FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA. Caderno do Programa de Desenvolvimento Docente

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Transcrição:

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA Caderno do Programa de Desenvolvimento Docente Marília 2008

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA Caderno do Programa de Desenvolvimento Docente Marília 2008

Diretor Geral: César Emile Baaklini Diretor de Graduação: Hissachi Tsuji Coordenadora do Programa de Desenvolvimento Docente: Ieda Francischetti Organização: Ieda Francischetti Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina de Marília. Faculdade de Medicina de Marília. Caderno do Programa de Desenvolvimento Docente: Cursos de Medicina e Enfermagem / Faculdade de Medicina de Marília. - - Marília, 2008. 23 p.; 24 cm. 1. Educação médica continuada. 2. Educação continuada em enfermagem. 3. Docentes. CDD 610.0711 ISBN: 978-85-61866-01-3 2008 Faculdade de Medicina de Marília Av. Monte Carmelo, 800 Bairro Fragata C Marília SP CEP: 17519-030 Fone: (14) 3402-1828 Fax: (14) 3413-2594 e-mail: educpermanente@famema.br http://www.famema.br Projeto gráfico, editoração e impressão financiados com recursos do projeto Pró-Saúde carta-acordo BR/LOA/0600078.01 OPAS/OMS Não é permitida a reprodução deste material sem a autorização da Instituição acima.

Sumário 1 Introdução... 4 2 Histórico... 5 3 Objetivo... 5 4 Estrutura do PDD... 6 4.1 Educação Continuada... 6 4.1.1 Organização da Educação Continuada... 6 4.1.1.1 Módulos Temáticos... 6 4.1.1.2 Oficinas Temáticas de Trabalho... 6 4.2 Educação Permanente... 7 4.2.1 Organização da Educação Permanente... 7 4.3 Núcleo de Apoio aos Processos Grupais... 8 5 Docentes Facilitadores do PDD... 8 6 Avaliação... 8 Referências... 9 Apêndices... 10

4 Caderno do Programa de Desenvolvimento Docente - PDD Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. Paulo Freire 1 Introdução Hoje, depois de muita discussão, estudo e pesquisa, segundo Lampert (2002) 1, já é possível se falar de um outro modelo de educação: o chamado modelo da integralidade que se traduz numa formação mais contextualizada, que valoriza as dimensões sociais, econômicas e culturais da vida das pessoas. Na prática, poucas instituições estão aplicando o novo modelo de forma integral. Em algumas, no entanto, como a Faculdade de Medicina de Marília (Famema), em São Paulo, e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, as experiências já viraram exemplo e estão se transformando em motivo de estudo 2, p.15. Nas relações entre filosofia e educação só existem realmente duas opções: ou se reflete sobre o que se faz e assim se realiza uma ação educativa consciente ou se reproduz o lugar comum. Luckesi 3 nos alerta para a necessidade de uma prática pedagógica reflexiva, que fuja da reprodução cultural e do senso comum e se torne questionadora, transformadora e que permita novas descobertas em termos de interpretação do mundo, das pessoas e suas ações. O educando, quem é, o que deve ser, qual o seu papel no mundo; o educador, quem é, qual o seu papel no mundo; a sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica. Estes são alguns dos problemas que emergem da ação pedagógica dos povos para a reflexão filosófica, no sentido que esta estabeleça pressupostos para aquela 2. As mudanças e construções que vêm acontecendo nas práticas pedagógicas nesta instituição e que tanto solicitam compromisso e cumplicidade de nossa comunidade docente, jamais seriam possíveis sem investimento real em um espaço dialógico e reflexivo que favorecesse desconstruções e construções de novos saberes e que propiciasse desenvolvimento continuado dentro deste novo paradigma científico. Assim, da vivência desta necessidade, nasceu o Programa de Desenvolvimento Docente.

5 2 Histórico Comprometida em formar profissionais aptos a desenvolverem suas práticas segundo elevados padrões de excelência, gerarem e disseminarem conhecimento científico e capazes de intervenções que expressem efetivo compromisso com a melhoria da saúde e com o direito das pessoas, a Faculdade de Medicina de Marília (Famema) vem investindo no contínuo desenvolvimento dos currículos de seus cursos de graduação em Medicina e Enfermagem. Este processo se intensificou à partir da adoção de métodos ativos de aprendizagem. O curso de medicina, desde 1997, passou a utilizar a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) 4 e no ano seguinte, o curso de enfermagem fez sua escolha pelo método de Problematização 5. Com o início do processo de mudanças pedagógicas, houve grande necessidade de capacitação docente para possibilitar a implementação e dar sustentabilidade aos novos métodos. Assim, no curso médico, iniciou-se um trabalho de qualificação profissional por meio de Educação Continuada (EC) 6 utilizando-se da técnica de oficinas para a Capacitação Básica de Tutores, voltada ao processo tutorial. Dois anos após, diante da necessidade de avanços, desenvolveu-se a Capacitação Avançada de Tutores, com maior oferta de módulos temáticos, nos quais os docentes participavam de acordo com suas necessidades. Em 2002, o PDD, deixou de centrar-se na estratégia de EC para focalizar na Educação Permanente (EP) 7 seu elemento principal. 3 Objetivo O PDD tem como objetivo partir da reflexão sobre a atividade docente e assim favorecer o crescimento do grupo e de seus componentes com a construção de aprendizagens e transformações das práticas, considerando as seguintes relações: o trabalho em pequenos grupos com docentes; as diversidades sócio-culturais, representações mentais e práticas internalizadas; as atividades docentes com os estudantes no trabalho em grupo e o referencial pedagógico institucional; o desenvolvimento de consciência cidadã; a facilitação da formação de profissionais éticos e competentes capazes de promover cuidado integral e de qualidade, respondendo adequadamente às necessidades de saúde da população.

6 4 Estrutura do PDD 4.1 Educação Continuada A Educação Continuada é conceituada como o conjunto de experiências subseqüentes à graduação, que ocorre ao longo do curso do trabalho contudo com inserções esporádicas,deflagrada por fatores externos à auto-implicação do sujeito nos processos de trabalho. Caracteriza-se, tradicionalmente, pela utilização de metodologia de transmissão e pela oferta de instrumental cognitivo, técnico ou reflexivo cuja aquisição melhorará a qualidade do produto desenvolvido por este trabalhador. Em nossa Instituição, contudo, em consonância com o movimento curricular, as atividades de EC ocorrem com aplicação de pedagogia crítica, através de aprendizagem ativa onde se reproduz o ciclo pedagógico. Considerando-se o potencial pedagógico da EC na aquisição e discussão de referenciais teóricos e apropriações de novas tecnologias, o PDD da Famema, oferece Módulos Temáticos e Oficinas Temáticas de Trabalho. 4.1.1 Organização da Educação Continuada 4.1.1.1 Módulos Temáticos São aqueles que buscam trabalhar os temas centrais que subsidiam as linhas mestras que orientam o currículo da Famema. Os módulos são oferecidos no mapa anual de atividades docentes e a participação é voluntária havendo necessidade de inscrição no momento de preenchimento do mapa de trabalho. Estimula-se a participação dos docentes em todos os módulos. Cada módulo dura de 12-16 horas e ocorre em forma de oficinas de trabalho com grupos de 08-10 participantes e é conduzido por docentes. 4.1.1.2 Oficinas Temáticas de Trabalho São organizadas ao longo do ano em resposta a demandas específicas dos docentes, das coordenações acadêmicas, de séries, unidades ou dos serviços, visando a construção de novos conhecimentos.

7 4.2 Educação Permanente A Educação Permanente é um programa processual que possibilita continuidade da formação profissional partindo de um enfoque reflexivo sobre as relações e o processo de trabalho o que permite o desenvolvimento de conhecimentos e transformações dos sujeitos e de suas práticas. Ocorre de forma contínua, acompanhando a práxis diária. A EP vem sendo desenvolvida em consonância com estes pressupostos, sendo realizada paralela e ao longo das atividades docentes. 4.2.1 Organização da Educação Permanente Nenhum pensamento reclama tanto a comunhão dos olhares para fora e para dentro como o pensamento sobre educação. Gilberto Dimenstein As atividades são realizadas em grupos de no máximo 12 docentes, com encontros semanais para os docentes das Unidades Educacionais Sistematizadas (UESs) e quinzenais para os docentes das Unidades de Prática Profissional (UPPs). Os encontros semanais têm duração de 60 minutos, enquanto os quinzenais duram 120 minutos. O grupo de EP da UES da 4ª série médica, à exceção, ocorre quinzenalmente com duração de 60 minutos. Entendendo-se a importância da leitura do próprio processo grupal, todos tem por base a ideologia do grupo operativo de Pichon Rivière 8. O trabalho é coordenado por dois docentes facilitadores em cada grupo, sendo um facilitador do processo pedagógico e o outro do processo grupal. Utiliza-se de método ativo, a problematização da situação de docência vivenciada, considerando-se os pressupostos pedagógicos da aprendizagem significativa 9. A mobilização interna: curiosidade, o prazer da incógnita, é o disparador para que o grupo se coloque em movimento, se reconheça e produza conhecimentos acerca de suas necessidades de aprendizagens. Participam do programa além dos docentes envolvidos nas tutorias de todas as séries, UESs dos cursos de medicina e enfermagem; os docentes das UPPs da 1ª a 5ª série do curso médico e das UPPs da 1ª a 4ª série do curso de enfermagem. Incluemse, portanto, nestas atividades, os docentes do Laboratório de Prática Profissional (LPP), laboratório este, de apoio às atividades pedagógicas nas áreas de semiologia e comunicação; e os docentes colaboradores da rede básica de saúde e dos serviços hospitalares.

8 Este processo depende muito da confiança e acolhimento existentes entre docentes e facilitadores uma vez que mobiliza diferentes graus de aproximação dos componentes do grupo de trabalho. Em virtude dos aspectos que surgem habitualmente neste tipo de processo, a educação permanente pode ser interpretada como instrumento de fiscalização ao visitar o interior das relações nas práticas docentes, contudo não se pode realizar um processo significativo sem este aprofundamento. Do contrário, as discussões podem travar-se centradas em projeções ou questões burocráticas e operacionais que servirão de anteparo a um processo reflexivo mais consistente. 4.3 Núcleo de Apoio aos Processos Grupais É um núcleo em desenvolvimento cujos objetivos relacionam-se, a médio prazo, à construção de uma unidade ligada ao PDD onde se pretende criar condições técnicas para que os professores da Famema possam apreender alguns elementos básicos relacionados ao entendimento e manejo técnico-psicológico de grupos. Este trabalho também é desenvolvido semanalmente, em pequenos grupos, com a facilitação de dois docentes da Famema, da área da saúde mental. No momento atende à capacitação de psicólogas da rede básica de saúde para trabalharem com grupos. 5 Docentes Facilitadores do PDD Os docentes facilitadores das atividades do PDD são definidos à partir da sua disponibilidade quando do preenchimento do mapa anual de atividades e da observância de seu perfil para este trabalho. Participam como facilitadores dos processos de EC, EP e no Núcleo de Apoio aos Processos Grupais e reúnem-se semanalmente com seus pares e com a coordenação do PDD, momento em que podem compartilhar as experiências vividas, problematizarem, buscarem alternativas, reproduzindo o ciclo pedagógico e avançando em sua formação. 6 Avaliação Na avaliação da atividade, cada participante a faz individualmente, ao término de cada reunião, de forma oral, nos grupos, considerando seu desempenho, dos colegas e

9 dos facilitadores. Reforça-se o caráter formativo e construtivo da avaliação e a grande importância da efetiva participação dos envolvidos. Sendo o desenvolvimento de seus recursos humanos, parte constituinte da missão da Famema e considerando a importância do processo avaliativo para a melhoria de qualidade do PDD, serão aplicados formatos avaliativos (apêndice A, B, C e D), ao término das atividades de EC: módulos e oficinas e ao final de cada semestre na EP. Os formatos serão posteriormente analisados pelo Grupo do PDD para diagnósticos de necessidades e propostas de mudanças. Poderão, preservado o anonimato, ser utilizados em pesquisas científicas institucionais cujos projetos tenham sido aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Famema. Referências 1. LAMPERT, J. B. Tendências de mudanças na formação médica no Brasil: tipologia das escolas. São Paulo: Hucitec, 2002. 2. NORONHA, A. B. Graduação: é preciso mudar. Radis: Comunicação em Saúde, Rio de Janeiro, n. 5, p. 9-16, dez. 2002. 3. LUCKESI, C. C. Filosofia da educação. São Paulo:Cortez, 1992. 4. BARROWS, H. S.; TAMBLYN, R. M. Problem-based learning: an approach to medical education. New York: Springer, 1980. 5. DIAZ BORDENAVE, J. E.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino aprendizagem. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1993. 6. COLLARES, C. A. L.; MOYSÉS, M. A. A.; GERALDI, J. W. Educação continuada: a política da descontinuidade. Educação & Sociedade, Campinas, v. 20, n. 68, p. 202-219, dez. 1999. 7. CECCIM, R. B. Educação permanente em saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 9, n. 16, p. 161-177, 2004/2005. 8. PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal, psicologia e pedagogia. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p.181 p. 99-120. 9. PELIZZARI, A. et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. Revista PEC, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 37-42, 2001/2002. Disponível em: http://www.bomjesus.br/publicacoes/pdf/revista_pec/teoria_da_aprendizagem.pdf. Acesso em: 2 maio 2008.

10 Apêndices Apêndice A FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE EDUCAÇÃO CONTINUADA AVALIAÇÃO DO MÓDULO TEMÁTICO: PERÍODO: / / A / / Tutor Co-tutor Professor UPP Professor LPP Professor Colaborador Participante Voluntário 1. Em relação às estratégias utilizadas neste módulo, aponte e justifique: a) Fortalezas: b) Fragilidades: 2. Em relação à temática abordada, destaque: a) Aspectos que você considera úteis para o seu trabalho. b) Aspectos que não foram ou foram insuficientemente discutidos e que poderiam ser úteis para o seu trabalho.

11 3. Destaque fortalezas e fragilidades em relação ao(s) facilitador(es): a) Fortalezas: b) Fragilidades: 4. De acordo com sua opinião, há relevância em participar no Programa de Educação Continuada? Sim Não Justifique: 5. Comentários e sugestões: CONCEITO FINAL: SATISFATÓRIO ( ) INSATISFATÓRIO ( )

12 Apêndice B FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE EDUCAÇÃO CONTINUADA AVALIAÇÃO DA OFICINA TEMÁTICA: PERÍODO: / / A / / Tutor Co-tutor Professor UPP Professor LPP Professor Colaborador Participante Voluntário 1. Em relação às estratégias utilizadas nesta oficina, aponte e justifique: c) Fortalezas: d) Fragilidades: 2. Em relação à temática abordada, destaque: a) Aspectos que você considera úteis para o seu trabalho. c) Aspectos que não foram ou foram insuficientemente discutidos e que poderiam ser úteis para o seu trabalho.

13 3. Destaque fortalezas e fragilidades em relação ao(s) facilitador(es): c) Fortalezas: d) Fragilidades: 4. De acordo com sua opinião, há relevância em participar no Programa de Educação Continuada? Sim Não Justifique: 5. Comentários e sugestões: CONCEITO FINAL: SATISFATÓRIO ( ) INSATISFATÓRIO ( )

14 Apêndice C FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE AVALIAÇÃO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE SEMESTRE: ANO: Tutor Co-tutor Professor UPP Professor LPP Professor Colaborador 1. Em relação às estratégias utilizadas nesta atividade, aponte e justifique: a) Fortalezas: b) Fragilidades: 2. Em relação aos assuntos discutidos, destaque: a) Aspectos que você considera úteis para o seu trabalho. b) Aspectos que não foram ou foram insuficientemente discutidos e que poderiam ser úteis para o seu trabalho.

15 3. Destaque fortalezas e fragilidades em relação ao(s) facilitador(es): a) Fortalezas: b) Fragilidades: 4. De acordo com sua opinião, há relevância em participar do Programa de Educação Permanente? Sim Justifique: Não 5. Comentários e sugestões: CONCEITO FINAL: SATISFATÓRIO ( ) INSATISFATÓRIO ( )

16 Apêndice D FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE EDUCAÇÃO PERMANENTE AVALIAÇÃO DO NÚCLEO DE APOIO AOS PROCESSOS GRUPAIS SEMESTRE: ANO: Tutor Co-tutor Professor UPP Professor LPP Professor Colaborador Participante Voluntário 1. Em relação às estratégias utilizadas nesta atividade, aponte e justifique: a) Fortalezas: b) Fragilidades: 2. Em relação aos assuntos discutidos, destaque: a) Aspectos que você considera úteis para o seu trabalho. b) Aspectos que não foram ou foram insuficientemente discutidos e que poderiam ser úteis para o seu trabalho.

17 3. Destaque fortalezas e fragilidades em relação ao(s) facilitador(es): a) Fortalezas: b) Fragilidades: 4. De acordo com sua opinião, há relevância em participar no Núcleo de Apoio aos Processos Grupais? Sim Justifique: Não 5. Comentários e sugestões: CONCEITO FINAL: SATISFATÓRIO ( ) INSATISFATÓRIO ( )

18 Apêndice E FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA 1 Programação Educação Continuada 2008 1.1 Módulos Temáticos Módulo - 1 Ementa Aprendizagem Baseada em Problemas: uma estratégia no sentido do aprender-a-aprender O tema será desenvolvido através de oficina de trabalho (processo tutorial), com a finalidade de favorecer uma aproximação inicial dos participantes com os fundamentos e concepções básicos que norteiam o desenvolvimento desse método ativo de aprendizagem Período /horário 11, 13 e 18/02/08 2ª, 4ª e 2ª feiras 8:00 às 12:00 h. Módulo - 2 Ementa Avaliação Cognitiva na Famema 04, 11 e 18/03/08 Este módulo de Educação Continuada visa subsidiar os docentes na 3ª. Feiras formulação de questões de avaliação cognitiva, tanto dissertativas 8:00 às 12:00 h. como de múltipla escolha, para serem aplicadas no EAC (exercício de avaliação cognitiva) e no TP (Teste de Progresso) Módulo - 3 Ementa Aprendizagem significativa no cenário da prática 08, 15 e 22/04/08 Possibilita a reflexão sobre métodos que valorizam e estimulam a 3ª. Feiras percepção critica da realidade, a capacidade de fazer perguntas e 8:00 às 12:00 h. resolver problemas, passando pela busca de informações relevantes e científicas que subsidiam a intervenção e modificação da realidade na qual os sujeitos estão inseridos. Módulo - 4 Ementa Portfólio Reflexivo 13, 20 e 27/05/08 Propiciar reflexão a respeito do uso do portfólio como um instrumento 3ª. Feiras de avaliação que auxilia no desenvolvimento da aprendizagem do 8:00 às 12:00h. estudante, oportunizando o aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser, considerando a necessidade de formação profissional voltada para a práxis. Módulo - 5 Ementa Desenvolvendo Competência: um Paradigma Educacional em Transformação Este módulo visa mobilizar recursos para o desenvolvimento do conceito de competência profissional e sua utilização na prática educacional. 07, 14 e 21/08/08 5ª. Feiras 8:00 às 12:00 h.

19 Apêndice F FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA 2 Programação Educação Permanente 2008 2.1 EP para docentes dos cursos de medicina e enfermagem Atividades semanais Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Sexta-feira 8 às 9 h. UES 1 Medicina/Enfermagem UES 3 Medicina 8 às 9 h. UES 2 Medicina/Enfermagem 10 às12h. UPP4 Med. Ciclo Pedagógico 8 às 9:30h UPP3 Medicina 10:30 às 12 h. UPP5 Medicina 10:30 às 12h. UPP5 Medicina 10:30 às 12h UPP3 Medicina Atividades quinzenais Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira 14 às 16h UPP3 Enfermagem UPP4 Enfermagem 16 às 17:30h UPP1Medicina/Enfermagem 8 às 9h UES 4 Medicina 8 às 12h UPP2Medicina/Enfermagem 16 às 18h UPP4 Medicina-USF

20 Apêndice G FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA 3 Núcleo de Apoio aos Processos Grupais Atividades semanais Terças-feiras 10 às 12h.