Promovendo a Inclusão Digital Por Meio do Projeto Multiplicadores



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Transcrição:

Promovendo a Inclusão Digital Por Meio do Projeto Multiplicadores Paulo Eduardo B. Capeller 1, Ivan de Jesus Ribeiro 1, Simone Nasser Matos 1 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Av Monteiro Lobato, s/n - Km 04 Ponta Grossa PR Brazil Abstract. Technological innovations require with greater intensity the dependence of the society to be digitally included. However, there are social groups that find it difficult to inclusion. Solution to these problems is the creation of digital inclusion social projects for the needy society. This article presents a social project, called multipliers, whose goal is to provide professional computer course for public school students or philanthropics institutions using free software. Furthermore, it allows instructors to retrace the knowledge acquired at university assuming their role as information multipliers. Resumo. As inovações tecnológicas obrigam com maior intensidade, a dependência de a sociedade estar incluída digitalmente. Porém, há grupos sociais que encontram dificuldades para essa inclusão. Uma solução para esse problema é a criação de projetos sociais de inclusão digital para a sociedade carente. Este artigo apresenta o projeto social, denominado Multiplicadores, cujo objetivo é proporcionar curso de informática profissionalizante para alunos de escolas públicas ou de instituições filantrópicas utilizando softwares livres. Além disso, permite aos instrutores repassarem o conhecimento adquirido na universidade assumindo seu papel de multiplicador da informação. 1. Introdução A inclusão digital coloca pessoas carentes em contato com ferramentas de tecnologias da informação, permitindo sua inserção na sociedade da informação. Um incluído digitalmente não apenas utiliza essa nova linguagem, que é o mundo digital, para trocar e-mails, mas aquele que usa desse suporte para melhorar as suas condições de vida, além de ser um possível cidadão que venha transmitir seu conhecimento a outras pessoas. Desta forma, a sociedade contemporânea busca a criação de redes de informações [CASTELLS 1996] que trazem a inclusão digital de pessoas, promovendo a obtenção e a divulgação de informações em uma rede restrita Intranet ou ampla Internet. A inclusão digital é considerada um direito de todos os cidadãos e uma condição importante para sua sobrevivência na era da globalização. E, por se discutir de uma questão que envolve a formação do cidadão, entre eles adolescente carentes da rede pública de ensino ou oriundos de instituições filantrópicas, e de sua integração na sociedade, o setor da educação deve contribuir para minimizar este problema.

Atualmente, os alunos do ensino fundamental de algumas redes públicas da região ou de instituições filantrópicas não têm acesso às tecnologias da informação. Para que os alunos possam realizar suas atividades é necessário que ele saiba interagir com a tecnologia, por isso, vários projetos de Inclusão Digital estão sendo desenvolvidos [SAMPAIO 2003; VASCONCELOS 2005; ABDALLA 2005], inclusive o proposto por este projeto. O projeto descrito neste artigo tem como finalidade atender os alunos carentes e para isso conta com a colaboração das escolas ou instituições filantrópicas para a seleção destes e a universidade promotora seleciona graduandos dos cursos de na área de computação para serem instrutores voluntários. Estes instrutores são os responsáveis pela execução do projeto, ou seja, repassam os conhecimentos já adquiridos no curso para os alunos carentes. Os conteúdos trabalhados envolvem as noções básicas de softwares para automação de escritório, tais como: editor de textos, planilhas eletrônicas, internet e elaboração de apresentações. Desta forma, os alunos da universidade promotora passam a assumir o papel de multiplicadores do conhecimento já adquirido. Além disso, os alunos participantes do curso receberão conhecimento para que possam ser multiplicadores das informações aprendidas na mesma escola ou em outras comunidades. Este artigo está organizado em cinco seções. A Seção 2 apresenta uma breve descrição sobre a inclusão digital. A Seção 3 relata as informações sobre o projeto multiplicadores. A Seção 4 descreve os resultados obtidos pelo projeto. E, por fim, a última seção relata algumas considerações finais sobre o projeto. 2. Inclusão Digital Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade e são pontes entre o desejo e a realidade. O desenvolvimento de projeto social envolve ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática e buscam contribuir, em alguma medida, para um outro mundo possível, ou seja, Um projeto é uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e atividades, baseados em uma quantidade limitada de recursos (...) e de tempo [ARMANI 2000]. A inclusão digital é algo adotada em empresas e governos com a finalidade de despertar nas pessoas o desejo de contribuir para uma sociedade mais consciente de seus deveres. Inclusão digital significa, antes de tudo, melhorar as condições de vida de uma determinada região ou comunidade com ajuda da tecnologia. A expressão nasceu do termo digital divide, que em inglês significa algo como divisória digital. Hoje, a depender do contexto, é comum ler expressões similares como democratização da informação, universalização da tecnologia e outras variantes parecidas e politicamente corretas. Em termos concretos, incluir digitalmente não é apenas alfabetizar a pessoa em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos

computadores [WEBINSIDER 2010]. Para que isto seja possível, são necessários instrutores bem capacitados com determinação e vontade de ensinar. 3. Multiplicadores para Inclusão Digital O objetivo geral do projeto proposto neste artigo é o de oferecer aulas de informática básica e avançada para adolescentes carentes de escolas públicas ou de instituições filantrópicas da região, objetivando colocá-las em contato com o computador, diminuindo desta forma a exclusão digital. Além disso, promove a multiplicação de conhecimentos adquirida pelos instrutores na universidade para pessoas que não o têm. Especificamente o objetivo é ensinar sítios de busca na internet, colocar o aluno em contato com um software de edição de texto, planilha eletrônica e elaboração de apresentação e elaborar exercícios de fixação. Os softwares ensinados aos alunos são gratuitos. As atividades a serem desenvolvidas no projeto foram divididas entre os coordenadores do projeto e os instrutores, descritas a seguir. Logo após, será descrito o fluxo das atividades do projeto, bem como a sua execução. 3.1. Atividades dos Coordenadores As atividades que competem aos coordenadores do projeto são as seguintes: Divulgar nas salas de aulas do curso de computação o projeto para o conhecimento dos alunos de graduação: isto é feito durante o primeiro semestre de cada ano. Selecionar alunos para o projeto: os alunos participam de uma reunião em que é repassado todas as informações sobre o projeto. Caso realmente desejaram participar, a seleção é feita levando em consideração o perfil de cada aluno. Estabelecer a data de início do projeto. Criar um cronograma de execução do projeto. Elaborar a ementa do curso: a ementa do curso contempla todos os itens que promovem o conhecimento sobre os softwares de automação de escritório. Informar o setor de comunicação da universidade sobre o projeto: isto é necessário para que a comunidade da universidade conheça o projeto. Isto é feito por meio do preenchimento do documento de comunicação de eventos. Solicitar o lanche para os alunos. Após feitas essas atividades iniciais os coordenadores entram em contatos com a instituição que receberão o curso gratuito de informática para marcar um reunião com os colaboradores da instituição a fim de divulgar a data de início prevista para as aulas e informar os dados do projeto. Durante o projeto, os coordenadores possuem as seguintes funções:

3.2 Atividades dos instrutores Receber o plano de aula dos instrutores uma semana antes de ser ministrada por MSN ou email para avaliação. Validar o conteúdo especificado no plano. Enviar a aula com as correções para os instrutores. Encaminhar a relação de alunos que receberão os certificados para o setor responsável da universidade. Resolver os eventuais problemas que ocorrerem durante a execução do projeto. Disponibilizar recursos necessários a realização do projeto. Coordenar o encerramento do projeto. Corrigir o relatório das atividades desenvolvidas pelos instrutores. No início do projeto os instrutores devem pesquisar materiais em apostilas, sítios, livros, artigos sobre ferramentas de automação de escritório. Após a pesquisa, devem ler e entender esses materiais para então selecionar os melhores para o planejamento das aulas. Depois de o material estar selecionado, os instrutores devem efetuar as seguintes atividades: Verificar a ementa a ser ministrada. Estabelecer um passo a passo do que vai ser ministrado (Plano de Aula). Um exemplo deste plano está ilustrado no Apêndice deste artigo. Encaminhar o plano de aula para os coordenadores do projeto. Elaborar exercícios de fixação. Verificar necessidades de recursos para realização das aulas, como por exemplo, instalação de software. Durante as aulas os instrutores devem executar as atividades descritas a seguir: Orientar os alunos sobre as normas de uso do laboratório. Controlar a frequência dos alunos. Diagnosticar problemas e comunicá-los aos coordenadores. Ministrar as aulas. Comunicar aos coordenadores com duas semanas de antecedência os alunos que receberão os certificados. No encerramento do projeto, entregar o relatório para os coordenadores.

3.3 Fluxo das Atividades do Projeto Para que o projeto ocorra tanto às atividades dos coordenadores quanto as dos instrutores devem ter uma sequencia de realização. Por isto, a Figura 1 exibe um fluxo dessas atividades, as quais foram descritas nas seções anteriores. Figura 1. Fluxo das Atividades.

3.4. Execução do Projeto Com as atividades iniciais efetuadas, o projeto contou com a colaboração de cinco instrutores voluntários, os quais recebiam apenas o vale transporte fornecido pela própria universidade promotora. O projeto foi realizado na Escola Estadual X, e inicialmente houve problemas com os equipamentos, pois se tinha um laboratório que funcionava com quatro ilhas, em que cada uma possuía quatro estações, todas conectadas a internet. Os problemas com os equipamentos foram resolvidos com a ajuda dos colaborados da escola, que sempre se encontravam a disposição para ajudar na execução do projeto. Em cada aula os instrutores tinham a função de preencher um controle de aula, ilustrada na Figura 2, com a presença dos alunos e problemas encontrados durante a aula. Este controle era repassado para os colaboradores da escola e ao coordenador do projeto, a fim de minimizar os problemas. Figura 2. Controle Diário de Aula Conforme mencionado, os módulos ministrados no curso são para automação de escritório. A seguir, mostra-se o rendimento dos alunos e algumas informações adicionais sobre cada módulo. 3.4.1 Módulo Writer O projeto foi divido em quatro módulos, o primeiro efetuado foi o Writer, com 10 horas/aulas, onde os alunos começaram a ter contato com o computador. Neste módulo, observaram-se problemas com a utilização dos equipamentos como o manuseio do mouse e o teclado e com a língua portuguesa.

Foi ensinado aos alunos desde a digitação de textos e sua formatação até a inserção de figuras, gráficos e tabelas [WRITER 2010]. A Figura 3 ilustra o rendimento das turmas no ensino do Writer. 8 7 6 5 4 7,93 3 2 1 0 Writer Figura 3. Rendimento do Módulo Writer. 3.4.2 Módulo Internet O segundo módulo permitiu aos alunos um contato com a internet. Este módulo teve 5 horas/aulas, utilizando o software Mozilla. Os conteúdos trabalhados foram: utilizar e- mails, acessar sítios de busca, aplicativos para visualização de mapas, sítios para download, entre outros assuntos [MOZILLA FIREFOX 2010]. A Figura 4 exibe o rendimento das turmas neste módulo. 9 8 7 6 5 4 3 8,28 2 1 0 Internet Figura 4. Rendimento do Módulo Internet. 3.4.3 Módulo Calc Semelhante ao primeiro módulo esse terceiro teve um total de 10 horas/aulas onde os alunos tiveram a oportunidade de produzir tabelas de diversos assuntos, aprendendo a

formatá-las e utilizar as principais fórmulas para sua produção [CALC 2010]. Neste módulo, encontrou-se dificuldade no conhecimento básico necessário de matemática e raciocínio lógico para a produção das fórmulas, mas com o passar das aulas esse problema foi resolvido. A Figura 5 ilustra o aproveitamento dos alunos no módulo Calc. 9 8 7 6 5 4 3 8,85 2 1 0 Calc Figura 5. Rendimento do Módulo Calc. 3.4.4 Módulo Impress Último módulo do projeto, esse foi um módulo bem aproveitado pelos alunos que já tinham um conhecimento mais aprimorado para o uso de aplicativos. Eles aprenderam a criar apresentações de diversos assuntos, edição de layouts, inserção de imagens, gráficos, efeitos de transição, entre outras técnicas utilizadas em apresentações [IMPRESS 2010]. A Figura 6 exibe o rendimento das turmas no módulo Impress. 9 8 7 6 5 4 3 8,75 2 1 0 Impress Figura 6. Rendimento do Módulo Impress. Este projeto está em sua segunda edição iniciada no primeiro semestre de 2010. Nesta edição, os alunos se dirigem a instituição promotora do projeto e não mais como na primeira edição onde os instrutores se dirigiam as escolas que recebiam o curso

gratuito. A vinda até a universidade promove também a inclusão social, fato este observado pela coordenadora do projeto durante a execução de outro projeto de inclusão digital que coordena. 4. Resultados Apesar dos problemas encontrados no decorrer do projeto, as notas do rendimento dos alunos foi boa. Como esperado o primeiro módulo teve a nota mais baixa, explicado pelo motivo da falta de contato dos alunos com a tecnologia digital. A Figura 7 ilustra um gráfico contendo uma relação do rendimento entre os módulos. Figura 7. Comparação entre os rendimentos. 4.1. Problemas com a Evasão de Alunos O maior problema encontrado foi a evasão de alunos. Porém, alguns alunos foram inseridos nas turmas para uma tentativa de um melhor aproveitamento do projeto. A Figura 8 exibe um gráfico em que se pode observar que a quantidade de evasão foi grande, ou seja, 54%. Figura 8. Proporção de evasão de alunos do projeto. Apesar das dificuldades, o projeto contemplou todos seus objetivos e metas, com o auxilio da tecnologia e de pessoas comprometidas com a inclusão social, porém a

inclusão no mercado de trabalho não depende apenas do projeto e sim de uma ação global de toda a sociedade. Dos 101 alunos que iniciaram o curso, somente 46% receberam os certificados de término. Isto ocorreu, segundo a escola, por problemas pessoais dos alunos. Desta forma, encontrar alternativas de motivação para diminuir a desistência é um tema de pesquisa em projetos sociais. Entre todos os alunos que concluíram o projeto, apenas três deles demonstraram características para ser um multiplicador do conhecimento. Atualmente o projeto está sendo desenvolvido com duas turmas, sendo uma formada por alunos da Escola Estadual Y e outra por alunos da Associação W. 5. Conclusão O projeto apresentado neste artigo esta atingindo seu objeto que é o de levar o ensino da informática para adolescentes oriundos de escolas publicas e/ou entidade carentes. Além disso, os alunos da área de computação estão repassando os conhecimentos adquiridos no curso, ou seja, sendo multiplicadores da informação. Por mais que a evasão seja uma dificuldade ainda a ser vencida se tem a certeza de que novas técnicas de ensino estão sendo adotadas nas turmas atuais, bem como alguns estímulos, como por exemplo, doação de um computador para o melhor aluno do curso. 6. Agradecimentos Agradecemos a Fundação Araucária pelo apoio financeiro concedido aos instrutores e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa no que tange ao ambiente e a recepção dos alunos oriundos de escolas públicas ou entidades filantrópicas. 7. Referências ABDALLA, D. et al. Onda Digital: A Universidade protagonizando a Inclusão Digital.,In: Anais do XXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, São Leopoldo, RS, julho, 2005. CALC. Disponível em: http://www.broffice.org/broo/?q=produto/calc. Acesso: 04/06/2010. CASTELLS, M. The rise of the Network Society. Oxford: Blackwell, 1996. IMPRESS. Disponível em: http://www.broffice.org/broo/?q=produto/impress. Acesso: 04/06/2010. MOZILLA FIREFOX. Disponível em: http://download-firefox.org/firefoxhelp/description-of-features-of-mozilla-firefox-2/. Acesso: 04/06/2010. SAMPAIO, F. F., PARÁ, T. Reflexões sobre um projeto de Inclusão Digital: menos teoria, mais prática. 2003. Disponível em: http://www.nce.ufrj.br/ginape/eaad/projetos/projincldigital.pdf Último acesso em 09/03/2008.

SCRIBD. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/96011/por-que-projetos-sociais. Acesso: 04/06/2010. VASCONCELOS, F. H. L. et al. Inclusão Digital e Social: Um Exemplo da Formação Profissionalizante para Jovens com o uso de Tecnologias Computacionais. In: Anais do XXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, São Leopoldo, RS, julho, 2005. WEBINSIDER. Disponível em: http://webinsider.uol.com.br/2005/05/12/inclusaodigital-o-que-e-e-a-quem-se-destina. Acesso em: 04/06/2010. WRITER. Disponível em: http://www.broffice.org/broo/?q=produto/writer. Acesso: 04/06/2010. Apêndice PLANO DE AULA DATA: 10/05/2009 CARGA HORÁRIA: 2h PROFESSOR: Instrutor A OBJETIVO: Utilizar gráficos. METODOLOGIA DE ENSINO: Dialogada, Expositiva e Prática em Laboratório RECURSOS AUDIOSVISUAIS: Computador, multimídia CONTEUDO DA AULA: Gráficos, utilizados para facilitar a visualização dos dados de uma tabela. Inserindo um gráfico, a função para inserir gráficos pode ser encontrada como indicada na Figura 1.

Figura 1. Inserir Gráficos. Selecionando os dados do gráfico e nomeando-o. A Figura 2 ilustra a tela onde devem ser selecionados os dados para a composição do gráfico. Figura 2. Gráficos. Selecionando o tipo do gráfico, há vários tipos de gráficos, na Figura 3 são ilustrados alguns exemplos.

Figura 3. Exemplos de tipos de gráficos. Gráfico de linhas, muito utilizado, indicado para demonstrar dados evolutivos: Gráfico de áreas: Sua diferença para o gráfico de linhas é que a área inferior da linha é preenchida por uma cor: Gráfico de colunas: Utilizado para exibir duas ou mais informações. Gráfico de barras: É semelhante ao gráfico de colunas, porém sua apresentação é na horizontal. Gráfico de pizza: Muito utilizado para comparações.

Gráficos 3D: mesmos gráficos apresentados anteriormente, porém em 3D. Agora o usuário deve abrir a planilha da aula anterior. Selecione as células com dado da planilha e acessar a opção de inserir gráficos no menu inserir gráficos. Crie um gráfico do tipo barras e um do tipo pizza. EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1. Iniciar o Calc. 2. Abrir a planilha da última aula. 3. Excluir a última linha (onde contém palavras) da planilha. 4. Fazer um exemplo de cada gráfico apresentado na aula. REFERÊNCIAS 5. Salvar a planilha com o nome Gráfico. Calc. Disponível em: http://www.broffice.org/broo/?q=produto/calc. Acesso: 04/03/2009.