INSS Economia Política Monetária Fábio Lobo



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POLÍTICA MONETÁRIA, CURVA DE PHILLIPS, DESEMPREGO. MOEDA Moeda é o meio através do qual são efetuadas as transações monetárias. É todo ativo que constitua forma imediata de solver débitos, com aceitabilidade geral e disponibilidade imediata, e que confere ao seu titular um direito de saque sobre o produto social, em outras palavras, pode ser definida como um ativo financeiro de aceitação geral, utilizado na troca de bens e serviços, que tem capacidade de pagamento instantâneo. É importante perceber que as diferentes definições de moeda. O dinheiro constitui as notas (geralmente em papel) e moedas (peça metálica) admitidas em circulação; em geral, a Moeda é emitida e controlada pelo governo do país, que é o único que pode fixar e controlar seu valor. O dinheiro está associado a transações de baixo valor; a moeda (no sentido aqui tratado), por sua vez, tem uma definição mais abrangente, como veremos a seguir. Funções da Moeda 1. Meio de troca; 2. Unidade de medida (unidade de conta); 3. Reserva de valor. Setores do Sistema Monetário Setor Bancário Banco Central e os Bancos Comerciais (instituições financeiras autorizadas a receber depósitos à vista do público); Setor Não Bancário - público mais o papel-moeda em poder do governo federal e em mãos das instituições financeiras não bancárias. Sistema Monetário O sistema financeiro monetário ou simplesmente e sistema financeiro bancário representa um segmento do mercado financeiro responsável pela geração de meios de pagamentos. Os meios de pagamentos consistem na totalidade dos haveres possuídos pelo setor não-bancário e que podem ser utilizados a qualquer momento para liquidar dividas em moeda nacional. Ou seja, é o total doa ativos de liquidez imediata do setor não bancário. Meios de Pagamentos (MP) Formada basicamente por dois componentes: v PAPEL-MOEDA EM PODER DO PÚBLICO (também chamado de Moeda Manual ou Corrente); v DEPÓSITOS À VISTA NOS BANCOS COMERCIAIS (também chamado de Moeda Bancária ou Escritural) Prof. Fábio Lobo 2

Assim, temos: MP = PMPP + DVBC Obs.: Então sabemos que a criação dos meios de pagamentos só pode ser realizada pelo: BANCO CENTRAL ou pelos BANCOS COMERCIAIS! - O papel-moeda ainda comporta três distinções: v Saldo do Papel-Moeda Emitido (PME): Total da moeda legal existente, autorizada pelo Governo ou pelo Banco Central. Ele está: Nas mãos do público; No caixa dos bancos comerciais; No caixa do Banco Central. v Saldo do Papel-Moeda em Circulação (PMC): PME encaixes do Banco Central v Saldo do Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP): PMC caixa em moeda corrente dos bancos comerciais. - De forma sintética temos que: - Tipos de Moeda: PME encaixes do BACEN = PMC - caixa em moeda corrente dos bancos comerciais = PMPP v MOEDA MANUAL: Saldo do Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP). v MOEDA ESCRITURAL: depósitos à vista do público nos bancos comerciais. Classificação dos Agregados Monetários M1 = PMPP(moeda manual) + DVBC(moeda escritural) M2 = M1 + títulos federais M3 = M2 + depósitos de poupança M4 = M3 + títulos privados Os Coeficientes de Comportamento e o Multiplicador Monetário Prof. Fábio Lobo 3

O objetivo da política monetária é o controle total dos meios de pagamento. A criação de moeda ocorre quando o Banco Central realiza seu papel de emissor de moeda, mas os Bancos Comerciais também criam moeda. O Banco Central pode controlar as suas operações Ativas e o seu Recebimento de Recursos Não- Monetários, ou em outras palavras pode controlar a Base Monetária. Mas devemos entender que o volume total dos Meios de Pagamento é um múltiplo desta base. No curto prazo admite-se que existe uma relação estável entre o VOLUME DOS MEIOS DE PAGAMENTO (M) e a BASE MONETÁRIA (B). Conhecido o multiplicador M/ B, o volume de meios de pagamento poderá ser indiretamente controlado pelo adequado dimensionamento da base monetária. Vamos obter o multiplicador a partir das seguintes relações: c = papel-moeda em poder do público / meios de pagamento; d1 = depósitos à vista nos bancos comerciais / meios de pagamento; r1 = encaixe em moeda corrente dos bancos comerciais / depósitos à vista nos bancos comerciais; r2 = depósito voluntário dos bancos comerciais no Banco Central/ depósitos à vista nos bancos comerciais; r3 = depósitos compulsórios dos bancos comerciais no Banco Central / depósitos à vista nos bancos comerciais; R = encaixe total dos bancos comerciais / depósitos à vista nos bancos comerciais. Pela definição valem algumas relações entre esses coeficientes: i) c + d1 = 1. Essa relação mostra como o público distribui seus meios de pagamento entre moeda manual e depósitos à vista nos bancos comerciais. ii) r1 + r2 + r3 = R. Essa relação indica que as três modalidades de encaixes somam o total de encaixes. O coeficiente r1, r2 indicam os hábitos dos bancos quanto à fração dos depósitos à vista que é mantida em encaixes voluntários (em moeda corrente e em depósitos para a compensação de cheques. O coeficiente r3, é determinado exogenamente pelo o Banco Central como previsto em lei, constituindo-se um parâmetro institucional. A dedução da fórmula do multiplicador em função dos coeficientes de comportamento acima relatados é a seguinte. Como visto no balancete consolidado sintético das Autoridades Monetárias, a base monetária B se compõe de: i) papel-moeda em poder do público; ii) encaixes totais (em dinheiro) dos bancos comerciais como c = 1- d1 : ou ainda: B=cM + R d1m B= (1- d1)m + R d1m =M - d1 (l - R)M M = B 1- d1(l - R) Prof. Fábio Lobo 4

onde, 1 1- d1(l - R) é o multiplicador dos meios de pagamento em relação a base monetária. Se entretanto, raciocinarmos de forma dinâmica pode-se avaliar o impacto sobre os meios de pagamento quando ocorre uma variação na base monetária, assim a relação será: DB D M = 1- d1(l - R) Pela fórmula do multiplicador, concluímos que uma expansão monetária pode originar- se: a) num aumento das operações ativas do Banco Central ou numa queda dos recursos não-monetários por ele recebidos (aumento da base monetária); b) numa diminuição da relação encaixe total / depósitos à vista nos bancos comerciais; c) num aumento da proporção dos meios de pagamento retida pelo público sob forma de depósitos à vista nos bancos comerciais. Destas operações, qualquer uma envolve um AUMENTO das operações ATIVAS no setor bancário ou uma QUEDA de seu PASSIVO NÃO-MONETÁRIO, o que constitui condição necessária para que haja mudança no volume total dos meios de pagamento. Instrumentos de Política Monetária A principal função do Banco Central é controlar a oferta de moeda. Para tanto ele dispõe dos seguintes instrumentos de política monetária: v Emissões: O BACEN tem o monopólio das emissões e deve colocar em circulação o volume de notas e moedas metálicas necessárias ao bom desempenho da economia, auferindo uma receita conhecida como SENHORIAGEM, dada pela diferença entre o valor de face do dinheiro, pelo qual o BACEN coloca moeda no mercado monetário, e seu custo de impressão para o BACEN. v Reservas Obrigatórias (ou depósitos compulsórios): Os bancos guardam certa parcela de seus depósitos no BACEN para atender a seu movimento de caixa e compensação de cheques. Todavia, o BACEN obriga aos bancos comerciais a reter uma parcela dos depósitos como depósitos obrigatórios (compulsórios), que não poderão ser utilizados pelos bancos para empréstimos ou outras aplicações. Temos então que as reservas dos Prof. Fábio Lobo 5

Bancos Comerciais podem ser: caixa (ou encaixes); depósitos (reservas) voluntários; depósitos (reservas) compulsórios ou obrigatórios. v Operações de Mercado Aberto (Open Market): consistem em vendas ou compras, por parte do BACEN, de títulos governamentais no mercado de capitais. O Governo Enxuga dinheiro do mercado se vende esses títulos, e Joga dinheiro ou aumenta os meios de pagamentos se compra (resgata) esses títulos. v Política de Redescontos: São dois os tipos de Redesconto: Redesconto de Liquidez ou Normal: visa socorrer os bancos quando de eventual saldo negativo na conta de depósitos voluntários, ou seja, quando o banco comercial está com problemas de liquidez; Redesconto Especial ou Seletivo: aquele utilizado pelas autoridades monetárias para incentivar alguns setores da economia, abrindo linha de crédito aos bancos comerciais, desde que estes utilizem essa verba adicional em setores específicos. v Regulamentação e Controle de Crédito: se dá por meio da política de juros, controle de prazos, regras para financiamentos aos consumidores, etc. 1. Inflação A inflação é o aumento persistente e generalizado no valor dos preços onde esse aumento é contínuo. Quando a inflação chega a zero dizemos que houve uma estabilidade nos preços. A inflação pode ser dividida em: Inflação de Demanda É quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. As chances da inflação da demanda acontecer aumenta quando a economia produz próximo do emprego de recursos. Para a inflação de demanda ser combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada. Inflação de Custos É associada à inflação de oferta. O nível da demanda permanece e os custos aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção fazendo com que os preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns da inflação de custos são: os aumentos salariais faz com que o custo unitário de um bem ou serviço aumente, o aumento do custo de matéria-prima que provoca um super aumento nos custos da produção fazendo com que o custo final do bem ou serviço aumente e por fim, a estrutura de mercado que algumas empresas aumentam seus lucros acima da elevação dos custos de produção. Prof. Fábio Lobo 6

Índices de Inflação A inflação possui vários índices entre eles o IGP (Índice Geral de Preços), IPA (Índice de Preços no Atacado), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), CUB (Custo Unitário Básico). Alguns Tipos de Inflação v Hiperinflação: é uma inflação acima dos níveis adequados e fora de controle. O que ocorre é um encarecimento rápido dos produtos, recessão e desvalorização acentuada da moeda. v Deflação: é o oposto de inflação. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de estabilidade de preços. v Estagflação: define-se como uma situação típica de recessão, ou seja, diminuição das atividades econômicas e aumento dos índices de desemprego, além da inflação. Inflação e Desemprego A Curva de Phillips Até os anos 50, o modelo tradicional era baseado na síntese neoclássica (modelo IS-LM) e na ênfase keynesiana de políticas voltadas à demanda agregada. Entretanto, esse modelo apresentava uma dicotomia entre o comportamento da economia no pleno emprego (clássicos) e abaixo do pleno emprego (Keynes). Uma luz importante nesse sentido, que procura resolver essa dicotomia, é a chamada Curva de Phillips, que mostra uma relação inversa (trade-off) entre inflação e desemprego. Considerando que o nível de produto está diretamente relacionada ao nível de emprego, ou inversamente ao de desemprego, e sabendo que a inflação é o aumento geral no nível de preços, a Curva de Phillips pode ser representada pela seguinte equação: π = -β.(μ μn) onde: π taxa de inflação; β elasticidade da inflação em relação aos desvios da taxa de desemprego; μ taxa de desemprego; μn taxa natural de desemprego Graficamente: Prof. Fábio Lobo 7

No fim dos anos 60, começaram a surgir trabalhos enfatizando o papel das expectativas dos agentes, principalmente sobre a inflação esperada. Contestouse a estabilidade da Curva de Phillips, alegando-se que, quando se tem inflação recorrente, os agentes passam a se antecipar à inflação, remarcando seus preços, sem a alterar a produção e conseqüentemente o emprego. Essa visão deu então ênfase a uma nova versão da Curva de Phillips, que ficou conhecida como versão aceleracionista da Curva de Phillips, representada pela seguinte forma: onde: π e taxa de inflação esperada π = π e -β.(μ μn) Graficamante: A visão aceleracionista é dividida em duas principais correntes: 1. Expectativas Adaptativas a inflação esperada para o próximo período é uma média ponderada da inflação observada nos últimos períodos. A Curva de Phillips de longo prazo seria totalmente vertical. Prof. Fábio Lobo 8

2. Expectativas Racionais considera que os agentes não olham somente o passado mas também as informações presentes para formar suas expectativas sobre a inflação futura. A taxa de desemprego sempre tenderia à taxa natural, se os agentes podem antecipar a política monetária. Sendo assim: População e Força de Trabalho O mais importante fator econômico para o estudo da Economia do Trabalho é, sem dúvida, o fator de produção trabalho, com o aula iremos nos ocupar durante nossas aulas. Para que possamos saber qual a dotação total do fator de produção trabalho numa determinada economia precisamos portanto calcular o total da População Economicamente Ativa (PEA) desta economia. Observe o seguinte esquema: Prof. Fábio Lobo 9

População Total definido como o total de residentes no país; PINA (População Inativa) Parcela dos residentes que não possui idade para trabalhar; PIA (População em Idade Ativa) Parcela dos residentes com idade ativa; PEA (População Economicamente Ativa) também conhecido como força de trabalho, representa os elementos que irão constituir o mercado de trabalho que por sua vez, abastece as firmas no que diz respeito à necessidade de mão-deobra. Entende-se por PEA como a parcela da população em idade ativa que está procurando ou está empregada no mercado formal de trabalho, ou seja, o conjunto de elementos empregados (E) e desempregados (D), num certo momento, captado por um inquérito estatístico com base na definição de atividade econômica dos indivíduos. Assim: PEA = Empregado (E) + Desempregados (D) Podemos, então, destacar três grandes segmentos de trabalhadores que mais diretamente dizem respeito ao mercado de trabalho e à própria dinâmica de formação de salários e empregos na economia: a) os indivíduos em idade ativa, mas não considerados economicamente ativos - indivíduos fora da força de trabalho; b) os indivíduos ocupados (empregados); c) os indivíduos desocupados (desempregados). Prof. Fábio Lobo 10

Tipos de desemprego Desemprego involuntário - Ocorre quando o indivíduo deseja trabalhar à taxa de salários vigentes no sistema econômico, mas não encontra colocação. É também denominado desemprego cíclico ou desemprego conjuntural. Representa, sem dúvida, aquele tipo de desocupação dos indivíduos que deve merecer maior atenção das autoridades governamentais. Desemprego estrutural - Acontece quando o padrão de desenvolvimento econômico exclui uma parcela dos trabalhadores do mercado de trabalho. Denomina-se também desemprego tecnológico e ocorre devido ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda por mão-de-obra de determinada qualificação. Desemprego friccional - Surge em decorrência do processo dinâmico que caracteriza o mercado de trabalho, no qual o sistema de informações sobre a oferta de vagas disponíveis no sistema produtivo é imperfeito. Existe um lapso de tempo entre a saída do indivíduo de um emprego e a obtenção de uma nova ocupação de acordo com suas características. Nesse ínterim, ele é classificado como desempregado. Desemprego sazonal - Ocorre devido à sazonalidade de determinados tipos de atividade econômica. Como é possível prever esse tipo de flutuações, pode-se atribuir uma dose de voluntariedade dos indivíduos engajados em ocupações dessa natureza. QUESTÕES 01. (ACE MDIC/2001) Julgue os itens a seguir. Uma redução na taxa de redesconto aumenta a oferta de moeda porque conduz a uma expansão da base monetária. Com a suspensão da conta-movimento, o Banco do Brasil S.A. deixou de fazer parte das instituições caracterizadas como autoridades monetárias. 02. (ACE MDIC / 2008) A teoria macroeconômica analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos. Com base nessa teoria, julgue o item a seguir. O crescimento substancial do agregado monetário M1, após a implantação do Plano Real, é consistente com a recuperação da credibilidade da moeda nacional como reserva de valor. 03. (DFTRANS Economista 2008) Pesquisa acerca dos agregados monetários nacionais, divulgada recentemente, pelo Banco Central do Brasil (BACEN), mostra que, nos últimos anos, os brasileiros têm utilizado mais moeda Prof. Fábio Lobo 11

corrente nas suas transações. Com relação aos agregados monetários, julgue os itens que se seguem. Títulos públicos estaduais e municipais não fazem parte dos meios de pagamento no Brasil. O aumento da taxa de compulsório, pelo BACEN pode ser considerado uma política monetária restritiva. 04. (Especialista em Economia IJSN/ES CESPE/2010) Acerca dos conceitos básicos sobre política monetária e curva de Phillips, julgue os itens a seguir: A demanda agregada mostra a quantidade de bens e serviços que serão adquiridos a qualquer nível de preços, considerando-se um valor definido da oferta de moeda. Um dos fatores que deslocam a curva de demanda agregada para a direita é o aumento na velocidade da moeda. A curva de Phillips é uma forma conveniente de representar a oferta agregada, pois, subtraindo em ambos os lados o nível de preços do ano anterior e, posteriormente, aplicando a Lei de Okun e um choque de oferta, obtém-se a expressão π = π e β(μ-μ n )+ε, uma das formas da curva de Phillips. O multiplicador monetário é uma variável que indica o volume de meios de pagamento que está circulando na economia em determinado momento. Considerando uma economia com multiplicador de 1,50 e coeficiente c de 1,45 cuja base monetária variou R$ 200 milhões, é correto afirmar que os meios de pagamento serão expandidos em R$ 290 milhões. A crise norte-americana teve o seguinte impacto sobre o Brasil: levou o Banco Central (BACEN) a reduzir os recolhimentos compulsórios, para que os bancos pudessem direcionar um maior volume de seus recursos para operações de crédito ou para reservas de liquidez mantidas em títulos públicos ou privados de alta liquidez. Considere que a autoridade monetária aumente o volume de compras de títulos no mercado aberto no montante de R$ 200 milhões, que 20% dos meios de pagamentos estejam em papel-moeda em poder do público e que a taxa de depósitos compulsórios seja de 15%. Nessas condições, o multiplicador da economia é de 5,882 e os meios de pagamento se expandem em R$ 1.176,47. As operações de mercado aberto são representadas pela compra e venda de títulos da dívida pública pela autoridade monetária para otimizar a liquidez da economia. Com isso, ao colocar títulos públicos no mercado, a autoridade monetária está retirando moeda de circulação e aumentado a liquidez da economia. 05. (Analista MPU/2010) Acerca da relação existente entre o comportamento do mercado de trabalho e o nível de atividade e da relação existente entre salários, inflação e desemprego, julgue os itens a seguir. Prof. Fábio Lobo 12

A curva de Phillips mostra as combinações de inflação e desemprego que surgem dos deslocamentos da demanda agregada ao longo da oferta agregada. No longo prazo, a curva de Phillips é vertical. 06. (Analista INSS/2008) Julgue os itens a seguir, que versam sobre mercado de trabalho e sobre a complexidade e multirreferencialidade nos processos de formação profissional. O desemprego estrutural, vivenciado no setor industrial do Brasil, pode ser caracterizado como desemprego cíclico. No Brasil, o desemprego possui como agravante a migração de pessoas de uma região para outra, como é o caso dos migrantes do Nordeste para o Sudeste. Os jovens de 15 a 24 anos de idade vêm experimentando uma queda quase contínua na taxa de participação no mercado de trabalho desde a década passada, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os trabalhadores menos escolarizados vêm perdendo espaço no contingente total de ocupados, já que tem aumentado o grau de exigência e seletividade do mercado de trabalho brasileiro com relação à escolaridade. Classifica-se como desempregado no Brasil, de acordo com critério do IBGE, a pessoa desocupada, maior de idade e saudável, que não está trabalhando e encontra-se disponível para trabalhar, independentemente de ter tomado alguma medida efetiva para conseguir trabalho. Vislumbra-se que o aumento do emprego no Brasil e no mundo virá dos segmentos organizados da economia, como a indústria e a agricultura. Segundo dados do IPEA de 2006, o maior crescimento percentual da população ocupada ocorreu na região Norte, enquanto a região Sul cresceu abaixo da média nacional. A curva de oferta de mão de obra é descendente por causa do produto marginal decrescente. Imigração, mudança nas preferências do trabalhador e mudanças tecnológicas deslocam a curva de oferta de mão de obra. GABARITO 01. Certo, Errado; 02. Certo; 03. Errado, Certo; 04. Certo, Certo, Errado, Certo, Errado, Errado; 05. Certo, Certo; 06. Certo, Errado, Errado, Certo, Errado, Certo, Errado, Errado, Errado. Prof. Fábio Lobo 13