PARECER RELATÓRIO. Parecer sobre a conversão da súmula n. 685 do STF na Súmula Vinculante n. 43, os seus objetivos e implicações.



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Transcrição:

PARECER À DIRETORIA DO SINDICATO DOS SERVIDORES DA TRIBUTAÇÃO, FISCALIZAÇÃO E ARRECADAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Conversão da súmula n. 685 do STF na Súmula Vinculante n. 43. Implicações. RELATÓRIO Parecer sobre a conversão da súmula n. 685 do STF na Súmula Vinculante n. 43, os seus objetivos e implicações. ANÁLISE JURÍDICA 1. Conversão da Súmula n. 685 do STF na Súmula Vinculante n. 43 No dia 8 de abril de 2015, o Plenário do Supremo Tribunal Federal aprovou a Súmula Vinculante n.43 a partir da conversão da Súmula n.685, in verbis: Súmula n.685 do STF É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. Súmula Vinculante n.43 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. A redação da nova Súmula Vinculante manteve o texto da antecessora inalterado. 1

2. Objetivo, aplicação e exceções da Súmula Vinculante A nova Súmula Vinculante n.43 tem como objetivo preservar o princípio constitucional de acessibilidade aos cargos mediante prévia aprovação em concurso público, previsto no art. 37, II 1, da CR/88, e de forma reflexa o princípio constitucional da isonomia - art. 5, caput 2, da CR/88. Assim, seria assegurado a todos os cidadãos a mesma oportunidade de obter um cargo ou emprego público de forma isonômica, não havendo privilégios para nenhum grupo específico. Com o intuito de assegurar o princípio constitucional do concurso público, a mencionada Súmula veda, por exemplo, as figuras da ascensão funcional 3 (acesso) e da transferência 4, bem assim da transposição e do aproveitamento entre cargos de carreiras diversas, enfim, todas as formas derivadas de investidura em cargo ou emprego público (que invista o servidor em cargo público diverso do anteriormente ocupado sem a prévia aprovação em concurso público), que possam ser contrárias a Carta Magna. Sobre o assunto discorre o doutrinador José dos Santos Carvalho Filho: A ascensão e a transferência, anteriormente previstas no dispositivo, foram suprimidas pela Lei nº 9.527, de 10.12.97. 5 Não se pode esquecer, ainda, que reingresso dessa natureza ofende frontalmente o princípio da acessibilidade aos cargos mediante prévia aprovação em concurso público, expressamente acolhido no art. 37, II, da vigente Constituição, e isso porque inaugura nova relação estatutária, diversa daquela que se extinguiu pela aposentadoria. O fundamento, aliás, é o mesmo adotado pelo STF para os casos de transferência e ascensão funcional, institutos que, também aceitos 1 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 2 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 3 Ascensão (ou acesso) é a forma de progressão pela qual o servidor é elevado de cargo situado na classe mais elevada de uma carreira para cargo da classe inicial de carreira diversa ou de carreira tida como complementar da anterior. (Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo - 24 Ed. - 2011.p.1096) 4 Transferência é a passagem do servidor de seu cargo efetivo para outro de igual denominação, situado em quadro funcional diverso. (Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo - 24 Ed. - 2011.p.1096) 5 Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo - 24 Ed. - 2011.p.1096 2

anteriormente, como o era a reversão por interesse administrativo, foram banidos do atual sistema por vulneração ao aludido postulado. 6 (grifos lançados) Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já aplicou a Súmula n.685, em casos, por exemplo, em que o servidor é aprovado em concurso público, mas toma posse em cargo diverso (transposição); quando há tentativa de ingressar em cargo diverso da carreira ocupada pelo servidor público, através da ascensão funcional ou acesso; ou quando ocorre o aproveitamento do servidor colocado em disponibilidade em um cargo de atribuição e remuneração diversa do que ocupava antes de ser colocado a disposição, conforme julgados a seguir: APELAÇÃO CÍVEL - REEXAME NECESSÁRIO - CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO - CONCURSO PÚBLICO - APROVAÇÃO - TERMO DE OPÇÃO - POSSE EM CARGO DIVERSO - ILEGALIDADE - RECONDUÇÃO AO CARGO ORIGINAL - VIABILIDADE. 1. É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido - Súmula nº 685 do c. STF. 2. Aprovado o candidato em concurso público para o cargo de Técnico de Administração Pública - especialidade Agente Administrativo, nulo é o ato que o nomeou para cargo de Assistente de Educação, especialidade Apoio Administrativo da Carreira Assistência à Educação do Distrito Federal. O concurso público, nos termos da Constituição Federal, é requisito essencial à investidura em cargo ou emprego público, de acordo com a natureza e a complexidade dos mesmos - art. 37, inc. II, CF/88. 3. A recepção pela ordem constitucional da chamada transposição de um servidor, de um cargo público para outro de carreira diversa, está definitivamente repelida pelo colendo STF, à vista da Constituição Federal de 1988 que, ressalvado exclusivamente o provimento derivado mediante promoção que pressupõe a integração de ambos os cargos na mesma carreira, são inadmissíveis quaisquer outras formas de provimento do servidor público, independentemente de concurso público, em cargo diverso daquele do qual já seja titular a qualquer título. 4. Recursos conhecidos e NÃO PROVIDOS. Sentença mantida (páginas 23-24 do documento eletrônico (STF - RE: 751266 DF, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 17/07/2014, Data de Publicação: DJe-148 DIVULG 31/07/2014 PUBLIC 01/08/2014) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DE SERVIDOR EM DISPONIBILIDADE EM CARGO COM ATRIBUIÇÃO E REMUNERAÇÃO DIFERENCIADA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 685 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (STF - ARE: 656166 SP, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 22/11/2011, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-236 DIVULG 13-12-2011 PUBLIC 14-12-2011) RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. PAJEM. TRANSFORMAÇÃO E TRANSPOSIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 6 Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo - 24 Ed. - 2011.p.1103 3

685/STF. PRECEDENTES. PRELIMINAR. INTEMPESTIVIDADE. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA Nº 636 DO STF. MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 279/STF. REPERCUSSÃO GERAL NÃO EXAMINADA EM FACE DE OUTROS FUNDAMENTOS QUE OBSTAM A ADMISSÃO DO APELO EXTREMO. RECURSO DESPROVIDO. Decisão: Trata-se de recurso extraordinário interposto pela Prefeitura Municipal de Cubatão e Outro (s), com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal, contra acórdão que possui a seguinte DIREITO CONSTITUCIONAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL - TRANSFORMAÇÃO DE CARGOS DE AUXILIAR I EM DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL TRANSPOSIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - INCONSTITUCIONALIDADE VERIFICADA - É inconstitucional a Lei Complementar Municipal 059, de 11 de dezembro de 2009, de Cubatão, que, a pretexto de alterar a denominação do cargo de Auxiliar I, Função Pajem, opera verdadeira forma de provimento de cargo sem concurso público, ao determinar sua integração e equiparação ao integrantes da carreira do Magistério Público Municipal, cujos requisitos de ingresso e funções são distintos - Jurisprudência do STF e deste Colendo Órgão Especial - Violação dos arts. 111, 115, inciso II, e 144 da Constituição Estadual - Ação procedente. Ex positis, DESPROVEJO o recurso, com fundamento no disposto no artigo 21, 1º, do RISTF. Publique-se. Brasília, 18 de dezembro de 2014.Ministro Luiz Fux Relator Documento assinado digitalmente (STF - RE: 720049 SP, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 18/12/2014, Data de Publicação: DJe-021 DIVULG 30/01/2015 PUBLIC 02/02/2015) Nota-se que a aplicação da Súmula nº 685 pelo STF ocorre em situações envolvendo cargos e carreiras totalmente distintas umas das outras, já que é nesse tipo de caso que o acesso a cargo público sem concurso público encontra vedação constitucional. Para fins de análise da aplicação da referida Súmula no contexto da Administração Tributária, é mister analisar questões próprias envolvendo cargos e carreiras de natureza assemelhada já analisados pelo STF. O colendo Supremo Tribunal Federal excepciona a aplicação do referido verbete à reestruturação de carreiras - inclusive quando ocorre por meio de fusão ou unificação de cargos - desde que haja os mesmos requisitos de escolaridade, similitude de atribuições e remuneração equânime. Isso porque a Constituição Federal, ao conferir ao chefe do Poder Executivo, a iniciativa das leis para a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas (art. 61, 1º, II, d), permite que o Estado realize reestruturação em suas carreiras, de forma a garantir a eficiência da prestação dos serviços públicos à população. Hely Lopes Meirelles já escreveu sobre o assunto: 4

A criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas do Poder Executivo exige lei de iniciativa privada do Presidente da República, dos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos Prefeitos Municipais, conforme seja federal, estadual ou municipal a Administração interessada, abrangendo a Administração direta, autárquica e fundacional (CF, ART.48, x, C/C O ART.61, 1º,II, d ). 7 A Administração Pública deve exercer sua liberdade para planejar e organizar o seu quadro de pessoal, visto que é assegurado, pelo sistema federativo, aos Estadosmembros, autonomia político e administrativa. Quando constitucionais, a fusão de carreiras corresponde a organização administrativa do próprio Estado, do racionalismo dos serviços prestados, uma vez que a unificação pode significar na diminuição do efetivo e redução dos custos para o Estado. Nessa perspectiva, o racionalismo através da reestruturação das carreiras, corresponde a viabilização da eficiência administrativa no serviço público, visto que permite que a organização das carreiras acompanhe a dinâmica da realidade e necessidade da Administração Pública. Portanto, a transformação de cargo público é possível e possui previsão constitucional, desde que observadas algumas particularidades para que a lei que realize a transformação seja de fato constitucional e não contrarie o princípio do concurso público do art.37, II, da CR/88. O colendo Supremo já abordou o tema e considerou ser possível, por exemplo, a reestruturação de uma carreira com a fusão de cargos públicos distintos. Mas, para tanto, considerou ser imprescindível o preenchimento de determinados requisitos: igual nível de escolaridade, similitude/afinidade de atribuições e remuneração equânime. Nesses casos, é possível a transformação dos cargos, inclusive com a fusão ou unificação de cargos anteriormente existentes em um único novo cargo, pois não há violação ao princípio constitucional da exigência de concurso público (art. 37, II, da CF) e, consequentemente, não há nada que contrarie o enunciado da nova Súmula Vinculante. Percebe-se que os requisitos exigidos pelo Supremo decorrem de uma interpretação mais ampla do conceito de carreira 8, pois para duas carreiras serem 7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2010. 8 Carreira é o conjunto de classes funcionais em que seus integrantes vão percorrendo os diversos patamares de que se constitui a progressão funcional. As classes são compostas de cargos que tenham as mesmas atribuições. Os cargos que compõem as classes são cargos de carreira, diversos dos cargos isolados que, 5

distintas haveria a necessidade de diferença efetiva e material no conteúdo e não apenas na sua denominação. Esse foi o entendimento sedimentado em casos em que se discutiu a reestruturação de carreiras das Administrações Tributárias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo. No julgamento da ADI 1.591/RS, de relatoria do Ministro Octavio Gallotti, ficou sedimentada a constitucionalidade da lei complementar do Estado do Rio Grande do Sul, que extinguiu os cargos e as carreiras de Auditor de Finanças Públicas e de Fiscal de Tributos Estaduais (nível superior) e criou, em substituição, a carreira de Agente Fiscal do Tesouro (nível superior). No julgamento da referida ADI 1591/RS, o Ministro Octavio Gallotti ressalta a necessidade de observância da similitude de atribuições para considerar a transformação ou unificação de cargos constitucional. Veja trecho do voto: Como se vê, é patente a afinidade de atribuições existente entre uma e outras carreiras (ambas de nível superior), todas cometidas antes da Constituição, não se vislumbrando de minha parte, impedimento a que, mesmo depois desta, venha a lei a consolidá-las em categoria funcional unificada sob a nova denominação (Agente Fiscal do Tesouro do Estado). Julgo que não se deva levar ao, paroxismo, o princípio do concurso para acesso aos cargos públicos, a ponto de que uma reestruturação convergente de carreiras similares venha a cobrar (em custos e descontinuidade) o preço da extinção de todos os antigos cargos, com a disponibilidade de cada um dos ocupantes seguida da abertura do processo seletivo, ou, então, do aproveitamento dos disponíveis, hipótese esta última que redundaria, na prática, justamente na situação que a propositura da ação visa a conjurar. O Ministro Nelson Jobim, no julgamento da referida ADI nº. 1.591/RS, manifesta no mesmo sentido: se Tem absoluta razão o Ministro Octavio Gallotti, quando ao examinar o conteúdo ocupacional, o conteúdo de funções de auditores e fiscais, mostra que essas duas funções têm um universo de atuação e, neste, há alguns elementos acessórios que representam ações distintas no que diz respeito aos auditores. Na definição desses elementos aproximaram de forma absoluta funções que tinham a distinção primeira, inicial, uma para tributos, outra para orçamento, e se aproximaram tendo em vista as embora integrando o quadro, não ensejam o percurso progressivo do servidor. Para exemplificar: os psicólogos de certo órgão têm cargos de carreira. Se houver três patamares funcionais, haverá três classes desses servidores: os de 1ª, 2ª e 3ª Classes. Essas classes em conjunto é que formam a carreira dos psicólogos.(carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo - 24 Ed. - 2011.p.1332) 6

necessidades históricas do desenvolvimento das funções da Secretaria de Fazenda desse Estado da Federação. Portanto. Sr. Presidente, na medida em que se assegura a possibilidade de o Governador do Estado do Rio Grande do Sul criar uma carreira única, e este é um fato inconteste, a questão é saber se, pelo fato do concurso público que presidiu a ascensão dos outros cargos, ele está impedido de criar a carreira única, tendo em vista funções ocupacionais que correspondem ao mesmo universo de atuação: área tributária. Creio que não. Creio que é possível que se faça exatamente isso, sob pena de estarmos estabelecendo em engessamento absoluto da possibilidade da racionalização do serviço público. O Ministro Ilmar Galvão também concorda com o citado acima: No caso da espécie, em que duas ou mais categorias funcionais possuem áreas de atribuições que se interpenetram no que têm, a meu ver, de essencial, embora não coincidam em tida a sua extensão, entendo não conflitar com o princípio do concurso público a reunião dessas duas categorias em uma única, para a qual sejam transpostos os integrantes das categorias reunidas Na mesma linha de entendimento, o Ministro Sepúlveda Pertence: Com a exatidão de sempre, o eminente Relator, Ministro Octávio Gallotti, caracterizou o caso como uma reestruturação, por confluência, de carreiras similares Não tenho dúvida de que, na origem, eram elas inconfundíveis. Mas ocorreu e não nos cabe indagar dos motivos disso um processo de gradativa simbiose dessas carreiras que a lei questionada veio apenas racionalizar. No mesmo sentido, quando do julgamento da ADI nº. 2.335/SC, Relator para o acórdão o Ministro Maurício Corrêa, julgou-se constitucional a Lei Complementar que extinguiu os cargos de Fiscal de Tributos Estaduais, Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Exator e Escrivão de Exatoria e criou em substituição a de Auditor Fiscal da Receita Estadual, haja vista a similitude das atribuições desempenhadas pelos ocupantes dos cargos extintos. O Ministro Gilmar Mendes, após citar o voto do Ministro Octávio Gallotti na ADI nº. 1.591/RS, consolidou o entendimento votando no mesmo sentido, segue trecho: No caso em exame, do memorial trazido pelo Professor Almiro Couto e Silva, colho que, em verdade, as carreiras que foram extintas pela lei impugnada, e substituídas pela carreira de Auditor Fiscal da Receita Estadual, vêm sofrendo um processo de aproximação e de interpenetração. E, está demonstrado, é que há correspondência e pertinência temática entre aquelas carreiras. Eventualmente surgem distinções de grau; algum grupo está incumbido de fiscalizar 7

microempresas, mas não há qualquer diferença que se possa substancializar. A Ministra Ellen Gracie, inclusive, aborda a questão da racionalização administrativa e da escolaridade: verifico que a lei impugnada ligou, por um fio de racionalidade, como diz o Ministro Gilmar Mendes, quatro carreiras que tinham competências e atribuições, em parte, idênticas e, em parte, extremamente semelhantes, fundindo-as em uma única carreira; o que significa racionalização administrativa. Quanto ao outro tópico, pelo qual é atacada, que é o nível de escolaridade, também verifico que nenhuma modificação foi introduzida pela Lei Complementar nº.189, porque o que era exigido para o ingresso nas quatro carreiras extintas, por legislação anterior, é rigorosamente o mesmo nível necessário para o acesso à nova carreira; a de fiscal de mercadorias em trânsito já exigia diploma de curso superior, a partir da Lei n.8246, de 1991, e a escravidão de exatoria também já tornava obrigatório que o candidato fosse portador de diploma de curso superior, através da Lei Complementar n.81, de março de 1993. No mesmo sentido, o STF julgou improcedente a ADI nº.2.713-1/df, de relatoria da Ministra Ellen Grace, sobre a transformação de cargos de Assistente Jurídico da Advocacia-Geral da União em cargos de Advogado da União: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 11 E PARÁGRAFOS DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 43, DE 25.06.2002, CONVERTIDA NA LEI Nº 10.549, DE 13.11.2002. TRANSFORMAÇÃO DE CARGOS DE ASSISTENTE JURÍDICO DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO EM CARGOS DE ADVOGADO DA UNIÃO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 131, CAPUT; 62, 1º, III; 37, II E 131, 2º, TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Preliminar de ilegitimidade ativa "ad causam" afastada por tratar-se a Associação requerente de uma entidade representativa de uma categoria cujas atribuições receberam um tratamento constitucional específico, elevadas à qualidade de essenciais à Justiça. Precedentes: ADI nº 159, Rel. Min. Octavio Gallotti e ADI nº 809, Rel. Min. Março Aurélio. Presente, de igual modo, o requisito da pertinência temática, porquanto claramente perceptível a direta repercussão da norma impugnada no campo de interesse dos associados representados pela autora, dada a previsão de ampliação do Quadro a que pertencem e dos efeitos daí decorrentes. Não encontra guarida, na doutrina e na jurisprudência, a pretensão da requerente de violação ao art. 131, caput da Carta Magna, uma vez que os preceitos impugnados não afrontam a reserva de lei complementar exigida no disciplinamento da organização e do funcionamento da Advocacia-Geral da União. Precedente: ADI nº 449, Rel. Min. Carlos Velloso. Rejeição, ademais, da alegação de violação ao princípio do concurso público (CF, arts. 37, II e 131, 2º). É que a análise do regime normativo das carreiras da AGU em exame apontam para uma racionalização, no âmbito da AGU, do desempenho de seu papel constitucional por meio de uma completa identidade substancial entre os cargos em exame, verificada a compatibilidade funcional e remuneratória, além da equivalência dos requisitos exigidos em concurso. Preceden te: ADI nº 1.591, Rel. Min. Octavio Gallotti. Ação 8

direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF - ADI: 2713 DF, Relator: Min. ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 18/12/2002, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 07-03-2003 PP-00033 EMENT VOL-02101-01 PP-00153) Vale ressaltar o trecho extraído do voto da Ministra Ellen Gracie, que também destaca a ADI 1591/RS: Tratando de questão análoga à presente no julgamento da ADI n.1591, Rel. Min. Octavio Gallotti, este Supremo Tribunal reconheceu similitude entre as carreiras. A tese prevalecente foi a de que, ocorrido um processo de gradativa identificação entre as categorias calcadas na afinidade de atribuições e na equivalência de vencimentos e, ainda, tendo-se em vista o legítimo propósito da Administração Pública em racionalizar duas atividades que possuíam o mesmo universo de atuação, não se vislumbrava qualquer afronta ao art. 37, II, da Lei Fundamental. No presente caso, vejo, com maior razão, pela forte identidade de atribuições, a inocorrência de afronta ao princípio do concurso público na transformação dos cargos em exame. Por fim, verifico que os requisitos exigidos, em concurso, para o provimento de ambos os cargos são compatíveis Isto posto, nos termos da orientação do STF, o que se pretende vedar nas reestruturações de carreira é a transposição do servidor para uma nova carreira a fim de desenvolver atividades completamente estranhas ao do cargo primitivo, sem que haja nenhuma identidade ou afinidade de funções. Também, visa a Corte Suprema impedir que servidores de nível de escolaridade mais baixo ocupem cargos de maior complexidade, com exigência de nível superior de escolaridade para o ingresso no serviço público. Por fim, também se observa a necessária correspondência entre as remunerações dos cargos, de forma que a reestruturação de carreiras não importe em aumento salarial expressivo, motivo pelo qual o STF observa se os cargos que estão sendo transformados ou fundidos possuam remuneração equânime ou próximas. Assim, fica claro para o Supremo Tribunal Federal a regra do concurso público não impede a reestruturação de carreiras, inclusive possibilitando a transformação e unificação de cargos, desde que existam características semelhantes entre os cargos. Isso porque impedir ao Estado deliberar sobre matéria relativa a sua própria organização, equivaleria a negar o próprio sistema federativo e a Carta Magna não proíbe a criação de novos cargos pelos diversos entes federados. 9

3. Particularidades da Súmula Vinculante A súmula vinculante está prevista no artigo 103-A da CR/88: Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Sobre a súmula vinculante é importante destacar algumas das suas particularidades pertinentes ao caso em análise: Ela vincula o Poder Judiciário, contudo, não vincula o Supremo Tribunal Federal 9, pois a redação do caput do artigo 103-A da CR/88 é clara em afirmar que essa terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário. Ademais, o STF tem competência para reeditar 10 ou cancelar 11 a súmula vinculante. Ela também vincula a Administração Pública, contudo, salienta-se que o Poder Executivo fica vinculado na sua função típica, mas não em sua função atípica (por exemplo: julgar e legislar), não vinculando o Poder Executivo na edição de medidas provisórias. 9 Por sua vez, em relação ao STF, quando dizemos que não haverá vinculação, estamos querendo explicitar a possibilidade de a Corte poder rever o enunciado. Mas, claro, até que isso aconteça, o entendimento materializado na súmula continuará sendo aplicado. Não parece razoável que um Ministro, monocraticamente, deixe de aplicar a súmula até que ela venha a ser modificada ou cancelada. Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado / Pedro Lenza. 16. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo : Saraiva, 2012 10 Aqueles que podem provocar a edição de súmula vinculante estão previstos no artigo 103-A, 2º, quais sejam, os que podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade (rol exemplificativo). 11 O procedimento de aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante foi disciplinado pela Lei n. 11.417/2006. 10

Quanto ao Poder Legislativo, somente haverá vinculação do legislativo ao enunciado de súmula vinculante em sua função atípica, ou seja, na sua função administrativa. Na função legislativa típica (legislar) não haverá vinculação da súmula ao Poder Legislativo. CONCLUSÃO Por todo o exposto, conclui-se que a aprovação da Súmula Vinculante n. 43: a) visa impedir a burla do princípio constitucional do concurso público, proibindo a ascensão funcional (acesso), a transferência, a transposição, o aproveitamento, enfim, todas as formas derivadas de investidura em cargo ou emprego público, que invistam o servidor em cargo público diverso do anteriormente ocupado sem a prévia aprovação em concurso público; b) não impede a reestruturação de carreiras realizadas pelo Estado, desde que sejam respeitados os seguintes requisitos: mesmo nível de escolaridade, similitude de atribuições e remuneração equânime. Esse é o parecer, s.m.j. Belo Horizonte, 22 de abril de 2015. Departamento Jurídico do SINFFAZFisco Bárbara Macedo OAB/MG: 143.834 De acordo, Sarah Campos OAB/MG: 128.257 Coordenadora Jurídica do Depto. Jurídico do Sinffaz 11