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Transcrição:

Uso de Drogas entre Adolescentes e Jovens Mulheres: uma revisão da literatura Autoras: Patrícia Castro de Oliveira e Silva doutoranda em psicossociologia de comunidades e ecologia social, Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: pati.legionaria@gmail.com Cecília de Mello e Souza professora adjunta Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: ceciliams@uol.com Introdução O presente trabalho apresenta uma breve revisão da literatura sobre o uso de drogas por adolescentes e jovens mulheres, discutindo a necessidade de ampliar o conhecimento sobre esse tema a partir de uma visão psicossocial que analise o fenômeno através de conceitos como gênero e sexualidade. A prioridade da revisão recai sobre a literatura que trate da adolescência e juventude pois, quanto mais precoce o início do consumo maior tempo de exposição do usuário/a a situações de risco tais como, intoxicação aguda, overdose, violência, tentativas de suicídio, comportamento sexual de risco e acidentes de trânsito. Além da maior probabilidade de desenvolver dependência química, um quadro reconhecido como doença pela Organização Mundial de Saúde, de difícil remissão e que tem sérias conseqüências danosas para a vida do indivíduo, para as pessoas com as quais convive e para a sociedade de modo mais amplo. Durante o processo de levantamento de dados foi possível identificar a escassez de trabalhos científicos que tratem especificamente do uso de drogas por adolescentes e jovens mulheres, principalmente na área das ciências sociais. Por outro lado, foram identificadas contribuições das áreas biomédicas que apontam: um aumento de transtornos relacionados ao uso de álcool e outras drogas entre as mulheres a partir da segunda metade do século XX; uma equiparação entre os gêneros quanto ao início do consumo na adolescência, sendo que alguns estudos demonstram inclusive o início do consumo mais freqüente e precoce para as meninas em relação a determinadas substâncias e ainda, uma maior vulnerabilidade das mulheres às conseqüências médicas do consumo de álcool e outras drogas.

A pesquisa sobre as especificidades do uso de drogas entre adolescentes e jovens mulheres sob a perspectiva psicossocial é uma necessidade, pois pode contribuir para o entendimento do fenômeno, para uma ação preventiva mais efetiva e para desenvolvimento de programas de tratamento que atendam as demandas específicas de mulheres usuárias. Material e Método A composição do presente trabalho resultou de pesquisas nas bases de dados Minerva, Bireme e Scielo, a partir das seguintes palavras-chave: drogas, adolescência, adolescentes mulheres, usuárias de drogas, gênero e/ou sexualidade. Desta etapa, foram examinados os resumos de 58 artigos resultado de pesquisas realizadas no Brasil. Na íntegra para o presente trabalho, foram analisados os artigos que tratavam especificamente sobre uso de drogas na adolescência e uso de drogas por mulheres, não tendo sido encontrado nenhum artigo sobre adolescentes mulheres usuárias de drogas. A exceção se faz para 2 artigos cujo foco principal era a gravidez na adolescência e o uso de drogas era tomado como tema transversal. Foram analisadas ainda dissertações de mestrado, teses de doutorado, capítulos de livros e livros, seguindo as mesmas especificidades acima citadas. O material final analisado na íntegra constou de 13 artigos, 3 dissertações, 1 tese, 7 capítulos de livros e 1 livro. Resultados As pesquisas evidenciam que as adolescentes experimentam drogas (incluídos álcool e tabaco) um ano mais tarde que os meninos. No entanto, o uso pesado (excetuandose álcool e tabaco) é idêntico para ambos os sexos, ou seja, as adolescentes experimentam mais tarde as drogas mas, estabelecem um padrão problemático de uso mais rapidamente. Alguns autores ao se referir ao desenvolvimento mais rápido de uso pesado e dependência química entre as mulheres afirmam que pesquisas realizadas com jogadoras patológicas apresentam o mesmo resultado de telescoping effect 1. Esses achados derrubariam a hipótese 1 Termo utilizado na área biomédica para se referir ao desenvolvimento mais rápido de uso pesado e dependência química entre mulheres se comparadas aos homens.

de que o telescoping effect tem base farmacodinâmica e quanto a isso, apontam para a necessidade de estudos de aspectos psicológicos e sociais. Outro dado importante é que adolescentes e jovens do sexo feminino estão usando drogas (exceto álcool e tabaco) mais freqüentemente que os homens e o início do consumo muitas vezes se dá com o namorado ou parceiro. Do ponto de vista psicossocial alguns dados merecem maior atenção, tais como: as adolescentes e jovens que fazem uso freqüente de drogas, mantém um padrão de estabelecer relações amorosas com homens usuários de drogas ao longo da vida, o que dificulta e muitas vezes impede que parem de usar ou busquem tratamento. Por outro lado, esse dado não é encontrado no universo de homens usuários e dependentes de drogas que via de regra, não repetem ao longo da vida o padrão de manter relações amorosas com mulheres usuárias de drogas. Além disso, nestas relações amorosas a violência de gênero, parece ser constante e fator que contribui para a manutenção do consumo pelas mulheres. A mulher que se droga encontra-se em situação de maior vulnerabilidade, sendo ela mais estigmatizada socialmente que o homem, na maioria das vezes não diagnosticada e encaminhada para tratamento adequado e buscando menos tratamento para problemas relacionados ao uso de substâncias químicas se comparada ao homem. Além disso, pesquisas identificadas demonstraram que as mulheres são mais vulneráveis do que os homens às conseqüências médicas do consumo de álcool e outras drogas e a um número maior de tentativas de suicídio vinculadas ao uso. Conclusões Ainda é tímida a participação na produção de conhecimento por áreas que não a biomédica e a psicologia clínica sobre o uso de drogas por mulheres, principalmente adolescentes e jovens mulheres. No processo de levantamento de dados para o presente trabalho não foi identificada dentro das áreas humanas e sociais nenhuma contribuição que abordasse o assunto do ponto de vista psicossocial. Nenhum trabalho que analisasse o uso de drogas pelas adolescentes através de um olhar sobre questões de gênero e a sexualidade. Por outro lado, as pesquisas encontradas apontam para a necessidade de estudos desta ordem, tendo em vista as questões de áreas biomédicas como o telescoping effect, padrões de uso pesado iniciado na adolescência e maior vulnerabilidade das mulheres à danos

físicos causados pelo consumo. Além de dados importantes que certamente podem ser analisados a partir da teoria de gênero, tal como o início do consumo com namorados e a manutenção de relacionamentos afetivo-sexuais com homens usuários de drogas ao longo da vida. Cabe ressaltar que foram identificados esforços de pesquisadores/as que analisam o tema de uso de álcool e outras drogas sobre uma perspectiva antropológica e psicossocial no entanto, observou-se que as mulheres e especificamente as adolescentes usuárias ainda merecem maior atenção. Eixo de inserção do XIV Encontro: 09 Saúde Introdução O abuso de drogas é um fenômeno que vem trazendo conseqüências cada vez mais devastadoras, com grande impacto social em diversos locais do mundo globalizado e capitalista. O mais recente relatório sobre a utilização de substâncias químicas produzido pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC, 2007) indica que consumo mundial de cocaína tem se mantido estável, no entanto no Brasil foi identificado um aumento no uso da substância da ordem de 50%, do ano de 2001 para 2005. A situação do consumo de maconha também chama a atenção, pois dos países da América Latina o Brasil foi identificado como aquele onde ocorreu o maior aumento do consumo, onde a prevalência anual de maconha aumentou de 1% em 2001 para 2,6% em 2005. Nesse contexto, adolescentes e jovens demandam atenção especial tendo-se em vista que, na maioria das vezes é na adolescência ou juventude que ocorre o primeiro contato com as drogas e o estabelecimento de um padrão de uso problemático. Nessa fase, o indivíduo passa por bruscas mudanças biológicas, psíquicas e de inserção social, sendo uma etapa de grande vulnerabilidade no desenvolvimento humano. (CALDEIRA, 1999, p.81). Quanto mais cedo se inicia o uso de drogas mais tempo o indivíduo fica exposto a situações de risco tais como: violência policial e de traficantes, violência sexual (especialmente no caso das mulheres), contaminação por doenças sexualmente

transmissíveis e maiores as chances de se tornar dependente químico (uma doença crônica, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, de difícil remissão e com graves conseqüências tanto para o indivíduo quanto para a sociedade de forma mais ampla). Esses dados apontam a necessidade de ampliar a compreensão do fenômeno e suas especificidades em nossa cultura. Outra questão que precisa ser observada diz respeito à situação específica da mulher que se droga pois, autores afirmam que problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas aumentou entre as mulheres a partir da segunda metade do século XX (BRASILIANO, 2003; ZILBERMAN, 2003). É consenso entre os autores pesquisados que a mulher que se droga se encontra em situação de maior vulnerabilidade, sendo mais estigmatizada socialmente que o homem, não diagnosticada e encaminhada para tratamento adequado e buscando menos tratamento para problemas relacionados ao uso de substâncias químicas se comparada ao homem (ACIOLI, 1999; ALZUGUIR, 2005; BRASILIANO, 2003; EDWARDS; HOCHGRAF, 1995; NOBREGA; 2005; SILVA, 2002; ZILBERMAN, 2003). Dentro desta perspectiva o presente trabalho apresenta uma breve revisão da literatura sobre o uso de drogas por adolescentes e jovens mulheres, discutindo a necessidade de ampliar o conhecimento sobre esse tema a partir de uma visão psicossocial que analise o fenômeno através de conceitos como gênero e sexualidade. Material e Método A composição do presente trabalho resultou de pesquisas nas bases de dados Minerva, Bireme e Scielo, a partir das seguintes palavras-chave: drogas, adolescência, adolescentes mulheres, usuárias de drogas, gênero e/ou sexualidade. Desta etapa, foram examinados os resumos de 58 artigos resultado de pesquisas realizadas no Brasil. Na íntegra para o presente trabalho, foram analisados os artigos que tratavam especificamente sobre uso de drogas na adolescência e uso de drogas por mulheres, não tendo sido encontrado nenhum artigo sobre adolescentes mulheres usuárias de drogas. A exceção se faz para 2 artigos cujo foco principal era a gravidez na adolescência e o uso de drogas era tomado como tema transversal.

Foram analisadas ainda dissertações de mestrado, teses de doutorado, capítulos de livros e livros, seguindo as mesmas especificidades acima citadas. O material final analisado na íntegra constou de 13 artigos, 3 dissertações, 1 tese, 7 capítulos de livros e 1 livro. Resultados Dos 58 artigos encontrados, foram descartados 45 por apresentarem experiências sobre tratamento, psicologia clínica ou por não trazerem dados sobre mulheres. Um total de 13 artigos foram selecionados para análise, os quais são mencionados ao longo do trabalho de forma sintetizada, a fim de evidenciar a situação atual do uso de drogas entre adolescentes e jovens no Brasil. Os demais estudos incluídos foram obtidos através de dissertações de mestrado, uma tese de doutorado, 1 livro e 7 capítulos de livros, possibilitando assim, um maior número de trabalhos revisados. Pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID (CARLINI et al, 2002), envolvendo 107 maiores cidades do país, identificou que 11,2% da população brasileira é dependente de álcool sendo que, a prevalência da dependência está na faixa etária de 18-24 anos. Dado que ratifica início do uso precoce tendo em vista que a dependência química leva alguns anos para se instalar. Em 2004, pesquisa realizada com estudantes da rede pública em 27 capitais brasileiras, identificou que a média de idade para experimentação do álcool é em torno de 12,5 anos e para a maconha e cocaína em torno dos 14 anos (GALDURÓZ et al, 2004). Esses são achados importantes pois, quanto mais precoce o início do consumo maior tempo de exposição do usuário/a a situações de risco tais como, intoxicação aguda, overdose, violência, tentativas de suicídio, comportamento sexual de risco e acidentes de trânsito. Além disso no caso específico de mulheres, pesquisas indicam que estas iniciam o uso via de regra, com namorados ou amigos de sexo masculino e mantém um padrão ao longo da vida de se relacionar com homens usuários de drogas, o que dificulta muito sua recuperação (BAUER, 1982; SCIVOLETTO et al, 2001; SIMAO et al, 2002). Estes dados não são encontrados no universo de homens usuários e dependentes de drogas que,

costumam iniciar o uso com outros homens e tendem a não estabelecer relações sexoafetivas estáveis com mulheres usuárias de drogas. Além disso, pesquisas identificadas demon5straram que as mulheres são mais vulneráveis do que os homens às conseqüências danosas orgânicas do consumo de álcool e outras drogas e a um número maior de tentativas de suicídio vinculadas ao uso (HOCHGRAF, 1995; SCIVOLETTO, 2001; ZILBERMAN, 2003). O levantamento de dados permitiu a identificação de várias pesquisas epidemiológicas realizadas nos últimos 10 anos (ARAUJO et al, 1998; ALBROMOVAY et al, 2005; CARLINI et al, 2002; GALDURÓZ et al, 2004; MUZA et al, 1997; TAVARES et al, 2001, 2004), a maior parte destas realizadas entre estudantes do ensino médio e universitários/as brasileiros/as. Este é um achado que merece atenção pois, não abrange aqueles/as adolescentes e jovens que não estão na escola ou aqueles/as que não estudam em instituições públicas (campo da maioria das pesquisas). As referidas pesquisas objetivaram identificar dados como o perfil sócio-econômico, tipo de substância utilizada, freqüência e padrão de uso e expectativas em relação à substância. Os dados colhidos apontam a utilização cada vez mais precoce e instalação de padrões de uso pesado 2 e dependência química nessa população. Em relação ao sexo dos/as usuários/as, as pesquisas evidenciam que as adolescentes experimentam drogas (incluídos álcool e tabaco) um ano mais tarde que os meninos (SIMÃO et al, 2002; CARLINI et al, 2002). No entanto, o uso pesado (excetuando-se álcool e tabaco) é idêntico para ambos os sexos, ou seja, as adolescentes experimentam mais tarde as drogas mas estabelecem um padrão problemático de uso mais rapidamente. Zilberman (2003) ao se referir ao desenvolvimento mais rápido de uso pesado e dependência química entre as mulheres afirma que as pesquisas realizadas com jogadoras patológicas apresentam o mesmo resultado de telescoping effect 3. Segundo a autora, esses 2 Não há um consenso no meio acadêmico quanto a referencial para uso pesado, a maioria das pesquisas utiliza o referencial de uso de drogas 20 vezes ou mais no mês. De todo modo, o uso pesado envolve a identificação de problemas emocionais, familiares e sociais devido ao uso. Quanto a dependência química nas pesquisas são utilizados critérios do DSM IV que incluem perda de controle do uso (usou mais que pretendia), tolerância (tem utilizado quantidades maiores para obter os mesmos efeitos), compulsão e sinais e sintomas de abstinência. 3 Termo utilizado na área biomédica para se referir ao desenvolvimento mais rápido de uso pesado e dependência química entre mulheres se comparadas aos homens.

achados derrubariam a hipótese de que o telescoping effect tem base farmacodinâmica e quanto a isso, aponta a necessidade de estudos de aspectos psicológicos e sociais. Outro achado importante é que adolescentes e jovens do sexo feminino estão usando drogas (exceto álcool e tabaco) mais freqüentemente que os homens (GALDURÓZ et al, 2004; ZILBERMAN, 2003) e o início do consumo muitas vezes se dá com o namorado ou parceiro (ALZUGUIR, 2005; GIUSTI et al, 2002; SCIVOLETTO, 1999; SIMÃO et al, 2005). Do ponto de vista psicossocial alguns dados merecem maior atenção, tais como: as adolescentes e jovens que fazem uso freqüente de drogas, mantém um padrão de estabelecer relações amorosas com homens usuários de drogas ao longo da vida, o que dificulta e muitas vezes impede que parem de usar ou busquem tratamento. Por outro lado, esse dado não é encontrado no universo de homens usuários e dependentes de drogas que via de regra, não repetem ao longo da vida o padrão de manter relações amorosas com mulheres usuárias de drogas. Além disso, pesquisas indicam que nestas relações amorosas a violência de gênero, parece ser constante e fator que contribui para a manutenção do consumo pelas mulheres (ALZUGUIR, 2005; NOBREGA, 2005; SILVA, 2002). Nóbrega (2005), chama atenção para a perda do apoio social a mulheres usuárias de álcool acontece mais rapidamente, devido a baixa tolerância social em relação a seu hábito de beber e coloca ainda a dificuldade que a mulher encontra para buscar tratamento e quando o faz chega normalmente sozinha e pede para o parceiro não ser informado. Outros autores também apontam para a dificuldade da mulher alcoolista ou usuária de outras drogas buscar e encontrar tratamento adequado a suas demandas. Silva (2002) ao entrevistar mulheres alcoolistas identificou que apesar delas freqüentarem grupos de Alcoólicos Anônimos não se sentiam à vontade lá, por acreditar que não eram tratadas com respeito e que suas questões levadas ao grupo não eram tomadas com a devida seriedade pelos membros homens, na verdade a maioria dos freqüentadores. Edwards (1997) coloca que as dificuldades no tratamento de mulheres, deveriam ser repensadas, em termos da capacidade do enfoque terapêutico mais do que em termos de recalcitrância das pacientes. Apesar dos dados acima citados quando ao consumo de substâncias químicas por adolescentes e jovens mulheres e o fato de a maioria dos autores apontar a necessidade de maiores estudos sobre essa população e estudos de ordem psicossocial. Para o presente

trabalho foram encontrados apenas três estudos qualitativos, com uma perspectiva psicossocial e ainda assim, todos com mulheres alcoolistas (ALZUGUIR, 2005; NOBREGA, 2005; SILVA, 2002). As contribuições são pioneiras e contribuem para a compreensão do fenômeno do alcoolismo em mulheres, no entanto é importante problematizar que são necessários estudos com mulheres usuárias de drogas, principalmente as ditas ilícitas pois, estas mulheres encontram-se em situação de vulnerabilidade acrescida se comparada às mulheres alcoolistas. É preciso ter claro que a ilegalidade do uso as expõe a inúmeros riscos para obtenção da droga, tais como: violência policial, violência do tráfico, violência sexual. A maior parte das contribuições identificadas sobre o uso de drogas por adolescentes e jovens são da área biomédica, o que aponta para uma lacuna que precisa ser preenchida pelas ciências humanas e sociais, pois estas podem contribuir para responder questões que a própria área biomédica reconhece não dar conta, tal como o telescoping effect e o fato de as meninas iniciarem o consumo de drogas com seus namorados e escolherem ao longo da vida parceiros usuários de drogas, quando isso não é encontrado no universo masculino. Os homens usuários de drogas não costumam escolher mulheres também usuárias para estabelecer laços afetivos estáveis e costumam abandonar a companheira usuária (BAUER, 1982; NOBREGA, 2005; SIMAO, 2002). Seria importante se futuros estudos das áreas biomédicas e ciências sociais e humanas buscassem dar conta de adolescentes e jovens mulheres que iniciam o uso com parceiros que escolheram, também usuários de drogas. Conclusões Durante o processo de levantamento de dados foi possível identificar a escassez de trabalhos científicos que tratem especificamente do uso de drogas por adolescentes e jovens mulheres, principalmente na área das ciências sociais. Por outro lado, foram identificadas contribuições das áreas biomédicas que apontam: um aumento de transtornos relacionados ao uso de álcool e outras drogas entre as mulheres a partir da segunda metade do século XX (BRASILIANO, 2003; ZILMERMAN, 2003); uma equiparação entre os gêneros quanto ao início do consumo na adolescência (SCIVOLETTO et al, 2001), sendo que alguns estudos demonstram inclusive o início do consumo mais freqüente e precoce para as meninas em

relação a determinadas substâncias e ainda, uma maior vulnerabilidade das mulheres às conseqüências médicas do consumo de álcool e outras drogas (CARLINI et al 2004; HOCHGRAF, 1995; NOBREGA, 2005; ZILMERMAN, 2003). Cabe ressaltar que a maioria dos estudos epidemiológicos identificados e realizados com adolescentes e jovens, foram realizados em escolas e/ou universidades públicas. É importante que estudos sejam realizados com esses/as jovens em boites, barzinhos, shopping centers, praias (locais onde o uso de maconha é comum), raves (festas regadas a drogas sintéticas) de modo a obtermos informações importantes sobre adolescentes e jovens usuários/as de drogas que não estão na escola e/ou universidade pública. No processo de levantamento de dados para o presente trabalho não foi identificada dentro das áreas humanas e sociais nenhuma contribuição que abordasse a utilização de drogas por adolescentes e jovens mulheres do ponto de vista psicossocial. Nenhum trabalho foi encontrado que analisasse o uso de drogas pelas adolescentes através de um olhar sobre questões de gênero e a sexualidade. Por outro lado, as pesquisas encontradas apontam para a necessidade de estudos desta ordem, tendo em vista as questões de áreas biomédicas como o telescoping effect, padrões de uso pesado iniciado na adolescência e maior vulnerabilidade das mulheres aos danos físicos. Além de dados importantes que certamente podem ser analisados a partir da teoria de gênero, tal como o início do consumo com namorados e a manutenção de relacionamentos afetivo-sexuais com homens usuários de drogas ao longo da vida. Cabe ressaltar que foram identificados esforços de pesquisadores/as que analisam o tema de uso de álcool e outras drogas sobre uma perspectiva antropológica e psicossocial no entanto, observou-se que as mulheres e especificamente as adolescentes e jovens usuárias ainda merecem maior atenção. BIBLIOGRAFIA ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M.G. Jovens e Drogas Ilícitas, In: ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M.G., Drogas nas Escolas: versão resumida. Brasília: UNESCO, 2005, p.63-86.

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