PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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Alexandre Casqueira Dreer
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ACÓRDÃO Registro: 2015.0000243412 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Em Sentido Estrito nº 0952363-56.2012.8.26.

ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.

1 ACÓRDÃO Registro: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Em Sentido Estrito nº , da Comarca de Ribeirão Preto, em que é recorrente/querelante JOSE RIBEIRO, é recorrido MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO e Querelado LUCIA APARECIDA TONIELLI JORGETI. ACORDAM, em 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GUILHERME DE SOUZA NUCCI (Presidente), OSNI PEREIRA E BORGES PEREIRA. São Paulo, 14 de abril de Guilherme de Souza Nucci RELATOR Assinatura Eletrônica

2 Recurso em sentido estrito nº Comarca: Ribeirão Preto Recorrente: José Ribeiro Recorrida: Lúcia Aparecida Tonielli Jorgeti VOTO Nº Recurso em sentido estrito. Decisão de rejeição da queixacrime. Calúnia e difamação. Procuração que não cumpre os requisitos do art. 44 do CPP. Atuação de defensor dativo nomeado pela Defensoria Pública. Alegação de ser dispensável o instrumento de mandato. Prerrogativa que não se aplica ao ajuizamento de ação penal privada. Inteligência do art. 16, parágrafo único, b, da Lei 1.060/50. Recurso improvido. Trata-se de recurso em sentido estrito, interposto pelo querelante, José Ribeiro, contra a decisão de fls. 33/34, proferida em 09/09/2013 pelo MM. Juiz de Direito, Dr. Guacy Sibille Leite, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Ribeirão Preto, que rejeitou a queixa-crime ofertada contra Lúcia Aparecida Tonielli Jorgeti, imputando-lhe a prática das condutas prevista nos arts. 138 e 139, ambos do Código Penal. Sustenta o causídico ter sido nomeado como defensor dativo, através de convênio com a Defensoria Recurso Em Sentido Estrito nº

3 Pública, razão pela não se faz necessário a juntada aos autos de instrumento de procuração com poderes específicos. O recurso foi respondido (fls. 65/68), a decisão foi mantida por seus próprios fundamentos (fls. 70) e a Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo improvimento do reclamo (fls. 77/78). Sem razão o recorrente. O magistrado a quo rejeitou a queixacrime por entender não estarem cumpridos os requisitos do art. 44 do Código de Processo Penal, em especial a juntada aos autos de procuração com poderes específicos para a propositura da ação penal, na qual contenha a descrição do fato criminoso. Sustenta o causídico que o fato de ter sido nomeado como defensor dativo dispensa o cumprimento de tal formalidade, bastando constar dos autos o ofício de nomeação. Alega, ainda, ter se valido de desnecessária cautela ao juntar aos autos procuração simples, com poderes genéricos, nos termos do art. 38 do Código Processo Civil. A questão é de simples solução e encontra resposta no art. 16, parágrafo único, b, da Lei 1.060/50, in verbis: Art.16. Parágrafo único. O instrumento de mandato não será exigido, quando a parte for representada em juízo por advogado integrante de entidade de direito público Recurso Em Sentido Estrito nº

4 incumbido na forma da lei, de prestação de assistência judiciária gratuita, ressalvados: (...) b) o requerimento de abertura de inquérito por crime de ação privada, a proposição de ação penal privada ou o oferecimento de representação por crime de ação pública condicionada. Como se verifica, na pontual hipótese de ajuizamento de ação penal privada, não fica o defensor dativo dispensado de apresentar instrumento de mandato. E se assim deve proceder, por certo deve respeitar todas as formalidades inerentes ao instrumento procuratório a ser acostado aos autos, no caso, aquelas constantes do ar. 44 do Código de Processo Penal. Nesse sentido já entendeu este Tribunal de Justiça: De pronto, a condição de defensor dativo não lhe dá prerrogativa outra, especialmente, em função dos pressupostos e exigências legais, de modo que a representação processual deve obedecer à norma, na espécie, o artigo 44 do CPP. (TJSP, Recurso em Sentido Estrito , 13ª Câmara Criminal, Rel. Augusto de Siqueira, j. 16/01/2014) Ante o exposto, pelo meu voto, nego provimento ao presente recurso, mantendo-se, na íntegra, a r. Recurso Em Sentido Estrito nº

5 decisão atacada. GRUILHERME DE SOUZA NUCCI Relator Recurso Em Sentido Estrito nº

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