A Reforma Tributária e o Desenvolvimento



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A Reforma Tributária e o Desenvolvimento Ministro da Fazenda Guido Mantega 27 de fevereiro de 2008 1

Por que a Reforma Tributária é Fundamental? Acelera o crescimento econômico Torna o crescimento mais sustentável É a reforma econômica mais importante 2

NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO Está em curso : crescimento econômico mais vigoroso; crescimento mais equilibrado; impulsionado pelo comércio exterior e por um mercado de massa; com redução das desigualdades social/regional. Por que o crescimento é sustentável? 3

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Baixa vulnerabilidade externa Nova Política Externa diversificação de parceiros Superávit comercial (US$ 40 bi em 2007) e em transações correntes (US$ 3,6 bi em 2007) Reservas internacionais (US$ 189 bi) Estabilidade monetária Inflação baixa e estável (2006: 3,14%; 2007: 4,46%; 2008 4,39%) Política monetária agressiva 4

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Responsabilidade fiscal Resultado primário do setor público consolidado: 3,98% do PIB (acumulado no ano) Déficit nominal: 2,27% do PIB (acumulado em 12 meses em dez/07) rumo ao déficit nominal zero Dívida líquida de 42,8% do PIB (em dez/07) rumo a 36% em 2010 5

RESERVAS INTERNACIONAIS (US$ bilhões) 190 fev/08 188,7 170 150 130 Liquidação da dívida junto ao FMI Variação: 128,9 bilhões 110 90 70 50 mar/06 59,8 30 fev 03 mai 03 ago 03 nov 03 fev 04 mai 04 ago 04 nov 04 fev 05 mai 05 ago 05 nov 05 fev 06 mai 06 ago 06 nov 06 fev 07 mai 07 ago 07 nov 07 fev 08 */ Posição de 18/02/2008. Fonte: BCB. Elaboração: MF/SPE. 6

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Taxas maiores de crescimento e crescimento mais vigoroso PIB cresce há 23 trimestres consecutivos Consumo cresce há 16 trimestres consecutivos Investimento cresce há 15 trimestres consecutivos Setor financeiro sólido Lucros do setor produtivo demonstram solidez das empresas Mercado interno crescendo 7

CRESCIMENTO DO PIB (taxa anual %) 7,0 6,0 5,0 4,3 5,7 Média: 2004-2007 4,5 5,2 5,0 5,0 5,0 4,0 3,4 3,2 3,8 3,0 2,7 2,0 1,0-0,0 0,3 1,3 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 (*) 1,1 2009 (*) 2010 (*) */ Projeções do Governo (PPA 2008-2011) Fonte: IBGE. Elaboração: MF/SPE. 8

PRODUÇÃO INDUSTRIAL Variação acumulada no ano em relação ao mesmo período do ano anterior (%) Dados relativos a Dezembro/07 Não há doença holandesa Máquinas e equipamentos Veículos automotores Máquinas para escritório e equipamentos de informática Máquinas, aparelhos e materiais elétricos Outros equipamentos de transporte Mobiliário Metalurgia básica Indústria Geral Borracha e plástico Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos Outros produtos químicos Bebidas Minerais não metálicos Vestuário e acessórios Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza Têxtil Equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros Refino de petróleo e álcool Alimentos Farmacêutica Celulose, papel e produtos de papel Edição, impressão e reprodução de gravações Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações Diversos Calçados e artigos de couro Madeira Fumo -8,1-0,2-1,1-1,6-2,2-3,2 7,3 6,8 6,0 5,9 5,8 5,7 5,4 5,2 5,1 5,1 3,8 3,8 3,1 2,5 2,0 0,8 15,2 14,4 14,0 13,9 17,7-10,0-5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 Fonte: PIM/IBGE Elaboração: MF/SPE 9

CONTRIBUIÇÃO DA DEMANDA INTERNA PARA O CRESCIMENTO (%) 8 7 6 5 4 3 2 1 0-1 Crescimento do PIB Contribuição da Demanda Interna 6,7 5,2-2 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007* */ Acumulado nos últimos quatro trimestres até Set/07. Fonte: IBGE. Elaboração: MF/SPE. 10

15 12 9 6 3 0-3 -6-9 -12 Ministério da Fazenda INVESTIMENTOS (Var.% no trimestre ante mesmo trimestre do ano anterior) crescimento há 15 trimestres consecutivos 14,4 III.00 III.01 III.02 III.03 III.04 III.05 III.06 III.07 Fonte:IBGE. Elaboração: MF/SPE. 11

PRODUÇÃO INDUSTRIAL E BENS DE CAPITAL (taxa de crescimento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior) 30% 25% Indústria Geral 24,0% 20% Bens de Capital 18,4% 20,1% 15% 14,8% 10% 5% 0% 9,2% 7,8% 7,9% 4,6% 5,8% 6,3% 5,1% 2,8% 3,2% 3,8% 0,9% 1,3% 1º trim 06 2º trim 06 3º trim 06 4º trim 06 1º trim 07 2º trim 07 3º trim 07 4º trim 07 Fonte: IBGE. Elaboração: MF/SPE. 12

1.800 1.600 1.400 1.200 Ministério da Fazenda EMPREGO FORMAL: CRIAÇÃO DE NOVOS POSTOS (em milhares) 1.523 1.254 1.229 1.617 1.655 1.000 800 645 600 400 200 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008* */ Valores acumulados em 12 meses até Jan/08. Fonte: MTE/CAGED Elaboração: MF/SPE. 13

CRESCIMENTO DO MERCADO DE CONSUMO emprego, renda e massa salarial* 8% Massa Salarial** Rendimento Médio Pessoas Ocupadas 7% 6% 6,3% 5% 4% 3% 3,2% 3,0% 2% 1% 0% dez 05 fev 06 abr 06 jun 06 ago 06 out 06 dez 06 fev 07 abr 07 jun 07 ago 07 out 07 dez 07 */ Var.% acumulada em 12 meses. **/ Com base na renda do trabalho principal. Fonte: IBGE Elaboração: MF/SPE 14

MERCADO DE MASSA Crescimento da Capacidade de Consumo da População Expansão do Emprego e da Renda Salário Mínimo Revolução no Crédito Ampliação dos Programas Sociais Controle da Inflação Surgimento de uma Nova Classe Média 15

VOLUME DO CRÉDITO BANCÁRIO (R$ bilhões) 1.000 900 800 700 Dez/06 732,6 (30,7% do PIB) Jan/08 944,2 (34,8% do PIB) 600 500 400 Dez/02 383,1 (22,1% do PIB) 300 200 jan 02 mai 02 set 02 jan 03 mai 03 set 03 jan 04 mai 04 set 04 jan 05 mai 05 set 05 jan 06 mai 06 set 06 jan 07 mai 07 set 07 jan 08 Fonte: BCB. Elaboração: MF/SPE 16

JUROS E SPREADS BANCÁRIOS 60 %aa Taxa de Juros (E) SPREADS (D) pp 36 55 50 34 32 30 45 28 40 35 26 24 22 30 jan 02 jul 02 jan 03 jul 03 jan 04 jul 04 jan 05 jul 05 jan 06 jul 06 jan 07 jul 07 jan 08 20 Fonte: BCB. Elaboração: MF/SPE 17

A CRISE INTERNACIONAL E O BRASIL O Brasil está hoje muito menos vulnerável a uma crise externa do que esteve no passado Solidez nas contas externas Equilíbrio Fiscal e Redução da Dívida Pública Controle da inflação Crescimento sustentado pela demanda doméstica Embora o Brasil não esteja imune à crise, impactos tendem a ser limitados Manutenção de fundamentos sólidos é essencial para enfrentar a crise 18

CONFIANÇA NO BRASIL O mercado financeiro brasileiro não está dando tanta importância às conseqüências do colapso do mercado hipotecário americano e, como de costume, o volume de negociações continua em alta outra confirmação da tese de descolamento entre a economia dos países emergentes e a dos desenvolvidos, dizem os analistas. A maioria dos economistas acreditam que o Brasil não será afetado por uma eventual recessão nos Estados Unidos e nas economias globais esse ano. No entanto, muitas empresas apostam que o mercado doméstico compensará essa diferença. Ademais, capital de investimento continua abundante para elas. (Financial Times, 13 de fevereiro de 2008) 19

Reforma Tributária e Crescimento É preciso dar continuidade as reformas com o objetivo de tornar o Brasil mais competitivo no cenário de globalização - inclusive com o real valorizado Construir uma estrutura tributária mais competitiva, capaz de reduzir os custos e agilizar as transações econômicas 20

Problemas do Sistema Tributário Complexidade muitos tributos s/mesma base Distorções dos tributos indiretos e guerra fiscal Cumulatividade Desoneração incompleta dos investimentos Distorções relacionadas à tributação interestadualdo ICMS Desoneração incompleta das exportações Guerra fiscal Tributação excessiva da folha de pagamentos Custo elevado s/ empresas ICMS 27 legislações, com mais de 40 alíquotas 21

Impactos da Reforma Tributária A Reforma Tributária contribui de forma relevante para acelerar o potencial de crescimento do País, por ter uma série de efeitos positivos para a economia Simplificação e desburocratização Redução da informalidade Desoneração Eliminação de distorções particular a guerra fiscal Aperfeiçoamento da política de desenvolvimento regional 22

Momento Oportuno para a Reforma As tentativas anteriores de implementação da Reforma Tributária geraram algum ceticismo sobre a nova proposta, contudo o momento atual é mais favorável à tramitação da Reforma Tributária que os anteriores Crescimento econômico facilita o fechamento da equação fiscal da reforma (que tem custo para a União) Deterioração do ambiente da guerra fiscal Maior demanda da sociedade por mudanças no sistema tributário 23

Momento Oportuno para a Reforma Implantação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-E) Base de dados permite calcular com precisão perdas e ganhos dos Estados e racionalizar a compensação Viabiliza mudanças na estrutura de cobrança dos tributo Necessidade de aumentar a competitividade da economia brasileira 24

PROBLEMAS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO 25

Problemas do Sistema Tributário Complexidade Distorções dos tributos indiretos e guerra fiscal Cumulatividade Desoneração incompleta dos investimentos Distorções relacionadas à tributação interestadual do ICMS Desoneração incompleta das exportações Guerra fiscal Tributação excessiva da folha de pagamentos 26

Complexidade Brasil tem uma estrutura tributária muito complexa, com muitos tributos incidentes sobre a mesma base 6 tributos indiretos sobre bens e serviços 2 tributos sobre o lucro das empresas (IRPJ/CSLL) Custo para as empresas de cumprimento das obrigações tributárias e acessórias é extremamente elevado Segundo estudo do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial em tempo despendido pelas empresas para cumprimento das obrigações tributárias No caso do ICMS, há 27 legislações distintas, com grande diversidade de alíquotas, regimes de redução de base de cálculo etc. 27

Complexidade Tributos Indiretos no Brasil Tributo Competência Regime Base de Incidência IPI Federal Não Importação e produção de produtos cumulativo Industrializados COFINS Federal Misto Importação, produção e comercialização de bens e serviços PIS Federal Misto Importação, produção e comercialização de bens e serviços Importação e comercialização de petróleo e CIDE- Combustíveis Federal Cumulativo gás natural e seus derivados e álcool combustível ICMS Estadual Circulação de mercadorias e prestação de Não serviços de transporte interestadual e cumulativo intermunicipal e de comunicação Prestação de serviços de qualquer natureza, ISS Municipal Cumulativo não compreendidos na base do ICMS, definidos em lei complementar 28

Distorções dos Tributos Indiretos Além da complexidade, há uma série de distorções na estrutura dos tributos indiretos sobre bens e serviços no Brasil, que acabam tendo um impacto muito negativo sobre o crescimento econômico Cumulatividade Aumento do custo dos investimentos Tributação das exportações Guerra fiscal 29

Cumulatividade A incidência cumulativa gera uma série de distorções Organização ineficiente da estrutura produtiva Aumento do custo dos investimentos e das exportações R$ bilhões de 2006 Arrecadação Impacto % do PIB Tributos Cumulativos ISS 15,3 9,9 0,4% CIDE-Combustíveis 7,8 3,9 0,2% Créditos não compensados ICMS 17,0 0,7% PIS/COFINS 13,0 0,6% Total 43,8 1,9% 30

Desoneração Incompleta dos Investimentos Além das incidências cumulativas, o custo dos investimentos é elevado pelo longo prazo de apropriação dos créditos dos tributos recolhidos na aquisição de bens de capital PIS/COFINS: 24 meses ICMS: 48 meses O custo para as empresas deste diferimento depende de sua situação financeira Custo financeiro do diferimento (% do preço do equipamento) PIS/COFINS ICMS Total Selic (11,25%) 1,0 1,7 2,6 Capital Giro (27,9%) 2,0 3,3 5,3 Conta Garantida (58,8%) 3,3 4,9 8,2 Memo: Alíquota do Tributo 9,25% 8,80% 31

Problemas Relacionados ao ICMS O Fato de que nas transações interestaduais parte do imposto é cobrado no estado de origem gera uma série de distorções Alíquota nas operações interestaduais: 12% S/SE (exceto ES) N/NE/CO (mais ES): 7% Um dos problemas é a resistência dos Estados a ressarcir os créditos acumulados das empresas exportadoras relativo ao ICMS pago em outras unidades da federação 32

Guerra Fiscal O problema mais sério é a guerra fiscal, através da qual um estado reduz o ICMS para atrair investimentos para seu território, reduzindo o imposto cobrado mesmo na venda realizada em outros estados Para os Estados menos desenvolvidos, a guerra fiscal é muitas vezes vista como necessária, face à inexistência de uma política de desenvolvimento regional mais efetiva Como os estados mais desenvolvidos também passaram a conceder benefícios, a guerra fiscal perdeu força como instrumento de redução das desigualdades regionais 33

Porque a Guerra Fiscal é Ruim para o País O maior problema é que a guerra fiscal tem levado a uma situação de anarquia tributária, gerando insegurança para os investidores e prejudicando o crescimento Hoje mesmo empresas que recebem incentivos estão inseguras Decisões do STF (retroativas) Não aceitação do crédito por outros estados Há outros sérios problemas que resultam da guerra fiscal Concessão de benefícios que favorecem as importações em detrimento da produção nacional Modalidades mais predatórias de guerra fiscal (concessão de benefícios voltados à apropriação de parte da receita devida a outras unidades da federação) 34

Tributação Excessiva da Folha de Salários A elevada tributação da folha de salários não apenas prejudica a competitividade da economia brasileira, como estimula a informalidade Se a elevada tributação estimula a informalidade, a alta informalidade exige uma carga mais elevada das empresas formais, criando um círculo vicioso Mínimo Máximo Previdência Social 28,0% 31,0% Empregador 20,0% 20,0% Empregado 8,0% 11,0% Seguro de Acidente 0,5% 6,0% Sistema S SEBRAE INCRA Salário-Educação 2,5% 0,6% 0,2% 2,5% Total 34,3% 42,8% FGTS 8% Total com FGTS 42,3% 50,8% 35

O PROJETO DE REFORMA TRIBUTÁRIA 36

Objetivos da Reforma Tributária A proposta de Reforma Tributária tem seis objetivos principais: Simplificação do sistema tributário, reduzindo e desburocratizando a legislação Fim da guerra fiscal Correção de distorções na estrutura tributária que prejudicam o investimento e a eficiência Desoneração tributária, com foco nos tributos que mais prejudicam o crescimento Melhora da Política de Desenvolvimento Regional Melhoria da qualidade das relações federativas 37

Simplificação Tributos Federais Extinção de 5 tributos federais e criação de um imposto sobre o valor adicionado (IVA-F) COFINS PIS CIDE Salário Educação CSLL IRPJ IVA-F Entrada em vigor no segundo ano após a aprovação da PEC IPI seria mantido como imposto seletivo e para fins de política industrial 38

Simplificação - ICMS Unificação da legislação do ICMS Extinção do atual ICMS e criação de um Novo ICMS Grande simplificação (27 legislações 1) Alíquotas uniformes Senado define as alíquotas Confaz propõe o enquadramento/senado aprova ou rejeita Para evitar aumento da carga tributária, Estados poderão fixar alíquotas diferenciadas para um número limitado de bens e serviços Sistema de débito e crédito com legislação mais simples e neutra, compatível com o padrão de tributação do valor adicionado dos sistemas tributários mais desenvolvidos 39

Fim da Guerra Fiscal Projeto acaba com a guerra fiscal ao reduzir progressivamente a parcela do ICMS apropriado no estado de origem Processo é completado no oitavo ano subseqüente à aprovação da PEC, com a criação do Novo ICMS Prazo de mudança permite que benefícios já concedidos sejam progressivamente reduzidos, sem criar turbulências Modelo prevê possibilidade de cobrança na origem com uma câmara de compensação entre os Estados Mantém-se uma alíquota residual de 2% na origem para estimular a fiscalização e ressarcir custos administrativos Alíquota do ICMS no Estado de Origem Alíquota atual 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 12% 11% 10% 8% 6% 4% 2% 2% 7% 6,5% 6% 5% 4% 3% 2% 2% 40

Fim da Guerra Fiscal Garantia de Receita Criação do Fundo de Equalização de Receitas (FER), para ressarcimento dos estados por eventuais perdas no processo de transição do ICMS Parte dos recursos vinculados constitucionalmente e parte definida em lei complementar Regulamentação por lei complementar Estados que concederem novos benefícios não terão acesso aos recursos do FPE, do FER, nem do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional 41

Correção de Distorções dos Tributos Indiretos Forte redução da cumulatividade do sistema tributário Regulamentação do IVA-F e do Novo ICMS viabilizará ampla apropriação de créditos de bens e serviços adquiridos pelas empresas Desoneração completa das exportações Tributação no destino permite Estados ressarcirem integralmente os exportadores Criação de sistema de compensação que impedirá o acúmulo de créditos tributários Aperfeiçoamento da legislação Legislação do IVA-F e do Novo ICMS incorporará um modelo moderno de tributação do valor adicionado, eliminando distorções e simplificando o trabalho das empresas 42

Desoneração Desoneração da folha salarial Redução da contribuição patronal sobre folha ao ritmo de 1 p.p. ao ano de 2010 a 2015, passando de 20% para 14% Extinção da contribuição para o Salário Educação (substituída por uma vinculação de tributos) amplia a desoneração da folha Ampliação da desoneração da cesta básica na criação do IVA-F e do novo ICMS, reduzindo o custo de produtos como óleo de soja, açúcar, pão etc. Desoneração completa dos investimentos (redução do prazo para a apropriação do crédito na aquisição de bens de capital) ICMS: redução do prazo ao longo da transição IVA-F: Prazo a ser definido na regulamentação do imposto PEC possui dispositivo (a ser regulamentado por lei complementar) que garante que não haverá aumento da carga tributária na criação do IVA-F e do Novo ICMS 43

Política de Desenvolvimento Regional Aperfeiçoamento da PDR é política de governo que contribui para a Reforma Tributária ao facilitar o fim da guerra fiscal Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional e ampliação do montante de recursos Criação de novos instrumentos para a PDR Investimentos estruturantes Infra-estrutura, qualificação de mão de obra etc. Diretrizes definidas pelas superintendências regionais Transferências aos estados para ações de desenvolvimento Investimentos estruturantes e subvenção a empresas Recursos não vinculados Garantia de ampliação do montante de recursos da PDR para todas as regiões (inclusive Sul e Sudeste) 44

Modelo Proposto para Política de Desenvolvimento Regional Recursos Vinculados F N D R Transf. Estados SUDENE SUDAM SUDECO* Outras Regiões Fin. Setor Produtivo Invest. Estrut. Fin. Setor Produtivo Invest. Estrut. Fin. Setor Produtivo Invest. Estrut. Invest. Estrut. FNE FDNE FNO FDA FCO 45

Aprimoramento das Relações Federativas Transferências a estados e municípios passam a ser calculadas sobre base ampla de tributos, aumentando a solidariedade fiscal entre a União e os entes subnacionais Apenas a contribuição previdenciária e os tributos de natureza regulatória (II/IE/IOF/ITR) não compõem a base de partilha Desconstitucionalização do critério de partilha do ICMS Atualmente 75% do ICMS destinado aos municípios é distribuído conforme o valor adicionado, levando a grandes desequilíbrios Propõe-se que o critério de distribuição desta parcela seja definido em lei complementar Com o envio da Reforma Tributária, propõe-se abrir uma ampla discussão sobre as competências e o financiamento dos entes federados, inclusive sobre o sistema de partilhas 46

MUDANÇAS NO SISTEMA DE PARTILHA 47

Como é Hoje? IR IPI 10% FPEX 21,5% FPE 23,5% FPM 3% Fundos Constitucionais COFINS CSLL Seguridade Social PIS FAT/BNDES Salário Educação Educação Básica CIDE-Combustíveis Infra-estrutura de transportes etc. (29% para Estados e Municípios) 48

Como Fica IR CSLL IPI COFINS PIS Sal. Educação. CIDE IR IPI IVA-F base ampla de partilha x% y% z% w% Seguridade FAT/BNDES Educação Infra-Estrutura Básica de Transportes recomposição das fontes (29% Estados e Municípios) 49

Como Fica base ampla de partilha (-) recomposição das fontes (+) competência residual (=) base de partilha federativa (igual à receita atual de IR+IPI) 21,5% FPE 23,5% FPM > 3% FNDR 1,8% FER 50

IMPACTOS DA REFORMA TRIBUTÁRIA 51

Impactos para as Empresas Grande simplificação das obrigações tributárias, com redução expressiva de custos Redução da carga tributária Melhora das condições de concorrência e aumento da eficiência econômica Fim da guerra fiscal Redução da sonegação e da informalidade Desoneração completa dos investimentos Ganhos de competitividade com a eliminação da maior parte das incidências cumulativas, o fim do acúmulo de créditos nas exportações e o fim do favorecimento às importações 52

Impactos para os Trabalhadores Desoneração da cesta básica, reduzindo a regressividade do sistema tributário brasileiro Aumento do emprego formal e estímulo a investimentos em setores intensivos em mão de obra Desoneração da folha de salários Redução do espaço para sonegação das empresas, reduzindo a economia informal Mudanças no sistema de tributos indiretos darão maior transparência sobre a carga tributária incidente sobre o custo dos bens de consumo Nova Política de Desenvolvimento Regional é mais eficiente do ponto de vista do aumento da renda dos Trabalhadores que o modelo atual 53

Impactos para os Estados e Municípios Aumento da arrecadação com a redução da sonegação e o fim da guerra fiscal Adoção de mecanismos eficazes de desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas do País, através do aprimoramento da Política de Desenvolvimento Regional Garantia de ressarcimento de eventuais perdas pelo Fundo de Equalização de Receitas, de modo a que nenhum Estado seja prejudicado pela Reforma Avanço na direção de um ambiente federativo mais solidário e justo 54

Impactos sobre o Crescimento A mudança no sistema tributário terá um impacto relevante sobre o potencial de crescimento do País Com a reforma, a taxa anual de crescimento do PIB dos próximos 20 anos poderia ser elevada em 0,5 p.p. Aumento do PIB Resultante da Reforma Tributária (%) Custo do Capital Média Selic e Mudanças Implementadas Selic Capital de Giro (11,25%) (19,58%) Desoneração dos investimentos 2,5 3,7 Redução da cumulatividade Extinção do Salário Educação (compensada no IVA-F) Redução de 6 p.p. da contribuição patronal para previdência Total 10,9 12,2 2,6 1,3 4,1 55

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