fls. 1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE CAMPINAS FORO DE CAMPINAS 2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL R. FRANCISCO XAVIER DE ARRUDA CAMARGO, 300, Campinas- SP - CEP 13089-530 Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às18h00min SENTENÇA Processo Físico nº: 0011132-81.2015.8.26.0114 Classe Assunto: Procedimento do Juizado Especial Cível - Estabelecimentos de Ensino Requerente: Angela Maria dos Santos Requerido: UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO UNIESP Juiz(a) de Direito: Dr(a). Henrique Nader Vistos. Dispensado o relatório nos termos do art. 38 da Lei n. 9.099/95. O interesse de agir da autora subsiste porque a ré resiste à pretensão dela quanto ao ressarcimento em dobro do valor cobrado e à indenização por danos materiais. Mas a demanda é na maior parte improcedente. O mero envio de correspondências eletrônicas à autora cobrando o suposto débito (fls. 14/17) não é ilegal. É certo que a autora teve de reclamar à Ouvidoria da ré (fls. 18), solicitar informação do Fundo Estadual que lhe custeara a faculdade por meio de bolsa de estudo (fls. 19) e efetuar reclamação no Procon para que, finalmente, a ré reconhecesse a inexistência do débito (fls. 20). Mas o problema se resolveu em poucos dias sem que houvesse outros desdobramentos e pode ser considerado decorrência da complexidade da relação jurídica havida entre a autora e a ré. Logo, a cobrança extrajudicial indevida não superou o mero aborrecimento ou frustração, que não geram dano moral reparável. A sanção do art. 940 do Código Civil só se aplica se houver cobrança judicial de dívida já paga ou inexistente. Já a do art. 42 do Código de Defesa do Consumidor pressupõe o efetivo pagamento indevido, que não ocorreu no caso presente. Tampouco a observação contida na mensagem enviada à autora de que se não houvesse o pagamento seriam tomadas as medidas cabíveis para o recebimento do crédito pode ser considerada abusiva, porque não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito (CC, art. 153). Este documento foi liberado nos autos em 28/01/2016 às 15:02, é cópia do original assinado digitalmente por HENRIQUE NADER. Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0011132-81.2015.8.26.0114 e código 360000005OV76.
fls. 2 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE CAMPINAS FORO DE CAMPINAS 2ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL R. FRANCISCO XAVIER DE ARRUDA CAMARGO, 300, Campinas- SP - CEP 13089-530 Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às18h00min Por fim, a única despesa que a autora comprovou ter efetuado em razão da cobrança extrajudicial que lhe foi feita pela ré foi a remessa de carta registrada no valor de R$8,25 (fls. 14). Logo, esse é o único valor que terá de ser ressarcido, pois em se tratando de dano material a reparação pressupõe a sua efetiva existência. Posto isso, extingo o processo com resolução do mérito (CPC, art. 269, I) e JULGO PROCEDENTE EM PARTE a demanda, apenas para condenar a ré a pagar à autora a quantia de R$8,25, com correção monetária desde o desembolso e juros de mora a contar da citação. advocatícios. Sem condenação nesta fase ao pagamento de custas ou honorários P.R.I. Campinas, 28 de janeiro de 2016. DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA Este documento foi liberado nos autos em 28/01/2016 às 15:02, é cópia do original assinado digitalmente por HENRIQUE NADER. Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0011132-81.2015.8.26.0114 e código 360000005OV76.