CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, CBGDP 2009 3-5 AGOSTO 2009, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL



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CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, CBGDP 2009 3-5 AGOSTO 2009, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP, BRASIL UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE PROJETOS NA FASE DE PLANEJAMENTO COM BASE NOS PRINCÍPIOS LEAN: UM ESTUDO DE CASO NO SEGMENTO DE ELETRÔNICOS. RESUMO Marcos Albuquerque Buson (UFSC) marcosbuson@gmail.com Rafael Laurenti (EEUSP) laurentirafael@yahoo.com.br Henrique Rozenfeld (EEUSP) roz@sc.usp.br Fernando Antônio Forcellini (UFSC) forcellini@deps.ufsc.br Nesse trabalho realizou-se uma análise do planejamento do projeto de produtos envolvendo arranjos de empresas de base tecnológica que atuam no segmento de eletrônicos. No conteto do planejamento de projetos, foram elencadas as melhores práticas da filosofia Lean no Processo de Desenvolvimento de Produtos sob uma ótica das dimensões sustentáveis. Com base nessa analise é apresentada a construção de uma avaliação do planejamento do projeto com foco na sustentabilidade que utiliza práticas Lean (Enutas) como variáveis de investigação para definição de um nível de performance. Buscou-se com esse trabalho estruturar essa avaliação, por meio da estratégia metodológica da investigação por questionário apresentada por Hill e Hill [8], nas práticas da abordagem Lean no PDP colaborativo de acordo com os valores da sustentabilidade. Como resultado é apresentado uma Avaliação da Sustentabilidade de Projetos na Fase de Planejamento e o tratamento estatístico de seus resultados com uma amostra em empresas que atuam no setor de eletrônicos. Palavras-chave: Planejamento de Projetos, Lean Design, Indicadores de Sustentabilidade 1 INTRODUÇÃO Na busca pela redução de desperdícios e por produtos inovadores com abrangência global, países desenvolvidos e os em desenvolvimento procuram se firmar como referências na pesquisa e na criação de novas tecnologias elaborando planos de negócios que consolidem sustentavelmente suas empresas e indústrias. Considerando as atuais tendências globais de mudança climática e de consumo crescente de matériasprimas e recursos energéticos, a sustentabilidade é vista como um elemento chave para o desenvolvimento voltado para o futuro e como fator de inovação em todos os setores relevantes da sociedade [12]. Nos últimos anos a procura por um processo de desenvolvimento de produtos eficiente e eficaz vem incorporando a fase de planejamento do projeto os princípios do Lean Thinking, apresentados por Womack e Jones [19]. Bjarnoe [2] ressalta que a filosofia Lean, que até o final da década de 90 foi principalmente aplicada dentro da área de manufatura, pode acrescentar conhecimento no desenvolvimento de produtos para torná-los modelos de negócio sustentáveis. O Desenvolvimento Enuto, embora à primeira vista pareça muito com Desenvolvimento Integrado de Produtos, pois possui práticas, técnicas e ferramentas similares, propõe uma visão mais orgânica do processo, baseada na redução do desperdício (eficiência: fazer certo o trabalho) e na criação de valor (eficácia: fazer o trabalho certo) [12]. Atualmente, a busca pela inovação por meio de arranjos de empresas de base tecnológica ressalta a importância da sustentabilidade no planejamento de projetos inseridos em diferentes modelos de referência. Nesses arranjos, a diretriz do conceito de valor para o consumidor e para os Stakeholders 1

envolvidos no empreendimento torna imperativo que os times de projeto planejem-se, integrem-se e atuem sustentavelmente com resultados satisfatórios. Buscando subsídios na literatura, observa-se a falta de um procedimento ou sistemática formal que permita a inclusão dos conceitos de sustentabilidade na fase de planejamento [20]. Assim, uma questão que surge é a de, num primeiro momento, é como avaliar na fase de planejamento se um projeto segue diretrizes sustentáveis? O presente trabalho busca mostrar o desenvolvimento de variáveis de investigação que possibilitem a avaliação do desempenho do planejamento do projeto considerando os aspectos enutos e sustentáveis e envolvendo arranjos de empresas de base tecnológica que atuam no segmento de produtos eletrônicos. 2 SUPORTE TEÓRICO O Planejamento de Projetos no conteto de Desenvolvimento Lean de Produtos De acordo com o modelo de referência para o processo de desenvolvimento de produtos proposto por Rozenfeld et. al. [16], a fase de planejamento de projeto inicia com a proposta do produto, que é gerada do Portfólio de projetos e produtos, definido na fase anterior (Planejamento Estratégico de Produtos), e tem como saída um documento denominado de Plano de Projeto. Este plano deve conter a declaração do escopo do projeto e do produto, as atividades e sua duração, os prazos, orçamentos e pessoal responsável, os recursos necessários, a análise de riscos e indicadores de desempenho. A metodologia de gestão de projeto definida pelo PMBOK [14], apesar de amplamente conhecida e utilizada não é adequada para alguns tipos de projetos industriais, podendo apresentar baio desempenho, como no caso do desenvolvimento de produtos compleos e inovadores [13]. Em uma análise entre as abordagens do conjunto de práticas apresentadas pelo PMBOK, pode-se observar um tronco comum de informações demandadas para a eecução do planejamento do Projeto. São apresentadas de forma sintética abaio: Definição de Escopo / Levantamento de Requisitos Análise do estado atual da capacidade de desenvolvimento Elaboração de Cronograma de atividades Análise de Qualidade Versus Custo Na abordagem Lean, o valor pode ser considerado como uma função não só do produto, mas como a eperiência total obtida em relação a este produto, desde a aquisição até o descarte. Também, o valor para cada interessado está relacionado em como eles percebem o retorno sobre o investimento (ROI), benefícios operacionais relacionados, ou recompensa em troca de sua respectiva contribuição para a imagem corporativa da empresa. Entretanto, há outras características nas empresas que focam no valor, como as apresentadas na Figura 01. Figura 01 Foco no Valor no Desenvolvimento Lean [18] Ainda nos conceitos da filosofia Lean, o fluo de valor constitui-se não só do fluo do produto físico, que é entregue ao cliente, mas também do fluo de informações; o desperdício, neste conteto, é a eecução de atividades humanas que absorvem recursos, mas não criam nenhum valor. 2

Ward [19] aponta que os desperdícios mais importantes no desenvolvimento de produto são aqueles relacionados com o conhecimento, uma vez que o conhecimento é o valor primário criado no desenvolvimento. Segundo o autor, são seis os desperdícios relacionados com o conhecimento: barreiras na comunicação, ferramentas ineficientes/ inadequadas, informações inúteis, espera, verificações e conhecimentos descartados. Em McManus [12], no processo de desenvolvimento de produtos, a aplicação da filosofia Lean tem três objetivos: 1. Criar os produtos corretos: criar arquiteturas de produto, famílias e projetos que gerem valor para todos os interessados da empresa. 2. Obter uma integração efetiva entre o processo de desenvolvimento e a empresa: usar a engenharia enuta para criar valor nas interfaces entre o processo de desenvolvimento e as diversas partes da empresa. 3. Usar processos de engenharia efetivos: eliminar os desperdícios e melhorar o tempo de ciclo e a qualidade na engenharia. Esses três objetivos, juntamente com os desperdícios de Ward [19], serviram de base para relacionar sustentabilidade e abordagem Lean. Essa relação deu inicio a construção da avaliação da sustentabilidade de projetos na fase de planejamento no segmento de eletrônicos. Sustentabilidade na área de Projetos O conceito de desenvolvimento sustentável mais utilizado é o estabelecido no relatório da conferência RIO 92. Foi definido que o desenvolvimento sustentável é o que satisfaz as necessidades básicas e aspirações do bem estar da população, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras estabelecerem suas próprias necessidades e aspirações. De acordo com Franco [6] sustentabilidade é a conseqüência de um compleo padrão de organização que apresenta cinco características básicas: interdependência, reciclagem, parceira, fleibilidade e diversidade. O autor sugere que, se estas características, encontradas em ecossistemas, forem aplicadas às sociedades humanas, essas sociedades também poderão alcançar a sustentabilidade. Complementando o conceito de Franco [6], segundo a visão de Capra [4], sustentável não se refere apenas ao tipo de interação humana com o mundo que preserva ou conserva o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras ou ainda que vise unicamente à manutenção prolongada de entes ou processos econômicos, sociais, culturais, políticos, institucionais ou físicoterritoriais. O conceito tem uma função complea, que combina de uma maneira particular essas seis variáveis de estado relacionadas às características apresentadas primeiramente. Por essas definições pode-se entender que o conceito apresentado pelos autores sugere que o entendimento sobre a sustentabilidade parta de fatores eternos. Esses, depois de identificados, moldam o comportamento e criam um ambiente interno propício para tal equilíbrio sustentável. Na Figura 02 é representada a relação entre o modelo unificado proposto por Rozenfeld [15] com os princípios Lean e as dimensões sustentáveis. Figura 02 Relação entre a abordagem Lean e sustentabilidade [15] 3

Contudo, na abordagem sustentável não há a eigência de mudanças reais nos estilos de vida e consumo, mas apenas a sensibilização do usuário para a escolha de produtos mais ambientalmente responsáveis. Este é o primeiro nível de atuação da engenharia com vistas à sustentabilidade, e que apresenta grande potencial de atuação imediata. [15]. O que se vem a ser proposto nessa avaliação é a que na fase de planejamento do projeto sejam identificados esses valores, e analisados para que haja um maior entendimento e sustentabilidade do negócio. Assim, relacionando a sustentabilidade com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, podemos trabalhá-la como um conceito sistêmico. Nessa atuação o desenvolvimento sustentável é dividido em três dimensões, já mencionadas anteriormente: Dimensão Econômica Dimensão Social Dimensão Ambiental Dimensão Econômica Valenti [17] ressalta que a sustentabilidade econômica depende da elaboração de projetos bem concebidos e de uma cadeia produtiva forte. Conseqüente, um projeto bem elaborado deve basear-se no uso da tecnologia mais adequada para as condições locais e do investidor e em um plano de negócio realista. Para ser forte, a cadeia produtiva precisa ser organizada e ter todos os elos fortes. Basta um elo fraco para que toda a cadeia seja fraca. Para se obter sustentabilidade econômica, deve-se fortalecer toda a cadeia produtiva. Esta é uma ação complea que depende de um trabalho conjunto do setor privado e órgãos gestores do governo. Dimensão Social A Dimensão social se relaciona diretamente com a sociedade que é influenciada direta ou indiretamente pelas ações da empresa em seu macro-ambiente de atuação. Manzini, & Vezzoli [11] destacam a necessidade das pessoas envolvidas nesse ambiente reconhecem ao longo do crescimento do empreendimento, uma oportunidade para melhorar seu grau de bem-estar. Contudo para que isso surte efeito é preciso que o conceito de bem-estar seja criado transformando os juízos de valores e os critérios de qualidade de vida que a interpretem. Dimensão Ambiental A perspectiva ambiental no conteto de sustentabilidade de projetos é ligada aos impactos no meio ambiente conseqüentes das ações humanas. Segundo Bellen [1] eercer uma sustentabilidade ambiental significa ampliar a capacidade de nosso planeta pela utilização do potencial encontrado nos diversos ecossistemas, ao mesmo tempo em que se mantém sua deterioração em um nível mínimo. Essas características representam bem as definições de reuso, reciclagem remanufatura na indústria e ainda podendo ser acrescentadas os outros três R s: Reduzir, Repensar e Respeitar. 3 CONSTRUÇÃO DAS VARIÁVEIS DE INVESTIGAÇÃO A proposta de avaliação em empresas tem como foco a elaboração de um diagnóstico da fase de planejamento de projetos sob uma ótica dos princípios da filosofia Lean e valores sustentáveis. As variáveis de investigação, conceito utilizado por Hill e Hill [8], foram utilizadas nessa pesquisa para construção da avaliação como indicadores de desempenho. 4

Nessa proposta por meio de indicadores, denominados variáveis de investigação, vislumbra-se adquirir subsídio informacional para melhorar, controlar e melhorar esse processo no ciclo de vida do projeto de produtos. A proposta de avaliação em empresas tem como foco a elaboração de um diagnóstico da fase de Planejamento de Projetos sob uma ótica dos princípios da filosofia Lean e valores sustentáveis. Almeja-se com esse diagnóstico possibilitar a definição de um plano continuo para melhorar a performance dessa fase. Fundamentação para Construção das Variáveis de Investigação Entende-se que ao elencar as melhores praticas que auiliam o planejamento de projeto, busca-se dar um direcionamento sobre como e onde as mesmas são aplicadas e com isso propor seu uso em novas empresas que estão aderindo ao pensamento enuto. Entende-se que se a empresa chegar a um nível de ecelência em fatores sustentáveis internos, há um segundo estágio, que trata da adequação total da empresa em termos sustentáveis na qual englobaria os fatores internos e eternos. As variáveis de investigação que foram propostas objetivam uma avaliação que não possui um conceito meramente comparativo. Um dos objetivos é estabelecer um perfil da empresa com base na coerência de seu planejamento e funcionamento com relação aos princípios enutos, com estudos tanto na visão pontual de ferramentas e técnicas quanto em um panorama global de sustentabilidade do processo de desenvolvimento de novos produtos. Em outras palavras significa ressaltar (identificar) a discrepância e o caminho a ser seguido para a empresa atingir um equilíbrio sustentável. Equilíbrio esse, apresentado na Figura 03. Figura 03 Pilares da avaliação baseados em sustentabilidade. [6] Desenvolver produtos com base no que é identificado como valor pelos consumidores é um princípio da filosofia Lean. Entretanto, a prospecção e a identificação das reais necessidades são realmente o desafio. Esse salto, que não é obrigatoriamente tecnológico ou estético, é crucial para a sobrevivência da corporação. Rozenfeld et al.[16] refere-se a esses projetos como radicais, os quais envolvem significativas modificações no projeto do produto ou processo eistente. Ao passo que o processo de inovação possui o fluo de informações em maior volume em relação ao fluo de material, é necessário em termos acadêmicos e mercadológicos, que estudos com a intenção de mensurar níveis de performances sejam objetos de pesquisa. Naturalmente, as ferramentas e índices desenvolvidos, tendem a ealtar e se focar em um desses valores, ou a focar no resultado final. O que se procurou conceber é uma avaliação que possa ser usada antes do projeto ser eecutado. Dessa maneira, um de seus subprodutos é possibilitar um maior entendimento pré-projeto, ou seja, apresentar e enquadrar as variáveis de investigação nos três pilares da sustentabilidade antes de eecutar as tarefas e atividades. A semelhança dos conceitos de sustentabilidade com a abordagem Lean é justamente a percepção de valor (econômico, social e ambiental) pelo cliente interno, intermediário, e principalmente, o eterno. A Figura 04 mostra a lógica utilizada para captar a essência dessas variáveis de investigação. 5

Figura 04 Esquemático para identificação das variáveis de investigação. O primeiro princípio enuto apresentado por Womack & Jones [19] é relacionado com o fornecimento de valor ao cliente, que atenda à sua necessidade específica. Conseqüentemente, pelo raciocínio enuto, para serem desenvolvidos produtos sustentáveis, a empresa precisa identificar as necessidades dos clientes e com base nessa demanda planejar o desenvolvimento de tal, assim como o esquema apresentado na Figura 04. Etapas para construção das Variáveis de Investigação A sistematização das etapas de delimitação de pesquisa para geração das variáveis de investigação, apresentada na Figura 05, foi: 1. Apresentar o problema de pesquisa; 2. Discutir com os participantes com o processo de planejamento é feito em suas empresas; 3. Compreender os processos discutidos e identificar as atividades, técnicas e princípios usados no processo de planejamento. Após captar a essência dessas atividades e elencar o que foi identificado como valor agrupar os conceitos em valores sustentáveis; 4. Desdobrar esses valores em variáveis de investigação sob a ótica da filosofia Lean; 5. Definir as variáveis de investigação e estabelecer seus descritores (níveis de performance); 6. Estudo de campo e analisar os dados obtidos. Figura 05 Seqüencia de atividades para elaboração da avaliação Na primeira etapa buscou-se na revisão bibliográfica apresentar a área de pesquisa, indicadores, ferramentas, e melhores práticas Lean que contribuíssem para o desenvolvimento de um projeto sustentável. Foram encontradas referências principalmente adaptadas do guia de planejamento de Bellen [1], Haughton & Hunter [8] e Liker [10] e abertas para discussão em um Brainstorming envolvendo ao total 10 colaboradores, sendo 3 pesquisadores da área de desenvolvimento de produtos, 4 profissionais da área de projetos e 3 estudantes. Na segunda e terceira etapa foram discutidos os conceitos de sustentabilidade, Lean Design, indicadores de outras avaliações e benchmarkings para melhor entendimento da problemática e filtro de idéias. Nessa etapa, os participantes foram constantemente indagados com as seguintes perguntas: Durante uma tomada de decisão ao longo do planejamento, ou seja, em uma situação de trade off, quais valores sustentáveis conseguem ser observados no caminho escolhido? 6

Quais são os produtos finais resultantes das atividades escolhidas na fase de planejamento? O que se deseja obter no processo de desenvolvimento? Como os valores estabelecidos para a continuidade do negócio são incorporados no planejamento do projeto? Em um cenário ideal, quais seriam as metas do desenvolvimento de um produto, em ambiente colaborativo? É importante ressaltar que os resultados obtidos, apresentados na Tabela 02, tiveram fundamentação na percepção e opinião dos colaboradores integrantes do Brainstorming. Tabela 02 Resultado do Brainstorming dos conceitos das variáveis de investigação Desenvolvimento de clusters Variáveis de Manter o crescimento econômico Investigação Maimizar lucro privado Econômicas Epandir Mercados Manter investimentos Pesquisa e Desenvolvimento Estratégias para Inovação Estratégias de longo-prazo, relacionando custos futuros de manutenção Projeto Modulares (Plataforma de Produtos) Amortizar custos de impacto ambiental internamente, não eterná-los Variáveis de Investigação Sociais Variáveis de Investigação Ambientais Capacitar recursos humanos Equidade Combate ao desemprego Respeitar a capacidade de suporte Transferência de tecnologia Conservar e reciclar recursos Desenvolver redes Reduzir desperdícios Qualidade de Vida Educação Comunidade Rodízio interno de recursos humanos Oportunidades igualitárias Propiciar um desmonte programado Aumentar a auto-suficiência local Políticas de logística inversa Emissão de gases tóicos Aumentar a equidade Urbanização Produtos Modulares (Plataforma de Produtos) Garantir a participação e a responsabilidade social Usar tecnologias apropriadas Uso de recursos naturais e renováveis Gestão ambiental Prevenção da Poluição (ar, água, terra, desperdício) Durante essa dinâmica, cada conceito de variável de investigação foi analisado sob a ótica Lean, para que no âmbito de sua filosofia, fossem encontrados direcionamentos para gerar as variáveis de investigação. A definição das variáveis de investigação teve como guia as dimensões sustentáveis, que foram subdivididas e desdobradas em variáveis de investigação pontuais com base na abordagem Lean. 7

Nessa conversão ou desdobramento dos conceitos de variáveis de investigação sustentáveis, alguns foram agrupados por serem correlacionados ou por serem redundantes. O objetivo dessa conversão de conceitos foi estabelecer parâmetros para projetos com foco na sustentabilidade. Ter como base o entendimento do que é, e o que deveria ser identificado como valor pelos especialistas na área de projetos e converter essas características variáveis de investigação sustentáveis, hierarquizando-as em níveis de desempenho. Em seguida, foram devidamente organizadas por questões e enquadradas em seus respectivos valores sustentáveis, de acordo com a afinidade e amplitude de seu conceito. Após esse processo, foi construído o instrumento adotado nesse trabalho para avaliação da sustentabilidade de projetos na fase de planejamento a partir de variáveis de investigação com base nos princípios enutos, apresentada na Tabela 03 a seguir: Tabela 03 As variáveis de investigação enquadradas em suas respectivas dimensões sustentáveis. Questão 1. Dimensão Sustentável Variáveis de Investigação Estudos de impacto de custo contínuo para apoiar decisões Curvas de ROI e trade-off de custo benefício Econômica 2. Relacionamento com stakeholders e consumidores no processo 3. Busca contínua pela ecelência e melhor qualidade 4. Gestão de projetos ágil com rápida tomada de decisão 5. Prioridade da fase de Projeto Conceitual 6. Rede de gestão do conhecimento 7. Social Reuniões de consenso no processo de decisão e de refleão para aprendizado com eperiência e erros 8. Líder de projetos para ensinar e obter comprometimento e disciplina efetiva 9. Valores, princípios e crenças compartilhados pelos integrantes da empresa 10. Controle visual do andamento de projetos 11. Análises de Desmontagem (Disassembly) 12. Ambiental Rastreamento pós-venda (Política de Logística inversa) 13. Aplicação e reuso de tecnologias consolidadas (Estratégia de plataforma de produtos) 14. Redução do consumo de energia e combustíveis no Ciclo de Vida do Projeto e do Produto 15. Uso de matéria prima 3R s (reuso, remanufatura e reciclagem) priorizando recursos naturais abundantes e renováveis 4 APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE PROJETOS NA FASE DE PLANEJAMENTO O público-alvo da avaliação foram Diretores ou Gerentes de Projeto, Engenheiros-Chefe ou responsáveis diretos pela atividade de planejamento de projeto em empresas de base tecnológica que atuam no segmento de produtos eletro-eletrônicos. O foco das avaliações foram empresas da iniciativa privada, porém a avaliação também foi realizada por pesquisadores responsáveis por projetos de pesquisa aplicada em instituições de ensino superior (IES) e gerentes de projeto de empresas juniores da área de Design e Engenharia. A aplicação da avaliação foi dividida em duas etapas. Primeiramente, foram feitas entrevistas acompanhadas pessoalmente, com uma média de 25 minutos de duração. A aplicação da avaliação foi 8

feita em empresas públicas e privadas de Florianópolis, da região industrial da grande Florianópolis, Blumenau, Joinville no estado de Santa Catarina e São Carlos no estado de São Paulo. Obteve-se dessa maneira, oito avaliações válidas preenchidas. Em um segundo momento, foi disponibilizado um formulário digital para ser preenchido em plataforma web. Esse modelo foi encaminhado para listas de discussão das áreas de Planejamento, PDP, Lean, Gerenciamento de Projetos, Sustentabilidade, Empresas Juniores de tecnologia e fóruns correlacionados, totalizando 45 respostas, dentre essas somente 15 avaliações preencheram os requisitos para ter validade na pesquisa. Esse instrumento de pesquisa utilizado para capturar os dados teve uma base quantitativa. Foi utilizado a Escala Likert, com cinco pontos, sendo descritos os de pesos 5, 3 e 1, deiando assim os pesos 4 e 2 para uma um situação intermediária a descrita no intervalo. Cada variável de investigação foi enquadrada nessa escala, onde o valor 5 corresponde a um nível de ecelência na respectiva variável de investigação, o valor 3 para um nível intermediário e o valor 1 corresponde a um nível básico, ou seja, um status não adequado com grande potencial de melhoria por meio de técnicas e ferramentas Lean. A orientação para a seleção das alternativas por parte dos avaliados é de escolher a que melhor representa o status quo do planejamento da empresa. Os respondentes foram orientados a buscar nos históricos de projetos as ações e escolhas eecutadas. Dentre essas empresas, participaram das avaliações respondentes que atuam nos segmentos de Design e Engenharia de Produtos, Sistemas eletrônicos, Institutos de Ciência e Tecnologia, Projetos Industriais, Automação, Telefonia, Hardware, Software abaio nível, CAD/CAM, Linha Branca e Energia Elétrica. Como eemplo, segue abaio o modo de apresentação dos resultados de uma das 15 variáveis de investigação. Na esquerda da figura é apresentado o tema variável de investigação: Controle visual do andamento de projetos. Logo abaio, seus níveis de desempenho e a direita os resultados obtidos na pesquisa de campo, conforme apresentado na Figura 06. Figura 06 Variável de investigação: Controle visual do andamento de projetos [3] Essa variável de investigação se refere a um desdobramento de umas das ferramentas da filosofia Lean, que é o Kaizen, ou melhoria continua. Foi identificado na pesquisa que para os funcionários de cada time de projeto e os departamentos funcionais tenham conhecimento de como contribuir holisticamente para o projeto, é necessário que tenham noção de todas as atividades e seus respectivos prazos do projeto. Desde um cronograma de etapas até um controle visual sobre as atualizações 9

diárias, modificações e feedbacks. Ao entender as atividades que precedem e as que são posteriores entende-se, com base nos dados da amostra, que os integrantes da empresa podem colaborar com soluções e melhoramentos no ciclo de projeto do produto. Cada uma das 15 variáveis de investigação foi estruturada, conforme o eemplo da Figura 06, em uma avaliação em formato digital para maior facilidade de coleta e preenchimento por parte dos respondentes. Depois de obtidas respostas, deu-se inicio ao tratamento estatístico dos dados para validação e identificação de possíveis correlações entre as variáveis. Análises e interpretação dos Dados Correlação de Pearson e Coeficiente Alfa de Cronbach Para avaliação da validade interna foi usado o coeficiente alfa (α) de Cronbach. Hill e Hill [9] propõem uma escala que serve como indicação aproimada para avaliar o valor da medida de confiabilidade. Nessa escala, a avaliação em questão o valor resultante do coeficiente alfa (α) de Cronbach foi de 0,81, o que pode ser considerado na escala como um nível bom. Isso mostra que a avaliação foi validada e a confiabilidade dos dados é boa. Outro tratamento estatístico foi analisar os dados amostrais resultantes das avaliações e emparelhá-los a fim de determinar se haveria alguma relação entre os pares de variáveis de investigação. Segundo a regra de interpretação do coeficiente de Pearson estabelecida por CARLOS [5] os valores acima de 0,4 podem ser considerados significantes em termos de correlação. Nessa avaliação foram utilizados para critério de análise todos os coeficientes maiores que a média dos valores moderados, ou seja, 0,5. Tabela 04 Correlações maiores que 0,5. [3] Relação entre variáveis de investigação 2. Relacionamento com stakeholders e consumidores no processo 3. Busca contínua pela ecelência e melhor qualidade 14. Planejamento para a redução do consumo de energia e combustíveis no ciclo de vida do projeto e do produto. 15. Uso de matéria prima 3R s (reuso, remanufatura e reciclagem) priorizando recursos naturais abundantes e renováveis 6. Rede de gestão do conhecimento 13. Aplicação e reuso de tecnologias consolidadas 1. Estudos de impacto de custo contínuo para apoiar decisões Curvas de ROI e trade-off de custo benefício 1. Estudos de impacto de custo contínuo para apoiar decisões Curvas de ROI e trade-off de custo benefício 2. Relacionamento com stakeholders e consumidores no processo 3. Busca contínua pela ecelência e melhor qualidade 4. Gestão de projetos ágil com rápida tomada de decisão 9. Valores, princípios e crenças compartilhados pelos integrantes da empresa 11. Análises de Desmontagem (Disassembly) 11. Análises de Desmontagem (Disassembly) (Estratégia de plataforma de produtos) 4. Gestão de projetos ágil com rápida tomada de decisão 13. Aplicação e reuso de tecnologias consolidadas (Estratégia de plataforma de produtos) 9. Valores, princípios e crenças compartilhados pelos integrantes da empresa 11. Análises de Desmontagem (Disassembly) 6. Rede de gestão do conhecimento 15. Uso de matéria prima 3R s (reuso, remanufatura e reciclagem) priorizando recursos naturais abundantes e renováveis 15. Uso de matéria prima 3R s (reuso, remanufatura e reciclagem) priorizando recursos naturais abundantes e renováveis 9. Valores, princípios e crenças compartilhados pelos integrantes da empresa 10

Nessas relações, a variável de investigação 9, Valores, princípios e crenças compartilhados pelos integrantes da empresa, enquadrado na dimensão social tem três incidências, sendo relacionado com variáveis de investigação das dimensões ambiental e econômica. Esse resultado apontar que quanto maior a identificação com a missão e compartilhamento de objetivos da empresa por parte de seu corpo efetivo, melhores resultados podem ser obtidos, como pro eemplo, no quesito relacionamento com fornecedores. A correlação entre a variável de investigação 3, Busca contínua pela ecelência e melhor qualidade, e a variável de investigação 11, Análises de Desmontagem (Disassembly), no valor de 0,581, também denota que com ecelência e qualidade podem ser refletidos na inteligência de projeto de produto. Nessa conjuntura, o trabalho eecutado com o auílio de ferramentas e técnicas de qualidade podem estabelecer configurações mais eficientes para as etapas do ciclo de vida pós-desenvolvimento sejam mais otimizadas. Quanto à correlação entre a variável de investigação 11, Análises de Desmontagem (Disassembly), e a variável de investigação 15. Uso de matéria prima 3R s (reuso, remanufatura e reciclagem) priorizando recursos naturais abundantes e renováveis, também obteve um valor significante: 0,572. Acredita-se que essas variáveis de investigação estejam em uma situação de cause e efeito. Os esforços são destinados a essas análises de desmontagem resultam em escolhas e alternativas mais propicias para o reuso, remanufatura e reciclagem do produto. Ressalta-se que somente foram considerados os valores relativos à média dos valores Moderados, ou seja, níveis de correlação de Pearson maiores que 0,5. Outros resultados também se mostraram relevantes, porem não atingiu o parâmetro estabelecido para essa pesquisa. 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DE TRABALHOS FUTUROS Com as informações levantadas com o resultado de cada avaliação podem ser usadas para a criação de estímulos e apoio para o projeto, almejando a confiabilidade e a aceleração das atividades e etapas do desenvolvimento de novos produtos. Para uma melhor análise e comparação dos valores das médias e dos variáveis de investigação coletadas dos nessa pesquisa, o aumento da amostra eplorando outros setores do mercado ou ainda buscar mais avaliadores do segmento de eletroeletrônicos pode trazer maior significância e maior entendimento do conteto sustentável na área. Ao gerar mais resultados de avaliações, pode-se criar um banco de dados e, portanto obter mais valores que podem ter um efeito para um diagnóstico mais preciso. Quanto às recomendações para trabalhos posteriores, essa pesquisa pode dar subsidio teórico e prático para a elaboração de diagnósticos e planos de crescimento sustentável para empresas, sejam publicas ou privadas. Por fim, Pessoa [13] a filosofia Lean determina apenas uma nova perspectiva durante o planejamento e desenvolvimento de produtos. Principalmente, quando aplicada na fase de planejamento de projeto e de projeto conceitual, os desperdícios podem ser minimizados com a utilização de técnicas e ferramentas de forma sistêmica para agregar valor ao cliente. O enquadramento de elementos da filosofia Lean nas dimensões sustentáveis pode ser um recurso para uma visão holística do empreendimento, com vistas à sua sobrevivência em longo prazo. REFERÊNCIAS [1] BELLEN, H. M. V.. Indicadores de Sustentabilidade: uma analise comparativa. Rio de Janeiro. Editora FGV, 2005. [2] BJARNOE, O. C. Lean Thinking in Product Development. Article, 2006. 11

[3] BUSON, M. A.. A Construção de uma Avaliação da Sustentabilidade de Projetos na Fase de Planejamento com base em Indicadores Lean: Um Estudo de Caso no Segmento de Eletrônicos. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas PPGEP/ UFSC. Florianópolis, 2009. [4] CAPRA, F. http://uniohm.multiply.com/journal/item/38. Acesso em 21 de Nov/2008. [5] CARLOS, M. J.. Gestão do Conhecimento no Desenvolvimento de Produto: Estudo eploratório em equipes de projeto. Dissertação de Mestrado. COPPE, UFRJ, 2008. [6] FRANCO, A. Alfabetização Ecológica. Século XXI (número 3,) do Instituto de Política, 1999 [7] GOMES, M. G.. Anotações de Aula. Desenvolvimento de Produtos III. PPGEP-UFSC.2008. [8] HAUGHTON, G.; HUNTER, C.: Sustainable Cities. Regional Studies Association Policy and Development Series No. 7, Jessica Kingsley Publishers, London, 1995. [9] HILL, M. ; HILL, A. Investigação por Questionário. Ed. Sílabo. Lisboa, 2008. [10] LIKER, Jeffrey K. O Modelo Toyota 14 Princípios de gestão do maior fabricante do mundo. Editora Bookman, 2005 [11] MANZINI, E.; VEZZOLI, C.. O Desenvolvimento de Produtos sustentáveis. São Paulo: EDUSP, 2005 [12] MCMANUS, H. Product Development Transition to Lean (PDTTL). Release Beta. Cambridge: MIT Lean Aerospace Initiative, 2005. [13] PESSÔA, M V. P. Proposta de um método para planejamento de desenvolvimento enuto de produtos de engenharia. Tese de Doutorado em Engenharia Aeronáutica e Mecânica. Área de Produção Instituto Tecnológico de Aeronáutica. 266f. São José dos Campos, 2006. [14] PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. PMBOK: Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. Terceira edição, PMI, 2004. [15] ROZENFELD, H. ;FORCELLINI, F. A.; SANTOS, A. Projeto de Pesquisa: Integração de design sustentável e lean design em um modelo de referência para a engenharia do ciclo de vida de produtos. Proposto ao Edital Pró-Engenharias No 1/2007. CAPES, 2007. [16] ROZENFELD, H.; FORCELLINI, F. A.; AMARAL, D. C.; TOLEDO, J. C. de; SILVA, S. L. da; ALLIPRANDINI, D. H.; SCALICE, R. K.. Gestão de Desenvolvimento de Produtos: Uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: 542p, Saraiva, 2006. [17] VALENTI, W. C. A Aqüicultura Brasileira É Sustentável? IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura e Pesca Aquafair, 2008. [18] LARSON, E. W., GOBELI, D. H.Organizing for product development projects. Journal of Product Innovation Management. OXFORD. 05-1988. [19] WARD, A. C. Lean Product and Process Development. Lean Enterprise Institute, Cambridge, 2007. [20] WOMACK, J. P; JONES, D. T. A mentalidade enuta nas empresas: elimine o desperdício e crie riqueza. 4. ed Rio de Janeiro: Campus, 1998. 12