e receptiva por turistas que buscam lugares aconchegantes e bem-cuidados onde podem descansar e se recuperar do cotidiano de trabalho estressante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: SENAC, 2006 MENDEZ, Jesus Manuel Delgado. Turismo Responsável: uma visão homeostática. Bauru-SP: Sociedade Educativa Gaia Bauru, 2001. MOLINA, Sérgio. O pós-turismo: dos centros turísticos industriais para as ludópolis. México: Molina, 2002. PETROCCHI, Mário. Turismo: Planejamento e Gestão. São Paulo: Futura, 1998. RJTV. 1ª Edição. Casa de Banho de Dom João VI. Disponível em: http://rjtv.globo.com/jornalismo/rjtv/0,,mul116948-9097,00- CASA+DE+BANHO+DE+DOM+JOAO+VI.html. Acesso em: 26/03/2009