PARA UMA INTERAÇÃO, ESTÁGIO SUPERVISIONADO E ATIVIDADES DE EXTENSÃO, POSSIBILIDADES DE AÇÃO

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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA (X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA PARA UMA INTERAÇÃO, ESTÁGIO SUPERVISIONADO E ATIVIDADES DE EXTENSÃO, POSSIBILIDADES DE AÇÃO WAIGA, Willian Mainardes 1 CORREA, Djane Antonucci 2 RESUMO O projeto de extensão intitulado Estudantes de Escola Pública, Ensino Profissionalizante e Ensino Superior: Aproximações (im)possíveis por meio da Escrita propõe-se a integrar as atividades propostas na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura, requerido pela disciplina obrigatória e ações de extensão. Pretende-se, desse modo, refletir sobre a relevância do atual projeto da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura para a formação de professores nos cursos de Letras desta instituição, almejando principalmente um posicionamento crítico frente a própria formação docente. A reformulação curricular que ocorreu em 2004 propiciou a criação da disciplina de Prática Articuladora, busca-se agora, refletir sobre o seu papel na articulação de teoria e prática e sua contribuição para a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado. Em direção à intervenção refletir também sobre a relevância do, recentemente aberto, espaço LET- Laboratório de estudos de Texto para as discussões relativas a vinculação de pesquisa, ensino e extensão, e diálogos sobre flexibilização do currículo. Ademais, até o momento foi realizado o contato com a escola interessada, reuniões com as pedagogas e professora, análise parcial do PPP da escola e observações na turma do 9º ano do fundamental. Os trabalhos de cunho prático foram iniciados, portanto, no mês de março. PALAVRAS CHAVE Descompartimentalização. Universidade. Flexibilização. 1 Graduando do 3º ano do curso de Letras Português/Inglês da Universidade estadual de Ponta Grossa, bolsista BEC/2011/12, wmwaigam@gmail.com 2 Profª Drª. Associada da Universidade Estadual de Ponta Grossa, coordenadora do projeto LET- Laboratório de estudos de texto, djanecorrea@uol.com.br

2 Introdução Entende-se que pensar conjuntamente os problemas enfrentados diariamente na manutenção de uma boa educação, podem ser extremamente viáveis no que tange ao planejamento da práxis, na determinação do aparato teórico a ser utilizado e na execução propriamente dita das ações interventivas. Compreendemos que cada lugar de atuação, cada escola, cada cidade, cada universo em particular, tem suas necessidades próprias. Dificuldades precisas que não podem ser entendidas, senão, no âmbito estritamente local. Para tanto seria importante que todos os agentes envolvidos participassem ativamente e de forma efetiva para a produção de um conhecimento que está sempre em processo, vislumbrando-se a transformação daquela comunidade específica. As atividades são propostas, primeiramente, de forma a articular o LET (Laboratório de estudos de Texto) e o DEMET (Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino) para a execução das atividades de estágio que devem ser desenvolvidas obrigatoriamente, neste caso, pelo acadêmico Willian Mainardes Waiga. Um dos meios de que dispomos é a interação dos estudantes que atravessam as fases intermediárias: fundamental-médio, médio-profissional e médiouniversidade, por meio de textos escritos, verbais e não-verbais, O projeto está sendo delineado conjuntamente e tem os seguintes participantes: a) Colégio Vespasiano, em Castro/PR local onde se pretende realizar a intervenção; b) duas pedagogas do colégio, duas professoras (fundamental e médio integrado, sendo que o curso profissionalizante fornecido pelo colégio é de Formação de Docentes) e duas professoras da universidade (a coordenadora do projeto de extensão e a orientadora do estágio) e por fim c) os estudantes do 9º ano do ensino fundamental, 1º e 4º ano do médio integrado Formação de Docentes e um estudante do 3º ano do curso de Letras Português/Inglês da UEPG. A visão de escrita que norteia o trabalho é semelhante ao que Schneider apud Saleh (2011, p122) entendem, que o domínio da escrita é condição essencial para a construção de uma profissionalidade docente que tem como característica fundamental a emancipação intelectual do professor. Pois é necessário deflagrar um processo de compreensão sobre os discursos subjacentes nos atos de escritura e sobre a necessidade de, como professores ou futuros professores, perceberem as diferentes ideologias que perpassam esses processos através de vigilância crítica permanente (SCHENEIDER apud SALEH 2011, p.122). No Projeto Político Pedagógico da referida escola (PPP 2011) no capítulo VII- Proposições de Ação são encontrados tópicos relevantes, dentre eles as linhas de ação do estabelecimento, das quais destacamos, as seguintes: Reconhecimento público da escola, incentivando ações que visem à melhoria dos índices de aproveitamento escolar e que minimizem os índices de evasão e repetência; Incentivo à implementação de projetos que tenham como objetivo o ensino-aprendizagem; Incentivar a formação continuada, proporcionando oportunidades de formação em serviço, envolvendo todos os profissionais da escola e, quando necessário, a comunidade; Desenvolvimento de projetos especiais, com apoio do Grêmio Estudantil e parcerias com outras instituições, tais como: recuperação de estudos, reforço escolar, orientação de estudos, organização de espaços pedagógicos, grupos de estudo e pesquisa, cultura e lazer, meio ambiente e outros desafios educacionais contemporâneos. (PPP 2011, p.85) Os tópicos acima demonstram a necessidade de projetos que venham a atender certas carências da escola as quais podem ser minimizadas por meio de um diálogo efetivo entre a universidade e a escola. Sugere-se então, para além do estudo de campo, das observações e das regências obrigatórias para o estágio o trabalho com o gênero jornal. Trata-se, não obstante, de uma visão de escrita que não descarte as necessidades cotidianas imediatas, mas que vá muito além de um letramento utilitário (SALEH 2011, p.122). Pois muitas vezes o que ocorre nos estágio é uma observação passiva dos estudantes, com pouco retorno à escola. O diálogo entre a universidade, sem correr o risco de generalizar, mais especificamente o referido curso de Licenciatura e a escola, às vezes, não passa de fachada, pois a interação acaba sendo maquiada no intuito de que tudo corra

3 bem na aparência. São fatores, dentre outros, que contribuem para uma formação deficitária dos professores em formação, pois a passagem pelo estágio é um dos mais importantes momentos, senão o mais importante, para quem pretende atuar nas escolas públicas e particulares nos níveis fundamental e médio. Para que não se correr o risco de se cair em descaso para com as instituições públicas e não se incorra, sobremaneira, em desrespeito aos estudantes(a) que ingressam às universidades em busca de formação de qualidade e a própria sociedade, de modo geral, que custeia essas instituições, faz necessário lembrar de certos cuidados que vêm sendo esquecidos nos cursos de Letras da UEPG, como é o caso do descaso com o Colegiado, em que não se tem um representante efetivo para harmonizar as diretrizes que deveriam nortear o curso, infelizmente não é um problema de exclusividade do curso de Letras. O problema da departamentalização é que muitas vezes as propostas não têm conexão e acabam se tornando corporativas transitando em desalinho umas com as outras, os departamentos muitas vezes dividem-se no que poderia se chamar de panelinhas, o que acaba tendo reflexos negativos em sala de aula. Segundo o parecer CNE/CP 009/2001, documento relativo ao que se estabelece nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena, da necessidade de se fomentar e fortalecer processos de mudança no interior das instituições formadoras. Para tanto, certa responsabilidade quanto ao sucesso da formação do(a) estudante, deve ser ponto de partida para reflexões nessa direção, principalmente em se tratando de direitos inalienáveis assegurados por lei. Sabe-se da existem de vários projetos e programas nessa direção no Brasil, inclusive na UEPG. No entanto, não se pode: desconsiderar que essas geralmente são iniciativas isoladas, que não resultam de uma política negociada entre instituições formadoras e instituições responsáveis pelo ensino básico. Igualmente não resultam de uma política curricular definida pelas instituições formadoras para as licenciaturas (SALEH 2011, p. 129). Apesar do que principiam os documentos oficiais para formação de professores. Mas, crê-se que essas sejam iniciativas que tendem a crescer como já ocorre em outros locais do país. Objetivos - Promover a interação entre a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura e os trabalhos com extensão; - Buscar a interação entre professores de ensino superior e escola pública; - Buscar a interação entre estudantes de nível fundamental, médio, profissionalizante e superior; - Refletir sobre a relevância do atual projeto da disciplina de Estágio para a formação de professores(a) dos cursos de Letras da UEPG; - Refletir sobre a relevância do LET- Laboratório de estudos de Texto para as discussões relativas a vinculação de pesquisa, ensino e extensão, e diálogos sobre flexibilização do currículo e descompartimentalização do ensino junto aos departamentos de interesse; - Refletir sobre o papel da disciplina de prática em articular teoria e prática e sua contribuição na/para a disciplina de estágio; - Discutir o papel da escola e o papel da universidade na possibilidade de suprimir cada vez mais o espaço que separa faculdade e escola. Metodologia A metodologia utilizada é de cunho prático e teórico e de método qualitativo, a qual consiste em preparação para a atuação no ambiente escolar sob a orientação da professora Eliane Travensoli Parise Cruz, no que diz respeito à elaboração do projeto de estágio, à realização do estudo do meio, a partir de entrevistas aos funcionários(a), professores(a), às pedagogas, ao diretor(a), reconhecimento dos ambientes da escola, observações na sala de aula, planejamento do plano de aula e regência. Sob a perspectiva sócio-interacionista indicada pelos documentos oficias do estado (DCE 2008; OCE 2006; PCN 1997). Preparação para intervenção sob a coordenação da professora orientadora Djane Antonucci Correa, com base em leituras prévias associadas ao papel da universidade concernente a prática de pesquisa e extensão e suas relações com o ensino (BARBIER

4 2007; MAFFESOLI 1998), sobre a prática de escrita (CORREA 2009a; CORREA 2009b; GNERRE 1985; HIGOUNET 2003; OLSON 1997; SALEH 2011), reflexões sobre o currículo (SALEH 2009; ForGRAD 2006, CNE/CP 009/2001), produção textual (ANTUNES 2003; BAGNO 2004; MARCUSCHI 2008; GERALDI 1997; BAKHTIN 2006) e sobre linguagem e identidades (BAUMAN 2009; HALL 2006; OLIVEIRA 2003), leituras essas atreladas à elaboração de resumos, artigos, relatórios, intervenções, participação em eventos regionais e nacionais. E discussões, com uma equipe de aproximadamente 13 pessoas, no GT de Pragmática, um dos grupos de estudos propostos pelo LET- Laboratório de Estudos de texto da UEPG. O diálogo seria, então, promovido por meio da escrita nos âmbitos: fundamental-médio, médio-profissional e médio-universidade. Resultados Os resultados ficam impossibilitados de serem referidos definitivamente, por se tratar de um projeto em andamento, mas já é possível perceber que a flexibilização curricular é praticável e de fundamental importância para a formação docente. O diálogo transinstitucional passa a ocorrer indo ao encontro do que está posto no papel, a teoria transfere-se à prática. A possibilitação de autonomia responsável na constituição de um currículo. E a realização de articulação entre as disciplinas na desalienação de um processo de ensino-aprendizagem fragmentado e isolado. Além das ideologias, coerentemente com a proposta pedagógica (Resolução CNE/CP 1/2002). O que, talvez, a atual organização institucional do curso acaba impossibilitando. Conclusões Os espaços que vão além da sala de aula podem propiciar uma visão mais ampla sobre os problemas enfrentados pelos acadêmicos no decorrer da sua formação, principalmente no que tange à docência, pois, frequentemente o que se passa no interior da sala de aula no curso de graduação, não corresponde a realidade dos ambientes escolares. Os espaços de sala de aula podem ser também tão frutíferos quanto os que a ultrapassam. É notório que esses espaços têm um alcance maior, quando se fala em estudantes que não têm a oportunidade de participar de projetos de extensão, fazer pesquisas e realizar a flexibilização de seu currículo. Projetos como, por exemplo, o PIBID busca iniciar acadêmicos em atividades de docência, de modo que direta ou indiretamente acaba complementando a disciplina de estágio que ocorre apenas nos dois anos finais do curso. Todavia, a grande maioria dos acadêmicos se encontra tão somente na sala de aula, motivo por si só impositivo para que disciplinas como a de Prática Articuladora e Estágio Curricular Supervisonado em Língua Portuguesa e Literatura venham a ser aliadas na formação desses docentes. Promovendo um diálogo efetivo entre si no planejamento das ementas e da práxis de sala de aula e a vinculação estreita entre os Departamentos de Letras Vernáculas e o de Métodos e técnicas de ensino no planejamento dos currículos para melhoria da qualidade dessas duas disciplinas tão importantes para a formação dos futuros professores. Todavia, no que tange ao caráter interno dos cursos de letras da UEPG, propriamente ditos, assume-se uma postura de vigilância crítica, de um olhar em permanente transformação, para além de tentadoras conjecturas. Pois, entende-se que muitas das vezes, a própria organização institucional acaba por não propiciar condições a que a proposta pedagógica se efetive com menos morosidade, possibilitando que as reflexões alcancem as salas de aula na forma de práxis. Relegando ao estudante, que poderia não ter preocupações de tal caráter e apostar mais na formação que está tendo, a opção de traçar por conta própria alguns caminhos tortuosos. O que fere diretamente sua autonomia em prol de um tema que não lhe diz respeito diretamente, mas antes aos responsáveis pela sua formação. Frente aos desafios contemporâneos, muitos intuitos se confundem, todavia não se pode negar a existência de propostas que se mostram incompatíveis no que diz respeito a um ensino realmente público. Devido a que, o que é pra ser de todos, torna-se monopólio de alguns, e frequentemente, quem acaba perdendo é o estudante em sala de aula. Que, em grande parte, acaba por se encontrar à parte das discussões. Como então, contribuir para a autonomia do acadêmico, diante da fluidez de informações, e do imediatismo sem tamanho que a sociedade de consumo nos impõe? É justo que um curso de humanas tenha caráter inteiramente tecnicista? É possível sim, a partir de uma prática coerente, articulada a certo rigor metodológico e um consistente arcabouço teórico, aliados a gama imensa de possibilidades que os instrumentos tecnológicos disponíveis podem prover, ou seja, uma formação adequada, atender tanto as demandas econômicas da sociedade quanto às necessidades específicas de formação humana.

5 Referências ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. BAKHTIN, Michael. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 12ª Ed. São Paulo: Hucitec, 2006. BAGNO, Marcos. Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. BARBIER, René. A pesquisa-ação. Brasília: Líber Livro Editora, 2007. BRASIL (2001). Parecer CNE/CP 009/2001, de 08 de maio de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, 8 de maio 2001. Disponível em: http:/portal.mec.gov.ber/cne/arquivos/pdf/009.pdf. Acesso em: 12 abr. 2012. BRASIL (2002). Resolução CNE/CP 1/2002, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abr. 2002. Disponível em: http//portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf. Acesso em: 12 abr. 2012. BRASIL (2006). Linguagens e códigos e suas tecnologias. Orientações curriculares para o ensino médio, vol. 1. Brasília: Ministério da Educação, Secretária de Educação Básica. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, Secretária da Educação Fundamental, 1997. BAUMAN, Zigmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. CORREA, Antonucci Djane. A escrita em uma abordagem integracionista: um estudo introdutório, in COSTA, C, J; WANNMACHER, V (orgs). Linguagem e Cognição: relações interdisciplinares. Porto alegre: EDIPUCRS, 2009. (2009). Leitura e escrita: uma questão linguística, pedagógica ou social? in CORREA, A, D; SALEH, O, B, P. Estudos da Linguagem e currículo Diálogos (im)possíveis. Ponta Grossa: editora UEPG, 2009. ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa e Literatura. Curitiba, 2008. FORGRAD. Extensão Universitária e a Flexibilização Curricular: uma visão da extensão. Fórum das Pró-Reitorias de extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Porto alegre: UFRGS, 2006. GERALDI, Wanderley João. Portos de passagem. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. GNERRE, Maurizzio. Linguagem, escrita e Poder. 1ª Ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 1985. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª Ed. Rio de Janeiro: PP&A, 2006. HIGOUNET, Charles. História concisa da escrita. São Paulo: Parábola editorial, 2003. MAFFESOLI, Michael. Elogio da Razão sensível. Petrópolis: Vozes, 1998. MARCUSCHI, Antônio Luiz. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. OLSON, David R. O mundo no papel: As implicações conceituais e cognitivas da leitura e da escrita. São Paulo: Ática, 1997. OLIVEIRA, Gilvan Muller. (org). Declaração Universal dos Direitos Linguísticos. Campinas:

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