RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS GERADAS PELA EMBRAPA Nome da solução tecnológica: Cultivares de Feijão-caupi no estado do Mato Grosso Ano de avaliação: 2018 Unidade: Embrapa Meio-Norte Responsável pelo relatório: Adão Vieira de Sá Teresina/PI, fevereiro de 2018

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título Cultivares de Feijão-caupi no estado do Mato Grosso 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU As Cultivares de feijão-caupi estão vinculadas ao Plano de Desenvolvimento da Embrapa (PDE) e Plano de Desenvolvimento da Unidade (PDU) no que se refere ao Objetivo Estratégico: Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio. 1.3. Descrição Sucinta Esse relatório avalia três cultivares de feijão-caupi desenvolvidas pela Embrapa Meio- Norte: BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Tumucumaque. A cultivar BRS Guariba foi desenvolvida a partir do cruzamento da linhagem IT85F- 2687, introduzida do Instituto Internacional de Agricultura Tropical IITA, com a linhagem TE87-98-8G do Programa de Melhoramento da Embrapa Meio-Norte. Embora seja de crescimento indeterminado, apresenta porte semiereto, com ramos relativamente curtos e resistência ao acamamento. Essa característica a torna adaptada à colheita mecânica com o uso do dessecamento. Apresenta ciclo de 65 a 75 dias, com produtividade média, em condições experimentais, de 1.475 kg/ha e 1.508 kg/ha em cultivos de sequeiro nos Estados do Piauí e Maranhão, respectivamente. Ressalta-se, também, que foram obtidas produtividades máximas de 1.908 kg/ha no Piauí e 2.098 kg/ha no Maranhão. Apresenta grãos brancos, que é um tipo de coloração muito aceita no mercado consumidor, principalmente no mercado externo. No entanto, o tamanho da semente, de 19,5 g em cem grãos é um fator limitante para obtenção de melhores preços. A cultivar BRS Novaera tem origem do cruzamento entre as linhagens TE97-404-1F e TE97-404-3F. Essas duas linhagens foram obtidas do cruzamento entre a linhagem IT87D-611-3, procedente do International Institute of Tropical Agriculture (IITA), em Ibadan, Nigéria, e a linhagem EVx 66-6E, procedente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará (Epace), em Fortaleza, CE. É adequada à agricultura familiar e empresarial. Permite a colheita manual, semimecanizada e totalmente mecanizada. Apresenta maturidade uniforme e grãos de ampla aceitação comercial. Suas características de porte semiereto, ramos laterais curtos, com inserção de vagens acima do nível da folhagem, alta resistência ao acamamento e uma boa desfolha natural conferem a cultivar um grande potencial para a colheita mecânica direta com dessecação. Cultivar indicada para cultivo por produtores de feijão-caupi das regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste, com Potencial Produtivo de 1.084 kg/ha em sistema de sequeiro e de 1.373kg/ha em sistema irrigado. A cultivar BRS Tumucumaque foi desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte, selecionada do cruzamento com código MNC99-537, que tem como parental feminino a linhagem TE96-282-22G, posteriormente lançada com o nome de BRS-Guariba e como parental masculino a linhagem IT87D-611-3, procedente do Intenational Institute of Tropical Agriculture - IITA, em Ibadan, Nigéria. A cultivar BRS Tumucumaque tem crescimento indeterminado, mas tem porte semi-ereto com ramos consistentes o que lhe confere um bom nível de resistência ao acamamento, facilitando a colheita manual e colheita mecanizada com uso de dessecante. A cultivar apresenta ciclo de 65 a 70 dias e produtividade média de 1.098 kg/ha em cultivo de sequeiro e 1,703 kg/ha em cultivo irrigado. Apresenta grãos brancos com grande aceitação comercial na região Norte e principalmente na região Nordeste, com características dentro dos padrões exigidos pelas empresas de exportação. Tem um bom teor de proteína, é rico em ferro e zinco, cozimento rápido e um excelente aspecto visual após cozimento. 2

Observa-se que características como porte semi-ereto, ramos curtos e resistentes ao acamamento, maturidade uniforme de grãos, boa desfolha natural e inserção de vagens acima do nível da folhagem são predominantes nestas cultivares o que conferem a elas adaptação para a colheita mecanizada. 1.4. Ano de Lançamento 2004 1.5. Ano de Início de adoção 2008 1.6. Abrangência As Cultivares de feijão-caupi BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Tumucumaque estão sendo adotadas por produtores patrimoniais do Estado de Mato Grosso. Para esta avaliação de impactos as amostras foram coletadas nos municípios de Sorriso, Nova Ubiratã e Boa Esperança (Sorriso). A de adoção estimada na safra 2017/2018 foi de 210.180 hectares, 93% do total da área destinada ao feijão-caupi no Estado. Espera-se uma expansão da adoção dessas cultivares de feijão-caupi por oferecer grande potencial para o cultivo em outras regiões produtoras, tendo indicação para a região Norte nos Estados do Amapá, Roraima, Pará, Rondônia e Amazonas, na região Nordeste nos Estados de Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, e na região Centro-Oeste no Estado do Mato Grosso. No entanto, segundo informações de produtores de sementes e vendedores/exportadores de feijão-caupi, foram registrados plantio de pelo menos uma destas cultivares nos estados de Goiás, Tocantins, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. 1.7. Beneficiários Produtores, empacotadores, distribuidores, agroindústrias e consumidores. 2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA Na safra 2017/2018, a área ocupada com feijão-caupi, no Brasil, foi de 1.512,70 mil hectares, o que corresponde a 48 % do total da área ocupada com feijão. A produção, no entanto, de 786,80 mil toneladas, corresponde a apenas 25% da produção brasileira de feijão, devido à menor produtividade, 528 kg/hectare, quando comparado ao feijão-comum cores, 1.379 kg/hectare, e ao feijão-comum preto, 1.489 kg/hectare. (Gráfico 1). 3

528 328,70 786,80 489,70 1.333,90 1.379 1.512,70 1.489 1.839,80 Gráfico 1- Área, produtividade e produção de feijão-caupi no Brasil - safra 2017/2018 Área (mil hectares) Produtivida kg/hectare Produção (mil toneladas) Feijão-comum cores Feijão-caupi feijão comum-preto Fonte: CONAB - Observatório Agrícola, 2018 A baixa produtividade do feijão-caupi, no Brasil, deve-se, em grande parte, à baixa adoção de tecnologias. Enquanto o plantio do feijão-comum cores e do feijão-comum preto é predominante nas regiões Sul e Sudeste, com alto nível de adoção tecnológica o feijão-caupi é predominante na região Nordeste, cultivado, principalmente, por agricultores familiares em sistemas associado a outras culturas, com baixo nível de adoção tecnológica. Como consequência, a produtividade média do feijão comum nos últimos vinte oito anos saiu de 517 kg/hectare para 1.434 kg/hectare, crescimento de 177%. No mesmo período, a produtividade média do feijãocaupi cresceu 86%, saindo de 284 para 528 kg/hectare (Gráfico 2). Fonte: CONAB - Observatório Agrícola, 2018 No estado do Mato Grosso, observa-se comportamento diferente. O cultivo do feijão-caupi é feito por produtores empresariais, com alto grau de adoção tecnológica, visando atender o mercado interno (outros estados brasileiros) e o mercado externo. Por esta razão, com apenas 15% do total da área ocupada com a cultura, na safra 2017/2018, o Estado contribuiu com 30% do 4

total da produção brasileira de feijão-caupi, devido à produtividade de 1.047 kg/hectare, ganho de produtividade de 174% quando comparada à produtividade média da região Nordeste e de 98% em relação à produtividade média do Brasil. (Tabela 2). Tabela 1- Comparativo da produção de feijão-caupi no estado do Mato Grosso em relação às regiões produtoras do Brasil na safra 2017/2018 Brasil e regiões produtoras Área (mil Produtividade Produção (mil % de feijão-caupi hectares) kg/hectare toneladas) % área produção Brasil 1.512,70 528 786,80 100% 100% Nordeste 1.183,30 382 465,90 78% 59% Norte 67,40 798 53,80 4% 7% Mato Grosso 226,50 1.047 237,30 15% 30% Restante do Brasil 35,50 839 29,80 2% 4% Fonte: CONAB - Observatório Agrícola, 2018 O cultivo do feijão-caupi no Mato Grosso é recente. Após o lançamento da Cultivar BRS Guariba, em 2004, e a possibilidade de mecanização da cultura, especialmente na fase de colheita, principalmente em função de sua arquitetura de planta semi-ereta e maturação uniforme dos grãos, despertou o interesse dos agricultores da região do cerrado e, em 2005, iniciou-se o plantio em Primavera do Leste, MT. A partir de 2008, com o estabelecimento da cultura do feijão-caupi no Mato Grosso, observa-se grande incremento da área plantada com a cultura no Estado, chegando a 80% do total da área plantada com feijão. (Gráfico 3) Fonte: Embrapa Arroz e Feijão; CONAB - Observatório Agrícola, 2018 A importância da cultura do feijão-caupi no Mato Grosso pode ser expressa pela contribuição no aumento das exportações de feijão do Brasil. A partir de 2005, início das exportações de feijão do Mato Grosso que coincide com o início do plantio do feijão-caupi no Estado, observa-se um aumento expressivo das exportações brasileiras de feijão, com tendência de crescimento. Em 2016, houve uma redução das exportações, o que pode ser explicado por severa estiagem ocorrida na safrinha no Estado, reduzindo a produtividade da cultura, dificultando o estabelecimento do mercado. Em 2017, com condições climáticas favoráveis, as exportações do 5

Mato Grosso chegaram a 101.457 toneladas até o mês de outubro, 81% do total das exportações de feijão do Brasil. (Gráfico 4) Fonte: Comex Sat Em análise conjunta com vendedores/exportadores, em 2016, momento da avaliação de impactos da cultivar BRS Tumucumaque, estimou-se que a distribuição da renda gerada pela adoção das cultivares de feijão-caupi, nos diferentes segmentos da cadeia produtiva seja: 21% fica com fornecedores de insumos, 14% com produtores, 12% com vendedores/exportadores, 21% com empacotadores, 11% com o setor de transporte, 11% com supermercados e 10% com o governo. Considerou-se na análise a comercialização da produção no mercado interno e o uso de semente certificada no processo produtivo. 3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS E CUSTOS DA TECNOLOGIA 3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos A metodologia proposta para esta avaliação é a do excedente econômico. Caso esta metodologia não seja adequada para avaliar os impactos econômicos da tecnologia, marque a opção "não se aplica" e justifique tal inadequação. Se aplica: sim ( x ) não ( ) O feijão-caupi no Mato Grosso é cultivado na 2ª safra, principalmente em áreas onde a janela de plantio não oferece segurança para o cultivo do milho, em função do ciclo maior. O feijão-caupi, concorre também com áreas onde seriam plantadas culturas para formação de palhada e adubação de cobertura como milheto, crotalária e brachiária. Na análise comparativa para a estimativa dos impactos econômicos proporcionados pela adoção das cultivares de feijão-caupi, no Mato Grosso, considerou-se o milho 2ª safra por ser, dentre as culturas concorrentes com área com o feijão-caupi, a que proporciona receitas diretas para o produtor. Houve, porém, dificuldades na estimativa da renda junto aos produtores na coleta de dados a campo, utilizando-se, portanto, a média dos rendimentos líquidos obtidos com a cultura do milho nas safras 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2015 no valor de R$ 78,56 (SENAR, IMEA, EMBRAPA, 2015). Para o cálculo da renda com as cultivares de feijão-caupi, considerou-se a 6

produtividade média de 1.100 kg /hectare, o preço médio de venda de R$ 40,00 por saca e custo médio de produção de R$ 740,00 por hectare (informações coletadas em pesquisa de campo diretamente com produtores, vendedores/exportadores). Comparando-se as cultivares de feijão-caupi e o milho 2ª safra, na Tabela C, observa-se que na safra 2017/2018, a adoção das cultivares de feijão-caupi, no Estado do Mato Grosso, devido à expansão da produção no Estado, proporcionou benefícios econômicos de R$ 8.671.606,44. 3.1.1. Tipo de Impacto: Expansão da Produção em Novas Áreas Tabela C - Benefícios Econômicos devido a Expansão da Produção Ano Renda com Produto Anterior (R$/ha) Renda com Produto Atual (R$/ha) Renda Adicional Obtida (R$/ha) Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa (R$/ha) Área de Adoção (ha) Benefício Econômico (A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) (F) G=(ExF) 2018 78,56 137,50 58,94 70 41,26 210.180 8.671.606,44 3.1.5. Análise dos impactos econômicos Os benefícios econômicos obtidos por produtores patrimoniais, no Mato Grosso, em função da adoção das cultivares de feijão-caupi comparadas ao milho 2ª safra (Tabela C), decorre da expansão da produção no Estado, devido ao intenso trabalho de melhoramento genético da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Meio-Norte, no Piauí, que resultou na obtenção de cultivares com arquitetura de planta moderna adaptadas à colheita mecânica, o que possibilitou a produção do feijão-caupi em grande escala. Essa expansão deve-se ainda ao feijãocaupi ser uma lavoura mais rentável, de fácil manejo e baixo custo devido à rusticidade da cultura (CONAB, 2018) Estimou-se em 70% a participação da Embrapa para o benefício econômico gerado pela adoção das cultivares de feijão-caupi (Tabela C) incluindo todos os custos de desenvolvimento, difusão e transferência da tecnologia. Atribui-se 30% de participação aos demais parceiros, dentre eles, Universidades, empresas estaduais de pesquisa e assistência técnica, produtores rurais, compradores/exportadores e outros agentes não governamentais que atuaram ao longo do processo de geração, desenvolvimento e transferência da tecnologia. Com base em pesquisa de campo junto a produtores, vendedores/exportadores, estima-se que a área de adoção com as cultivares de feijão-caupi BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Tumucumaque, de 210.180 hectares (Tabela C), na safra 2017/2018, corresponde a 93% dos 226.500 hectares destinadas ao feijão-caupi, no Mato Grosso, 5% da área foi ocupada com variedades locais e 2% com a Cultivar BRS Imponente, cultivar desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Meio-Norte. 3.2. Custos da Tecnologia 3.2.1. Estimativa dos Custos Conforme Tabela Tabela 3.2.1.1, o custo total para o desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi foi de R$ 4.403.079,84 considerando-se um período de onze anos para o desenvolvimento e transferência da tecnologia. 7

Tabela 3.2.1.1. Estimativa dos custos Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica 2004 410.850,00 164.595,00 0,00 24.689,25 600.134,25 2005 445.772,25 178.585,59 0,00 26.787,84 651.145,68 2006 468.060,87 187.514,85 0,00 28.127,22 683.702,94 2007 489.357,63 196.046,79 0,00 29.407,02 714.811,44 2008 523.612,68 209.770,05 0,00 31.465,50 764.848,23 2009 0,00 141.300,00 141.300,00 2010 0,00 153.310,50 153.310,50 2011 0,00 160.976,04 160.976,04 2012 0,00 169.024,83 169.024,83 2013 0,00 177.476,07 177.476,07 2014 0,00 186.349,86 186.349,84 Total 2.337.653,43 936.512,28 0,00 140.476,83 988.437,30 4.403.079,84 3.2.2. Análise dos Custos Para o cálculo da estimativa de custos da tecnologia, utilizou-se dados do sistema de custos da Embrapa, que contabiliza os custos com pessoal, incluindo pesquisadores, analistas, técnicos e assistentes envolvidos diretamente com o desenvolvimento e transferência da tecnologia e os custos de custeio, que inclui material de consumo, manutenção, preparo de campos experimentais, máquinas agrícolas, veículos, dentre outros serviços. Os custos totais da tecnologia (Tabela 3.2.1.1) foram estimados a partir do custo total com o desenvolvimento e transferência. Os custos de administração foram estimados considerando o percentual de 15% do custo de custeio da pesquisa. 3.3. Análises de rentabilidade Considerando os benefícios econômicos de R$ 8.671.606,44 em 2018 e os custos para o desenvolvimento e transferência da tecnologia de R$ 4.403.079,84 em um período de 11 anos e taxa de juros de 6 %.a.a, os indicadores de rentabilidade obtidos (Tabela 3.3.1) mostram ser um investimento compensador. Tabela 3.3.1: Análises de rentabilidade taxa interna de retorno (TIR), a relação benefício/custo (B/C) e o valor presente líquido (VPL) Taxa Interna de Retorno TIR Relação Benefício/Custo B/C (6%) Valor Presente Líquido VPL (6%) 9 % 1, 0 5 3 8 5. 8 6 0, 8 2 Total Na análise foi considerado um fluxo de caixa descontado por um período de onze anos, tempo do desenvolvimento e transferência da tecnologia e receitas obtidas em apenas um ano, 2018. Apesar disso, a Taxa Interna de Retorno do investimento é superior ao custo de oportunidade e Valor Presente Líquido maior que zero, o que indica a viabilidade do empreendimento. É importante observar que as cultivares de feijão-caupi, continuarão a gerar benefícios por vários anos para toda a cadeia produtiva do feijão-caupi, sem os custos de desenvolvimento e transferência, uma vez que a cultura já está estabelecida na região. 8

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE TECNOLOGIAS AGROPECUÁRIAS AMBITEC-Agro A metodologia utilizada na avaliação dos impactos socioambientais foi "Sistema de Avaliação de Impacto Ambiental da Inovação Tecnológica Agropecuária (AMBITEC-Agro)". O Impacto é a alteração, positiva ou negativa, ocorrida em função da adoção da tecnologia avaliada em relação à tecnologia anterior. O índice de impacto varia de -15 a 15, calculado por meio da atribuição de valores aos indicadores equivalentes a (3 ou -3), grande alteração quando registrados incrementos ou reduções superiores a 25%, (1 ou -1), moderada alteração quando da ocorrência de incremento ou redução inferior a 25% e 0 (zero) quando não ocorrer alteração (Avila, 2011). 4.1. Impactos Ecológicos da Avaliação dos Impactos Tabela 4.1.1: Impactos ecológicos aspecto eficiência tecnológica Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 1. Mudança no uso direto da terra 0 0 2. Mudança no uso indireto da terra 0 0 3. Consumo de água 0 0 4. Uso de insumos agrícola 0 0,4 5. Uso de insumos veterinários e matérias-primas x 6. Consumo de energia 0-0,3 7. Geração própria, aproveitamento, reuso e autonomia 0 0 8. Emissões à atmosfera 0-0,1 9. Qualidade do solo 0-1,4 10. Qualidade da água 0 0 11. Conservação da biodiversidade e recuperação ambiental 0 0 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial ). De acordo com os dados apresentados na Tabela 4.1.1, em 2018, a adoção das cultivares de feijão-caupi provocou moderada alteração nas variáveis de Eficiência Tecnológica. Essa alteração deve-se ao aumento no consumo de energia e emissões à atmosfera e diminuição da qualidade do solo. Esse aumento do consumo de energia e emissões à atmosfera assim como a diminuição da qualidade do solo pode ser explicado em função do maior consumo de óleo díesel, em função da colheita e beneficiamento do feijão-caupi quando comparado ao sistema anterior, com áreas de cobertura e adubação verde, além do milho safrinha. Observa-se ainda na Tabela 4,1.1 que houve uma redução em relação ao uso de insumos agrícolas, o que pode ser explicado em função de o plantio do feijão-caupi ser efetuado seguido ao plantio de soja e/ou milho ou algodão, utilizando-se dos resíduos da cultura anterior. 4.2. Impactos Socioambientais da Avaliação dos Impactos Tabela 4.2.1: Impactos socioambientais aspecto respeito ao consumidor Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 12. Qualidade do produto x 13. Capital social 0,0 0,0 14. Bem-estar e saúde animal x * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) Conforme a Tabela 4.2.1, a adoção das cultivares de feijão-caupi não provocou alteração em relação aos aspectos de respeito ao consumidor. Em relação à qualidade do produto e ao bem 9

está e saúde animal os indicadores não se aplicam para o caso, uma vez que não há parâmetros comparativos em relação ao sistema anterior adotado. Quanto ao capital social não houve alteração, pois não provocou alterações no modelo de gestão assim como na forma de relacionamento com os interessados. Tabela 4.2.2: Impactos socioambientais aspecto trabalho/emprego Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 15. Capacitação 0,8 0,8 16. Qualificação e oferta de trabalho 0,1 0,1 17. Qualidade do emprego/ocupação 0,0 0,0 18. Oportunidade, emancipação e recompensa equitativa entre gêneros, gerações e etnias 0,0 0,0 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) Conforme a Tabela 4.2.2, a adoção das cultivares de feijão-caupi, em relação ao aspecto trabalho/emprego, provocou moderado aumento nas variáveis de capacitação e qualificação e oferta de trabalho. As variáveis de qualidade do emprego/ocupação e oportunidade, emancipação e recompensa equitativa entre gêneros, gerações e etnias permaneceram inalteradas. Isto pode ser explicado uma vez que para a adoção de uma inovação tecnológica necessita-se de novos conhecimentos e habilidades para a sua implementação, sem, no entanto, provocar alterações nas relações de trabalho/emprego estabelecidos no empreendimento. Tabela 4.2.3: Impactos socioambientais aspecto renda Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 19. Geração de Renda do estabelecimento 2,1 2,1 20. Valor da propriedade 0,8 0,8 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) No aspecto renda, Tabela 4.2.3, a adoção das cultivares de feijão-caupi provocou moderado aumento nas variáveis de geração de renda do estabelecimento e no valor da propriedade. O aumento na geração de renda da propriedade pode ser explicado devido ao aproveitamento da propriedade com uma opção mais rentável em relação ao milho 2ª safra e uma opção geradora de renda quando comparada ao plantio para produção de palhada e adubação verde. O aumento no valor da propriedade deve-se a investimentos em infraestrutura na propriedade como forma de melhorar o processo produtivo do estabelecimento. Tabela 4.2.4: Impactos socioambientais aspecto saúde Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 21. Segurança e saúde ocupacional 0,0 0,0 22. Segurança alimentar 0,0 0,0 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) Quanto ao aspecto saúde, Tabela 4.2.4, a adoção das cultivares de feijão-caupi não provocou alteração em suas variáveis, visto que não houve alteração significativa na forma de produzir e nas condições ambientais e condições de trabalho. Com relação à segurança alimentar, os produtores e familiares, tradicionalmente, no Mato Grosso, não consomem o feijão-caupi, sendo a produção destinada na grande maioria para o mercado externo. 10

Tabela 4.2.5: Impactos socioambientais aspecto gestão e administração Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 23. Dedicação e perfil do responsável 1,2 1,2 24. Condição de comercialização 2,8 2,8 25. Disposição de resíduos 0,7 0,7 26. Gestão de insumos químicos 0,0 0,0 27. Relacionamento institucional 1,1 1,1 *Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) No aspecto gestão e administração do estabelecimento agropecuário, Tabela 4.2.5, observa-se que a adoção das cultivares de feijão-caupi, em 2018, por produtores patronais, no Mato Grosso, provocou moderado aumento nos indicadores de dedicação e perfil do responsável, condição de comercialização, disposição de resíduos químicos e relacionamento institucional. A gestão de insumos químicos permaneceu inalterada. A adoção da inovação tecnológica promoveu a necessidade de capacitação dirigida à atividade e maior permanência no estabelecimento do responsável e maior engajamento familiar. Promoveu, ainda, incremento nas vendas diretas/antecipadas/cooperadas, processamento e armazenamento no local, uso de transporte próprio, maior cooperação comercial com outros produtores locais, reaproveitamento de resíduos para alimentação animal e aumento da assistência técnica. 4.3. Índice de Impacto Socioambiental Tabela 4.3.1: Análise dos Resultados Tipo 1 Tipo 2 Geral 0,0 0,32 0,32 *Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) O índice de impacto socioambiental de 0,32, Tabela 4.3.1, em função da adoção das cultivares de feijão-caupi, por produtores patronais, no Mato Grosso, em 2018, evidencia que a adoção da inovação tecnológica promoveu moderada alteração positiva nos aspectos socioambientais. Isso, porque a adoção da tecnologia não provocou rupturas ou incrementos de novos recursos como máquinas, insumos, mão-de-obra, etc., ao processo produtivo atual comparado ao processo anterior. As alterações ocorreram nos aspectos de Eficiência Tecnológica, Trabalho/Emprego, Renda e Gestão e Administração. Os aspectos de Respeito ao Consumidor e Saúde mantiveram-se inalterados. A Eficiência Tecnológica foi o único aspecto socioambiental com impacto negativo. A diminuição da qualidade do solo provocada pela redução da matéria orgânica, o aumento do consumo de energia (óleo diesel) no processo de colheita e beneficiamento da produção, e o aumento de emissões atmosféricas foram as variáveis que contribuíram para o impacto negativo. Em relação ao aspecto Trabalho/Emprego o impacto positivo deve-se às variáveis de capacitação e qualificação e oferta do trabalho na propriedade nas operações de máquinas para a colheita e manejo da cultura. Quanto ao aspecto Renda a adoção da tecnologia promoveu maior segurança e estabilidade na geração de renda no estabelecimento e aumento do valor da propriedade devido a investimentos em benfeitorias. Para o aspecto Gestão e Administração houve a necessidade de maior capacitação e maior permanência de horas no estabelecimento pelo responsável. Houve, ainda, aumento nas condições de comercialização como venda/direta/antecipada/cooperada, processamento e armazenamento no local e cooperação 11

comercial com outros produtores locais, melhoria da disposição de resíduos devido à reciclagem de resíduos por meio do reaproveitamento para alimentação animal, e maior alcance institucional por meio do aumento na utilização de assistência técnica. 4. Impactos sobre o Emprego Tabela 4.4.1: Número de empregos gerados Emprego adicional por Área Quantidade de Não se aplica Ano unidade de área adicional emprego gerado (A) hectare (B) C= (AXB) 2018 0,0075 11.915 89 Conforme informações coletadas junto a produtores, em pesquisa de campo, a adoção das cultivares de feijão-caupi, por produtores patrimoniais, no Mato Grosso, em 2018, gerou 0,0075 empregos por hectare. Este valor deve-se à mecanização de todas as etapas ao logo do processo de produção das cultivares adotados. Em 2018 a área estimada com as cultivares BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Tumucumaque foi de 210.180 hectares, 93% do total de 256.500 hectares destinadas à cultura do feijão-caupi no Mato Grosso. Comparada à área destinada às cultivares em 2017, 198.265 hectares, 95% do total dos 208.700 hectares ocupadas com a cultura no Estado, houve um incremento de 11.915 hectares em 2018, gerando um total de 89 empregos diretos. 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL A metodologia utilizada na avaliação dos impactos no desenvolvimento institucional foi "Sistema de Avaliação de Impacto Ambiental da Inovação Tecnológica Agropecuária (AMBITEC- Agro)", Dimensão Desenvolvimento Institucional que baseia-se num conjunto de indicadores e componentes envolvendo quatro aspectos: capacidade relacional, capacidade científicatecnológica, capacidade organizacional e produtos de P&D. O índice de impacto varia de -15 a 15, calculado por meio da atribuição de valores aos indicadores e componentes equivalentes a (3 ou - 3), grande alteração quando registrados incrementos ou reduções superiores a 25%, (1 ou -1), moderada alteração quando da ocorrência de incremento ou redução inferior a 25% e 0 (zero) quando não ocorrer alteração (Avila, 2011). 5.1. Capacidade relacional A capacidade relacional refere-se à contribuição do projeto de desenvolvimento tecnológico agropecuário para ampliação e diversificação da rede de relacionamento científico da equipe, inclusive quanto ao referencial conceitual e metodológico. Os critérios de capacidade relacional são: relações de equipe/rede de pesquisa e relações com interlocutores. Tabela 5.1.1: Impactos na capacidade relacional aspecto relações de equipe/rede de pesquisa Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 1. Diversidade de especialidades 1,5 1,5 1,5 2. Interdisciplinaridade (coautorias) 3 3 3 3. Know-who 1,5 1,5 1,5 4. Grupos de estudo 3 3 3 5. Eventos científicos 3 3 3 6. Adoção metodológica 3 3 3 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Geral 12

Com base nos valores apresentados na Tabela 5.1.1, observa-se que o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, quanto aos indicadores e componentes do aspecto relações de equipe/rede de pesquisa promoveu grande contribuição para a ampliação e diversificação da capacidade relacional da Unidade, atingindo a escala máxima de impactos, 15, tanto para Especialista (desenvolvedor da tecnologia) quanto para a equipe do projeto. Tabela 5.1.2: Impactos na capacidade relacional aspecto relações com interlocutores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 7. Diversidade 1,5 1,5 1,5 8. Interatividade 3 3 3 9. Know-who 1,5 1,5 1,5 10. Fontes de recursos 3 3 3 11. Redes comunitárias 3 3 3 12. Inserção no mercado 3 3 3 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Geral Conforme os valores apresentados na Tabela 5.1.2, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi em relação aos indicadores e componentes do aspecto relações com interlocutores proporcionou grande contribuição para a ampliação e diversificação da capacidade relacional da Unidade, atingindo a escala máxima de impactos, 15, tanto para Especialista (desenvolvedor da tecnologia) quanto para a equipe do projeto. 5.2. Capacidade científica e tecnológica A capacidade científica e tecnológica diz respeito à capacidade instalada de infraestrutura e instrumental metodológico, bem como às contribuições do projeto de desenvolvimento tecnológico para captação de recursos e a execução de aquisições instrumentais e pessoais. Os critérios de capacidade científica e tecnológica são: instalações (métodos e meios) e recursos do projeto (captação e execução). Tabela 5.2.1: Impactos na capacidade científica e tecnológica aspecto instalações Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 13. Infraestrutura institucional 3 2 2,5 14. Infraestrutura operacional 1 1 1 15. Instrumental operacional 1 0,5 0,75 16. Instrumental bibliográfico 3 3 3 17. Informatização 1,5 0,75 1,25 18. Compartilhamento da infraestrutura 1,5 0,75 1,25 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Com base nos valores apresentados na Tabela 5.2.1, observa-se que o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi em relação aos indicadores e componentes do aspecto instalações promoveu grande contribuição na ampliação da capacidade científica e tecnológica da Unidade por meio do incremento da capacidade instalada de infraestrutura, com impacto médio de 9,5. Há, no entanto, diferenças no impacto percebido por especialista (desenvolvedor da tecnologia) que é de 11, em relação à equipe do projeto, com impacto de 8. Para o especialista os indicadores ou componentes com menor contribuição foram a infraestrutura operacional e instrumental operacional. Já para a equipe do projeto, além da infraestrutura operacional e instrumental, contribuíram com menor impacto a informatização e o compartilhamento da infraestrutura. 13

Tabela 5.2.2: Impactos na capacidade científica e tecnológica aspecto recursos do projeto Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 19. Infraestrutura (ampliação) 1 1 1 20. Instrumental (ampliação) 3 2 2,5 21. Instrumental bibliográfico (aquisição) 3 1,5 2,25 22. Contratações 1 1 1 23. Custeios 3 3 3 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Conforme os valores apresentados na Tabela 5.2.2, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, em relação aos indicadores e componentes do aspecto recursos do projeto, proporcionou grande contribuição para a ampliação da capacidade científica e tecnológica da Unidade por meio do incremento da capacidade de captação de recursos e a execução de aquisições instrumentais e pessoais, com impacto médio de 9,75, sendo para especialista de 11 e para a equipe do projeto, impacto de 8,5. Para o especialista (desenvolvedor da tecnologia) os indicadores com menor contribuição foram a infraestrutura (ampliação) e instrumental (ampliação). Para a equipe do projeto, além dos dois apontados pelo especialista, as contratações proporcionaram menor incremento para o impacto. 5.3. Capacidade organizacional A capacidade organizacional provê a verificação das contribuições do projeto de desenvolvimento tecnológico para otimizar os mecanismos de aprendizagem e compartilhamento de capacidade entre os membros de rede, bem como para a consequente operacionalização das atividades de pesquisa, incluindo a transferência de resultados. Os critérios que integram esse aspecto são: equipe/rede de pesquisa e transferência/extensão. Tabela 5.3.1. - Impactos na capacidade organizacional aspecto equipe/rede de pesquisa Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 24. Custos e treinamentos 3 2 2,5 25. Experimentos, avaliações, ensaios 3 3 3 26. Bancos de dados, plataformas de informação 3 2 2,5 27. Participação em eventos 3 3 3 28. Organização de eventos 1,5 1 1,25 29. Adoção de sistemas de gestão 1,5 1 1,25 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Conforme os valores apresentados na Tabela 5.3.1, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, em relação aos indicadores e componentes do aspecto equipe/rede de pesquisa, proporcionou grande contribuição para a ampliação da capacidade organizacional da Unidade por meio da otimização dos mecanismos de aprendizagem e compartilhamento da capacidade entre os membros da rede, com impacto médio de 13,5, sendo de 15, impacto máximo, para especialista, enquanto para a equipe do projeto o impacto foi de 12. Para a equipe do projeto a organização de eventos e a adoção de sistemas de gestão foram os indicadores com menor contribuição para o impacto. 14

Tabela 5.3.2. - Impactos na capacidade organizacional aspecto transferência/extensão Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral 30. Cursos e treinamentos 3 2 2,5 31. Número de participantes 3 2 2,5 32. Unidades demonstrativas 3 3 3 33. Exposições na mídia/artigos de divulgação 3 3 3 34. Projetos de extensão 0,5 0,5 0,5 35. Disciplinas de graduação e pós-graduação 1,5 1 1,25 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Com base nos valores apresentados na Tabela 5.3.2, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, em relação aos indicadores e componentes do aspecto transferência/extensão, proporcionou grande contribuição para a ampliação da capacidade organizacional da Unidade por meio da operacionalização das atividades de pesquisa e transferência de resultados, com impacto médio de 12,72, sendo para especialista de 14 e de 11,5 para a equipe do projeto. Para o especialista o indicador com menor contribuição para o impacto foi projetos de extensão, enquanto para a equipe do projeto foram cursos e treinamentos, número de participantes, projetos de extensão e disciplinas de graduação e pós-graduação. 5.4. Produtos de P&D Os resultados finalísticos do projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico são verificados nesse aspecto, em consideração dos produtos de P&D e dos produtos tecnológicos. Os critérios avaliados nesse aspecto são: produtos de P&D e produtos tecnológicos. Tabela 5.4.1. - Impactos nos produtos de P&D aspecto produtos de P&D Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 36. Apresentação em congressos 3 3 3 37. Artigos indexados 3 3 3 38. Índices de impacto (WoS) 3 2 2,5 39. Teses e dissertações 3 3 3 40. Livros/capítulos, boletins, etc. 3 3 3 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Geral De acordo com os dados apresentados na Tabela 5.4.1, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, em relação aos indicadores e componentes do aspecto produtos de P&D, promoveu grande contribuição para a base de produtos de P&D da Unidade por meio da ampliação dos resultados bibliográficos, com impacto médio de 14,5, sendo impacto de 15 para especialista (desenvolvedor da tecnologia) e de 14 para a equipe do projeto. O indicador que contribuíu para a diminuição do índice, na visão da equipe do projeto, foi o índice de impacto (wos). Tabela 5.4.2. - Impactos nos produtos de P&D aspecto produtos tecnológicos Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) 41. Patentes/registros 3 2 2,5 42. Variedades/linhagens 3 3 3 43. Práticas metodológicas 3 2 2,5 44. Produtos tecnológicos 3 2 2,5 45. Marcos regulatório 1 1 1 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto Geral 15

Com base nos valores apresentados na Tabela 5.4.2, o projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi, em relação aos indicadores e componentes do aspecto produtos tecnológicos, promoveu grande contribuição para a base de produtos de P&D da Unidade por meio da ampliação dos resultados finais para os beneficiários, com impacto médio de 11,5, sendo impacto de 13 para especialista (desenvolvedor da tecnologia) e de 10 para a equipe do projeto. Para o especialista somente o indicador marcos regulatórios não atingiu a escala máxima de avaliação, enquanto para a equipe do projeto o indicador variedades/linhagens foi o único que atingiu a escala máxima de impacto. 5.5. Índice de Impacto no desenvolvimento institucional Tabela 5.5.1: Análise dos resultados Tipo 1 Tipo 2 Geral 13,63 11,75 12,69 *Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 Equipe de projeto O índice médio do impacto no desenvolvimento institucional de 12,69 Tabela 5.5.1 demonstra grande incremento na base de Conhecimentos, na Capacitação e na Política Institucional decorrente do planejamento e execução do projeto de desenvolvimento das cultivares de feijão-caupi BRS Guariba, BRS Novaera e BRS Tumucumaque. Esse incremento devese às alterações positivas ocorridas nos indicadores de Capacidade Relacional, Capacidade Científica e Tecnológica, Capacidade Organizacional e Produtos de P&D. Observa-se, porém, que o índice difere na visão do especialista (desenvolvedor da tecnologia), impacto de 13,63 em relação ao impacto da equipe do projeto, impacto de 11,75. A capacidade relacional, tanto no aspecto relações de equipe/rede de pesquisa quanto no aspecto relações com interlocutores, tanto para especialista (desenvolvedor da tecnologia), como para a equipe do projeto, obteve o índice máximo do impacto,15 (Tabelas 5.1.1 e 5.1.2). A capacidade organizacional obteve o segundo maior índice médio de impacto de 13,13. O aspecto equipe/rede de pesquisa obteve impacto médio de 13,50, com 15 para especialista e 12 para a equipe do projeto, tendo os indicadores de organização de eventos e adoção de sistemas de gestão o menor incremento neste aspecto (Tabela 5.3.1). O aspecto transferência/extensão teve impacto médio de 12,75, variando de 14 para especialistas e 11,5 para a equipe do projeto. Os indicadores com menor incremento foram projeto de extensão e disciplinas de graduação e pós-graduação (Tabela 5.3.2). Em seguida, produtos de P&D obteve índice de impacto 13, o terceiro maior índice médio. O aspecto produtos de P&D obteve impacto 14,5, com impacto 15 (impacto máximo) para especialista e 14 para a equipe do projeto, tendo o indicador índice de impacto, o menor incremento neste aspecto (Tabela 5.4.1). O aspecto produtos tecnológicos teve impacto médio de 11,5, variando de 13 para especialistas e 10 para a equipe do projeto. O indicador marco regulatório obteve o menor incremento neste aspecto (Tabela 5.4.2). Por fim, a capacidade científica e tecnológica obteve índice de impacto 13, o menor índice médio. O aspecto instalações obteve impacto 9,5, com impacto 11 para especialista e 8,5 para a equipe do projeto, tendo as menores contribuições de incrementos, neste aspecto, os indicadores de instrumental operacional e infraestrutura operacional (Tabela 5.2.1). O aspecto recursos do projeto teve impacto médio de 9,75, variando de 11 para especialistas e 8,5 para a equipe do projeto. Os indicadores infraestrutura (ampliação) e contratações obtiveram os menores incrementos neste aspecto (Tabela 5.2.2). 16

6. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS A adoção das cultivares de feijão-caupi, no Mato Grosso, por produtores patrimoniais, no ano de 2018, em comparação ao milho 2ª safra, proporcionou benefícios econômicos de R$ 8671.606,44, com benefício médio da Embrapa de R$ 41,26 por hectare. Benefício gerado em função da expansão da área da cultura do feijão-caupi no Mato Grosso, devido ao intenso trabalho de melhoramento genético da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Meio- Norte, no Piauí resultando na obtenção de cultivares com arquitetura de planta moderna adequadas à colheita mecanizada, o que proporcionou a produção do feijão-caupi em grande escala. Quanto aos indicadores socioambientais a adoção das cultivares provocou pouca alteração, com impacto positivo de 0,32. O aspecto eficiência tecnológica foi o único com impacto negativo devido ao maior consumo de óleo diesel em função do aumento na utilização máquinas na colheita e no beneficiamento da produção, provocando maior emissão de gases à atmosfera. No entanto em relação ao uso de insumos agrícolas houve redução, devido ao aproveitamento de insumos utilizados em plantios anteriores. Em relação ao impacto no desenvolvimento institucional de 12,69 demonstra grande incremento positivo na base de Conhecimentos, na Capacitação e na Política Institucional, promovendo alterações positivas na Capacidade Relacional, Capacidade Científica e Tecnológica, Capacidade Organizacional e Produtos de P&D da Unidade. 7. FONTE DE DADOS Para a avaliação dos impactos econômicos a coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada junto a produtores de base empresarial, empresas exportadoras, do Mato Grosso, além de pesquisa bibliográfica. Tabela 7.1: Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Produtor Patronal Pequeno Médio Grande Comercial Total Sorriso MT 3 3 Nova Ubiratã MT 3 6 Total 9 9 Foram entrevistados nove produtores de base empresarial, usuários da tecnologia no Estado de Mato Grosso, conforme Tabela 7.1. Apesar da recomendação da tecnologia ter uma área de abrangência bem ampla, incluindo seis Estados da região Nordeste, cinco da região Norte e um da região Centro Oeste, a adoção da tecnologia, está, em maior escala, no Estado de Mato Grosso e por produtores patronais, orientados para o mercado, inclusive o de exportação. Isso justifica a coleta de dados apenas no Estado de Mato Grosso e no seguimento de produtores citados. Foram coletadas, ainda, informações junto às empresas Arbaza, Brasil Agropulses e Agrobetel, empresas exportadoras e produtoras de sementes. Para o impacto no desenvolvimento institucional foram entrevistados três empregados da Unidade, um pesquisador, membro da equipe de melhoramento genético da Unidade, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, um pesquisador na função de gestão e um analista, membro da equipe do projeto. 17

Tabela 7.2: Número de consultas realizadas para o desenvolvimento institucional Instituição Estado Município Função Total Embrapa Pi Teresina Pesquisador 2 Embrapa Pi Teresina Analista 1 Total 3 3 A coleta de dados foi por meio de entrevista estruturada utilizando o Ambitec_Agro 8. BIBLIOGRAFIA ÁVILA, A, F, D.; RODRIGUES, G, S.; VEDOVOTO, G, L. Avaliação dos impactos de tecnologias geradas pela Embrapa: metodologia de referência. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2008. Companhia Nacional de Abastecimento. A cultura do feijão / organizadores Aroldo Antonio de Oliveira Neto e Candice Mello Romero Santos. Brasília: Conab, 2018. 244 p. Disponível também em: http://www.conab.gov.br. BRS Guariba: Nova cultivar de feijão-caupi para a região Meio-Norte: Embrapa, 2004. folder. BRS Tumucumaque: Cultivar de feijão-caupi com ampla adaptação e rica em ferro e zinco: Embrapa. Folder. Companhia Nacional de Abastecimento: Observatório Agrícola - Acompanhamento da safra brasileira de grãos, V.6, safra 2018/2019, N.3, Terceiro levantamento, dezembro, 2018. CONAB Companhia Nacional de Abastecimento: Observatório Agrícola - Acompanhamento da safra brasileira de grãos, V.6, safra 2018/19, N.1, Primeiro levantamento, outubro, 2018. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso; Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Agrossilvopastoril: Relatório Rentabilidade no Meio Rural em Mato Grosso- Relatório Final, 2015 EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO. Dados conjunturais da produção de feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) e caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) no Brasil (1985 a 2017): área, produção e rendimento. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2018. Disponível em: <http://www.cnpaf.embrapa.br/socioeconomia/index.htm>. Acesso em: 21/ 12/2019 SISTEMA COMEX SAT Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Secretaria de Comércio Exterior. http://comexstat.mdic.gov.br. Acessado em 21/12/2018 9. EQUIPE RESPONSÁVEL Tabela 9.1: Equipe do centro responsável pela elaboração do relatório de avaliação de impactos Membro da equipe Função 1 Adão Vieira de Sá Responsável 2 José Angelo N de Menezes Junior Membro 3 Lígia Alves dos Santos Membro 4 5 18

Tabela 9.2: Colaboradores do processo de elaboração do relatório de avaliação de impactos Colaborador Instituição 1 Leandro Lodea LC Agronegócios 2 Adriano Agrobetel 3 Carlos de Sá Brito COAMBE 4 5 19