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6,38 6,83-6, ,20-3,49-6,58-20,35 47,10 69,00 5,71 6, ,15-3,49-6,65-20,30-69,50 5,76

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Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Abril 2013 Profa. Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS- GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA A retomada modesta de investimentos na economia brasileira no final de 2012, particularmente em máquinas e equipamentos para a produção e construção civil, começa a surtir algum efeito no crescimento da economia num ritmo um pouco mais forte neste primeiro trimestre de 2013, embora ainda pouco significativo. Alguns especialistas consideram estes investimentos um sinal de retomada e de uma inversão do movimento econômico de estagnação, já neste primeiro trimestre do ano. Além deste maior nível de investimentos, os estoques menores estimularam a indústria a reagir, embora os serviços tenham realizado a maior contribuição. No entanto, os especialistas consideram que apesar da economia estar em ritmo mais acelerado desde o fim do ano e vai avançar mais em 2013, não haverá no trimestre uma expansão suficiente para compensar os dois anos anteriores de baixo crescimento. A taxa de investimento como proporção do PIB ainda está em torno de 18% (mesmo nível de 2009), o que caracteriza um nível ainda muito baixo para a retomada. A inflação mais intensa nos alimentos está em alta e preocupante por estar se disseminando para os outros setores econômicos produtores de insumos industriais com intensidade neste mês de abril/2013, como na indústria de embalagens e fretes. Outros componentes do custo da indústria alimentícia, retardam a queda de preços, apesar de medidas de desoneração de impostos na cesta básica em março/2013 e em outros setores como para a indústria química e sucroalcooleira no início de abril. E, abril, a inflação

acumulada em 12 meses (6,59%) atingiu índice superior ao teto da meta, aumentando a pressão para aumento da taxa de juros. SECTOR EXTERIOR No setor externo, a participação de importações continua se elevando e a Confederação Nacional da Indústria informou que a parcela de produtos industriais importados no consumo nacional avançou para 21,6% em 2012, o maior valor registrado desde o início da série histórica em 1996. Isto se verificou em decorrência da perda de competitividade dos produtos industriais nacionais frente aos importados que elevou o coeficiente de insumos importados de matéria-prima estrangeira no total de insumos adquiridos pela indústria nacional. Problemas estratégicos e de deficiência na infraestrutura de escoamento de produtos para exportação, bem como outras questões logísticas vem onerando e dificultando as vendas ao exterior e reduzindo a competitividade brasileira. No final de março, aconteceram atrasos consideráveis nos embarques de produtos como soja e outros, provocados por filas de caminhões nas rodovias de acesso aos principais portos do país, o que foi motivo de cancelamento de contratos por compradores importantes como a China e outros. Estes problemas nas exportações e as maiores importações levam a expectativas de crescimento considerável (23% em 2013) do déficit da balança comercial ou de menor superávit até o final do ano, que deverá repercutir em aumento do deficit nas transações correntes do país. Para março de 2013, a projeção do Banco Central é de novo deficit, de US$ 6,3 bilhões. Particularmente na conta de serviços, o destaque ficou para os gastos brasileiros no exterior, que atingiram a marca mais alta já registrada para o mes. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL No final de março de 2013, a política de reforço aos bancos oficiais de expansão do crédito, que foi lançada há quatro anos em caráter temporário para combater efeitos da crise econômica internacional, já resultava em um impacto acumulado na dívida pública do país equivalente a 7,8% Produto Interno Bruto. O Banco Central mostrou através de suas estatísticas que os custos dessa estratégia interromperam a trajetória de queda contínua do endividamento que vinha ocorrendo anteriormente. Destinada a ampliar o crédito e acelerar a economia, Esta medida, visando acelerar a economia, foi bancada com emissões de títulos da dívida federal, entregues, na grande maioria, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES). No período de quatro anos, a dívida pública bruta subiu de 63% para 67% do PIB, segundo metodologia internacional. O governo realizou em janeiro de 2013 uma economia recorde para o pagamento dos juros da dívida, porém em fevereiro, o deficit primário foi de R$ 6,4 bilhões, ou seja, não sobrou recursos para pagar juros e reduzir a dívida pública pois o Tesouro Nacional teve que realizar um grande volume de repasses tributários para a Estados e municípios, como faz habitualmente, como redistribuição de parte do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) recolhido pela União. Paralelamente a isto, em fevereiro a receita do governo federal com impostos teve uma queda real de 0,51% em fevereiro. Para complicar a situação, a elevação constante da inflação leva a perspectivas de novos aumentos na taxa básica oficial de juros (Selic), o que tornará mais caro o financiamento da dívida pública. EMPLEO A situação do emprego neste primeiro trimestre de 2013 aparenta melhoria, pois a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE mostra que os trabalhadores tem ficado menos tempo na fila a espera de novo emprego, em um período de maior rotatividade. Por outro lado, a criação de vagas com carteira assinada recuou 18% em fevereiro em relação ao mesmo período de 2012, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego e embora a criação de vagas tenha sido "melhor" do que em janeiro ainda não há uma retomada forte da geração de empregos. O setor que mais tem puxado a formação de postos de trabalho é o de serviços, seguido pela indústria de construção civil, que deverá se beneficiar ainda mais neste ano, em virtude dos investimentos públicos em infraestrutura ao longo de todo o ano, para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Já o comércio fechou 10,4 mil vagas neste início de ano, como efeito das dispensas dos contratados para as festas de fim de ano de 2012. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Em março, o Banco Central manteve em decisão unânime, o juro básico da economia brasileira (Selic) em 7,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (COPOM) manteve pela terceira vez consecutiva a taxa em seu menor nível da história, porem irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico, para definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária. O governo encontra-se ainda indefinido sobre uma política de combate da inflação através do aumento da Selic ou de estímulo à aceleração da economia através da baixa dos juros oficiais. O Copom

salienta que os reajustes de preços estão dispersos na economia e resistem à queda e portanto a inflação se acomodando num patamar mais elevado. A inflação esperada neste ano deve ficar em 5,8%, bem próxima do teto da meta estipulada pelo governo (6,5%). Porém os últimos dados de inflação do IBGE para março de 2013 mostram que a inflação em 12 meses chegou aos 6,59%, tendo em vista a alta generalizada de preços que ocorreu neste primeiro trimestre, com perspectivas de perdurar até o início do segundo semestre. Para alguns analistas uma fonte adicional de pressão em 2013 é o câmbio, com impacto sobretudo nos alimentos, mas acreditam que a ação do Banco Central mostra que o governo está disposto a tolerar uma inflação até o teto da meta e não está atuando para manter a taxa no ponto central dela (4,5% ao ano). Como medida para conter a inflação o governo desonerou uma série de produtos da cesta básica e de outros setores que, no entanto, deverão impactar os preços com uma defasagem de alguns meses. MERCADOS FINANCIEROS Em fevereiro, o juro no crédito geral se elevou, situando-se em 18,7% ao ano, porem no mesmo período de 2012 estavam mais elevados, em 23,8%. Esta variação foi puxada pela elevação do custo do crédito para a pessoa física que subiu para 24,9% ao ano, enquanto que para empresas, a taxa média de juros permaneceu estável, em 14% ao ano. O Banco Central sinalizou que deve elevar em breve a taxa básica Selic, devido à resistência da inflação em ceder, o que já afetou o mercado de juros futuro, através do reflexo das expectativas e apostas dos agentes econômicos e é referência para a captação de recursos das instituições financeiras. Por sua vez, taxa geral de inadimplência, que contabiliza atrasos de mais de 90 dias nos pagamentos, em fevereiro se verificou em 3,7% das operações, que consistiu no menor nível desde dezembro de 2011. Com relação à pessoa física, a inadimplência se situou em 5,4% (recuo de 0,1%). O Banco Central atribuiu a queda ao crescimento da renda e do emprego, bem como à queda na taxa básica de juros no ano passado. A Bolsa de Valores caiu em fevereiro (-3,91%), após a divulgação do menor crescimento econômico anual do país em 2012 e o dólar reagiu subindo. Neste mês de fevereiro, as aplicações em ouro (-6,5%) assim como a Bolsa perderam para inflação e as aplicações foram lideradas pela caderneta de poupança, embora com baixo rendimento. Especificamente a Bolsa de São Paulo (Bovespa) teve o pior primeiro trimestre em 18 anos, com queda acumulada de 7,55%.

TIPO DE CAMBIO A situação de incerteza quanto à expectativa de alta no juro para a contenção das taxas inflacionárias fez o dólar negociado no mercado à vista cair abaixo de R$ 1,95. Em uma situação que o Banco Central chegar a aumentar a Selic, isto atrairá mais o investidor estrangeiro para investir no país, resultando em uma entrada muito maior de dólar no mercado nacional e desvalorização do real ante o dólar, o que iria amenizar a inflação. No final de março, com a saída considerável de recursos do Brasil associada à indefinição internacional com a situação de Chipre, fizeram ontem o dólar se elevar novamente acima de R$ 2, que é considerada a cotação máxima permitida antes de o Banco Central intervir para segurar a moeda e esta deterioração do fluxo cambial deve obrigar o BC a intervir para evitar uma subida maior da moeda americana, embora alguns analistas considerem que o BC possa tolerar uma cotação mais elevada da moeda americana, pois como reforça o Ministro da Fazenda: o "câmbio é realmente flutuante no país. 2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS Apesar do resultado positivo da atividade econômica do país em fevereiro os analistas ainda não tem perspectivas de uma recuperação mais forte da atividade para breve, desde que indicadores antecedentes já divulgados mostram queda na produção industrial ou alta ainda não sustentável para os próximos meses e se houver alguma recuperação ainda será gradual e volátil. Essa volatilidade mensal se deve aos incentivos dados pelo governo via redução de impostos, que geram ciclos de antecipação de consumo, seguidos de ressaca. Os riscos inflacionários são altos e as perspectivas são de possibilidade de uma elevação na taxa de juros para contê-los. O Copom salientou que avaliaria os dados econômicos até a próxima reunião, para decidir sobre a ação quanto aos juros. Os analistas prevem que diante de uma alta generalizada de preços neste primeiro trimestre, a inflação deve se manter em crescimento ao menos até o início do segundo semestre. Segundo algumas estimativas o cenário atual aponta para uma inflação de 5,4% a 5,8% em 2013, abaixo do teto da meta, se não houver um choque externo que possa agravar a situação e obrigar o BC a agir, aumentando os juros. O Banco Central planeja que inflação fique acima de 5% em 2014 e até o primeiro trimestre de 2015, e trazer o índice para perto do centro da meta oficial (4,5%) neste ano é cenário irrealista.

Já a previsão sobre o câmbio é de que não deve ter impacto na inflação, pois a tendência é o dólar se manter no atual patamar de R$ 2. A economia brasileira encerrou março com o maior crescimento trimestral em quase dois anos (alta de 1%) e se a tendência for mantida, a expansão em 2013 ficaria próxima a 4,5%, porem no momento ainda persista certa falta de confiança dos industriais e a lenta recuperação do investimento faz com que economistas esperem crescimento perto de 3% no ano. Há sinais de que a recuperação foi um movimento pontual para recompor os estoques, que tinham caído para níveis muito baixos e ficou localizada apenas em alguns setores da economia. No setor externo, a piora progressiva da crise Argentina continua afetando as exportações industriais do Brasil, pois cerca de 20% da exportação de manufaturados vai para aquele país, que deve comprar cada vez menos. 3. SITUACIÓN POLÍTICA A diretriz principal da presidente do Brasil nesta conjuntura é priorizar a recuperação da economia, que ainda se mostra fraca. A situação de crescimento constante da inflação trouxe discussões sobre esta priorização em detrimento de políticas que reduzem o crescimento para combater a inflação. Uma fala da presidente sobre inflação durante encontro dos Brics na África do Sul em março abriu uma polêmica e interpretações contraditórias que resultaram em uma tomada de posição oficial do governo em favor da política de crescimento. Embora Dilma tenha dito também que o governo está atento à inflação, o mercado interpretou seu discurso como indicação de que ela seria contra uma elevação de juros para conter a alta dos preços porque essa medida brecaria o crescimento. Para o mercado, a declaração prejudicou a credibilidade do Banco Central e a reação de investidores foi reduzir suas expectativas de alta de juros. No comércio exterior, a Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro aprovou acordo de troca de informações tributárias e financeiras entre Brasil e EUA. Este tema consistia no último obstáculo para a assinatura de um tratado para eliminar a dupla tributação entre os dois países, o que é uma reivindicação de empresários americanos e brasileiros.