EVOLUÇÃO DOS REQUISITOS TÉCNICOS PARA ESTÁDIOS DA COPA DO MUNDO FIFA DE FUTEBOL A PARTIR DA ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS



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Transcrição:

EVOLUÇÃO DOS REQUISITOS TÉCNICOS PARA ESTÁDIOS DA COPA DO MUNDO FIFA DE FUTEBOL A PARTIR DA ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS Felipe Correia Goncalves (UFBA) fc_goncalves@hotmail.com Marcos Vinicius Almeida Narciso (UFBA) marcosnarciso@gmail.com Isabel Sartori (UFBA) sartori@ufba.br Marcelo Embirucu de Souza (UFBA) protec@ufba.br A Copa do Mundo FIFA de Futebol é um megaevento de mobilização mundial em que um país é escolhido a cada edição como sede do evento. Para que haja conformidade e padrão nos eventos e para que os avanços tecnológicos e as alterações do próprio esporte sejam contemplados, a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) publica as Recomendações e Requisitos Técnicos para Estádios de Futebol. Porém, dada a complexidade que é inerente à realização de uma Copa do Mundo, a leitura e entendimento deste documento também são trabalhosos e envolvem inúmeros detalhes. Partindo do pressuposto que o não atendimento aos requisitos e recomendações estabelecidos pela FIFA seja considerado como falha, este artigo desenvolve a estruturação destes requisitos e recomendações utilizando a Análise de Árvore de Falhas (FTA, Fault Tree Analysis ou Failure Tree Analysis). A árvore de falha dos estádios de futebol de campo é apresentada como uma opção de visualização dos requisitos da FIFA e de sua evolução, sendo realizada a FTA com base nas duas últimas edições do caderno de encargos, ou seja, na quarta e na quinta edições. Dentre as conclusões mais relevantes desta evolução, destacam-se as modificações sobre segurança, instalações temporárias e questões ambientais. Palavras-chave: Caderno de Encargos, Copa do Mundo FIFA de Futebol, Evolução, Árvore de Falhas, FTA.

1. Introdução A Copa do Mundo FIFA de futebol masculino é um dos maiores eventos do mundo e seu alcance e mobilização são, de fato, mundiais. Este megaevento ocorre a cada quatro anos e teve a sua primeira edição no ano de 1930, tendo ocorrido vinte edições com sede em diversos países. Desde a primeira edição, a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) é a entidade responsável pela organização deste campeonato. De acordo com FIFA (2015), o principal objetivo da entidade é a melhoria constante do futebol. Uma das medidas tomadas pela entidade foi a criação de um documento que estabelece normas e requisitos para se alcançar conformidade e padrão uniforme no evento Copa do Mundo. Este documento, que contempla também a implantação e a regulamentação dos avanços tecnológicos e dos avanços no próprio futebol, é intitulado Recomendações e Requisitos Técnicos para Estádios de Futebol e alcançou a sua quinta edição no ano de 2011 (DELMONT et al., 2011), a qual foi utilizada no Brasil para construção e reforma dos estádios usados na Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. Além de toda a adaptação e preparação que se fazem necessárias para se sediar um evento desta magnitude, o impacto no Brasil foi potencializado pelo fato de que não havia a cultura das arenas multiúso no país. Estas arenas trouxeram ao Brasil um novo conceito de equipamentos que, além dos jogos de futebol, também são capazes de sediar outros tipos de evento como, por exemplo, espetáculos teatrais ou musicais, eventos públicos, privados e corporativos. Este conceito tende a oferecer aos usuários padrões de qualidade, conforto, comodidade e segurança muito além daqueles praticados anteriormente. Desta forma, visto que a FIFA exige normas bastante rígidas para a implantação ou adequação deste conceito, a compreensão e aplicação destes requisitos devem ser minuciosos e detalhistas para que as falhas sejam evitadas ou atenuadas. De acordo com a ISO 8402 (ABNT, 1994), confiabilidade é entendida como a capacidade de um item (equipamento, sistema, processo ou serviço) desempenhar uma determinada função durante um dado período de tempo sob condições operacionais e ambientais específicas. Complementando esta definição, Birolini (1999) define que uma falha ocorre quando um determinado item deixa de executar suas funções dentro destas condições pré-estabelecidas que, em muitos casos, estão especificadas em normas ou requisitos. Sendo assim, é de fundamental importância o completo entendimento dos requisitos pré-estabelecidos pela FIFA para a construção, manutenção e operação das arenas. 2

Neste artigo as recomendações da FIFA são estruturadas em formato de Árvore de Falhas, que é uma ferramenta mais visual. Além de apresentar a Análise de Árvore de Falhas (FTA, da sigla em inglês Fault Tree Analysis ou Failure Tree Analysis) conceitual dos requisitos e recomendações para o futebol de campo, este artigo também compara e avalia a evolução que este caderno de encargos sofreu da quarta para a quinta edição, apontando as mudanças mais relevantes e avaliando as possíveis causas que as justifiquem neste intervalo de tempo. 2. Análise de Árvore de Falhas Segundo Lee et al. (1985), a FTA tem como conceito fundamental a tradução de um sistema físico em um diagrama lógico estruturado em que certas causas especificadas (eventos básicos e eventos intermediários) levam à ocorrência de um evento topo especificado. Este método foi desenvolvido por H. A. Watson dos Laboratórios Bell Telephone entre 1961 e 1962, através de um contrato com a Força Aérea dos Estados Unidos para estudar o sistema de controle de lançamento de mísseis. Os primeiros artigos publicados foram apresentados em 1965 no Simpósio de Segurança patrocinado pela Universidade de Washington e pela Boeing Company (LEE et al. 1985). Para a elaboração deste tipo de análise de maneira efetiva e satisfatória é preciso atentar para dois princípios iniciais de alta relevância: i) a definição direta e objetiva do evento topo que se deseja evitar; e ii) a delimitação do volume de controle que será abrangido na aplicação da ferramenta. A observação destes dois princípios visa direcionar o foco e a atenção para o que realmente se deseja estudar, bem como evitar que o produto da análise seja uma Árvore de Falhas extremamente ampla e com informações subjetivas, superficiais ou distantes do propósito do estudo em questão. Os benefícios que este tipo de análise proporciona são diversos, porém alguns dos principais destacados por Lafraia (2001) são: conhecimento aprofundado do equipamento e de sua confiabilidade; detecção de causas básicas; identificação de partes críticas; identificação de sequência de eventos mais prováveis; possibilidade de tomadas de decisão mais corretas baseadas em dados quantitativos; possibilidade de interface com outras ferramentas [FMEA (Failure Mode and Effects Analysis, análise de modos e efeitos de falhas), Bowtie, entre outras]; excelente ferramenta de comunicação visual. Após a definição do sistema que será representado em forma de Árvore de Falhas, bem como a delimitação do volume de controle e a identificação do evento topo, pode-se finalmente desenvolver 3

a FTA em questão. Destaca-se que após esta construção é possível fazer uma análise qualitativa ou quantitativa da representação obtida. A análise qualitativa é uma avaliação lógica das possíveis combinações de eventos básicos e intermediários que resultem na ocorrência do evento topo. Estas combinações obtidas podem ser denominadas de cortes ou cortes mínimos. Denomina-se corte de uma árvore de falhas qualquer conjunto de eventos cuja ocorrência ou existência simultânea ou sequenciada, implica na ocorrência do evento topo (MONTEIRO et al., 2004). Porém, quando um corte for constituído pelo menor número possível de eventos, ele é denominado de corte mínimo. Já a análise quantitativa é uma avaliação probabilística que inter-relaciona as probabilidades de falha de cada evento (básicos e intermediários) e estima a probabilidade de ocorrência do evento topo. O Método Direto calcula a probabilidade de ocorrência do evento topo a partir da combinação de funções de probabilidade de cada portão lógico da FTA: de baixo (evento básico) para cima (evento topo). Para a aplicação do Método Direto as probabilidades de ocorrência de eventos interligados por um portão E devem ser multiplicadas, enquanto as probabilidades de ocorrência de eventos interligados por um portão OU devem ser somadas. Indicando uma analogia ao diagrama de blocos, conforme apontado por Lafraia (2001): a porta lógica OU é análogo ao diagrama de blocos em série, enquanto a porta lógica E é análoga ao diagrama de blocos em paralelo. 3. Metodologia Segundo Lee et al. (1985), o processo de desenvolvimento de uma FTA é geralmente uma atividade complicada e que consome muito tempo e dinheiro. Existem, porém, algumas técnicas e metodologias propostas neste sentido. Em 1965, David Haasl concebeu uma estrutura que estabelece indicadores para determinar o tipo de porta lógica a ser usada (LEE et al., 1985). Já o processo denominado Análise Dedutiva foi apresentado por Hixenbaugh (1968), e consiste em reunir profissionais com expertise na área e desenvolver um brainstorming ( tempestade de ideias ) para listar todas as combinações possíveis de causas básicas que podem levar à ocorrência do evento topo indesejado. Em 1977, Taylor e Hollo utilizaram modelos de componentes algébricos para desenvolver um Diagrama de Causa- Consequência (LEE et al., 1985), o que contribui com a metodologia de construção de FTA por descrever melhor a sequência de efeitos dos eventos e melhorar o procedimento de análise. Outras 4

metodologias foram desenvolvidas com uma base computacional, tais como J. B. Fussell (1973) e Powers e Tompkins em 1974 (LEE et al., 1985), Salem et al. (1970), Lapp e Powers (1977) e Camarda et al. (1978). Os autores citados trouxeram grandes avanços para o processo de concepção de uma FTA, tornando-a mais precisa e objetiva, e até otimizando o tempo de sua construção com o apoio de bases computacionais. Porém, a aplicação destas técnicas é primordialmente voltada para a indústria e se caracterizam por serem custosas, por consumir o tempo de profissionais especializados com bastante know-how (conhecimento prático sobre como fazer) na área de interesse, ou por requererem bases computacionais robustas. Objetivando proporcionar uma aplicação menos custosa para FTA e possibilitando sua utilização em domínios menos regulados, como a área de serviços, Gonçalves et al. (2015) propõem uma extensão na metodologia da Análise de Árvore de Falhas baseada na ideia de se construir uma FTA teórica a partir do requisito vigente que regulamente o evento topo. Baseado no contexto da sociedade atual, em que cada vez mais as pessoas estão participando das redes sociais expondo pontos de vista e opiniões, a FTA pode ter seus eventos acionados através de ocorrências de falhas registradas por diversos colaboradores interessados (multistakeholder, multicolaboradores). Esta metodologia possui potencial de redução de custos no processo de construção da FTA, já que as pessoas-chave que possuem expertise na área analisada e elevadas remunerações, ficam alocadas apenas na função de moderadores, não sendo necessário reuni-las em sessões específicas focadas na construção da FTA. Desta forma, esta metodologia também viabiliza a aplicação da FTA para o setor de serviços, ampliando a abrangência desta ferramenta, que tem sido aplicada fortemente apenas em indústrias. De acordo com Delmont et al. (2011), o caderno de encargos Recomendações e Requisitos Técnicos FIFA para Estádios de Futebol se baseia nas pesquisas e vistorias desenvolvidas pelos representantes FIFA e por peritos mundiais neste tipo de projeto e seu objetivo é ajudar todos envolvidos no projeto de construção ou administração dos estádios de futebol a desenvolverem instalações que permitam assistir aos jogos com segurança e conforto. Partindo do pressuposto que o não cumprimento de qualquer requisito estabelecido pela FIFA seja considerado como uma falha, e tomando como base a metodologia proposta, o conteúdo do documento de normas FIFA é apresentado em formato de FTA. Esta conversão é realizada para duas edições subsequentes do documento normativo da FIFA, a quarta edição (BROWN et al., 5

2007) e a quinta edição (DELMONT et al., 2011), que foi utilizada na Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. 4. Resultados A Figura 1 mostra a FTA 01, referente à quarta edição, e a Figura 2 mostra a FTA 02, referente à quinta edição. O detalhamento de cada evento destas FTAs está apresentado de maneira integral nos anexos A e B respectivamente (ver Figuras 3 a 24). O nível um de cada FTA é o evento topo, em seguida estarão os eventos de nível dois. Já os eventos do nível três não estão em círculos pelo fato de não se tratarem de eventos básicos. Cada evento deste nível possui especificações mais detalhadas, porém elas não foram contempladas neste artigo, devido ao fato de que o objetivo deste trabalho é identificar as principais mudanças ocorridas entre as edições estudadas. Desta forma, os itens do nível três estão identificados adicionalmente com losangos, indicando que são eventos não desenvolvidos neste momento. O posicionamento da simbologia segue estrutura apresentada por Rausand (2004). 6

Figura 1 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Evento Topo de Nível 1 e Eventos do Nível 2 (Eventos do Nível 3 Estão Apresentados no Anexo A). 7

Figura 2 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Evento Topo de Nível 1 e Eventos do Nível 2 (Eventos do Nível 3 Estão Apresentados no Anexo B). 8

A FTA 02 traz o item Sustentabilidade Ambiental (Anexo B, Figura 24) em cinza pelo fato de que este não é apresentado pela FIFA como um item do nível dois, porém como o quesito sustentabilidade é bastante aprofundado dentro do item Programa Gol Verde (Anexo B, Figura 9

13), sugere-se que ele seja tratado com maior destaque. O Programa Gol Verde tem como metas reduzir o consumo de água potável e a emissão de resíduos, além de identificar fontes de energia mais eficientes e aumentar a utilização dos transportes públicos (DELMONT et al., 2011). A propósito, este quesito é a primeira grande mudança atualizada pela FIFA na quinta edição, de forma que o Programa Gol Verde recebeu diversas atualizações e requisitos mais severos, inclusive a indicação expressa de se seguir as diretrizes da certificação LEED (da sigla em inglês Leadership in Energy Efficient Design, liderança em projeto energeticamente eficiente). Segundo Delmont et al. (2011), o LEED é um sistema de certificação desenvolvido pelo Green Building Council (Conselho de Construções Verdes ) dos Estados Unidos que apresenta requisitos de sustentabilidade ambiental tanto para novas construções ou reformas quanto para a operação e manutenção dos estádios. Neste cenário, a própria FIFA reconhece o aumento do clamor mundial por políticas voltadas para a questão ambiental como o motivo da atualização ter sido severa neste aspecto: A agenda de meio ambiente e sustentabilidade tem se desenvolvido intensamente em todo o mundo e sistemas de certificação têm facilitado o processo de definição de objetivos e avaliação de impactos (DELMONT et al., 2011). A segunda grande mudança percebida na nova edição foi o aumento da robustez do item relacionado à segurança (Anexo A, Figura 4 e Anexo B, Figura 14). Na quarta versão este item era abordado de forma generalista, porém a quinta edição apresenta requisitos mais severos, além de subdividi-lo em Segurança Física e Segurança Patrimonial. O primeiro subitem trata de requisitos referentes à proteção da integridade física das pessoas envolvidas no evento, desde espectadores a funcionários. Ações de combate à ocorrência de conflito e agressões são apresentadas, a exemplo da necessidade da instalação de circuito fechado de segurança. Além disso, exigem instalações mais completas para o centro médico. Já o subitem relacionado à segurança patrimonial aborda requisitos da integridade predial do estádio, com ações de combate a incêndio e itens de proteção estrutural. Estas mudanças seguem uma tendência que vem se observando em relação à postura da FIFA: a implementação de ações para reforçar a segurança e a ordem, inclusive com a punição de infratores (em caso de objetos arremessados ao campo de jogo, invasão de torcedores, ocorrência de conflitos, agressões ou brigas generalizadas) dentro de sua esfera de competência (por exemplo: federações, times, dirigentes, atletas, entre outros). A cada ano que passa a FIFA se torna mais intolerante com episódios que ameacem a segurança física e patrimonial. A terceira alteração de destaque diz respeito à criação do item referente às Instalações Temporárias (Anexo B, Figura 23). A justificativa por trás desta inclusão é o fato de que, como os novos estádios 10

possuem o conceito de Arenas Multiúso, diversos tipos de eventos também são realizados dentro dos estádios, tais como shows (apresentações musicais e similares), feiras, congressos, entre outros, e estes tipos de eventos exigem a montagem de estruturas temporárias. Outro exemplo em que estruturas temporárias podem se fazer necessárias é a montagem de arquibancadas móveis para jogos de grande apelo. Desta forma, a FIFA exige, através deste item, que todos os requisitos que ela apresenta para as estruturas fixas e para os serviços prestados dentro do estádio também sejam contemplados nas estruturas temporárias. Assim, ao oficializar os requisitos a respeito das estruturas temporárias, a FIFA ratifica a condição multifuncional das arenas, podendo abrigar eventos de diversas naturezas e facilitando aos seus proprietários a oportunidade de possuir inúmeras fontes de renda e arrecadação. 5. Conclusão A análise de riscos e o gerenciamento da confiabilidade têm sido importantes fatores de preocupação e desafios para a sociedade nas últimas décadas. Isto tem sido motivado pelo aumento das exigências impostas pela sociedade com relação à segurança das pessoas e dos patrimônios, à qualidade de serviços prestados e à preservação do meio ambiente. Desta forma, entender o que a regulamentação vigente exige a respeito do serviço que se deseja prestar é o passo mais básico que deve ser dado neste sentido. As Recomendações e Requisitos Técnicos para Estádios de Futebol, desenvolvidos pela FIFA, apresentam tudo o que deve ser atendido, tanto para a fase de construção quanto para as fases de operação e manutenção, em relação a um estádio de futebol dentro do padrão de Copa do Mundo. Entender os detalhes deste documento é vital para o sucesso de qualquer equipamento esportivo que almeje ser uma sede de jogos no padrão dos requisitos da FIFA. Especificamente no Brasil, a necessidade de se conhecer estes detalhes é ainda maior, devido ao fato de que o conceito de se assistir futebol em uma Arena Multiúso é algo muito recente e novo para a população. Neste trabalho, a esquematização deste documento da FIFA utilizando FTA possibilitou a obtenção de uma descrição muito mais visual, o que facilita o entendimento dos requisitos como um todo. Além disso, identificar em quais itens a FIFA vem tendo um maior aprofundamento nos últimos anos pode apontar quais os requisitos que vêm se tornando cada vez mais severos e isto, de certa forma, pode auxiliar em processos de tomada de decisões. Isto se aplica também à identificação de itens que tenham sido inseridos e devem, a partir da publicação de uma nova regulamentação ou 11

conjunto de requisitos, também serem atendidos na prestação de serviços aos consumidores, que estão cada vez mais exigentes. Além da edição atual, este artigo também apresenta a conversão dos requisitos FIFA em forma de FTA para a penúltima edição publicada. A comparação entre estas FTA mostra que os itens Segurança e Sustentabilidade Ambiental são os que mais sofreram alterações e requerem uma atenção especial, sendo observada a inclusão do item Instalações Temporárias. O item Segurança se tornou mais robusto e foi subdivido devido à tendência da FIFA de dar mais importância a ele, inclusive punindo infratores, naturalmente dentro de sua esfera de competência. O item novo Instalações Temporárias facilita aos proprietários das arenas a oportunidade de inúmeras fontes de renda e arrecadação, bem como a possibilidade de se aumentar a capacidade do estádio para jogos de maior apelo. O item Programa Gol Verde teve diversas atualizações incluídas, motivadas pelo aumento do clamor mundial por políticas voltadas para a questão ambiental. Por fim, destaca-se que é viável, caso seja necessário, utilizar outros requisitos para compor a árvore de falhas de forma mais ampla. No item relacionado à Sustentabilidade ambiental, por exemplo, a FIFA recomenda expressamente a certificação LEED, desta forma, este evento pode gerar novas ramificações a partir da leitura e entendimento desta certificação. Por outro lado, a FTA também pode se desenvolver a partir das ocorrências registradas pelos multicolaboradores, além de possibilitar a realização de análise quantitativa partindo do histórico gerado por tais registros. 6. Agradecimentos e Suporte Financeiro Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Ministério dos Esportes pelo apoio financeiro para a realização deste estudo referente ao projeto UFBA na Copa e ao projeto Tecnologias e métodos para gerenciamento da operação e manutenção de arenas multiuso. 7. Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 8402. Gestão da qualidade e garantia da qualidade - Terminologia. Rio de Janeiro, ABNT, 1994. BIROLINI, A., Reliability engineering: theory and practice, 3 ed., Springer, 1999. 12

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8. Anexos Anexo A: FTA 01 (4ª Edição): Eventos do Nível 3. As Figuras 3 a 12 mostram o detalhamento de cada evento da FTA 01 apresentada na Figura 1. Figura 3 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Pré-Construção. 14

Figura 4 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Segurança. 15

Figura 5 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados às Orientações e Estacionamento. 16

Figura 6 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Área de Jogo. 17

Figura 7 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados aos Jogadores e Árbitros. 18

Figura 8 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados aos Espectadores. 19

Figura 9 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Hospitalidade. 20

Figura 10 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Imprensa. 21

Figura 11 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Iluminação e Energia. 22

Figura 12 - Análise de Árvore de Falha da Quarta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados às Comunicações e Áreas Adicionais. 23

Anexo B: FTA 02 (5ª Edição): Eventos do Nível 3 As Figuras 13 a 24 mostram o detalhamento de cada evento da FTA 02 apresentada na Figura 2. Figura 13 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Pré-Construção. 24

Figura 14 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Segurança Física/Patrimonial. 25

Figura 15 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados às Orientação e Estacionamento. 26

Figura 16 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Área de Jogo. 27

Figura 17 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados aos Jogadores e Árbitros. 28

Figura 18 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados aos Espectadores. 29

Figura 19 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Hospitalidade. 30

Figura 20 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Imprensa. 31

Figura 21 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Iluminação e Energia. 32

Figura 22 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados às Áreas Adicionais. 33

Figura 23 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados às Instalações Temporárias. 34

Figura 24 - Análise de Árvore de Falha da Quinta Edição do Caderno de Encargos da FIFA: Detalhamento dos Eventos relacionados à Sustentabilidade Ambiental. 35