PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEWTON NEVES (Presidente), ALMEIDA TOLEDO E PEDRO MENIN.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO MENIN (Presidente), SYDNEI DE OLIVEIRA JR. E ROBERTO MORTARI.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ALEX ZILENOVSKI (Presidente sem voto), ALMEIDA SAMPAIO E FRANCISCO ORLANDO.

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TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 5º GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITO CRIMINAL ACÓRDÃO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ENCINAS MANFRÉ (Presidente sem voto), RICARDO SALE JÚNIOR E SÉRGIO MAZINA MARTINS.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores XAVIER DE SOUZA (Presidente) e PAIVA COUTINHO.

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TURMA RECURSAL ÚNICA J. S. Fagundes Cunha Presidente Relator

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Apelação Criminal n Relator: Desembargador Sidney Eloy Dalabrida

São Paulo, 1º de dezembro de 2017.

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provimento ao apelo defensivo, para absolver o réu, com fundamento no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal.

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São Paulo, 11 de dezembro de 2014.

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Órgão Classe N. Processo : : :

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Quarta Câmara Criminal. Apelação Criminal nº

Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2015.0000864349 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309, da Comarca de Jundiaí, em que é apelante NIVALDO SOARES DOS SANTOS, é apelado MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso, nos termos do v. acórdão. v.u.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GUILHERME DE SOUZA NUCCI (Presidente), LEME GARCIA E BORGES PEREIRA. São Paulo, 17 de novembro de 2015. Guilherme de Souza Nucci RELATOR Assinatura Eletrônica

Apelação criminal nº 0011104-47.2014.8.26.0309 Comarca: Jundiaí Apelante: Nivaldo Soares dos Santos Apelado: Ministério Público VOTO Nº. 11.516 Apelação. Desacato, resistência, dano e lesão corporal. Alegada fragilidade probatória. Não ocorrência. Versão defensiva isolada nos autos. Versão acusatória confirmada pelos harmônicos depoimentos policiais, os quais foram corroborados pela prova pericial. Crime de dano. Chutes contra a viatura policial. Absorção pelo crime de resistência. Necessidade. Crime meio. Penas. Elevação da pena-base. Impossibilidade. Personalidade analisada apenas através de folha de antecedentes. Elevação por tratar-se de conduta que 'denota descaso para com as autoridades'. Inviabilidade. Circunstância própria aos tipos penais de resistência e desacato. Fixação da pena-base no piso legal. Acréscimo em 1/6 pela reincidência. Regime semiaberto mantido. Apelo parcialmente provido. Pela sentença de fls. 81/88, proferida em 02/09/2014 pelo MM. Juiz de Direito, Dr. André Pereira de Souza, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Jundiaí, NIVALDO SOARES DOS SANTOS foi condenado às penas de 1 ano, 7 meses e 1 dia de detenção, e 1 ano, 4 meses e 10 dias de reclusão, tudo em regime inicial semiaberto, e pagamento de 12 dias-multa, dando-o como incurso nos artigos 331, caput; 329, caput; 129, 1º, I; e 163, parágrafo único, III, na forma do art. 69, todos do Código Penal. As privativas de liberdade foram substituídas por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária de 2 salários mínimos destinados a entidade assistencial Irresignada, a defensoria do réu maneja Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 2

recurso de apelação alegando fragilidade probatória quanto ao crime de lesão corporal; ausência de dolo quanto aos crimes de resistência e desacato; e possibilidade de aplicação do princípio da insignificância quanto ao crime de dano. Subsidiariamente, pugnou pela absorção dos crimes de lesão corporal e resistência pelo crime de desacato, a redução das penas, a alteração do regime inicial de cumprimento da pena e a diminuição do valor arbitrado a título de prestação pecuniária (fls. 116/128). O Ministério Público se bateu pelo acerto do decisum (fls. 130/135) e a Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo improvimento do apelo (fls. 154/164). É o relatório. Segundo consta, em 01/06/2014, durante regular patrulhamento, fora o acusado, conhecido por atuar no tráfico de drogas, abordado pelos milicianos. Não aceitando a abordagem, tentou o réu fugir, sendo que, após ser contido pelos próprios milicianos, passou a ofendê-los verbalmente. Não satisfeito, o acusado desferiu chutes contra um dos policiais, atingindo e fraturando a mão do mesmo. Já algemado, o acusado, que ainda agia com violência, foi conduzido à viatura policial, tendo, antes de entrar no veículo, desferido diversos chutes que acabaram por danificar a placa e limpa-vidros traseiros do automóvel. Interrogado em solo policial, o acusado optou por permanecer em silêncio. Sob o crivo do contraditório, o acusado Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 3

negou a autoria dos fatos, apontando, ainda, ter sido agredido pelos policiais, esclarecendo que a fratura verificada na mão do policial Rilley se deu quando este lhe deu um soco na boca. Apontou ter se recusado a entrar na viatura por temer ser agredido pelos policiais, afirmando estar embriagado na ocasião dos fatos. Os milicianos Rilley e Patrick, tanto em sede inquisitorial quanto em juízo, prestaram declarações claras e harmônicas, confirmando integralmente os fatos descritos na exordial acusatória. Informaram ser o acusado conhecido nos meios policiais, já tendo sido anteriormente abordado em situação semelhante. Nesta esteira, esclareceram que, na ocasião, o réu, ao notar a aproximação da viatura, comunicou-se com terceira pessoa através de um rádio transmissor que trazia consigo, tendo, logo em seguida, dispensado tal objeto ao solo. Tal situação causou estranheza aos policiais, motivo pelo qual o abordaram. Ao ser abordado, o réu passou a proferir palavras de baixo calão dirigidas aos policiais, tais como filhos da puta e vermes desgraçados. Ainda, passou a desferir chutes contra os mesmo, atingindo e fraturando a mão do policial Rilley. Encaminhado à viatura, o acusado desferiu novos chutes, danificando a placa traseira e o limpador do para-brisa também traseiro. Por fim, pontuaram os milicianos que, em Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 4

solo policial, teria o réu informado receber R$ 120,00 por dia para avisar aos traficantes, pelo rádio transmissor, sobre a chegada de policiais no local; e, se perdesse o aparelho, deveria pagar R$ 200,00. O laudo periciail de fls. 62/64 comprova o dano causado ao patrimônio público. O exame de corpo de delito de fls. 65/66, somado ao exame complementar de fls. 69/70, demonstram a fratura sofrida por Rilley, concluindo pela lesão corporal de natureza grave ante a incapacidade para as atividades habituais por mais de trinta dias. Do conjunto probatório coligido, verifico restar isolada nos autos a negativa apresenta pelo réu, enquanto a versão acusatória restou bem demonstrada pelas claras e harmônicas palavras dos milicianos, as quais foram, ainda, corroboradas pela prova pericial produzida. Desta feita, não se há falar em fragilidade do conjunto probatório. Contudo, uma observação deve ser feita quanto ao crime de dano. Note-se que os chutes desferidos contra a viatura tinham por objetivo justamente impedir a execução de ato legal, qual seja, a colocação do réu no interior do imóvel policial. Trata-se, portanto, de crime meio em relação à resistência, devendo ser por esta absorvida. Quanto à lesão corporal, impossível falar- Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 5

se em absorção em virtude de expressa previsão legal contida no 2º do art. 329 do Código Penal. Resta, destarte, a condenação pelos crimes de desacato, resistência e lesão corporal grave. Passo à análise das reprimendas. Na primeira fase da dosimetria, as reprimendas foram postam 1/6 acima do mínimo legal por entender, o magistrado a quo, que a conduta denota descaso com as autoridades públicas, bem como por entender possuir o acusado personalidade voltada à prática de delitos. Inicialmente, destaco ser próprio aos tipos penais em questões o descaso para com as vítimas do desacato e da resistência, não podendo tal circunstância ser valorada na pena base. Quanto à personalidade, entendo ser esta formada por um conjunto de fatores respectivos ao indivíduo, em parte adquirida e em parte herdada, não se confundindo com os registros criminais eventualmente por ele ostentados, não podendo ser apurada pela simples observação de sua folha de antecedentes. Desta feita, as pena-base devem permanecer no patamar mínimo para todos os delitos. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência, as reprimendas de cada infração são elevadas em 1/6, tornando-se definitivas à míngua de causas de aumento ou diminuição. Eis as reprimendas finais: Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 6

a) 7 meses de detenção pelo delito de desacato; b) 2 meses e 10 dias de detenção pelo delito de resistência; c) 1 ano e 2 meses de reclusão pelo delito de lesão corporal grave. O regime inicial semiaberto deve ser mantido em virtude da reincidência do apelante. No mais, as reprimendas foram substituídas por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária de dois salários mínimos. Neste ponto, havendo indícios de receber, diariamente, o valor de R$ 120,00, não se há falar em descompasso entre o valor arbitrado e a renda auferida pelo apelante. Ante o exposto, pelo meu voto, dou parcial provimento ao apelo defensivo para absolver o acusado em relação ao crime de dano; e fixar as reprimendas em 7 meses de detenção pelo delito de desacato; 2 meses e 10 dias de detenção pelo delito de resistência; 1 ano e 2 meses de reclusão pelo delito de lesão corporal grave, mantendo-se, no mais, a r. sentença atacada. GUILHERME DE SOUZA NUCCI Relator Apelação nº 0011104-47.2014.8.26.0309 7