Universidade Federal de Santa Catarina Associação Brasileira de Odontologia - SC



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Transcrição:

Universidade Federal de Santa Catarina Associação Brasileira de Odontologia - SC Departamento de Estomatologia Pós-Graduação em Odontologia - Especialização em Prótese Dentária Técnicas de Preparos Protéticos para Núcleos c> 1 LIFSC Biblioteca Setorial C CS-0 Trabalho apresentado para obter o titulo de Especialista em Prótese Dentária pelo Curso de Pós-Graduação da A.B.0 - SC / UFSC Orientador: Prof. Dr. Izo Milton Zani Aluno: Umberto Ramagem Paz Júnior Florianópolis, 05 de julho de 1997.

indice 1. INTRODUÇA 0 01 2. PROPOSIÇÃO 03 3. REVISÃO DE LITERATURA: Técnicas de Preparos Protéticos para Núcleos 04 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25 5. CONCLUSÃO 27 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 28

1. INTRODUÇÃO O conhecimento de métodos de preparos protéticos para o recebimento de núcleos e pinos é de fundamental importância nos processos odontológicos reabilitadores, seja através de próteses fixas, removíveis ou adesivas. As técnicas de preparos intra-canal como qualquer procedimento odontológico requerem um bom planejamento, onde cada tutor envolvido deve ser analisado isolado e contextualmente, observando-se suas limitações e contra-indicações. O planejamento protético envolve estudo apurado do caso, analise radiogralica quanto à inserção óssea dos pilares, condição periodontal, verificação do paralelismo dos suportes, da condição dos remanescentes ou raizes, da qualidade ou necessidade de endodontias, além de considerações estéticas e os aspectos oclusais. As técnicas de preparo intra-canal para a confecção de núcleos descritas na literatura odontológica dizem respeito ao uso de radiografias; aos cuidados com a contaminação durante a preparação; aos tipos de instrumentos utilizados; a quantidade recomendada de remanescente endockintico; ao selamento apical; ao momento do preparo; a forma, altura e espessura do preparo; aos reforços radiculares; ao efeito férula do núcleo e da coroa sobre a raiz; as inclinações dentarias; ao aproveitamento do remanescente coronário; a oclusão; a condição da dentina ( jovem ou envelhecida) e ao paralelismo entre as raizes. Na maioria das vezes apenas o tratamento endodontico não é o suficiente para recuperação funcional e estética de um dente, ou seja, nos casos de grandes destruições coronárias o elemento dental deve ter seus canais convenientemente preparados para receber um núcleo metálico e depois a prótese 6.

Os núcleos muito utilizados na prática odontológica diária, sio pinos fundidos com fixação intra-canal, usados para reconstrução da parte coronária de um elemento dental amplamente destruido. 2

2. PROPOSIÇÃO Este trabalho tem por objetivo fazer um levantamento sobre as técnicas de preparos intra-canal para a confecção de núcleos e confrontar as opiniões dos autores em relação A possíveis variações. Abordar-se-á a etapa do preparo intra-radicular, ou seja, o momento da confecção do espaço no qual se alojará o núcleo, com seus objetivos, técnicas, falhas, cuidados, indicações e contra-indicações. Os textos foram selecionados em pesquisa no index de literatura especializada na Biblioteca de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Após seleção, interpretação e resumos em fichas, as informações foram reunidas e utilizadas na confecção deste trabalho, de acordo com as normas da metodologia cientifica vigente Busca-se, com a realização deste estudo, reunir as mais recentes discussões referentes a este tema, pretendendo contribuir para o entendimento do mesmo. 3

3. REVISÃO DE LITERATURA: Técnicas de Preparos Protéticos para Confecção de Núcleos 0 preparo de um canal para alojar um pino ou núcleo é merecedor de grande respeito nas reabilitações protéticas. 0 desconhecimento das técnicas e materiais para o manuseio das raizes normalmente implicam em insucessos, como o deslocamento e queda da peça protética ou a fratura de raizes. De acordo com SORENSEN & ENGELIVL6iN 10 (1990), pesquisas in vitro e in vivo demonstraram que um pino ou núcleo não reforçam dentes tratados endodonticamente. MORGANO 8 (1996), afirmou que recentes estudos sugerem que pinos podem enfraquecer os dentes tratados endodonticamente, portanto procura-se procedimentos restauradores que ajudem a manter a vitalidade pulpar, eliminando a necessidade de pinos. Contudo, quando a endodontia for inevitável, deve-se seguir algumas diretrizes fundamentais relativas ao preparo infra-canal para confecção de pinos ou núcleos. Certamente, uma etapa importantíssima é a realização de radiografias MIRANDA et al 6 (1984), concluem que deve-se radiografar após o preparo, durante a prova do núcleo e após a cimentação deste 7 '9. Para SHILLINGBURG et al 9 (1986), o uso de radiografias é indispensável para verificar a extensão do preparo (calibragem) e, quando necessário fazer coffeções 6,7. MORAES et al 7 (1989), preconizaram o uso de radiografias para verificar a profundidade do preparo 6' 9. 0 exame radiogrifico, aliado a um bom exame clinico, de acordo com ITO & PAULA EDUARDO 2 (1995), é básico para o tratamento de reforço radicular, sendo útil para detectar fraturas radiculares, endodontias mal realizadas e outros problemas maiores. 4

41004C Figura 1 - Radiografias apresentando os elementos dentais antes e após serem preparados para a confecção de núcleos fundidos. Figura 2 - Radiografia apresentando fratura radicuiar 5

Com relação a técnica e instrumental utilizados no preparo intra-radicular, hi quase um consenso entre os autores, que divergem em poucos detalhes. Segundo FONSECA et al 1 (1990), a confecção de núcleos fundidos, implica na remoção da guta percha intra-radicular; e que existem diferentes técnicas para remoção deste material, tais como instrumentos aquecidos, brocas e/ou solventes químicos Afirmaram ser inquestionável que o uso de instrumentos provocam alterações na gutapercha, prejudicando o selamento apical 2. MIRANDA et al 5 (1994), em sua técnica de preparo preconizaram a remoção com um calcador de ponta romba e aquecida até a profundidade de dois terços do comprimento da raiz e depois com broca Peeso, obtendo-se um canal liso e levemente expulsivo 1:7 ' 8'9. Para MORGANO 8 (1996), a técnica de remoção de guta-percha e o uso de broca Peeso consistem em procedimentos rápidos e seguros no preparo do canal para pinos e núcleos 1,5". 6

Figura 3 - Instrumentais utilizados na confecção de preparos intra-ra,licul Glidden, Sonda Modificada aquecida, Lima Hedstre r.(broca Peeso, Largo, SHILLING URG et al 9 (1986), descreveram um método para confecçio de núcleos fundidos em fraturas, utilizando-se a mesma coro:. protetica sobre o elemento dental. 0 preparo 6 feito de forna convencional, optando-se por broca Peeso. Ju islificando seu uso, afirmam que esta seguirá facilmente o trajeto do canal e da guta-percha. Indicam a remoção maxima de guta-percha com instrumento iquecido antes dc utiliz Jr a broca Nestes casos de fraldra, TC: a poua ou enhti±:aa estrutura coroniiia do denie, haven.lo necessidade de um dispositivo anti-rotacion4 :raves de urna ou canaletas verde is na pared e do canal, para d:zi' maim estabilidade ao nf,aeo. Etas canaletis são confeccionadas com Broca 170L Carbide, com profundidade deterninada pelo próprio diâmetro da broca e localizado na Area de maior volume da raiz. 0 :.:.gundo sulco ou canaleta so é realizado em dent,:s maiores. 7

Figura 4 - Desenho demonstrando a fratura Figura 5 - Desenho demonstrando confecção de da estrutura coronária do dente. núcleo em coroa já existente. (Adaptado de SHILLINGBURG 9) MORAES et al 7 (1989), prevêem a remoção da obturação e a confecção da forma do preparo através de instrumentos aquecidos e brocas Gates-Glidden, Largo e Peeso 1, 5,8, 9 A guta-percha, diferente de outros materiais sólidos, é o melhor material obturador quando se preconiza preparavies para ancoragem de núcleos, devido a sua ótima plasticidade 8

Figura 6 - Foto apresentando o uso de isolamento absoluto durante o preparo com broca Largo. De acordo com MIRANDA et al 6 (1984), outro item importantíssimo na seqüência do preparo intra-radicular é a ausência de contaminação por saliva durante o preparo, respeitando-se os princípios aplicados no tratamento endodôntico 5. Pode-se, com este objetivo, utilizar um recobrimento (Ox. de Zinco Eugenol -IRM) com 0,5 a 1,0 ram de espessura no fundo da cavidade preparada, isolando-se completamente o remanescente da obturaç5o do meio bucal durante a moldagem e confecção do núcleo 6. FONSECA et al 1 (1990), recomendaram o uso de isolamento absoluto durante o preparo do canal, evitando percolação, e futuro insucesso da endodontia 3. 9

LOUREIRO NETO et al 3 (1992), preconizaram o uso de isolamento absoluto para técnica de reforço radicular com ionômero de vidro' No que se refere ao selamento apical, MIRANDA et al 6 (1984), afirmaram que sempre se deva respeitar a obturação endodontica remanescente, mantendo-se no mínimo 3,0 mm de guta-percha, em -virtude da região ser rica em canais colaterais 1,4,7,8'. Para FONSECA et al 1 (1990), os melhores resultados em relação ao selamento apical são apresentados por instrumentos rotatórios e as desobstruções imediatas apresentam melhores resultados que as mediatas 7. Deve-se deixar de 5 a 7 mm de repleção de guta-percha no terço apical para assegurar um bom selamento. A obturação do canal deve ser hermética e após a desobstrução deve-se promover nova condensação para que o remanescente repletor do conduto fique bem sedimentado. Quanto ao momento do preparo, MORAES et al 7 (1989), preconizaram que o canal deva ser preparado visando assegurar a excelência da restauração e do selamento apical, sem contudo, acarretar estresse para a estrutura radicular. Quanto ao melhor momento, afirmaram que o canal deva ser preparado, preferencialmente, na mesma sessão de sua obturação 1 '7, evitando contaminação. Ganha-se tempo e obtém-se um selamento apical mais seguro, pois durante a obturação a inclinação e profundidade das raizes sio conhecidas, proporcionando um maior sucesso no preparo. Para este ato é importante a não utilização de cimentos de obturação endodiintica com tempo de presa longo. Recomenda-se também, a condensação vertical do remanescente da obturação após a preparação e o selamento duplo. Para MIRANDA et al 6 (1984), a profundidade do preparo deve atingir até dois terços radiculares para que o núcleo apresente porção intra-radicular no mínimo igual ao comprimento da futura prótese. A profundidade de preparação deve ser determinada pelo suporte ósseo da raiz envolvida e o diâmetro do preparo teve ter aproximadamente um terço do diâmetro da raiz. 0 preparo deve ser feito acompanhando a anatomia do canal radicular, tanto no sentido vertical quanto no horizontal. Deve-se, quando houver, remover todo o tecido cariado e as estruturas de esmalte sem apoio dentinirio, além de arredondar todos os ângulos. Pode-se encontrar canais ovóides, triangulares e quadrados. Canais ovóides devem ser transformados em elípticos para evitar a rotação do núcleo. 1 0

Para MORGAN() 8 (1996), a profundidade do preparo nunca deve ser prejudicada, embora 4,0 a 5,0 mm de guta-percha devam ser mantidos no interior do canal l ' 1,4,6,7. A largura não deve exceder a metade da espessura da raiz, evitando-se o enfraquecimento desta. Segundo MORAES et al 7 (1989), na preparação do canal para receber o pino, sem acarretar estresse para a raiz 5, sempre se deve observar a anatomia radicular. A profundidade do preparo varia conforme a quantidade de remanescente coronário, o comprimento da raiz, o número de canais envolvidos no preparo e a altura da crista óssea. Embora haja necessidade de se manter 3,0 a 5,0 mm de obturação endodõntica para não comprometer o selamento 1"4,6'7,8, o comprimento do pino deve ser pelo menos uma vez e meia o comprimento da coroa clinica, já que a profundidade aumenta consideravelmente a retenção e resistência do pino. Quanto ao diâmetro, varia de acordo com o diâmetro de cada raiz e do canal obturado. Embora o diâmetro do preparo aumente muito pouco a retenção e o desgaste excessivo enfraqueça a raiz, o pino deve ter uma espessura minima. Normalmente o desgaste do dente não deve ultrapassar a metade da espessura da dentina. No extremo apical do preparo deve-se manter uma espessura de pelo menos 1,0 mm. Cada raiz possui características anatômicas próprias. HA situações em que existe a necessidade de utilização dos três canais, em caso de pouco remanescente dental; pouca profundidade em um único canal; curvatura excessiva da raiz; raiz curta; obstrução por material obturador ; calcificação do canal, dentre outras. LLOYD & PALM 4 (1993), apresentaram tits filosofias (conservadora, preservadora, proporcionafista) distintas sobre o espaço para o preparo dos pinos em dentes tratados endodonficamente. Nestes dentes o preparo para colocação de um pino é um passo critico que pode gerar fraturas, que diagnosticadas, requerem tratamento como amputação, aumento de coroa clinica ou exodontia. A causa mais comum de fraturas é a remoção excessiva de estrutura dental durante o preparo. Portanto, é fundamental o manuseio prudente da raiz residual e o planejamento do desenho do preparo. Utilizam o comprimento máximo sem comprometer os 3,0 a 5,0 mm do selamento apical de guta-percha 1 '6'7. 0 comprimento do pino não é apontado como principal causador de fraturas, mas o diâmetro deste, ou seja, a preparação excessiva ou canais amplamente destruidos. Advertem que, a 1 1

expansão demasiada do canal aumenta o risco de perfuração radicular e violação do ligamento periodontal. As três filosofias originam-se da experiência clinica e investigação comparativa e a combinação das teorias gera um roteiro prático para o preparo, particularmente em dentes mais velho. A corrente conservadora defendeu o menor diâmetro na fabricação de um pino para um determinado comprimento. Preconizaram ser necessário somente uma minima instrumentação do canal após a remoção da guta-percha, alterando o mínimo da anatomia interna. Prepara-se apenas o suficiente para se obter um diâmetro de pino que não flexione e com isso deixando as paredes do canal bem resistentes. A corrente proporcionalista recomendou que o preparo ideal para o diâmetro do pino seja um terço do diâmetro da raiz. Defendeu que o espaço do preparo para o pino não deva exceder um ter -go da largura da raiz na sua porção mais estreita. A relação de um terço preservaria estrutura dental o suficiente para resistir à fratura. A corrente preservadora afirmou que o sucesso do preparo dependerá de uma espessura minima de dentina circundando internamente o pino, prevenindo fraturas. A espessura preconizada variou de 1,0 a 1,75 mm de estrutura dental remanescente em qualquer direção 4. Os autores concluíram que as filosofias de tratamento do preparo do espaço para o pino não tem significado clinico elevado em dentes com canais largos (jovens). Entretanto na dentina mais envelhecida, onde hi deposição de dentina secundaria, o alargamento é fundamental para se atingir a dimensão apropriada para o pino sem comprometer a estrutura dental. "The Conservationist" "The Preservationist" "The Proportionist" Figura 7 - As filosofias do preparo do pino. (Adaptado de LLOYD & PALIK 4) 12

0-3 7 r.cos_ci SORENSEN & ENGELMAN 10 (1990), afirmam que o planejamento do desenho da preparação é uma consideração cuidadosa na restauração de dentes tratados endodonticamente, todavia tem recebido pouca atenção dos profissionais. É imperativo o conhecimento da anatomia radicular e do sistema de canais radiculares para se tentar qualquer procedimento em dentes bi ou tri-radiculados 5'7. O preparo destes dentes deverá sempre preservar suas características anatômicas. aspectos importantes destes grupo de dentes foram descritos por MIRANDA et al 5 (1994): 1 0 PRÉ-MOLAR SUPERIOR: Alguns Pode apresentar duas raizes, com a palatina mais volumosa que a vestibular; ou uma única raiz, que é larga no sentido vestibulo-palatino e terminando em extremidade apical cônica. Sua maior espessura dentinkia está no sentido vestíbulo-palatino e a menor no sentido mesio-distal. 20 PRÉ-MOLAR SUPERIOR: Pode apresentar raizes distintas (vestibular e palatina), mas na maioria das vezes sib uni-radiculares em seção transversal a raiz é quase oval. Tem raiz mais volumosa que o 1 0 pré-molar superior, conferindo maior estrutura dentiniria ao redor do canal. Apresenta câmara pulpar bastante profunda. 10 MOLAR SUPERIOR: Normalmente com três raizes, podendo apresentar três ou quatro canais. A raiz palatina, que é raiz de escolha para o preparo da porção radicular do núcleo, é a mais longa com forma cônica e ampla. Sua câmara pulpar é bastante pronunciada. As raizes vestibulares, na maioria das vezes, não sic) adequadas para receber núcleos devido a angulação acentuada dos canais quando saem da câmara pulpar. 2 MOLAR SUPERIOR É muito parecido com 1 molar superior, entretanto seus canais radiculares são mais amplos e mais facilmente acessíveis. 3 MOLAR SUPERIOR e INFERIOR: Possui variações conforme sua anatomia. 13 Biblioteca Universitária UFSC

1 MOLAR INFERIOR: Apresenta dois canais radiculares na raiz mesial e um canal na raiz distal, podendo porém apresentar um quarto canal na raiz distal. Sua câmara pulpar é bastante ampla com paredes circundantes bem mais pronunciadas que outros dentes. Sua raiz mesial apresenta grande curvatura e a distal é quase reta, sendo a eleita para o preparo para receber a porção radicu1ar do núcleo. A relação das duas raizes entre si podem ser divergentes, paralelas ou convergentes. 2 MOLAR INFERIOR: E. um dente muito semelhante ao 1 molar inferior, porém com câmara pulpar menos pronunciada e com raizes mais retas que tendem a se aproximarem. Com relação à forma do pino, MORGAN() 8 (1996), relatou que há na literatura autores que afirmavam que os pinos cônicos são causadores de fratura por ação de cunha, e outros que acreditavam que os pinos com paredes paralelas proporcionam maior retenção, embora ofereçam maior risco de perfiração durante o preparo e propiciem uma linha de ângulo agudo na terminação apical do preparo do pino. Figura 8 - Pinos com paredes paralelas. (Adaptado de MORGANO 8) 14

De acordo com MORAES et al (1989) a forma do preparo reflete a forma anatômica da raiz e a forma oval paralela é mais retentiva que a cônica. f:::. r - k 1 1 f --; I \ --..." OVAL PARALELA E3-F. CÔNICA Figura 9 - A. Forma mais retentiva de preparo do canal para pino. B. Forma menos retentiva. (Adaptado de MORAES et al 7). A manutenção da estrutura dental, de acordo com MORGAN() g (1996), é diretriz fundamental relativa ao preparo intra-canal para o alojamento de pinos ou núcleos, principalmente quando se quer obter um efeito férula da coroa sobre o remanescente e o núcleo 6,10 Para SORENSEN & ENGELMAN i (1990), quando existir remanescente da coroa clinica, deve-se utilizar recursos para aproveitá-lo, melhorando a retenção da estrutura coronal 6' 8. MIRANDA et al 6 (1984), alertaram que se deve considerar aspectos como aproveitamento da profundidade da câmara pulpar, canais curvos e aproveitamento do remanescente coronário 8' 10. Com relação As inclinações dentárias, MIRANDA et al 6 (1984), afirmaram que o sentido do longo eixo dos dentes sempre deve ser considerado evitando-se perfurações radiculares 7. As raizes dificeis de preparar devido As inclinações dentárias são as dos incisivos inferiores, as faces mesiais dos molares inferiores e as faces mesio-vestibulares de molares superiores. Para MORAES et al 7 (1989), erros na direção de inclinação podem gerar degraus e perfurações. Portanto, deve-se estar sempre atento A inclinação do dente na 15

arcada, nos sentidos vestíbulo-lingual e mésio-distal. Incisivos laterais superiores são os dentes com maior inclinação no sentido vestíbulo-palatino (200) 6. MORGANO (1996), afirmou que o efeito férula da coroa sobre o remanescente e o núcleo é desejado e de fundamental importância 1. Para que este procedimento seja possível o remanescente coronário deve ser preservado durante a preparação. 0 efeito férula consiste em uma ação de abraçamento ou ferulização da coroa, que se estende 1,5 a 2,0 mm apicalmente ao núcleo, aumentando a resistência à carga oclusal dinâmica, ajudando a manter a integridade do selo cementirio e reduzindo o potencial de concentração de forças na junção núcleo e pino. SORENSEN & ENGELMAN 10 (1990), reali7aram estudo in vitro onde se examinou o efeito de vários desenhos de férulas em núcleos, em relação à resistência fratura de dentes endodonticamente tratados. Na pesquisa cada tipo de desenho de férula exigia um diferente tipo de preparo. A ação de férula também pode existir na prótese, implicando em um colar metálico em 360 ao redor da coroa com intenção de aumentar a integridade estrutural dos dentes despolpados, contrapondo-se As forças de alavanca,e diminuindo as forças que agem diretamente sobre os pinos e forças laterais durante sua inserção. A coroa deve se estender 2,0 mm além da junção do núcleo para assegurar a proteção do efeito férula. Este beneficio não tem sido confirmado por pesquisas, nem tem-se desenvolvido um desenho de férula superior. 16

Figura 10 - Ilustração do efeito férula na interface dente restauração. (Adaptado de SORENSEN & ENGELMAN 10). Figura 11 - Seis desenhos experimentais de preparos de dente. (Adaptado de SORENSEN & ENGELMAN 10). Segundo MIRANDA et al 6 (1984), o preparo do canal radicular para núcleo metálico é tarefa do endodontista, pois é o profissional mais familiarizado com a anatomia interna de cada dente e com imagens radiogificas. Deve-se requerer o preparo intra-canal e informar ao profissional que tipo de trabalho protético será realizado, bem como da utilização do remanescente dental 5 17

De acordo com MIRANDA et al 6 (1984), o esforço durante a mastigação e movimentos mandibulares em relação a preparos intra-radiculares em incisivos devem ser considerados. Para minimizar o efeito das cargas oclusais em incisivos superiores, o preparo deve ser feito de maneira mais acentuada na parede lingual da raiz. E nos incisivos inferiores deve-se preservar maior quantidade de dentina na parede lingual. No que se refere a reforços intra-radiculares, ITO & EDUARDO 2 (1995), afirmaram que o avanço dos adesivos dentinitios e das resinas compostas aumentaram a adesão e a resistência à tração na superfície dentiniria, proporcionando perfeita reconstrução das paredes infra-radiculares, sem imperfeições. Diminuindo as tensões aplicadas à raiz (função amortecedora), possibilitando-se a colocação de núcleo ou pino estandardizado ou fundido, reduzindo assim o perigo de fratura. Apresentaram uma alternativa na restauração de dentes tratados endodonticamente, com porção radicular amplamente destruída por cárie, mi formação ou iatrogenia, que consiste no emprego de resina fotoativada polimerizada em camadas pequenas (forma incremental), utilizando-se pino plástico transmissor de luz para auxiliar na fotopolimerizaçâo e também proporcionar espaçamento ideal infra-canal para instalação de núcleo. A técnica surgiu da observação de falhas em trabalhos anteriores que utilizavam resina ativada quimicamente, ionômero de vidro ou resina fotopolimerizável ativada em uma só etapa. A resina fotopolimerizivel apresenta uma contração de polimerização muito próxima à do dente, proporcionando um material compacto em toda sua extensão, boa adesão ao dente e pouca porosidade. 18

Figura 12 - Incisivo central com amplo espaço intra radicular. sumlemmille Sr aim*, do pins prommakiimente Weal tolispeammfter Figura 13 - Camadas de resina composta sendo acomodadas corn condensador. 19

Figura 14 - Polimerizaçlo da resina composta através do pino Figura 15 - Incisivo central com reforço de resina composta. (Figs. 12 a 15: adaptado de ITO & EDUARDO 2.) 20

LOUREIRO NETO et al 3 (1992), propuseram uma variação da técnica de reforço radicular que até então ainda não existia na literatura, onde se utilizou como material restaurador o cimento de ionômero de vidro, principalmente, por suas características terapêuticas como maior biocompatibilidade quando comparado com resinas, estimulo a regeneração na região pen-radicular e ação anti-cariogênica. Além destes outros fatores que indicam o uso de ionômero de vidro em restaurações intra-radiculares é a idade jovem do paciente, a excelente adesão aos tecidos dentais e boa resistência a tração e a compressão. Embora a pesquisa apresentada pelos autores necessite de maior período de preservação e também não tenha sido demonstrado na literatura a utilização de raizes com reforço de ionômero de vidro para apoio de P.P.R. ou P.P.F., este tipo de reconstituição radicular é corretamente indicado, principalmente para dentes extremamente destruidos ou com defeitos, já apresentando possíveis micro-perfurações, permitindo o contato com a região periradicular. Estes defeitos - cáries, reabsorções, iatrogenias, acidentes, normalmente se localizam no terço cervical e médio da raiz, permanecendo o terço apical com suporte denfinirio adequado. Caso haja cimentação de núcleo muito volumoso em raiz em tais condições, certamente, implicará em fratura da parede radicular durante a função. A técnica proposta preconiza irrigação do canal com hipoclorito de sódio 0,5 % e introdução do ionômero sem a utilinção de ataque ácido. A modelagem do canal só será realizada 48 horas após a restauração, visto que este material necessita deste período para atingir o máximo de resistência. 21

Figura 16 - Vista clinica inicial evidenciando destruição coronária por cárie. Figura 17 - Radiografia de diagnóstico revelando grande perda de estrutura dental na raiz. 22

Figura 18 - Vista oclusal do incisivo central superior esquerdo após o reforço da raiz com cimento ion -diner de vidro. Figura 19 - Verificação radiogrifica do conduto artificial criado após o reforço radicular. (Figs. 16 a 19: adaptado de LOUREIRO NETO 3) 23

Mesmo que vários autores preconizem o uso de condicionamento Acido e resina composta nos reforços radiculares, LOUREIRO NETO et al 3 (1992), afirmaram através de sua pesquisa, que em alguns casos é indicado o uso de ionômero de vidro para transformar uma cavidade patológica em cavidade terapêutica, devido as propriedades benéficas deste material. 24

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO 0 tema abordado nesta revisão cientifica não se encontra do amplamente discutido na literatura quanto outros assuntos pertinentes a núcleos ou pinos. O enfoque dos autores é sempre maior em relação is variedades de tipos de pinos (industrializados, fundidos, mistos, etc.) ou is suas formas de moldagens do que os tipos de preparos intracanal para a instalação de núcleos ou pinos. Observa-se diariamente na prática odontológica inúmeras iatrogenias relacionadas a preparos intra-radiculares, suas origens podem estar nas técnicas instrumentais inadequados, no preparo excessivo em largura ou em comprimento, na desconsideração das forças oclusais, na ausência de acompanhamento radiográfico, no desconhecimento da anatomia intra-canal ou das inclinações dentárias, em contaminações e também na falta de senso critico diante de uma endodontia mal realizada. LLOYD & PALIK 4 (1993), concluíram que o diâmetro do preparo de dentes tratados endodonticamente para instalação de pinos tem sido imprecisa, pois variações na configuração anatômica, extensão da destruição, localização na arcada dental, osso alveolar de suporte e a função do dente restaurado em substituir ou suportar outro dente dificulta a seleção do preparo e pino ideal para determinada situação clinica. MORGANO 8 (1996), concluiu com relação aos efeitos dos pinos sobre as raizes ainda sio conflitantes devido i falta de um bem controlado estudo in vivo e dos resultados duvidosos de muitas investigações in vitro. Todavia, extração e reposição com próteses suportadas por implante podem ser mais prudentes com dentes severamente comprometidos. e 25

Com relação i resistência i fratura dos dentes com vários tipos de férulas, SORENSEN & ENGELMANN 10 (1990), afirmaram que, embora a aplicação deste estudo possa ser limitada em situações clinicas, os resultados da pesquisa in vitro concluem que: - 1,0 mm acima da margem da estrutura coronal, aumenta a resistência a fratura de dentes tratados endodonticamente; - um contra-bisel na junção do núcleo e da margem da coroa não aumenta a resistência a fratura; - questiona-se o conceito prévio de que o dente deva ter o máximo de estrutura axial para resistir a fratura; - o passo mais importante na preparação dental é o paralelismo das paredes da dentina coronária para a preparação do ombro, proporcionando maior resistência. 26

5- CONCLUSÃO Diante de todos esses fatores fundamentais, já citados, a serem observados durante a fase de planejamento e confecção de preparos em condutos radiculares para núcleos ou pinos, conclui-se ser impossível o manuseio correto das raizes sem o conhecimento das técnicas de preparos intra-radiculares, que certamente proporcionarão vantagens na obtenção de núcleos retentivos, sem danificar as raizes e o periodonto que as envolvem, ou seja, possibilitando o sucesso em reconstruções protéticas. 27

6- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. FONSECA, R. M.; MAIA, J. de A. C.; CHEVITARESE, 0. Procedimentos clinicos em condutos radiculares para o não comprometimento do selamento apical na ancoragem de núcleos protéticos. Revista Brasileira de Odontologia, R. de Janeiro, v. XLVII, n.3, p. 14 a18, mai/jtm, 1990. 2. ITO, L.; EDUARDO, C. P. Técnica alternativa para la utilización de pernos y pernos mutiores intraradiculares. Revista Fola Oral. S. Paulo, n.3, ail 1, p.119 a 124, sept/oct, 1995. 3. LOUREIRO, NETO, C.; IMURA, N.; ZUOLO, M.L. Reforço radicular com o uso do cimento ionâmero de vidro. Relato de caso clinico. Revista Paulista de Odontologia. S. Paulo, n.3, ano XIV, p.28 a 32, mai/jun, 1992. 4. LLOYD, P. M.; PALIK, J. F. The philosophies of dowel diameter preparation: A literature review. J Prosthet Dent. Milwaukee, v.69, n.1, p.32 a 36, january, 1993. 5. MIRANDA, C. C. et al. Procedimentos para preparo e moldagem de dentes hi e triradiculares. In:. Atlas de reabilitação bucal -Núcleos metálicos fundidos. S. Paulo: Ed. Santos, 1994. p. 66 a 77. 6. MIRANDA, C. C. et al Preparos intra-radiculares. In:. Atlas de reabilitação bucal. l a edição. S. Paulo: Editora Santos, 1984. p.197 a 235. 28

7. MORAES, S. H.; CUNALI, P. A.; HECK, A. R.; ARAGÃO, E. M. Preparo do canal para receber o pino. In: BERGER, J. R. Endodontia. P edição. Rio de Janeiro: Editora EPUC, 1989. p.303 a 310. 8. MORGANO, S. M. Restoration of pulpless teeth: Application of traditional principles in present and future contexts. J Prosthet Dent. Boston, v.75, n.4, p.375 a 380, april, 1996. 9. SHILLINGBURG, H. T.; KESSLER, J. C. Confecção de núcleos em coroas já existentes. In:. Fundamentos em prótese fixa. P. ed. São Paulo: Quintessence, 1986. p. 123 a 142. 10. SORENSEN, J. A.; ENGELMAN, M. J. Ferrule design and fracture resistance of endodontically treated teeth. J. Prosthet Dent. Los Angeles, v.63, n.5, p.529 a 536, may, 1990. 29