Bar-On Inventário de Quociente Emocional (Bar-On EQ-i: YV)
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- Arthur Palhares Madeira
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1 25-27 Julho 2011 Faculdade de Psicologia Universidade de Lisboa Portugal Bar-On Inventário de Quociente Emocional (Bar-On EQ-i: YV) Estudos portugueses com crianças e jovens do Ensino Básico Adelinda Araújo Candeias, Nicole Rebelo, João Silva, Ana Cartaxo RED - Rendimento Escolar e Desenvolvimento: um estudo longitudinal sobre os efeitos das transições
2 Enquadramento teórico Inteligência Emocial(IE) O construto de Inteligência Emocional surgiu como tentativa de ampliação do conceito do que é aceite como tradicionalmente inteligente, passando a incluir aspectos relacionados com a emoção e os sentimentos (Woyciekoski & Hutz, 2009). Foi definida pela primeira vez em 1990 por Salovey e Mayer como uma subforma da Inteligência Social como the ability to monitor one s own and others feelings and emotions, to discriminate among them and to use this information to guide one s thinking and actions (Salovey & Mayer, 1990). Mais tarde redefiniram a IE como a capacidade de raciocinar com e sobre as emoções, incluindo (Mayer & Salovey, 1997): 1) a capacidade de perceber com precisão, avaliar e expressar as emoções; 2) a capacidade de aceder e/ou produzir sentimentos quando este facilitam o pensamento; 3) a capacidade de compreender as emoções e o conhecimento emocional; 4) a capacidade de regular emoções de forma a promover o crescimento intelectual e emocional
3 Enquadramento teórico Inteligência Emocial(IE) Bar-On Desenvolveu o seu modelo, enfatizando a codependência entre as capacidades associadas à Inteligência Emocional com traços de personalidade e a sua aplicabilidade ao bem-estar dos indivíduos (Stys & Brown,2004). Define Inteligência Emocional como an array of noncognitive capabilities, competencies, and skills that influence one s ability to succeed in coping with the environmental demands and pressures (Bar- On,1997). Capacidades emocionais e sociais, capacidade de estar alerta e de se compreender a si e aos outros, de se auto-expressar, de se relacionar com outros; capacidade de lidar com emoções fortes, e capacidade para se adaptar à mudança e resolver problemas de natureza social e pessoal (Bar-On, 1997).
4 Operacionalização do Conceito Inteligência Emocial(IE) Pessoas com altos níveis de IE são mais aptas para perceber e utilizar as emoções, no sentido de produzir pensamento e compreender os seus significados, controlam as emoções de forma mais eficaz, apresentam maior capacidade de resolver problemas de ordem emocional, utilizando menores quantidades de recursos cognitivos (Mayer et al, 2004). São capazes de se conhecer bem e de melhor compreenderem as emoções alheias, o que constitui um marco importante no que toca à adaptação social e emocional, ao constituir um papel essencial no estabelecimento, gestão e qualidade das relações interpessoais (Mavroveli & Sánchez-Ruiz, 2011). São mais estáveis, resilientes, optimistas e felizes e tendem a apresentar uma auto-estima mais elevada (Serrat, 2009), têm níveis mais baixos de impulsividade, depressão, stress e ansiedade (Saklofske,Austin, Mastoras, Beaton & Osborne, 2011)
5 Operacionalização do Conceito Inteligência Emocial(IE) e Desempenho Académico Alunos com elevados níveis de inteligência emocional são mais motivados têm maiores capacidades de planeamento e de tomada de decisão, o que influenciaria positivamente o seu desempenho académico (Downey, Mountstephen, Lloyd, Hansen & Stough, 2008) A IE constitui-se como um pré-requisito para a aprendizagem e a adaptação escolar (Eisenberg, Cumberland & Spinrad, 1998), podendo constituir um moderador do efeito das capacidades cognitivas, quer estas sejam superiores ou mais deficitárias, sobre o rendimento académico (Extremera & Fernández-Berrocal, 2004). Alunos com baixos níveis de inteligência emocional tendem a apresentar (Extremera & Fernández-Berrocal, 2004): deficits nos níveis de bem-estar e ajuste psicológico, diminuição da quantidade e qualidade das relações interpessoais, decréscimo do rendimento académico, aparecimento de comportamentos disruptivos e consumo de substâncias aditivas
6 Operacionalização do Conceito Inteligência Emocial(IE) Bar-On A sua medida de Inteligência Emocional (Bar-On, 2005): (i) skills intrapessoais (por exemplo, auto-consciência emocional, assertividade), (ii) skills interpessoais (por exemplo, relações com os outros, responsabilidade social e empatia), (iii) comportamentos adaptativos (avaliados por ex., por escalas de resolução de problemas, testes de realidade, flexibilidade), (iv) gestão do stresse (por exemplo, inclui skills avaliados por escalas de tolerância ao stresse, e controlo de impulsividade), (v) disposição geral (por exemplo, felicidade, optimismo).
7 Método - Participantes Participaram 840 alunos do Ensino Básico regular de escolas da região do Alentejo, com uma média de idades situada nos 12,29 anos, (SD=2.249). Destes, 396 são rapazes e 444 são raparigas. A amostra é composta por : 1º CEB 110 rapazes e 127 raparigas, N= 237,com média de idades de 9,49 anos (SD=.699) 2º CEB 76 rapazes e 71 raparigas, N= 147,com média de idades de 11,56 anos (SD=.684) 3º CEB rapazes e 246 raparigas, N= 456,com média de idades de 13,98 anos (SD=1.341)
8 Método Instrumento Bar On Emotional Quotient Inventory: Youth Version(EQ-i:YV; Bar-On & Parker, 2004) O EQ-i, YV foi aplicado numa única sessão, durante o tempo de aula, na presença do investigador e do professor da turma. Em estudos portugueses anteriores (Candeias et al., 2008) o questionário obteve grande validade de construto, apontando para quatro dimenções: Adaptabilidade, Intrapessoal Impressão Positiva, Interpessoal. Intrapessoal Expressão de emoções e Gestão de Stress. Com consistência interna de.87 para a escala total EQ-i:YV (Total EQ),e.86 para a escala Adaptabilidade (EQ-AS),.83 para a escala Intrapessoal-impressão Positiva (EQ-PI),.81 para a escala Interpersoal (EQ-IS),.70 para a escala Intrapessoal-Expressão de Emoções (EQ-EE) e.69 para a escala Gestão de Stress (EQ-SM), fortalecendo as qualidades do questionário.
9 Resultados Estudo de Fidelidade O estudo da consistência interna, através do coeficiente alpha de Cronbach (Nunnally, 1978), revelou um valor de alfa de.901. Este valor está ligeiramente acima do valor encontrado para a prova original EQ-i cujo alfa é de.87 (Bar-On,1997).
10 Resultados Validade de Construto Baseou-se na análise em componentes principais (ACP), usando o método de rotação varimax, considerando os itens da prova. Os testes preliminares da matriz de intercorrelação (KMO= 0,882) e de esfericidade de Bartlett (χ2= 6962,259; gl=496; p=.000) apresentam índices adequados. As saturações obtidas sugerem a existência de 5 factores: Factor I - Dimensão Adaptabibilidade Factor II Dimensão Interpessoal Factor III Dimensão Humor Geral Factor IV Dimensão Interpessoal FactorV-DimensãoGestãodeStress
11 Conclusões A existência de instrumentos sólidos, do ponto de vista teórico e métrico, que avaliem a IE é tanto mais importante quanto melhor permitir avaliar as competências dos alunos em áreas além da cognição, permitindo assim encontrar novas formas de alcançar bons resultados académicos, sociais e emocionais. Deste ponto de vista, o instrumento aqui apresentado surge como um bom elemento, uma vez que apresenta boas qualidades métricas : a consistência interna da escala atinge um nível adequado de coeficiente alpha. a análise da estrutura factorial dos itens sugere a existência de cinco factores que coincidem com os factores propostos pelo modelo de Bar-On.
12 Conclusões A versão do EQ-i:YV que aqui descrevemos apresenta-se como um bom elemento para avaliar crianças e adolescentes, no que respeita às suas competências emocionais. Como existe uma versão para pais e uma para professores,permite obter uma visão 360º da IE de um indivíduo. Por ser de rápida aplicação,pode ser usado em escolas,facilitando o desenho de planos de Planos Educativos individuais capazes de desenvolver o aluno em todas as vertentes da sua pessoa.
13 Obrigada!
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