Painel 1: "Reforma Tributária e justiça fiscal Prof. JOÃO MÁRIO DE FRANÇA Coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP/CAEN/UFC)
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- Isadora Gorjão Paixão
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1 Painel 1: "Reforma Tributária e justiça fiscal Prof. JOÃO MÁRIO DE FRANÇA Coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP/CAEN/UFC)
2 - REFORMA TRIBUTÁRIA: Competitividade, equidade e equilíbrio federativo. Organizador: Deputado Cláudio Puty, Comissão de Finanças e Tributação. - Não Basta Arrecadar: A Tributação Como Instrumento do Desenvolvimento, Livro do BID que indica necessidade de reformas tributárias na América Latina e no Caribe para estimular o desenvolvimento da região
3 Competência tributária ativa dos estados: ICMS, IPVA e ITCMD O ICMS, imposto não cumulativo, é o principal financiador de políticas públicas e garante sua autonomia, mas vem perdendo espaço em alguns estados Nova regulamentação do ICMS proposta pelo Governo Federal prevê que as alíquotas interestaduais sejam homogeneizadas em 4%. Segundo alguns estados, essa alíquota inviabilizaria as políticas estaduais de desenvolvimento local. O poder de tributar e realizar políticas fiscais continua demasiadamente concentrados no governo central.
4 ASSESSORIA ESPECIAL DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Boletim Econômico APE Fevereiro/2013- publicação 01
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6 Do quadro anterior pode-se inferir que: Os dados referentes à razão entre Transferências Correntes e Receitas Correntes (4ª coluna) revelam a forte dependência, por alguns estados, de repasse de recursos da União; Em conformidade com os dados sobre Percentagem de Participação do FPE (6ª coluna), tem-se presente a necessidade de revisão da política de divisão dos recursos na Federação.
7 As questões de equidade no Brasil vão além da má distribuição de renda. O número de pobres no Brasil ainda é muito elevado, apesar da redução recente devido às políticas de transferência às famílias de baixa renda. A aplicação prática do princípio da capacidade contributiva, especialmente no que diz respeito aos impostos diretos incidentes sobre a renda do contribuinte implica em aceitar os seguintes preceitos: os tributos devem ser graduados em função da renda de cada contribuinte: quem ganha mais deve pagar mais; ƒquanto maior for a base de cálculo de um tributo, maior deve ser a sua alíquota; ƒa renda mínima consagrada à sobrevivência deve ser minimamente tributada ou, em última instância, deve ser livre de tributação. A tributação deve ser preferencialmente direta, de caráter pessoal e progressivo.
8 O escalonamento da tributação atende melhor ao princípio da justiça tributária, o qual exige que se observe não apenas a isonomia como também: => o tratamento desigual aos desiguais, não discriminando a tributação segundo a origem do rendimento; => a aplicação de alíquotas mais condizentes com a realidade distributiva brasileira. Tributos progressivos e diretos são preferíveis aos regressivos e indiretos por razões de neutralidade, eficiência e equidade. Contudo, ao tributar mais quem ganha mais, promovendo maior justiça tributária, as decisões de alocação de recursos serão afetadas provocando algum grau de ineficiência no sistema. Tributo eficiente é aquele que não gera distorções no comportamento dos agentes econômicos quanto à alocação de recursos. Um tributo que incida sobre todos os bens e serviços à mesma alíquota não altera os preços relativos é um tributo neutro e, portanto, eficiente.
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12 O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social levantou no seu Observatório da Equidade os seguintes dados: No Brasil, quem ganha até dois salários-mínimos paga 48,8% da sua renda em tributos. Quem ganha acima de 30 salários mínimos, paga 26,3% da sua renda em tributos. A alíquota máxima do imposto de renda nos países da OCDE, na média, é 42,5%. No Brasil, 27,5%. A média de EUA, Grã-Bretanha e Alemanha para o imposto sobre herança é de 41% sobre o patrimônio. No Brasil é 4%. De uma carga tributária de 34,9% sobre o PIB, apenas 10,4% retornam para a sociedade. Para educação pública: 4,7%. Para saúde: 3,75%. Saneamento e habitação: 0,6% (sem considerar os investimentos recentes no Programa Minha Casa, Minha Vida).
13 O sistema tributário nacional é: ƒcomplexo, oneroso e causa de insegurança jurídica. Tem excesso de tributos e obrigações acessórias. É cumulativo e pouco transparente; ƒinimigo da produção, das exportações e dos investimentos. Afeta negativamente a competitividade;
14 concentrador de múltiplas incidências sobre uma mesma base (faturamento) e uma mesma função (consumo), pelos três níveis de governo (IPI+ICMS+PIS+COFINS+CIDE+ISS); agente de estímulo de uma competição federativa suicida; Tem estrutura obsoleta. Prejudica a competitividade. Induz à sonegação. Não é propício à harmonização com outros sistemas.
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16 Primeiro, as reformas devem incluir impostos que favoreçam os pobres. Os sistemas tributários existentes devem se tornar mais progressivos e reduzir o número de isenções. Segundo, os sistemas tributários devem ser mais simples, com bases tributárias mais amplas. Isso ajudará a criar um ambiente propício para a inovação e novas empresas, promovendo a produtividade.
17 Terceiro, a gestão tributária deve ser fortalecida, para que todos os cidadãos e empresas cumpram suas obrigações fiscais. Quarto, as reformas devem assegurar que os governos locais possam gerar seus próprios recursos de receita, para cumprir suas responsabilidades cada vez maiores como agentes do desenvolvimento.
18 Quinto, dada a extraordinária, porém finita, riqueza de recursos naturais da região, os sistemas tributários devem criar incentivos para seu uso mais eficiente, levando em conta as necessidades de desenvolvimento de gerações futuras.
19 Combate às medidas ilegítimas de guerra fiscal Concessão de benefícios sem afetar a receita de outros entes federativos Fortalecimento da segurança jurídica, através da reforma do processo administrativo tributário, com a sua versão eletrônica, bem como com a institucionalização, em código, dos direitos e deveres do contribuinte; e Medidas de celeridade e agilização de dados Implementação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). Adoção de progressividade no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos (ITCMD)
20 Reorientar a tributação para que ela incida prioritariamente sobre o patrimônio e a renda dos contribuintes Submissão universal de todos os rendimentos de pessoas físicas à tabela progressiva do imposto de renda Desoneração do IRPF sobre os rendimentos do trabalho assalariado de baixo e médio poder aquisitivo, com revisão de alíquotas, faixa de isenção e aumento das possibilidades de dedução de despesas. Regulamentação do parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional, alterado pela Lei Complementar n 104/2001, para permitir à autoridade administrativa desconsiderar atos e negócios jurídicos que visem a ocultar a ocorrência do fato gerador.
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