Da Dependência do Petróleo à Caminho da Diversificação Económica
SUMÁRIO 1 2 3 4 5 Caracterização e Desempenho da Economia Nacional Sector Real Sector Fiscal e Dívida Pública Sector Monetário e Cambial Prioridades da Política Fiscal 2019
Desempenho da Economia Nacional Sector Real
Caracterização da Economia Angolana ü A economia Angolana é amplamente dependente do sector petrolífero que em 2012 representava: Cerca de 40% do Produto Interno Bruto; 98% das Exportações; e 81% das Receitas Totais. ü A queda do preço de petróleo no mercado internacional, na segunda metade de 2014, trouxe consequências no sector petrolífero nacional, na medida que: Registou redução do PIB do sector de 40% em2012 para 16% em 2018; Reduziu as receitas dosector de 81% das receitas totais para cerca de 60%; e Houve redução do peso das receitas petrolíferas nas receitas totais de 81% em 2012 para cerca de 64% em 2018.
Evolução das exportações petrolíferas em Milhões USD ü Como podemos constatar no gráfico abaixo, o comportamento negativo do sector petrolífero deveu-se ao declínio do preço do petróleo desde os meados de2014 até 2018, desencadeando a redução de investimentos no sector petrolífero com repercussão, para baixo, nos níveis da produção e consequentemente, nas exportações. ü Porém, houve uma recuperação considerável em 2018 em que registou um preço médio anual das ramas angolanas deus$ 70,60 porbarril. Evolução das Exportações Petrolíferas e do Preço de Petróleo 120 6 000,00 100 5 000,00 80 4 000,00 60 3 000,00 40 2 000,00 20 1 000,00 0 Jan 14 Fev 14 Mar 14 Abr 14 Mai 14 Jun 14 Jul 14 Ago 14 Set 14 Out 14 Nov 14 Dez 14 Jan 15 Fev 15 Mar 15 Abr 15 Mai 15 Jun 15 Jul 15 Ago 15 Set 15 Out 15 Nov 15 Dez 15 Jan 16 Fev 16 Mar 16 Abr 16 Mai 16 Jun 16 Jul 16 Ago 16 Set 16 Out 16 Nov 16 Dez 16 Jan 17 Fev 17 Mar 17 Abr 17 Mai 17 Jun 17 Jul 17 Ago 17 Set 17 Out 17 Nov 17 Dez 17 Jan 18 Fev 18 Mar 18 Abr 18 Mai 18 Jun 18 Jul 18 Ago 18 Set 18 Out 18 Nov 18 Dez 18 0,00 Fonte: MEP Preço Exportação Mensal (USD)
Taxa de crescimento do PIB 2016-2019 ü Os efeitos do Sector Petrolífero, conforme observado, propagaram-se nos demais sectores da economia, afectando a economia nacional como um todo, de tal modo que a mesma tem se caracterizada por sucessivas taxas reais de crescimento do PIB negativas durante o período de 2016 à 2018; ü Entretanto, face ao esforço do Executivo em reverter o quadro, estima-se para 2019 uma ligeira recuperação, projectando-se uma taxa de crescimento de 0,3%, impulsionado pelo Sector não Petrolífero. 12 10 9,0 11,3 8 6 4 2 PIB global 1,6 0-2 -4-6 PIB Petrolífero 0,3-3,5-8 PIB Não Petrolífero -10-12 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Fonte: INE/MEP
Desempenho da Economia Nacional Sector Fiscal e Dívida Pública
Impacto Sobre o Sector Fiscal ü Com a queda do preço e das exportações petrolíferas afectou negativamente as receitas fiscais. Porém, a tentativa de ajustamento das despesas por parte do Executivo não foi suficiente para combater a quebra nas receitas, que traduziu-se em défices sucessivos, obrigando a um maior recurso ao endividamento. Efeitos Sobre as Contas Fiscais Queda no preço do petróleo Redução das Receitas Fiscais Ajustamento das Despesas do Governo Pressão para Aumentar Défice Fiscal Aumento da emissão de Títulos da Dívida Pública Aumento da Dívida Pública
COMPOSIÇÃO DAS RECEITAS 100% 6 000,00 90% 80% 70% 28% 25% 27% 4 400,92 4 539,94 58% 50% 50% 42% 4 139,29 5 563,88 36% 5 000,00 4 000,00 60% 3 564,27 3 404,04 50% 3 092,04 3 000,00 40% 30% 20% 72% 75% 73% 2 476,00 42% 50% 50% 58% 64% 2 000,00 1 000,00 10% 0% 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 OGE Revisto Receita Petrolífera (%) Receita Não Petrolífera (%) Receita Total (mil milhões Kzs) - Fonte: MINFIN, 2018 ü A crise do preço do petróleo gerou mudanças estruturais e institucionais na forma do Estado relacionar-se com a economia; ü A alteração no balanço económico-social contribui para uma maior transparência na gestão macroeconómica e na efectividade nas reformas económicas
Política fiscal mais contracionista ü Após três anos consecutivos de défice global, os dados preliminares, apontam para um saldo global superavitário de 2,2% em 2018, fruto do esforço da consolidação fiscal, e prevê-se um saldo de 0,0% do PIB em 2019. Saldo Primário Não Petrolífero (% do PIB não Petrol.) Evolução do Défice Fiscal (em % do PIB) 0-5 -10 2014 2015 2016 2017 PME Revisto 2018 OGE Revisto 2019-8,6 8,0 6,0 4,0 6,6 5,2-15 -20-25 -21,8-12,6-16,2-13 2,0 0,0 2,2 0,0 2015 2016 2017 2018 2019* -30-2,0-1,3-1,9-35 -4,0-3,3-3,8-2,9-40 -6,0-6,1-45 -50-44 -8,0 Saldo Global Saldo Primário Nota: 2018 Programação Macroeconómica Executiva Revista 2019 Orçamento Geral do Estado Revisto Nota: * OGE Revisto 2019 Fonte: MINFIN
Evolução do Stock da dívida Pública (%PIB) ü A tendência de crescimento da dívida, coincide com a queda do preço do Petróleo desde 2014; ü Igualmente, a desvalorização do Kwanza face ao Dólar acentuou o crescimento da dívida, devido à existência de títulos públicos indexados ao Dólar e da dívida interna em moeda estrangeira. Evolução do Stock da Dívida (em % do PIB) 59% 75% 65% 84% 26% 33% 39% 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Fonte: UGD
Desempenho da Economia Nacional Sector Monetário e Cambial
Evolução das Reservas Internacionais Líquidas (USD mil milhões) ü Com a diminuição da liquidez em moeda estrangeira e a necessidade de proteger o stock de Reservas Internacionais Líquidas, que passaram de cerca de USD 31,15 mil milhões em 2013 para cerca de USD 10,83 mil milhões em Abril de 2019, o Banco Central adotou o regime cambial flutuante com bandas e, com isto verificou-se uma depreciação significativa do Kwanza face ao Dólar, em cerca de 90% desde 2017. Evolução das Reservas Internacionais Líquidas Evolução da Taxa de Câmbio KZ/US 31,15 350 323,1 27,10 24,27 20,81 13,59 10,65 10,83 300 250 200 150 100 50 97,62 102,86 135,32 165,9 165,92 308,61 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019* 0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019* Fonte: BNA Nota: * Dado preliminar referente ao mês de Abril
Taxa de Inflação ü Por outro, com a adopção de uma Política Monetária mais restritiva, observou-se a desaceleração do nível geral de preços, passando de um auge em Dezembro de 2016 de 41,95% para 18,21%, representando umaredução decerca de57%. 41,95% 57% 26,26% 20,26% 18,21% 17,43% Fonte: MINFIN Fev/16 Abr/16 Jun/16 Ago/16 Out/16 Dez/16 Fev/17 Abr/17 Jun/17 Ago/17 Out/17 Dez/17 Fev/18 Abr/18 Jun/18 Ago/18 Out/18 Dez/18 fev/19 Abr/19 Fonte: INE 14
Prioridades da Política Fiscal 2019
Qual é a estratégia do Executivo para fazer crescer a economia? Dinamismo para retirar a economia angolana da recessão deverá prosseguir em 2019 ü A estratégia adoptada pelo Executivo para recompor a solidez da estabilidade macroeconómica, face a situação financeira adversa que o país experimenta, e reanimar o crescimento, assenta essencialmenteem três pilares, designadamente: Programa de Estabilidade Macroeconómica (PEM) Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018-2022 Programa de Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI)
Qual é a estratégia do Executivo para fazer crescer a economia? SECTOR FISCAL 1. Redinamizar o Investimento Público base do crescimento investimento prioritário e estruturante para o funcionamento dos mercados e sistemas produtivos; 2. Apoiar o Financiamento das Empresas: Regularizar os atrasados internos (reduzir as pressões de liquidez das empresas); Facilitar o acesso ao financiamento através dos fundos financeiros e bancos públicos; 3. Melhorar a eficiência do sector empresarial público: Reestruturação de empresas públicas; Privatizações (acelerar o crescimento inclusivo através da maior participação do investimento privado na composição do PIB); 4. Implementar reformas estruturais de liberalização e regulação económica.
Qual é a estratégia do Executivo para fazer crescer a economia? SECTOR PETROLÍFERO 1. O Executivo está focado em alterar o perfil de declínio da produção petrolífera, e conta com o apoio directo das companhias operadoras do sector; 2. O Executivo tem levado a cabo o processo da reestruturação institucional do sector petrolífero, que culminará com a separação das funções concessionária e operadora a nível da Sonangol, o que deverá conferir maior foco e eficiência produtiva daquela empresa pública; 3. Para o ano 2019, foram igualmente definidas estratégias orientadas para a recuperação da produção petrolífera, sendo de destacar: a) O reinício da produção dos campos Raia, Bagre e Albacore, no Bloco 2/05; b) O restabelecimento e melhoria da injecção de água em várias concessões; e c) A entrada em produção, no primeiro semestre, do campo Vandumbu do Bloco 15/06 e do Polo Kaombo Sul, do Bloco 32.
Qual é a estratégia do Executivo para fazer crescer a economia? Fundos Petrolíferos destinados à Diversificação Económica Fundos de Estabilização Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) Fundo Soberano de Angola Fundo de Estabilização Draft
OBRIGADO!