1. INTRODUÇÃO. e Alexsandro da Silva. 1 Andréa Carla Agnes e Silva é dinamizadora do Programa "Escola Aberta", sob orientação de Telma Ferraz Leal



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Transcrição:

TÍTULO: OFICINA DE LEITURA: UMA PROPOSTA DINÂMICA PARA FORMAÇÃO DE LEITORES AUTORA: Andréa Carla Agnes e Silva 1 INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Pernambuco Escola Aberta ÁREA TEMÁTICA: Educação 1. INTRODUÇÃO Formar leitores é compromisso da família e da escola. Também deve fazer parte dos interesses de toda a comunidade, pois uma sociedade não letrada, ou mesmo formada por leitores funcionais, está fadada à condição de miséria e indignidade. Nunca a questão da formação de leitores foi tão discutida como nos dias atuais, até porque se entende que o desenvolvimento de uma nação depende do nível de letramento dos seus habitantes. Não existe país livre e desenvolvido sem investimentos na educação e na leitura. (Cavalcanti, 2002: p.2) O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade plena de participação social e política na sociedade, pois é por meio dela que os homens se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constróem visões de mundo, produzem conhecimentos. Essa é uma questão já posta por autores como Paulo Freire, Emília Ferreiro; Ana Teberosky; Joana Cavalcanti, dentre outros. No entanto, sabe-se que fica muito distante a garantia do letramento de grande parte da população brasileira, pois permanecem os altos índices de repetência nas séries iniciais, diretamente ligados à dificuldade que a escola tem de ensinar a ler e a escrever. Outro aspecto de fundamental importância relacionado também com a formação de leitores, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais, refere-se ao projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural que atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. Essa responsabilidade é tanto maior quanto menor for o grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos. Considerando os diferentes níveis de conhecimento 1 Andréa Carla Agnes e Silva é dinamizadora do Programa "Escola Aberta", sob orientação de Telma Ferraz Leal e Alexsandro da Silva.

2 prévio, cabe à escola promover a sua ampliação de forma que, progressivamente, durante os oito anos do ensino fundamental, cada aluno se torne capaz de interpretar diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais variadas situações. A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lança uma iniciativa de trabalho educativo que teve como ponto de partida a divulgação do seu diagnóstico sobre a violência no Brasil, em 2000. Naquela pesquisa, Pernambuco figurava como um dos estados mais violentos. Os dados indicavam que essa violência se manifestava principalmente entre os jovens na faixa etária dos 15 aos 25 anos. Esses dados indicaram, ainda, que a situação se agrava com mais freqüência nos finais de semana, coincidindo com a pausa das atividades escolares e do comércio. No mesmo ano (2000), foi iniciado um projeto piloto intitulado Peteca, com a abertura de 30 unidades escolares (20 da rede estadual e 10 da rede municipal do Recife), com a participação de jovens engajados nas mais diversas atividades, desde campeonatos de futebol e voleibol, concursos de pagode e shows de rock, oficina de teatro, artesanato e dança. Considerando o êxito da experiência piloto e os índices de violência no Estado de Pernambuco, a UNESCO firmou convênio com o Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Educação, e com 13 Prefeituras Metropolitanas para implantar o Projeto Escola Aberta cultura de Paz e Lazer nas Escolas nos Finais de Semana, com a intenção de originar um impacto positivo e significativo na população jovem da região Metropolitana do Estado de Pernambuco. Ao eleger a escola como ponto de referência de suas ações, o Projeto Escola Aberta procura uma resposta de participação junto às comunidades, ampliando as ações nos locais de ensino, transformando-os em centros para desenvolvimento de uma cultura de paz. O foco das atenções da UNESCO se concentra, neste momento, em procurar reverter outro quadro revelador da exclusão de milhares de jovens nos processos de desenvolvimento como cidadãos: a grande maioria deles termina o curso do ensino fundamental sem saber ler e segue o nível médio sem as competências mínimas para a leitura. Sua capacidade se resume a apenas reconhecer palavras, muitos não tem condições de compreender um texto para discorrer sobre o que acabam de ler. Reconhecendo essa lacuna no ensino o grande desafio é estimular de forma adequada o processo de leitura e escrita, caminho essencial para o despertar da cidadania e a construção do ser. A partir do estimulo à leitura e escrita, permitindo a construção

3 de valores, facilitando o crescimento pessoal e o desenvolvimento social dos jovens engajados no Projeto. (Cavalcanti, 2002) A UNESCO vem procurando estimular o gosto pela leitura entre os jovens e, para isso, realiza as Oficinas de Incentivo à Leitura, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, com o Diário de Pernambuco, e com Secretarias de Educação do Estado e de vários municípios. No presente trabalho, proponho-me a apresentar os resultados parciais obtidos através da experiência vivenciada como dinamizadora de leitura no Projeto Escola Aberta, um espaço significativo para articulação da teoria com a prática e contribuir com a discussão sobre formação continuada do professor, especificamente na extensão universitária, em projetos populares. 2. OBJETIVO As Oficinas de Incentivo à Leitura seguem o mesmo objetivo que norteia o projeto Escola Aberta como um todo, cujo propósito é fomentar a geração de uma cultura de paz, que começa pelo cultivo de igualdade de condições de desenvolvimento social. A convivência em sociedade tem por base o acesso de todos aos bens sociais e à sua produção. De modo particular, pretende-se: Oportunizar a utilização da escola nos finais de semana, proporcionando atividades recreativas de forma educativa e prazerosa, envolvendo crianças e jovens, colaborando para construção de uma cultura de paz. Estimular de forma adequada o processo da leitura e da escrita, caminhos essenciais para o despertar da cidadania, e para o ser humano, em sua busca de identidade e realização pessoal. 3. METODOLOGIA

4 As Oficinas de Incentivo à leitura seguem o mesmo objetivo que norteia o projeto Escola Aberta, como um todo, cujo propósito é fomentar a geração de uma cultura de paz, que começa pelo cultivo de igualdade de condições de desenvolvimento social. A convivência pacífica em sociedade tem por base o acesso de todos aos bens sociais e à sua produção. O trabalho diferenciado de interação entre o leitor e o texto, realizado nas oficinas, é desenvolvido pela leitura livre, hora da história, dramatizações e produções literárias e artísticas. As ações são pensadas e se materializam no plano de trabalho vivenciado a cada oficina, dando margem para a flexibilidade e as adaptações necessárias Através do Cadastro dos Participantes, foi possível identificar o grupo de trabalho, crianças e adolescentes, na faixa etária entre 5 a 19 anos e, assim, criar um quadro de rotina. QUADRO DE ROTINA Atividades CRIANÇAS ADOLESCENTES/ JOVENS Desenho livre e Socialização Atividade Programada 1* Atividade Programada 1 Atividade Programada 2* Atividade Recreativa Continuação AP-2 Leitura Livre Socialização Leitura Dirigida Leitura Livre Dinâmica Final:Pintura, Trabalho Lúdico ou Roda de Conversa * São atividades complementares, abordando a mesma temática. 3.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Horário TARDE 14hs às 14:30hs 14:30hs às 15:00hs 15hs às 15:30hs 15:30hs às 16hs 16hs às 16:30hs 16:30hs às 17hs Participação no Concurso Cultura de Paz Ambiental (UNESCO). Participação em outras atividades na escola (abril a setembro): Festa comemorativa ao Dia das Mães; Culminâncias mensais; Curso sobre Técnicas para construção de um jornal; Festa comemorativa do Dia dos Pais e Desfile Cívico. Leitura livre de contos pelas crianças; narração de histórias feitas pela dinamizadora; momentos recreativos; produção artística; modelagens; confecção de livros de histórias; produção de cartazes; maquetes; dramatizações e peças teatrais. OFICINA DE LEITURA: Exemplo 1 TEMÁTICA: Os Transportes / Educação de Trânsito Objetivos: ler histórias em quadrinhos com a finalidade de obter informações sobre a temática em questão. Recursos Utilizados: Revista AlfaBeto Escolar, kit de material do Programa Educação de Trânsito (DETRAN), material de arte.

5 Metodologia Aplicada:Coloquei no quadro um cartaz sobre a campanha Paz no Trânsito. Distribuí para cada criança a revista do material AlfaBeto sobre os transportes, deixei que livremente manipulassem o material. Em seguida, fiz a leitura de um gibi e li também alguns textos informativos sobre a evolução dos transportes, pedi que cada criança comentasse sobre algumas imagens do gibi e do cartaz. Distribuí uma folha para elas representarem em desenho o trânsito. Participantes: Crianças na faixa etária de 5 a 9 anos. OFICINA DE LEITURA: Exemplo 2 TEMÁTICA: Os sentimentos Objetivos: Estimular a leitura e a descoberta de valores positivos que contribuem para a integração e o desenvolvimento social. Recursos Utilizados: papel ofício, xerox de textos sobre o amor e a amizade, livro intitulado Com amizade e material de arte. Metodologia Aplicada:Essa atividade surgiu a partir do interesse do grupo em apresentar a peça Os sentimentos. Para um aprofundamento mais critico, sugeri que fizéssemos algumas leituras sobre a temática. Em dois encontros trabalhamos os textos e a leitura do livro Com amizade. As atividades consistiam, num primeiro momento, em leitura e roda de conversa e depois em uma produção artística ou literária sobre a temática. Participantes: Adolescentes na faixa etária entre 12 e 19 anos. 4. RESULTADOS A leitura livre vem sendo mais realizada pelos participantes que com freqüência se apropriam dos livros literários nas oficinas e também através dos empréstimos semanais. Além do estímulo à leitura, temos trabalhado com a auto-estima e o comportamento dos alunos nos trabalhos coletivos, despertando a cultura da paz e a aceitação do outro. Cooperar, competir, brincar e sorrir são atitudes que aos poucos vão sendo manifestadas pelos participantes. O domínio da leitura e da escrita pelos jovens é bastante precário, conforme indicam outros dados oficiais. Buscamos, no entanto, não reduzir a oferta de atividades de leitura, propiciando atividades coletivas e individuais de acesso ao texto escrito. 5. CONCLUSÃO Segundo Nóvoa (2001), O querer aprender, cada vez mais, é uma escolha do professor por sua formação continuada, como agente central na reflexão educacional e na resignificação de sua prática. Valorizar a cultura e a arte popular no processo de leiturização é uma oportunidade de confrontar diferenças e provocar mudanças individuais e coletivas, tanto nos grupos atendidos pelo programa como pelos próprios dinamizadores do Projeto.

6 6. Referências Bibliográficas CAVALCANTI, Joana. Leitura: o despertar da Cidadania. 1ª ed. Recife, UNESCO, 2002. KLEIMAN, A. (1995). Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 4 ed. Campinas: Pontes. (1a ed. 1989) SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. trad. Cláudia Schilling 6ª ed. Porto Alegre, ArtMed, 1998. REVISTA NOVA ESCOLA. Ano XVI, nº 142. Editora Abril, Maio de 2001: 13-15.