(sheilapopoca@uol.com.br) ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente



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Transcrição:

TÍTULO: A CRIANÇA E A MATA ATLÂNTICA AUTORES: Lima¹, Sheila Renata Alves de; Portela 1, Valdelira Maria Costa; Barbosa 2, Dilosa Carvalho de Alencar; Barbosa 3, Marlene Carvalho de Alencar. 1 Alunas de Ciências Biológicas/ Bacharelado-UFPE; 2 Professora Adjunto do Departamento de Botânica/UFPE; 3 Bióloga do Departamento de Botânica, Herbário UFP-UFPE. (sheilapopoca@uol.com.br) ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente RESUMO Realizou-se um diagnóstico com alunos da 4ª série do ensino fundamental, com a finalidade de avaliar a vivência das crianças em relação a Mata Atlântica. Para a seleção da escola, escolheu-se a Henfil / 20 alunos, situada no bairro da Várzea, Recife, PE. Foi aplicado nas aulas de Ciências, um questionário, contendo seis questões de sondagem sobre a Mata Atlântica, tendo a professora participado da elaboração, bem como da adequação de linguagem. Os resultados evidenciaram que 95% dos alunos conheciam o ecossistema, sendo que 60% deram como exemplo a Mata Brennand, pela proximidade com a escola, 5% a Mata Atlântica, 10% a de Dois Irmãos, 5% Brennand e Dois Irmãos, 10% Atlântica e Brennand e 10% não responderam. Sobre as plantas da mata, as mais conhecidas foram as frutíferas cultivadas com 35% das respostas, e 20% dessas referindo-se às nativas. Apareceram também as medicinais e ornamentais. Dos consultados, 70% disseram que a aplicação das plantas estava relacionada à produção de remédios, seguida da alimentação e purificação do ar. Com relação à conservação das matas, houve predomínio da manutenção desta, utilizando expressões variadas. A maioria dos alunos afirmou ser o ar a principal causa para se evitar a destruição das matas. Concluiu-se que as crianças consultadas têm conhecimento sobre a mata e algumas de suas espécies nativas demonstrando noções importantes de conservação. Palavras-chave: Mata, Atlântica, criança. 1. INTRODUÇÃO

Este artigo propõe registrar a percepção, o conhecimento e as vivências sistematizadoras de alunos de ensino fundamental, a respeito da mata Atlântica, acreditando ser através da educação, o caminho em prol da reversão da devastação desse bioma, com base na hipótese de que os alunos da escola pública poderiam desconhecer a mata. Em 1999, foi aprovado pela Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o projeto Oficinas de Botânica: uma Proposta para o Desenvolvimento de Ensino-Pesquisa-Extensão em Prol do Conhecimento da Mata Atlântica, tendo-se trabalhado com 20 alunos entre 9 e 12 anos, da 4ª série fundamental da Escola Municipal Henfil, situada no bairro da Várzea, Recife, Pernambuco. Atuaram como bolsistas do projeto, duas alunas de Biologia da UFPE, orientadas pela coordenadora do projeto, Professora Dilosa Carvalho de Alencar Barbosa, do Departamento de Botânica da UFPE e pela bióloga Marlene Barbosa, Curadora do Herbário UFP. A coordenação do projeto, parte integrante do Herbário UFP, priorizou o bioma Mata Atlântica, pelas razões ressaltadas a seguir. A Mata atlântica, um dos mais ricos ecossistemas em biodiversidade de espécies e endemismo é também um dos mais ameaçados do Planeta, uma vez que a sua área de ocupação abriga grande parte da população (70%), grandes cidades e importantíssimos pólos industriais do País. Existe uma forte ligação da história do Brasil com a Mata Atlântica já que a devastação desse bioma apresenta uma trajetória da sua ocupação e da exploração sem controle de suas riquezas. As matas primitivas foram sendo reduzidas de forma drástica, devido sobremaneira aos sucessivos ciclos de exploração, a ação antrópica, a instalação das grandes metrópoles e das indústrias, resultando em processo cada vez mais veloz de devastação e de etnocídio de povos inteiros. Culturas riquíssimas foram dizimadas, extinguindo-se, em quase total silêncio, o patrimônio cultural do País. Nas últimas três décadas, o fluxo de destruição foi visivelmente acentuado, tornando-se urgentes, portanto, ações que possam levar a reconstituição, redução do processo de degradação e conservação do bioma, através de esforços coletivos e integrados da sociedade. A Mata Atlântica original, antes da chegada dos colonizadores, ocupava possivelmente 1.360.000 Km² do território nacional, estendendo-se do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, ao longo das encostas e serras da costa Atlântica. Atualmente, está

reduzida a menos de 8% de sua cobertura primitiva, de acordo com os resultados apresentados pela Avaliação e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade nos Biomas Brasileiros (2002). O maior número de espécies vegetais e animais, ameaçados de extinção se encontra na Mata Atlântica devido em sua maioria, à fragmentação do bioma, com reflexo marcante na perda de sua biodiversidade. Embora vários estudos já tenham sido realizados, contemplando o bioma, ainda existem lacunas de conhecimentos com relação a determinadas áreas da Mata Atlântica, acentuadas pela carência de investimentos, recursos humanos e também de políticas mais claras e imediatas que possam nortear as prioridades de forma que sejam entendidas por todos, num consenso à reversão da devastação. As florestas que estavam nesse bioma são repositórios da fauna e flora, cujo patrimônio genético precisa ser conservado (Dias, 1988). 2. METODOLOGIA 2.1 Escolha da Escola A Escola Municipal Henfil, situada à rua Seis de Março, s/n, Várzea, Recife, Pernambuco, próxima à UFPE, foi contactada por meio de ofício, tendo sido receptiva à interagir com o projeto. As bolsistas mantiveram contato inicial com a Direção da Escola, sendo em etapa posterior, apresentada à educadora para combinarem com a mesma, a socialização com as crianças. 2.2 Socialização na escola Para o trabalho da socialização com os alunos, as bolsistas realizaram sob a orientação da professora de classe e da coordenação do projeto, cartazes ilustrados e coloridos, destacando o nome do projeto, seus objetivos (geral e específicos), as atividades que seriam desenvolvidas com a professora e com as crianças, em nível individual e coletivo, bem como os locais onde cada ação seria realizada.

Com o objetivo de não influenciar previamente as crianças sobre o tema, não foram apresentadas nenhuma imagem alusiva à mata. 2.3 Visita Ainda fazendo parte da socialização, foi programada uma primeira visita ao Herbário UFP e às dependências do Centro de Ciências Biológicas UFPE, local de desenvolvimento de algumas atividades, visando o reconhecimento da área de trabalho, até então nova para as crianças. 2.4 Elaboração do questionário Para sondagem dos alunos, no que diz respeito ao conhecimento teórico e prático da Mata Atlântica e também com o objetivo de identificar a percepção da criança na construção de uma consciência crítica e as suas vivências com o bioma, foi elaborado um questionário com seis itens. Na elaboração das questões se envolveram as bolsistas, a coordenação do projeto e a educadora específica, participando esta, inclusive, da adequação à linguagem infantil. 3. RESULTADOS E COMENTÁRIOS Na tabela estão registrados os resultados do questionário composto pelas seguintes abordagens: 1) Você já viu uma mata? ; 2) Dê exemplo(s) de mata(s) perto de sua casa ou escola. ; 3) Quais as plantas da(s) mata(s) que você conhece? ; 4) Para que servem as plantas da(s) mata(s) que você conhece? ; 5) De que maneira devemos conservar a(s) mata(s)? ; 6) Por que devemos evitar a destruição da(s) mata(s)? O material foi aplicado pelas bolsistas e pela educadora, em horário de aula destinado à Ciências. No que diz respeito a primeira abordagem, 95% das crianças já conheciam a mata. Com relação a segunda questão, 12 (60%) dos alunos referiram a mata Brennand, devido a presença desta na Várzea, bairro onde também está situada a escola Henfil. Na terceira questão, 07 (35%) crianças referiram frutíferas, 06 (30%) medicinais e 02 (10%) ornamentais, todas cultivadas, como sendo nativas da mata, devido talvez a falta de

divulgação através de livros didáticos e meios de comunicação, da flora brasileira. Apenas 4 (20%) alunos resgistraram plantas da mata. No que concerne ao quarto item, 14 (70%) crianças responderam que as plantas da mata serviam para remédios, sendo ainda referidas na ordem de seqüência, alimentação e purificação do ar. Na quinta questão, a maioria, representada por 17 (85%) recomendaram não derrubar e não queimar a mata, seguida das seguintes respostas: não queimar, nem matar, não cortar as plantas, não jogar lixo na mata e evitar matar os animais. No que se refere a sexta questão, 9 (45%) alunos responderam que a principal importância da mata estava no ar, seguida por expressões bastante significativas, porque a mata já está quase toda destruída e devemos conservar o que ainda temos na mata. Ainda sobre a última questão é válido salientar algumas frases escritas pelos alunos: 1) Porque sem a mata a gente não vai ficar vivo ; 2) A mata purifica o ar e sem ela o mundo vai acabar e nós também ; 3) Para que um dia a gente possa mostrar a única beleza da Terra ; 4) Porque se a mata acabar o que será da gente? Os dados aqui apresentados diferem daqueles divulgados por Amin (1997), ao afirmar que alunos da rede pública desconheciam quase por completo as questões básicas sobre esse ecossistema. 4. CONCLUSÕES Concluiu-se que a maioria dos alunos analisados da escola pública, não somente demonstraram conhecimento com relação a mata, bem como familiaridade com o bioma e ainda expressaram idéias para a sua conservação. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Amin, O. 1997. Crianças e Ecologia. Diário de Pernambuco (Vida Urbana), B-7, Recife, 12 de março.

Avaliação e Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade nos Biomas Brasileiros. Brasília: UNA/SBF, 2002. 404 p. Dias, G.F. 1998. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 5ª. Ed. São Paulo, 400 p.