GARANTIR ÀS NOSSAS CRIANÇAS MARANHENSES O DIREITO DE APRENDER IMPLICA TRABALHAR PARA UMA POLITICA DE GESTAO EFICAZ
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- Estela de Sousa Van Der Vinne
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1 Experiências de Gestão: Educação e Direitos Humanos GARANTIR ÀS NOSSAS CRIANÇAS MARANHENSES O DIREITO DE APRENDER IMPLICA TRABALHAR PARA UMA POLITICA DE GESTAO EFICAZ Ana Karolina Salomão Estado do Maranhão O Programa Gestão Nota 10 enquanto Política Pública no estado do Maranhão, é fruto da parceria do Instituto Ayrton Senna com a Secretaria de Educação do Estado, o programa é compreendido como ferramenta capaz de imprimir mudanças qualitativas na Política Educacional e dialoga também com as ações direcionadas pelo relatório sobre Desenvolvimento Mundial de 2007, quer sejam: ampliação das oportunidades; desenvolvimento de competências e o desenvolvimento de programas de segunda oportunidade. A idéia de implantar o Programa Gestão Nota 10, no estado do Maranhão, surgiu em 2008 e foi materializado em Em dezembro deste mesmo ano, realizou-se a primeira grande ação a formação de mais de 600 educadores: 10 membros da Equipe Central, 19 Gestores Regionais de Educação, 19 Coordenadores Regionais, 570 Gestores escolares com o objetivo de favorecer a todos, conhecimento inicial desta ferramenta de trabalho. Este fórum de debate em prol da melhoria da qualidade da educação maranhense de jovens e crianças, que mantem no conhecimento, a esperança e a possibilidade de garantia de cidadania. DESAFIOS O estado do maranhão vive grande adversidade. O ano de 2010, foi o primeiro ano de implementação do Programa, a princípio, por se tratar de um projeto piloto, resolveu-se atender somente 160 municípios dos 217 existentes no Estado, 599 escolas, alunos. Muitas foram as dificuldades enfrentadas, tanto de cunho financeiro, pessoal, estrutural e tantas outras. Os desafios que enfrentamos e enfrentaremos para implementação do programa, são dialéticos uma vez que a medida que superamos uns, nos deparamos com outros. A única certeza que temos, é que somos incansáveis na busca de suas superações, uma vez que o compromisso do estado deve ser pautado no bem estar da cidadã e do cidadão maranhense. As maiores dificuldades foram;
2 Falta de entendimento do Programa como Política educacional dentro da própria SEDUC. Esta dificuldade ainda permanece, porém com fortes sinalizações de superação considerando os passos qualitativos que já alcançamos nos três últimos anos; Articulação com todos os setores da secretaria. Conforme sinaliza Ivani Fazenda, a dificuldade do conhecimento de dialogar, não está nele em si, mas na dificuldade que tem as pessoas de se relacionar um com o outro. Para nós, este foi um dos grandes problemas que tivemos que superar, de fazer as pessoas perceberem a proposta de educação para o século XXI, consubstanciada na integração dos saberes, no desenvolvimento de trabalho em equipe; Mobilização para a formação e autoformação das equipes. Convencer as pessoas a saírem de suas zonas de conforto, perceber a velocidade da informação que se processa a cada segundo, acompanhar esse ritmo, lidar com a tecnologia como veiculo de informação, como utilizá-la como ferramenta capaz de contribuir com o acompanhamento e monitoramento de dados considerando a fragilidade de arquivo e mobilização dos dados que as secretarias e escolas precisam organizar para tomar decisões e inferir no contexto da escola; Sensibilizar os setores de que o funcionamento do programa é um meio para atingir o sucesso escolar do aluno e cada ação no interior de suas especificidades, são diretamente ou indiretamente responsáveis por isto; Convencer que o Gestão Nota 10 - conforme enfocou Viviane Senna em um encontro no Maranhão - é uma espécie de diagnóstico, que detecta os problemas e as dificuldades e daí partilhar e encaminhar com os setores medidas capazes de superá-las; Convencer as equipes de trabalho nas Unidades Regionais de Educação URE s e nas escolas, da importância de cumprirmos o tempo certo para realização e tomadas de decisões é condição para garantia da qualidade da aprendizagem dos alunos; Cumprimento dos dias letivos como condição legal para garantia do direito de aprender do aluno; Resolver o problema de contratação do corpo docente em tempo hábil para o início do ano letivo; Garantir a freqüência de alunos e professores nas aulas; cuidar para que o aluno cumpra o tempo idade série; Reduzir o número de alunos não alfabetizados nas séries iniciais foi e são dificuldades que temos enfrentado diariamente no estado, mas com fortes sinalizações de mudanças que passamos a apresentar no próximo item. AÇÕES INOVADORAS PARA FORTALECIMENTO DA EQUIPE GESTORA As formações continuadas, FOCO IAS, as formações em serviço, a formação SIASI, os diálogos constantes via redes sociais com o IAS, pelo telefone, as missões técnicas nas Unidades Regionais de Educação, são exemplos de ações que contribuíram e contribuem significativamente para a superação dos desafios supracitados. As formações iniciais para novos membros que vão sendo substituído nas equipes, a formação de veteranos para resignificar o programa, o acompanhamento in lócun das escolas pelo Supervisor de acompanhamento Técnico Gerencial, a Participação da Agente Técnica nos encontros de FOCO, as avaliações contínuas das ações, as produções de relatórios pelas equipes em âmbitos diferentes de atuação, a leitura, análise de dados e planejamento de intervenções, elaboração de informativos comunicando as ações realizada pelas equipes, intervenções mediante as dificuldades, implantação do Programa Correção de Fluxo, são exemplos concretos de ações
3 realizadas que contribuíram e estão contribuindo para a superação de tantos desafios vivenciados pela equipe do programa na SEDUC e nas escolas. 05(cinco) formações iniciais realizadas nos anos de 2009, 2010, 2011 e 2012 A formação Inicial possibilitou ao grupo de gestores acesso às informações básicas acerca da Política de Gestão e utilização desta ferramenta para desenvolvimento da gestão da Política Pública, da Rotina Escolar, do Ensino e da Aprendizagem no chão da escola. Durante o encontro, as discussões, as trocas de saberes e experiências, permitiu a cada participante, despir-se de seus medos e receios e falar de suas realidades educacionais no chão da escola bem como conhecer suas fragilidades, necessidade de formação e auto formação bem como o desenvolvimento de liderança como condição indispensável para condução do trabalho e de suas equipes. O encontro das múltiplas realidades favoreceu encontrar em seus pares, desafios comuns: a falta de sintonia de unidade nas suas ações, bem como a ausência de uma política de gestão que contribuísse efetivamente com a busca permanente pela qualidade e melhoria contínua da educação pela definição de padrões de desempenho e competências de diretores escolares, dentre outros, de modo a nortear e orientar o seu desenvolvimento. 03 (três) Capacitações SIASI para Coordenadores e Supervisores do GN10 e Coordenadores de Correção de Fluxo; As capacitações foram realizadas em três momentos distintos, em 2010, 2011 e 2012, contemplou 254 participantes. Foi perceptível a estranheza, a curiosidade e o encantamento de alguns participantes. A formação propiciou o acesso, leitura e compreensão da utilização dos dados do SIASI para gerenciamento e tomada de decisões; compreender que por trás dos dados existem vidas; reorientação, ressignificação do trabalho da equipe Estadual e Regional; amadurecimento da informação; orientações para gerenciar o fluxo da informação. Em 2011, tomamos algumas decisões estratégicas, como migrar a inserção de dados do digitador para o Supervisor de Acompanhamento Técnico (superintendente), esta prática surtiu ganhos significativos e rendeu bons resultados. Primeiro porque reduziu o excesso de inconsistência considerando o fato do Supervisor não agir mecanicamente, mas pela possibilidade de utilizar a ferramenta para análise imediata dos dados e tomadas de decisão em tempo real.
4 Após o diagnóstico obtido com o Gestão Nota 10 em 2011, o Governo adotou o Programa de Correção de Fluxo em 2012, tendo como base os resultados do SIASI que apontava 14,5 % de alunos com distorção idade série nos anos iniciais e 24,7% nos anos finais do Ensino Fundamental. Traduzidos em dados absolutos temos uma realidade de 5655 e respectivamente. A capacitação Inicial para os programa de Correção de Fluxo alcançou a qualificação de 19 coordenadores para gerenciamento, monitoramento, análise dos dados e tomadas de decisões nas 353 escolas, 553 turmas beneficiando 9857 alunos. FOCO IAS E O CRESCIMENTO DAS EQUIPES Realizamos 10 Focos com equipe de Coordenadores, 10 com Equipe de Supervisores de acompanhamento Técnico Gerencial e 10 com gestores escolares. A formação em serviço tem sido a oxigenação da equipe no âmbito da equipe central, equipe regional e equipe escolar. Os espaços onde tem formações,são verdadeiros fóruns de debates de partilha de dúvidas, experiências, e construção de saberes. È nas focos que descobrimos caminhos para superações de desafios. No ano de 2011, tivemos um aspecto inovador na realização das FOCOS, a equipe central, inquieta com a falta de entendimento do Programa por parte dos Gestores Regionais, resolveu romper fronteiras e ao invés das FOCOS terem como espaço sede de realização dos trabalhos, a capital, decidimos nos aproximarmos das Unidades Regionais para que desse modo pudéssemos estreitar as relações entre secretaria e URE. Realizamos, portanto, 3 formações que nomeamos de FOCO Itinerantes. Realizadas nos municípios de Presidente Dutra, Barreirinhas e Balsas, os encontros favoreceram a participação do Gestor Regional à FOCO; Visita a uma unidade escolar pelos participantes, conhecer um pouco da cultura do município, encontro de pessoas e fortalecimento da equipe. Além do aprofundamento da temática e análise dos dados das URES, estruturamos os encontros da seguinte forma: Em Presidente Dutra, as equipes Regionais apresentaram o diagnóstico de suas realidades e tornaram público suas fraquezas e ameaças. Com foco neste resultado; No encontro da Unidade Regional de Rosário, a equipe comunicou um projeto de intervenção. Em Balsas, a equipe trouxe para o fórum de debates, mostras dos resultados através de evidências, dados alcançados com a implementação dos projetos. RESULTADOS E PERSPECTIVA DO GESTÃO NOTA 10 Gestores escolares mais comprometidos com a Gestão da aprendizagem, Gestão do Ensino e da Rotina Escolar. Formação de equipes. O desenvolvimento das FOCOS contribui de maneira significativa para a formação, não apenas dos gestores, mas também para a formação dos próprios SATGs. Os conteúdos trabalhados, as estratégias utilizadas e todo o processo envolvido na realização das FOCOS nos enriquece cada vez mais.(teresinha J. P. Souza.SATG do GN10 URE PINHEIRO)
5 O GN10 tem possibilitado uma visão holística do resultado do ensino-aprendizagem através dos dados do SIASI, bem como orientado a trabalhar com metas e resultados; tem provocado inquietação no sentido de intervir diante dos índices de desempenho escolar. Os encontros de formação continuada tem contribuído grandemente para o crescimento e aprimoramento da prática gestora. ( Gestor escolar URE Presidente Dutra) A FOCO é um momento de parada e reflexão sobre a verdadeira função do gestor, principalmente em relação ao pedagógico, pois é lá que acontece todo o processo de ensino aprendizagem, atua também como um instrumento para fortalecer a minha prática, além de possibilitar a troca de experiências e a integração direta com as outras realidades educacionais da nossa URE. (Maria Benedita Pinheiro Barreto- Gestora da escola Odorico Mendes- Pinheiro) Gestora escolar da URE Bacabal. (...) A mudança e a transformação são visíveis, no CE Estado de Goiás. A parte física foi completamente reformada ou construída. A parte pedagógica é trabalhada sempre dentro da sistemática do PGN10; a indisciplina dos alunos e uso de drogas dentro das dependências da escola foi abolida (...) Em suma, foi um conjunto, a mudança de gestor com a aplicação das propostas do programa GN10, com vontade de trabalhar e muita responsabilidade por parte do gestor, que a escola melhorou em todos os seus aspectos acreditando que o sucesso do aluno acontece com toda a comunidade escolar envolvida no objetivo maior que é a aprendizagem do aluno. (Josélia Maria da Silva Mota- SATG Imperatriz).
6 Portanto, o GN10 só tem reforçado em cada um e cada uma de nós, a certeza de que os desafios são grandes, mas é possível mudar o panorama educacional em que ainda nos encontramos. E é com essa certeza e imbuídos de muita força de vontade, de fé e de coragem que trabalhamos com cada coordenador regional, supervisor de acompanhamento técnico e gestor escolar para que incorporem a cultura do sucesso em seus âmbitos de atuação, para alcançarmos o nosso maior sonho: ver todas as crianças maranhenses lendo e escrevendo na idade certa, garantindo assim o seu sucesso escolar e na vida.
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