EFEITO DO TREINO PROPRIOCEPTIVO NA PREVENÇÃO DA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO: uma revisão de literatura

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Transcrição:

1 Rubens Gabriel Calazans Rezende Júnior EFEITO DO TREINO PROPRIOCEPTIVO NA PREVENÇÃO DA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO: uma revisão de literatura Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013

2 Rubens Gabriel Calazans Rezende Júnior EFEITO DO TREINO PROPRIOCEPTIVO NA PREVENÇÃO DA INSTABILIDADE CRÔNICA DO TORNOZELO: uma revisão de literatura Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Fisioterapia Esportiva da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do titulo de Especialista em Fisioterapia Esportiva. Orientador: Profa. Claudia Venturini Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013

3 R467e 2013 Rezende Júnior, Rubens Gabriel Calazans Efeito do treino proprioceptivo na prevenção da instabilidade cronica de tornozelo: uma revisão de literatura. [manuscrito] / Rubens Gabriel Calazans Rezende Júnior 2013. 26f., enc.:il. Orientadora: Claudia Venturini Especialização (monografia) Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Bibliografia: f. 25-26 1. Ortopedia. 2. Traumatismos do tornozelo. 3. Articulações do tornozelo. I. Venturini, Claudia. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. III. Título. CDU: 612.76 Ficha catalográfica elaborada pela equipe de bibliotecários da Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.

4 RESUMO As lesões da articulação do tornozelo são consideradas as mais comuns nos esportes coletivos e apresentam recorrência de 80% dos casos. A literatura é controversa quanto ao efeito do tratamento conservador no tratamento destas desordens, sendo que a maioria dos casos apresenta sintomas tardios, gerando instabilidade funcional do tornozelo. Alguns artigos mostram que a alteração da propriocepção articular, alteração do tempo de resposta reflexa após o estiramento muscular e a perda da capacidade do mecanismo de feedfoward da articulação interfere na funcionalidade do tornozelo. A partir deste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão critica da literatura sobre o efeito do treinamento proprioceptivo na prevenção da instabilidade crônica do tornozelo. O levantamento bibliográfico foi feito nas bases de dados Medline/PubMed, Scielo, Lilacs, e Bireme e nas referências dos artigos selecionados. Os resultados do estudo indicaram incialmente uma busca de 92 artigos. Os artigos selecionados de acordo com o desfecho de interesse resultou em uma amostra de 11 artigos, sendo composta 10 ensaios clínicos aleatórios e 1 estudo de caso. De uma forma geral, não existe consenso na literatura com respeito aos protocolos utilizados no treinamento proprioceptivo destes estudos. Os resultados dos estudos demonstraram melhora da propriocepção após tratamentos, porém foi observada grande variabilidade metodológica, o que dificultou a comparação entre os achados dos estudos. Palavras-chave: Lesões. Entorse de tornozelo. Prevenção. Treinamento proprioceptivo.

5 ABSTRACT Injuries of the ankle joint are considered the most common in collective sports and have recurrence in 80% of cases. The literature is controversial as to the effect of conservative treatment of these diseases, and most cases develop symptoms later, generating functional instability of the ankle. Some articles show that the reduce in joint proprioception as well as in the response time after the muscle stretch reflex and the loss of joint feedforward mechanism interferes in the functionality of the ankle. From this context, the objective of this study was to critically review the literature on the effect of proprioceptive training in the prevention of chronic ankle instability. The bibliographic search was done in Medline / PubMed, SciELO, Lilacs, and Bireme and references of selected articles. The result of the study indicated initially 92 articles. The articles selected according to the outcome of interest resulted in a sample of 11 items, consisting of 10 randomized clinical trials and one case study. In general, there is no consensus in the literature regarding to the protocols of proprioceptive training used in these studies. The Studies results demonstrated an improvement in proprioception after treatment, however great methodological variability was observed, making it difficult to compare the findings of the studies Keywords: Injury. Sprains ankle. Prevention. Proprioceptive training.

6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 6 2 METODOS... 8 3 RESULTADOS... 9 3.1 Caracterização dos estudos selecionados... 10 4 DISCUSSÃO... 19 5 CONCLUSÃO... 21 REFERÊNCIAS... 22

7 1 INTRODUÇÃO As lesões de tornozelo são as mais comuns no esporte coletivo, sendo a mais prevalente, as entorses em inversão do tornozelo (1, 2, 3, 4). Vários fatores contribuem para estas disfunções, em particular movimentos que exigem paradas bruscas, mudanças de direções, tipos de calçados e pisos, movimentos de giro e aterrissagem de saltos (5). Em 2003, nos EUA foram estimados custos médicos para o tratamento das entorses de tornozelo em jogadores de futebol e basquete de US $ 70 milhões, e custos indiretos de US $ 1,1 bilhão. (5) De acordo com a literatura, a prevalência de recorrência de entorses laterais de tornozelo após a primeira lesão é de aproximadamente 80% dos casos. Além disso, é observado que após tratamento conservador ocorre permanência de alguns sintomas tardios, como dor crônica, diminuição da amplitude de movimento, lesões ligamentares, lesões capsulares, diminuição da força dos eversores tornozelo, diminuição da propriocepção articular (9, 8, 7,4), caracterizando uma instabilidade funcional do tornozelo (10, 9, 8, 7, 5, 2, 1), que gera prejuízos funcionais para os atletas e indivíduos no geral, bem como prejuízos financeiros para os clubes esportivos e para o sistema de saúde (5). Um dos fatores que interfere na funcionalidade do indivíduo com quadro de instabilidade crônica do tornozelo é a alteração da propriocepção articular (9, 13). Alguns autores consideram que esta disfunção esteja relacionada à alteração do tempo de resposta reflexa após o estiramento muscular. Outros autores consideram as disfunções relacionadas à perda da capacidade do mecanismo de feedfoward da articulação, que determina a alteração da resposta antecipatória dos músculos estabilizadores da articulação após situações de perturbação do sistema (2, 15). Alguns autores relatam que a lesão dos ligamentos do tornozelo gera um déficit proprioceptivo, com consequente alteração do controle postural (8, 7, 1). Deficiências do sistema sensório-motor associado à instabilidade funcional foram encontradas em estudos que avaliaram o equilíbrio postural estático

8 durante o teste de Romberg modificado (8, 6, 2, 1). Outros estudos avaliaram alteração do equilíbrio dinâmico por meio de plataformas oscilatórias (6). O tratamento de uma instabilidade funcional de tornozelo sempre inclui o treino proprioceptivo, porém não existe consenso na literatura quanto ao seu efeito (7, 4, 1). Alguns estudos demonstram melhora da estabilização articular e outros demonstram que não existe efeito na estabilização do tornozelo. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão critica da literatura sobre o efeito do treinamento proprioceptivo na prevenção da instabilidade crônica do tornozelo.

9 2 MÉTODOS Foi realizada uma busca da literatura nas bases de dados Medline/PubMed, Scielo, Lilacs, e Bireme. Foram utilizadas as seguintes palavras chaves: injury, sprains ankle, prevention, proprioceptive training e correlatos em português. A busca de artigos foi realizada durante todo o período de elaboração desta revisão da literatura e não houve restrição quanto à data de publicação dos artigos. Os critérios de inclusão do estudo foram: estudos clínicos que avaliaram o efeito dos exercícios proprioceptivos no tratamento e prevenção da instabilidade crônica do tornozelo, sem restrições quanto à modalidade, independente da idade e sexo. Os estudos deveriam incluir treinos proprioceptivos específicos, com intuito de melhorar o senso posicional da articulação do tornozelo e melhorar o risco de lesão. Os critérios de exclusão foram revisões bibliográficas, livros, resumos de dissertações e teses acadêmicas ou estudos que identificaram outras variáveis de desfecho.

10 3 RESULTADOS A busca inicial (FIGURA 1) revelou 92 artigos, sendo 61 excluídos pela leitura do titulo ou eram repetidos entre diferentes bancos de dados. Dos 31 artigos restantes, 19 foram excluídos baseado na leitura dos resumos por não se tratarem de ensaios clínicos e 3 não apresentavam o desfecho de interesse. Foram identificados 2 artigos citados pelos artigos encontrados, totalizando 11 artigos selecionáveis para revisão. FIGURA 1 Processo de seleção de estudos para revisão

11 3.1 Caracterizações dos estudos selecionados A caracterização dos estudos selecionados foi realizado a partir da extração dos seguintes dados: autor, ano, caracterização da amostra (tamanho, atletas x não atletas, idade e disfunção), grupos de comparação, frequência de treinamento e intervenção e desfechos (ver QUADRO 1). QUADRO 1 Caracterização dos estudos selecionados

Caracterização da Amostra Grupos de Freqüência Intervenção 12 Desfechos Comparação Treinamento Tamanho Atleta X Idade Disfunção Não atletas Maarten D 522 Não atletas 12-70 Entorses GC- 266 8 semanas Ambos os grupos O programa de W Hupperets anos laterais de tornozelo GI- 256 3x/semana 30min/dia receberam tratamento conservador, mas o treino proprioceptivo /2009 GI também recebeu além de diminuir treino baseado na significativamente propriocepção por no GC levou a meio DVD instrutivo uma redução de após a reabilitação. 35% de risco de lesão no GI 2010/ 20 Misto 16-32 Instabilidade Dois grupos de 6 semanas Avaliação Após o treino não Mustafa Urguden, et al. (15 atletas e 5 não atletas) anos crônica de tornozelo acordo com o tipo de instabilidade: Grupo instabilidade proprioceptiva, isocinetica e radiológica (ângulo inclinação do talus, espaço tíbiofibular) foi houve diferença significativa. Houve diferença significativa antes do treino do GC

13 mecânica 8 Grupo instabilidade funcional 12 controle - pé sadio. dividido 2 grupos. Pacientes realizaram um programa de reabilitação (alongamento, fortalecimento muscular e exercícios de senso de profundidade com uma prancha de equilíbrio (Foi desenvolvido um dispositivo se simulação de inversão combinado com EMG avaliando o período de resposta reflexa após lesão em inversão). para GI nos treinos proprioceptivos e períodos de latência de TA, FL, FC, FLH, exceto para músculos gastrocnêmicos. Após o treino a diferença do GI na propriocepção foi reduzida (mas não igualada), TA não houve diferença significativa, FC, FL, FLH manteve a diferença. Não houve diferença significativa entre os sujeitos com instabilidade

14 mecânica e funcional. 2007 / 30 Não atletas Não Instabilidade GC 10-6 semanas Treino de Após os treinos Ross ET AL: especific ado funcional de tornozelo Controle (não participou) 5x/semanas coordenação com ou sem uso de indivíduos que fizeram GTC 10 - Treino convencional (treino sem estimulação) estimulação (através de ressonância estocástica), sendo unilateral na espuma, placa de oscilação ou com uma banda de estimulação tinha melhor estabilidade postural em relação aos outros grupos. GTC- 10 - Treino resistência. coordenação através de estimulação (mesmo treino com estimulação).

15 2007 / 54 Atletas Não Entorse lateral GC Grupo 22 semanas O programa constou Grupo de Elke (Basquete) especific de tornozelos controle - 25 3x/semana de 4 habilidades de intervenção cumps ET AL. ado GI Grupo intervenção - 26 5 a 10 min/sessão basquete cada sessão e sua dificuldade foi embora não significativo mostrou taxas progressivamente mais baixas de de pensada (Postura, lesão e menor passe, drible e risco relativos de controle de bola), entorse de utilizando semi- tornozelo. globos. Ufuk Sekir 24 Atletas 21 anos Instabilidade GC pé 6 semanas Aquecimento 10min, Os resultados et al / amadores funcional de saudavel 3x/semana Treino de senso mostram que a 2007. tornozelo unilateral GI pé lesionado +ou- 30min/ dia posicional; Exercício isocinético concêntrico 3 series capacidade proprioceptiva e de equilíbrio poderia de 15. ser recuperado pelo exercício isocinético melhorando

16 desempenho funcional 2006/ A. 20 Não atletas Media Instabilidade Dois grupos de 6 semanas Avaliado 2 grupos de Antes do treino kynsburg 23,3 crônica lateral 10 indivíduos 3x/semana 10 indivíduos através ambos os grupos ET AL. anos do tornozelo sendo 45min/treino Teste de equilíbrio não diferiram GC 10 atletas saudáveis em caixa inclinada (slope-box) antes e pós treino em 11 significativamente em qualquer direção. Após o GI 10 diferentes amplitudes treino GI apenas 7 pacientes de inclinação e 4 pacientes direções diferentes apresentaram (anterior, posterior, melhora sendo 2 medial e lateral). O significativo em treinamento foi todas direções, 5 realizado unilateral parcialmente ou estático ou dinâmico seja algumas em solo estável, mudanças não tapete macio, foram significativas treinador de e 3 não

17 estabilidade e disco apresentaram de tornozelo com ou qualquer melhora. sem controle visual e bola. 2006/ 765 Atletas de Nao Entorse de GC Fase 1 a 4: As fases 1 a 4 No geral 64,5% Timothy ensino especific tornozelos condicionamento 4semanas consistiu de exercício entorses leves (1-7 A. médio de ado padrão 5x/semana durante a pré- dias), 29% McGuine ET AL basquete e futebol GI condicionamento padrão e programa treino de equilíbrio 10min/dia Fase 5: 3x/semana 10min/dia temporada. Na fase 5 (manutenção), foi durante ao longo da temporada. moderadas (8-21 dias), 6,4 graves (+21 dias). Porcentagens de entorse no grupo de intervenção foram significativamente menores do que para os controles,ou seja, reduziu em 38 % a

18 taxa de entorses de tornozelo. 2001/ 22 Atletas de Não Instabilidade 2 grupos 10 semanas Oscilação postural Houve melhora do Matsusak futebol, especific funcional experimentais 5x/semana antes, durante e após equilíbrio no grupo a ET al. basquete e ado unilateral do 10 minutos/ período de treino de treino com handebol tornozelo sessão unilateral em um disco. disco de Apesar de o propriocepção. Grupo equilíbrio postural 1 com uso de fita melhorar 2 adesiva não elástica semanas mais em torno do maléolo cedo no grupo lateral e grupo 2 sem com fita adesiva o fita. estudo ainda é limitado devido a pequeno numero de participantes. 2001 / 10 Não atletas 18-45 Entorse lateral GC pé sadio 8 semanas, Treino de em disco Redução Osborne ET AL. anos do tornozelo GI pé 7dias/semana de propriocepção. No inicio e no final do significativa do tempo de latência

19 lesionado 15min/dia treinamento foi testado através de EMG, a latência do músculo tibial anterior do GC e GI. do tibial anterior em ambos os tornozelos (experimental e controle) após período de treinamento. 1998/ 45 Não atletas 18 a 32 Instabilidade GC - orientado a 6 semanas Unilateral: em uma Grupo Perrin, anos do tornozelo não participar de 3 dias/semana superfície fixa, com experimental teve D.H. funcional fortalecimento 10min/ dia olhos abertos, um desempenho e/ou treino de fechado e pegando significativamente equilíbrio. objetos; em uma melhor (p <0,05) G.2 tratamento placa de inclinação que o outros placebo de com olhos abertos e grupos sobre os estimulação fechados; inversão / pós-testes. Apesar elétrica eversão com olhos de não haver G.experimental: abertos e fechados; e diferenças treino de ficando diagonal com significativas para equilíbrio e olhos fechados e senso de posição

20 coordenação abertos. articular ou índice de oscilação postural os resultados sugerem que o treino de equilíbrio e coordenação pode melhorar algumas medidas de oscilação postural. Carl G. 3 Não atletas Media Entorse de Experimental de 6 semanas treino de força Apesar de não Mattacola/ 17,6 tornozelo caso único 3x/semana (inversores, produzir melhoras 1997 lateral grau 1. 10min/dia. inversores, significativas, os dorsiflexores e resultados flexores plantares revelaram que é com 3 series de 10 evidente que os repetições através de treinos de força e resistência manual) o de

21 seguido de Treino proprioceptivo: equilíbrio dinâmico no disco de propriocepção propriocepção têm influenciado positivamente a capacidade de equilibrar dinamicamente avaliados nas pranchas de equilíbrio.

22 4 DISCUSSÃO Frequentemente, o déficit proprioceptivo de uma articulação lesada pode ser indicativo de futuras lesões. Sendo que o controle sensório-motor proprioceptivo do tornozelo é fundamental para a prevenção e reabilitação de lesões com instabilidade funcional crônica (4). Nos últimos anos, os exercícios de propriocepção têm sido comumente utilizados na prática da medicina esportiva na melhora do senso posicional da articulação, ativação muscular, equilíbrio e funcionalidade, diminuindo também queixas clínicas, e as incidências de lesões (11, 2). Não existe consenso na literatura quanto ao uso dos exercícios proprioceptivos e seu efeito na instabilidade funcional do tornozelo. Dentre os estudos avaliados foi observada grande variabilidade metodológica, considerando os desfechos clínicos, mensurações e tipos de intervenção. Os artigos relacionados no presente estudo variaram o tempo entre 4 a 22 semanas de treinamento proprioceptivo, com freqüência semanal variando entre 3 ate 7 vezes por semana e tempo por sessão variando entre 10 a 45 minutos de treinamento proprioceptivo diário. O mais citado nos programas utilizados nos estudos foi de 6 semanas, numa freqüência de 3 vezes por semana, com 10 minutos diários de treinamento. Além disso, os estudos demonstraram diferentes tipos de exercícios proprioceptivos como treino de equilíbrio em discos proprioceptivos (multidirecionais), plataformas de inclinação (unidirecionais), semi-globos, tapete e espuma. Estes estudos demonstraram melhora do quadro de instabilidade funcional do tornozelo após o treinamento utilizaram entre 6 e 8 semanas, com tempo de treinamento diário entre 15 minutos diários a 3 a 5 vezes por semana. (8,9,11). Além dos exercícios proprioceptivos, existem estudos que verificaram os efeitos das terapias alternativas como bandagens funcionais e estimulação por ressonância estocástica que demonstraram melhoria da instabilidade funcional do tornozelo. Resultados de indivíduos lesionados com instabilidade funcional de tornozelo pós-treino de equilíbrio associado com terapias alternativas como

23 fitas adesivas e estimulação de ressonância estocástica, mostraram melhora significativa a partir da 4 semana e ainda houve melhora da instabilidade postural, sugerindo que estas terapias alternativas agem diretamente sobre mecanoreceptores dos fusos musculares, melhorando a função motora do sistema, aumentando o input aferente dos receptores e ainda estimulando o nervo sural que determina a resposta motora da região lateral do tornozelo (1,8). Com relação à prevenção de lesões de tornozelo, os estudos demonstraram redução da incidência de lesões do tornozelo após treinamento proprioceptivo no grupo de intervenção, comparado ao grupo controle. Estes resultados sugerem que estes protocolos de treinamento não podem ser negligenciados e devem ser incorporados na prevenção de lesões dos atletas, de nível competitivo. Um estudo demonstrou uma redução do risco de lesão do tornozelo de 35% em um grupo de mais de 500 atletas jovens na Holanda que receberam 8 semanas de treino propriocpetivo (11). Além disso, outro estudo demonstrou também a redução do índice de lesões do tornozelo de 38% após treinamento proprioceptivo associado ao treino físico em 700 atletas jovens de futebol e basquete (5). Estudos demonstraram que o treinamento de força muscular do tornozelo após 6 semanas influenciaram positivamente a capacidade de equilibrar, melhora da força e capacidade funcional, por meio de um protocolo de exercícios isocinéticos. Esses resultados indicam que o reforço muscular pode favorecer a melhora da propriocepção por meio do estímulo dos receptores tipo fuso muscular e órgãos tendinosos de Golgi (2,6,10). Os resultados destes estudos indicam que exercícios simples e de baixo custo apresentam efeitos positivos na prevenção e reabilitação de indivíduos com instabilidade crônica funcional ou após entorses laterais do tornozelo. Demonstram também que o treinamento da estabilização do tornozelo promove a melhora da ativação dos mecanoreceptores articulares com conseqüente melhora da propriocepção articular (2). Neste sentido, o treinamento isocinético do tornozelo, deve ser estimulado a ser utilizado no treinamento de força

24 destes grupos musculares do tornozelo visando atingir velocidades controladas em amplitude máxima de movimento. Na elaboração do programa de prevenção de lesões é importante determinar uma abordagem multiprofissional de todo o departamento de saúde no atendimento dos atletas, baseando nos mecanismos de lesões e utilizando treinos proprioceptivos específicos para cada modalidade esportiva. Estudos futuros de seguimento (follow-up) para determinar o efeito à longo prazo dos treinamentos proprioceptivos na prevenção e eficácia do treinamento nas instabilidades funcionais de tornozelo são importantes para determinar o planejamento cuidadoso e a efetividade do tratamento para estes indivíduos.

25 5 CONCLUSÃO A presente revisão crítica da literatura demonstrou a eficácia do treinamento proprioceptivo na prevenção e tratamento das instabilidades crônicas do tornozelo. Porém, futuros estudos com metodologia mais controlada e período de seguimento após as temporadas e pré-temporadas são importantes para determinar os planos de abordagem terapêutica da equipe de saúde do atleta.

26 REFERÊNCIAS 1. ROSS, S. E. et al. Enhanced balance associated with coordination training with stochastic resonance stimulation in subjects with functional ankle instability: an experimental trial. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, v. 4 n. 47 p.1-8, December 2007 2. SEKIR, U. et al. Effect of isokinetic training on strength, functionality and proprioception in athletes with functional ankle instability. Knee Surg Sports Traumatol Arthrose, v.15, p.654-664, 2007 3. CUMPS, E. et al. Efficacy of a sports specific balance training programme on the incidence of ankle sprains in basketball. Journal of Sports Science and Medicine, v. 6, p. 212-219, 2007. 4. KYNSBURG, A. et al. Changes in joint position sense after conservatively treated chronic lateral ankle instability. Knee Surg Sports Traumatol Arthrose, v. 14, p.1299-1306, 2006. 5. MCGUINE, T. A.; KEENE, S. J. The effect of a balance training program on the risk of ankle sprains in high school athletes. The American Journal of Sports Medicine, v.34, n.7, p.1103-1111, 2006. 6. MATTACOLA, C. G.; LLOYD, J. W. Effect of a 6-week strength and proprioception training program on measures of dynamic balance: a single case design. Journal of Athletic Training. v. 32, n. 2, p.127-135, 1997. 7. OSBORNE M. D. et al. The effect of ankle disk training on muscle reaction time in subjects with a history of ankle sprain. American Journal of Sports Medicine. v. 29, n. 5 p.627-632, 2001. 8. MATSUSAKA N. et al. Effect of ankle disk training combined with tactile stimulation to the leg and foot on functional instability of the ankle. The American Journal of Sports Medicine. v. 29, n. 1, p.25-30, 2001. 9. BERNIER, J. N., PERRIN, D. H. Effect of coordination training on proprioception of the functionally unstable ankle. Journal of Orthopedic and Sports Physical Therapy. V.27, p.264-275. 1998.

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