Julho 2018
EUA: PIB forte Europa: Política monetária China: Apoio da política fiscal 03 04 05 Política monetária: Copom mantem juros Eleições: Alianças 06 07 Bolsa Renda Fixa Moedas 08 09 10 11 2
EUA PIB Produto Interno Bruto O PIB americano apresentou forte crescimento no segundo trimestre de 2018, acelerando para 4,1% trimestre a trimestre (variação anualizada e dessazonalizada). O resultado foi o mais forte desde o início de 2014, conforme demonstrado no gráfico ao lado. Olhando a progresso destaca-se a expansão no consumo, que contribuiu com 2,7 pontos percentuais para a variação do trimestre, beneficiado em parte pelo corte de impostos. Destaque também para os investimentos não-residenciais (1,0 p.p. de contribuição), além do setor externo (1,0 p.p.), embora neste último caso existam evidências sugerindo que a discussão sobre Trade War pode ter gerado uma antecipação das exportações. FONTE: Thomson Reuters Datastream Dito isso, a demanda interna permanece sólida e os fundamentos ainda sugerem que há espaço para a continuidade deste movimento, sendo a evolução do Trade War o principal risco atual para este cenário. 3
ECONOMIA GLOBAL Banco Central Europeu: Policy Rate Expectations % deposit rate, market expectations Mesmo com uma taxa de desemprego já não muito distante do equilíbrio estimado, e com sinais moderados de aceleração de salários, a postura do Banco Central Europeu continua dovish*. Após afirmar que não pretende subir juros até pelo menos o terceiro trimestre de 2019, o presidente Mario Draghi reforçou este cenário na press conference de julho. A decepção nos dados de atividade dos últimos dois trimestres mas que ainda mostram um crescimento acima do potencial, juntamente com um núcleo de inflação em patamar baixo embasam essa postura, que não deve ser alterada no curto prazo. FONTE: JP Morgan *Dovish & Hawkish: São termos utilizados como referência ao sentimento perante a política monetária de uma economia. Quando um banco central está dovish, há um viés para corte de juros ou a manutenção da taxa de juros em patamares mais baixos. O oposto ocorre quando ele está hawkish, havendo um viés para o aumento da taxa de juros. 4
ECONOMIA GLOBAL Investimento em Infraestrutura Acumulado do ano (12 meses) Após intensificar o uso da política monetária, através de cortes de depósito compulsório e injeção de liquidez no sistema, e relaxamento da política cambial, permitindo uma desvalorização mais rápida do CNY, o governo chinês trouxe em julho a política fiscal de volta ao radar. Em particular, o governo anunciou que deve intensificar o investimento público em infraestrutura. Ao longo de 2018, a postura fiscal ainda conservadora resultou em uma desaceleração significativa do investimento em infraestrutura, como podemos ver no gráfico ao lado. Agora, com o suporte público, a intenção é que o uso das três políticas monetária, cambial e fiscal seja capaz de limitar qualquer impacto mais significativo dos ruídos do Trade War, que FONTE: JP Morgan devem continuar ainda por algum tempo. 5
ECONOMIA BRASILEIRA Taxa Selic % ao ano Com a estabilização no câmbio, o rebaixamento das projeções de crescimento, e os sinais de que os choques inflacionários recentes vêm mostrando um impacto transitório sobre a inflação, o Banco Central manteve os juros estáveis em 6,5%. O comunicado continua enfatizando que a autoridade monetária não utilizará os juros para controlar a taxa de câmbio, e que irá acompanhar o cenário para decidir os passos no futuro, ou seja, deixando flexibilidade para a eventual necessidade de agir. Entretanto, com projeções ancoradas em torno da meta para os próximos anos, permanece vendo a conjuntura atual como condizente com a manutenção dos juros no atual patamar. Acreditamos que apenas em um cenário de desancoragem das FONTE: Thomson Reuters Datastream expectativas de inflação dos anos seguintes o banco central estará disposto a subir os juros. 6
ECONOMIA BRASILEIRA Estimativa do tempo de televisão dos candidatos O destaque do mês de julho foi a costura da aliança do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, com os partidos do chamado centrão. A formalização deste apoio garante ao candidato tucano uma vantagem expressiva no tempo de televisão na propaganda eleitoral, que começará desta vez mais tarde, em 31 de agosto. Na ausência de pesquisas eleitorais com abrangência nacional dos grandes institutos, não houve grande atualização em relação ao cenário ainda incerto. Dito isso, talvez a principal mudança no mês tenha sido o enfraquecimento da estrutura política da candidatura do pedetista Ciro Gomes, que terá um tempo de televisão e apoio da coligação mais restrito do que poderia ser imaginado há pouco tempo atrás. FONTE: Jornal o Globo 7
MERCADOS 14% 10% 6% 2% -2% -6% -10% -14% S&P500 FTSE100 CAC DAX NIKKEI SHANGHAI COMP BOVESPA MSCI ACWI 5,34% 3,60% 1,46% 0,79% *Resultados apresentados na moeda local. 8,88% 3,53% 3,74% 4,06% 3,69% 1,12% 1,02% 2,89% 1,32% -0,87% -0,93% VARIAÇÃO JULHO VARIAÇÃO EM 2018-13,03% Com a interrupção por mais que temporária das manchetes negativas da guerra comercial, sinais de avanço nas negociações com a União Europeia (reduzindo risco de tarifas sobre automóveis) e com os países membros do NAFTA, e a recuperação dos dados de crescimento global, as bolsas apresentaram desempenho forte no mês de julho, com altas disseminadas. No Brasil, o Ibovespa reagiu positivamente à melhora no humor do mercado externo e ao acordo para aliança nacional entre Geraldo Alckmin e os partidos do centrão. O MSCI ACWI é um índice global de mercados de ações que engloba 23 países desenvolvidos e 23 emergentes. 8
MERCADOS Renda Fixa Global Após se aproximarem do patamar de 3,10% em maio, as taxas de juros de 10 anos americanas tem oscilado no intervalo de 2,80% 3,00%. Em julho, as taxas subiram 10 basis points (ou seja, 0,10 ponto percentual) para 2,96, impulsionadas pelo robusto crescimento da economia americana. Já o Risco Brasil mensurado pelo CDS (Credit Default Swap medida de risco do país) de 5 anos, após dois meses seguidos de forte elevação, devolveu em julho boa parte desta alta (-57 basis points para 211 basis points). Dito isso, o patamar ainda é bem mais elevado do que o observado no primeiro trimestre. FONTE: Thomson Reuters Datastream 9
MERCADOS Índice US Dollar (DXY) Em julho a trajetória de valorização do DXY (índice que mede o desempenho do dólar contra as principais moedas do mercado) que se iniciou em abril foi interrompida, com ligeira queda de 0,2%. Contribuiu para esta estabilização: o fim das surpresas negativas dos indicadores econômicos nas demais economias desenvolvidas (Japão, Zona do Euro), dando suporte a estas moedas; a posição técnica do mercado (já comprado em USD, na contramão do início do ano); e a estabilização, mesmo que temporária, da intensificação do Trade War. FONTE: Thomson Reuters Datastream No ano o índice DXY sobe 2,6%. 10
ÍNDICES VARIAÇÃO JULHO VALOR EM 31/07/2018 VARIAÇÃO EM 2018 VARIAÇÃO 12 MESES COMMODITIES PETRÓLEO WTI -7,27% 68,76 13,80% 37,05% OURO -2,27% 1.224,15-6,04% -3,57% MOEDAS (EM RELAÇÃO AO US$) EURO 0,06% 1,1691-2,62% -1,28% LIBRA -0,63% 1,3124-2,88% -0,69% YEN -0,98% 111,8600 0,74% -1,43% REAL 3,19% 3,7572-11,84% -16,82% ÍNDICES S&P500 3,60% 2.816,29 5,34% 14,01% FTSE100 1,46% 7.748,76 0,79% 5,11% CAC 3,53% 5.511,30 3,74% 8,20% DAX 4,06% 12.805,50-0,87% 5,67% NIKKEI 1,12% 22.553,72-0,93% 13,19% SHANGHAI COMP 1,02% 2.876,40-13,03% -12,12% BOVESPA 8,88% 79.220,43 3,69% 20,18% MSCI ACWI 2,89% 519,82 1,32% 8,84% *Valores e Resultados apresentados na moeda local. 11
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