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Transcrição:

30 Adaptação do Youth Psychopathic Traits Inventory" (YPI): Estudo preliminar Margarida Simões 1, Rui Abrunhosa Gonçalves 2 & José Lopes 1 1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2 Universidade do Minho Pretendemos, com este estudo preliminar, examinar as propriedades psicométricas do Youth Psychopathic Traits Inventory" (YPI) de Andershed, Kerr, Sattin & Levander (2002). O inventário em análise é composto por 10 dimensões que representam as três facetas que constituem a descrição clássica de psicopatia: frieza emocional, manipulação interpessoal e impulsividade. Procuramos também, realçar a importância deste instrumento para a avaliação da ocorrência de facetas protopsicopáticas na população adolescente comunitária. O inventário de auto-relato foi administrado a 334 adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de idade, de ambos os sexos. Palavras-chave: YPI, psicopatia, adolescentes. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Objectivo Apresentar dados psicométricos resultantes de um estudo preliminar de adaptação e aferição do YPI, realizado no âmbito de um projecto mais alargado para a compreensão da psicopatia. Concomitantemente, realçar a importância deste instrumento para a avaliação da ocorrência de facetas proto-psicopáticas na população adolescente comunitária. 1.2. O YPI Foi desenvolvido, originalmente, por um grupo de investigadores suecos (Andershed, Kerr, Sattin & Levander, 2002) com o propósito de avaliar a ocorrência de facetas proto-psicopáticas na população adolescente comunitária entre os 12-18 anos de idade. De acordo com os seus autores, filia-se na conceptualização de Cooke e Michie (2001) da psicopatia, excluindo deliberadamente, itens que se referem a aspectos de comportamento anti-social, considerados extrínsecos à psicopatia. O YPI é composto por 10 dimensões que correspondem à descrição clássica da psicopatia, a saber: encanto-desonesto, grandiosidade, mentira, manipulação, ausência de remorsos, frieza e défice emocional, impulsividade, irresponsabilidade e busca de emoções. Que, por sua vez, se organizam em três facetas também denominadas como superdimensões: frieza emocional, manipulação interpessoal e impulsividade.

31 Trata-se de um instrumento de 50 itens tipo escala de Likert, de 4 pontos, codificados desde não se aplica a aplica-se muito bem. 1.3. Principais razões a favor da escolha do YPI 1. Tratar-se de um instrumento de avaliação que realça a estrutura hierárquica similar à de Cooke e Michie (2001), relativa à psicopatia, com um excelente ajustamento dos dados ao modelo teórico (CFI=0,98); 2. Tratar-se de um instrumento de auto-relato, que tem a virtude de uma melhor aplicabilidade a grandes amostras; 3. Tratar-se de um instrumento que, na formulação dos itens, houve a preocupação de controlar a insinceridade nas resposta. Por exemplo, em vez da redacção: as minhas emoções são mais superficiais do que as das outras pessoas, optou-se pela redacção: normalmente fico calmo em situações que outros têm medo. A diluição da superficialidade que acontece na segunda versão reduz a probabilidade da negação desta característica, por razões de conveniência social. 2. DADOS PSICOMÉTRICOS RESULTANTES DA SUA APLICAÇÃO A UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES PORTUGUESES 2.1. Metodologia 2.1.1. Sujeitos Depois de realizada a tradução e retroversão, o YPI foi administrado a uma amostra de 333 estudantes do 6º ao 12º ano de escolaridade, de ambos os géneros (masc= 181 ; fem= 146 ), com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos de escolaridade (Mmasc= 15; dp= 1.89; Mfem= 15; dp= 1,78) em duas escolas do ensino básico e secundário os géneros, nos distritos de Braga e Vila Real. 2.2. Análise de componentes principais ACP 2.2.1.Procedimentos metodológicos 2.2.1.1. Diferenças de género nas dimensões do YPI De acordo com a análise original, também se procedeu à ACP por género. Esta opção metodológica encontra a sua justificação nas diferenças que, em regra, são encontradas na psicopatia. Na presente investigação também se corrobora tal procedimento, na medida em que a diferença dos resultados por género revelaram-se significativos, com a excepção da dimensão impulsividade.

32 2.2.2. Análise de componentes principais a partir das 10 dimensões De acordo com o estudo original, procedeu-se à ACP a partir das 10 dimensões Andershed, Kerr, Sattin & Levander (2002), e não dos itens individuais, com o intuito da identificação das superdimensões (cf. acima). Procedeu-se à ACP com rotação varimax, com critério de eigenvalues >1. Com o critério de selecção das variáveis a partir do peso factorial.40. 3. RESULTADOS 3.1. Análise da adequação da amostra Tabela 1. Análise de componentes principais do YPI. Identificação das 3 superdimensões, determinadas a partir das dimensões originais, por género. Superdimensões Grandiosidade/Manipulação ( m=.90; f=.90) Impulsividade, ( m=.85; f=.84) amostra masculina Charme desonesto Manipulação Grandiosidade Não emotividade Impulsividade Busca de emoções Peso Fact..79.75.79.63.72.81.84.84.75 amostra feminina Charme desonesto Manipulação Grandiosidade Impulsividade Busca de emoções Não emotividade Peso Fact..86.86.82.69.48 Frieza emocional Insensibilidade.97 Insensibilidade.94 ( m=.12; f=.46) (50 itens) =.94 (50 itens) =.93 (50 itens) =.94 Pesos factoriais.40.78.62.80.63.61.44 A verificação da adequabilidade das amostragens, masculina e feminina, permitiunos prosseguir com a Análise de Componentes Principais, como se pode verificar pelos seguintes dados: KMO (amostra masculina) =.890; teste esfericidade de Bartlett = X 2 (45) = 784.550, p<.000). KMO (amostra feminina) =.889; teste esfericidade de Bartlett = X 2 (45) = 827.442, p<.000). Como se pode observar na tabela 1 (1ª coluna) a análise dos componentes principais, ACP, após rotação varimax, fez emergir as três superdimensões originais: grandiosidade/manipulação ( m=.90; f=.90), impulsividade/ irresponsabilidade ( m=.85; f=.84) e frieza emocional ( m=.12; f=.46); com diferentes valores de fiabilidade.

33 Por fim, realce-se que a fiabilidade total do YPI é de. 93 (amostra masc) e de.94 (amostra fem). 4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Dirigindo-nos ao principal objectivo: o da identificação das superdimensões na sua estrutura factorial (cf. tabela 1), genericamente consideradas, pode-se afirmar que a sua replicação foi conseguida. Todavia, constatam-se ligeiras diferenças na sua composição, quanto ao número de variáveis. Assim, tomando como referência a superdimensão grandiosidade/manipulação pode ver-se que na amostra masculina, as dimensões: não emotividade e falta de remorsos acrescentaram-se à composição original e que na amostra feminina houve o acréscimo, somente, da última das dimensões referidas. Relativamente à superdimensão impulsividade/irresponsabilidade somente na amostra feminina há diferenças pela adição das dimensões não emotividade, falta de remorsos e mentira. Por fim, acentue-se que a superdimensão Frieza Emocional viu diminuída a sua composição pela subtracção das dimensões não emotividade e falta de remorsos, em ambas as amostras. Continuando a assinalar os aspectos diferenciais, respeitantes à composição das superdimensões, convirá salientar que na amostra feminina as dimensões mentira e falta de remorsos contribuem, em simultâneo, para a variância das superdimensões Grandiosidade/ manipulação e Impulsividade/ irresponsabilidade; contrariamente ao sucedido no estudo original, dada a ausência de contribuições cruzadas. Merecem também alguns momentos de reflexão os valores de fidedignidade (alpha de Cronbach) das diferentes escalas. Se nas primeiras e segundas superdimensões os valores podem ser considerados entre excelente e bom, em ambas as amostras, na superdimensão frieza emocional tal não sucede. Observam-se, mesmo, valores em muito inferiores ao que é estatisticamente requerido. Debilidade psicométrica atestada pelos baixos valores encontrados de correlação item total, por serem, em muito, inferiores a.30; valor estatístico de referência (Field, 2009; Kline, 2008). Entre as razões possíveis para o sucedido podem ser evocadas a compreensão dos itens e o próprio modelo de três factores. A primeira explicação, encontra fundamento no facto de três de cinco itens estarem redigidos no sentido inverso do constructo. Esta interpretação torna-se mais pertinente se se atender ao facto de este modo de redacção ser exclusivo da dimensão insensibilidade que compõe a superdimensão e ao facto da amostra de sujeitos ter compreendido adolescentes também entre os 12 e 14 anos,

34 contrariamente a Andershed et al. (2002), que considerou apenas adolescentes com idades superiores às referidas idades. Sem, contudo, afectar o excelente valor de fiabilidade considerados todos os itens. Todavia, não será de excluir a segunda possível explicação adiantada que passa pelo questionamento do modelo de três factores, dando razão a autores que preterem o modelo de 3 factores em favor do modelo de 2 factores, considerando-o mais ajustado à fenomenologia da psicopatia (cf. Andershed et al., 2002). Ora, se a primeira das causas adiantadas poderá ser resolvida por uma nova redacção dos itens, a segunda aponta para uma nova prova de adequabilidade dos modelos, tarefa que irá ocupar um segundo estudo, que englobará procedimentos de análises confirmatórias dos modelos de 2 e 3 superdimensões. CONTACTOS Margarida Simões Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. margaridas@utad.pt REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andershed, H., Kerr, M., Stattin, H., & Levander, S. (2002). Psychopathic traits in nonreferred youths: A new assessment tool. In E. Blaauw & L. Sheridan (Eds.), Psychopaths: Current international perspectives. Den Haag: Elsevier. Cooke, D., & Michie, C. (2001). Refining the construct of psychopathy: Towards a hierarchical model. Psychological Assessment, 13(2), 171-188. Field, A. (2009). Discovering statistics using SPSS. 3th Edition. London: Sage. Kline,P. (2008). An Easy Guide to Factor Analysis. New York: Routledge.