O CARÁTER NEURODEGENERATIVO DO TRANSTORNO BIPOLAR

Documentos relacionados
Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH

DIRETRIZES SOBRE COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS EM DEPENDÊNCIA AO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

XI Jornada Científica Faculdades Integradas de Bauru FIB ISSN AUTISMO E OS NEURÔNIOS ESPELHOS

Há 18 anos a Dana Alliance for Brain Initiatives, tem por objetivo ampliar a consciência pública sobre a importância e os avanços das pesquisas sobre

Ansiedade e Transtornos de Humor: Uso de medicamentos depressores

TRANSTORNOS DE HUMOR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSIQUIATRIA

Doenças Adquiridas do Neurônio Motor. Msc. Roberpaulo Anacleto

INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA

O que é uma lesão neurológica???????

VII CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROPSIOUIATRIA GERIÁTRICA CONGRESSO BRASILEIRO DE AL2HEIMER CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA I SÃO PAULO I SP

Residência Médica 2019

Avaliação neuropsicológica. Medindo a mente através do comportamento

Doutoramento em Actividade Física e Saúde

PLANO DE ENSINO DISCIPLINA: NEUROANATOMIA. PROFESSOR: André L H Pantoja CARGA HORÁRIA: EMENTA 2. OBJETIVO(S)

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul ESCOLA DE MEDICINA NÚCLEO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA EM NEUROCIÊNCIAS

BLOCO I IDENTIFICAÇÃO

DICAS DE SAÚDE. Quais as opções de tratamento disponíveis para depressão?

Alexandre de Araújo Pereira Psiquiatra, Msc, Doutorando em Medicina pela UFMG Professor do Curso de Medicina UNIFENAS - BH

Dra Nadia Bossa PALESTRA DISTÚRBIOS DE ATENÇÃO E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Capacitação Multidisciplinar Continuada. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO (TDA-TDAH) e NEURODESENVOLVIMENTO

Mestrado em Ciências da Saúde

TÍTULO: INTERAÇÃO ENTRE O SISTEMA IMUNOLÓGICO E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Neurobiologia e Comportamento. CÉREBRO E TDAH

Neurociência. Profa. Dra. Elizabeth Teodorov - CMCC.

Aspectos neurológicos da deficiência mental (DM) e da paralisia cerebral (PC) - IV Congresso Paulista da ABENEPI - VI(s1)

Clínica Jorge Jaber. Dependência Química. Luciana Castanheira Lobo de Araújo

Doença neurodegenerativa caracterizada por um distúrbio crónico e progressivo do sistema nervoso central e tem inicio com a morte das células responsá

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

As bases neurobiológicas do transtorno bipolar Neurobiological Basis of Bipolar Disorder

TECIDO NERVOSO HISTOLOGIA NUTRIÇÃO UNIPAMPA

BIOQUÍMICA DA DEPRESSÃO

Efeitos Neuropsicológicos ao longo da vida. Maria Alice Fontes, Psy. Ph.D.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA: CIÊNCIAS MÉDICAS

Os gânglios da base e os distúrbios do movimento

Doutorado em Ciências da Saúde

Depressão, vamos virar este jogo?

Heloisa Pacheco-Ferreira

Classificação e Características do Tecido Nervoso

TECIDO NERVOSO. Detectar, transmitir e processar as informações geradas por estímulos sensoriais do ambiente interno e externo

DOR E CEFALEIA. Profa. Dra. Fabíola Dach. Divisão de Neurologia FMRP-USP

APRENDIZAGEM. Descobrir. Compreender Estabelecer relações Transformar Criar

Os gânglios da base e os distúrbios do movimento

ENFERMAGEM SAÚDE DO IDOSO. Aula 8. Profª. Tatiane da Silva Campos

A prevenção de comportamentos suicidas na juventude

Doutoramento em Actividade Física e Saúde

Constituintes celulares do Sistema Nervoso

Distúrbios Neurodegenerativos

Breve análise da evolução do conceito de antioxidante na mídia

O funcionamento cerebral da criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH

PROJETO DE LEI N o 2.611, DE 2007 (apensado PL 3.533/2.008)

Transtorno Afetivo Bipolar. Esquizofrenia PROFª ESP. LETICIA PEDROSO

Sinapses. Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

Sistema Límbico. Prof. Gerardo Cristino. Aula disponível em:

Histologia do Sistema Nervoso Central

Tratamento Combinado: TCC e Psicofarmacologia

Neurofisiologia do Movimento. Dr. Fábio Agertt

A ESQUIZOFRENIA: DO TRATAMENTO MÉDICO AO SOCIAL

11/11/2010. Galeno: séc II d.c: mulheres melancólicas X mulheres sanguíneas. mais susceptíveis ao desenvolvimento de câncer

ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA NÃO INVASIVA. Maria da Graça Lopes Tarragó 2013

NEUROPSICOLOGIA BÁSICA

O CONTROLE DO COMPORTAMENTO. Papel do Sistema Nervoso

ATENÇÃO PLENA PARA PRODUZIR MAIS E VIVER MELHOR

SISTEMA NEURO-HORMONAL. Ciências Naturais 9º ano Prof. Ana Mafalda Torres

Patologia Dual. Dr. Jorge Jaber

Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia

Envelhecimento do Sistema Nervoso. Profa. Dra. Eliane Comoli

Chá verde retarda envelhecimento cerebral

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

Faculdades Integradas de Taquara

Fisiologia do sistema nervoso

DEMÊNCIA? O QUE é 45 MILHOES 70% O QUE É DEMÊNCIA? A DEMÊNCIA NAO É UMA DOENÇA EM 2013, DEMÊNCIA. Memória; Raciocínio; Planejamento; Aprendizagem;

Ementas das disciplinas PPGBio. Prática Docente

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Tecido Nervoso. Neurônios

Neurodesenvolvimento e Ambiente

Depressão Pós Parto. (NEJM, Dez 2016)

Introdução à Neurociência Computacional

PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA

Imagem da Semana: Ressonância nuclear magnética

2 A Neuropsicologia do Ser Humano

Notícias científicas sobre a Doença de Huntington. Em linguagem simples. Escrito por cientistas. Para toda a comunidade Huntington.

EXERCÍCIO E ESTRESSE OXIDATIVO. Exercício e Estresse Oxidativo. O que são radicais livres? Reação de Óxido-Redução (Redox) O que são radicais livres?

COORDENADORIA DO CURSO DE MEDICINA CAMPUS DOM BOSCO

Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira Psicóloga CRP 06/99198 Especialista em Dependência Química (UNIFESP) Doutoranda (UNIFESP)

ESCOLA BÁSICA E SECUNDARIA DE VILA FLOR DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ÁREA DISCIPLINAR DE FILOSOFIA

Fracasso Escolar: um olhar psicopedagógico

Funções do Córtex Cerebral. Profª Viviane Marques

REGULAMENTO DA VIII JORNADA DE PSICOLOGIA DA UNESC CAPÍTULO I DO EVENTO

Segundo OMS, o transtorno afetivo afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo a primeira causa de incapacidade para o trabalho entre todos

Composto interrompe produção de proteína ligada ao Alzheimer

PLANO DE APRENDIZAGEM

NEUROBIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL EXPOSTO AO ESTRESSE E TRAUMA

Neuroprotecção pela insulina: como se constrói o puzzle. Ana I. Duarte

FUNDAMENTOS BÁSICOS E TEORIA EM SAÚDE MENTAL

Apoptose. Prof. Tiago Collares, Dr. (MSN) ( )

CURSO PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

V FORUM DE MEDICINA DO TRABALHO CFM Conselheiro ALBERTO CARVALHO DE ALMEIDA

TERMORREGULAÇÃO TESTICULAR EM BOVINOS

AFFRON 30 cápsulas 13/11/2017

Transcrição:

O CARÁTER NEURODEGENERATIVO DO TRANSTORNO BIPOLAR Geisa Egypto Barbosa Caccere¹, Suzana Mara Julião², Camila Contin Diniz de Almeida Francia 3, Luis Alberto Domingo Francia Farje,4,5,6 ¹ Aluna de Psicologia Faculdades Integradas de Bauru FIB - gegypto@hotmail.com; ² Aluna de Psicologia Faculdades Integradas de Bauru FIB - suzana_julião@sicredi.com.br;. 3 Professora Doutora do Departamento de Anatomia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP Campus de Botucatu cacontin@ibb.unesp.br 4 Professor do Curso de Psicologia Faculdades Integradas de Bauru FIB - luchofrancia@yahoo.com.br 5 Professor Doutor do curso de Radiologia da FATEC de Botucatu, luis.farje@fatec.sp.gov.br 6 Professor Substituto Doutor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP Campus de Botucatu. 1 INTRODUÇÃO O Transtorno Bipolar (TB) tem sido considerado um dos mais graves tipos de transtorno mental na atualidade, tendo como principal característica, a ocorrência de episódios de humor alternados, entre mania, hipomania e depressão, variando em intensidade, duração e frequência (PEREIRA, 2011). No DSM-V-TR (2014) o transtorno bipolar é interposto dentre as classificações dos transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos e transtornos depressivos em virtude do reconhecimento de seu lugar como uma ponte entre as duas classes diagnósticas em termos de sintomatologia, história familiar e genética (DSM-V, 2014, p.123). Apesar de ser comumente tratado como uma mudança de humor repentina é uma patologia grave e muito mais complexa, que durante episódios de humor os pacientes demonstram déficits cognitivos em vários domínios (PEREIRA, 2011). Inclui-se prejuízo na função executiva, alterações na atenção, concentração e memória, além de apresentar alterações progressivas de volumes e morfologia cerebral, integridade neural e de função cognitiva. Esse declínio cognitivo pode estar relacionado com mecanismos de neuroproteção, dano oxidativo, e mediadores de inflamação (KAUER-SANT ANNA, 2010). Sendo assim, o presente trabalho tem o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica sobre o dano neurológico progressivo no Transtorno Bipolar e seu prejuízo na função cognitiva. 2 MATERIAL E MÉTODOS Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se as bases de dados Scielo, LILACS, Google Acadêmico, periódicos e bases bibliográficas. As principais obras selecionadas foram publicadas entre os anos 2011 e 2016.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES De acordo com a Classificação de transtornos mentais e de comportamentos da CID-10 (1993), o Transtorno Bipolar é uma doença maníaco-depressiva, caracterizada por alteração de humor e o nível de atividade no qual o sujeito encontra-se profundamente perturbado, ou seja, é distúrbio caracterizado por elevação do humor e aumento da energia e da atividade, configurando a hipomania ou mania, e pelo rebaixamento do humor e de redução da energia e da atividade, isto é, a depressão. Embora o TB seja considerado um transtorno mental, Cunha (2008) destaca os aspectos biológicos deste transtorno, relacionados à genética, vias neuro-hormonais, neuroplasticidade, neurotransmissão, estresse oxidativo, entre outros. Segundo Kauer-Sant anna (2010), estudos demonstram que o Transtorno Bipolar é de caráter progressivo, no qual apresenta redução de volume cerebral, mas evidente na substancia cinzenta, córtex pré-frontal e hipocampo, relacionando-se, provavelmente, com os déficits cognitivos. Particularmente, estudos post-mortem mostram uma redução do volume glial e das sinapses no hipocampo, córtex cingulado e núcleos accumbens. Estudos neuropatológicos corroboram esses achados, demostrando redução da densidade glial e neural na região préfrontal (KAUER-SANT ANNA, 2010, p. 211). Vieira, Souza e Kapczinski (2002) citam que as principais características que estão associadas as mudanças de células glias no TB são, atrofia celular no córtex pré-frontal e dorsolateral e orbitofrontal; morte celular no córtex pré-frontal subgenual; e aumento no número de células do hipotálamo e núcleo dorsal da rafe. O aumento nos níveis de noroadrenalina, que inibem a proliferação de astrócitos no córtex pré-frontal, pode ser uma predisposição maior para a perda de células glias em pacientes bipolares (VIEIRA; SOUZA; KAPCZINSKI, 2002). Além de todas essas alterações estruturais, para Kauer- Sant anna (2010, p. 211): [...] estudos de neuroimagem no TB demostram alterações funcionais em áreas como córtex pré-frontal, temporal e gânglios da base. Assim conceitualmente o TB tem sido proposto como uma patologia complexa, multifatorial e relacionada a alterações na plasticidade estrutural e funcional em neurônio e glia.

Conforme Vieira, Souza e Kapczinski (2002), os fatores neurotróficos, produzidos pelas glias, parecem serem fundamentais para a plasticidade e sobrevivência dos neurônios corticais, essa descoberta propõe que os astrócitos (por meio de indução glial de interações sinápticas e redirecionamento de neurônios secundários) modulam a plasticidade estrutural de neurônios e de diversos efeitos tróficos no cérebro de um adulto. Para Kauer-Sant anna (2010), os responsáveis pelas conexões sinápticas e o crescimento neural são os fatores neurotróficos (neurotrofinas), sendo o BDNF (Brain Derived Neurotophic Factor) a neurotrofina mais estudada no Transtorno Bipolar, e que desempenha um papel fundamental na proteção e plasticidade neural, e uma diminuição nos níveis circulantes de neurotrofina é prejudicial. (MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI, 2012). Fries, Kunz e Kapczinski (2011) referem a importância do BDNF evidenciado em vários estudos, no qual demostram a importância da neurotrofina para a neuroplasticidade e cognição. Sendo que, em casos de episódios maníaco ou depressivo do Transtorno Bipolar, os níveis séricos de BDNF, estão diminuídos, comparados com controles. Essas pesquisas contribuem para a hipótese de que as alterações cerebrais presentes em pacientes com TB podem ser justificadas por essa alteração nas neurotrofinas. Tais níveis séricos de BDNF podem aumentar através do uso de antidepressivos e os estabilizadores de humor. Por consequência disso, tem sido sugerido, que a melhora clínica está associada à recuperação dos níveis de BDNF em pacientes bipolares internados em episódio agudo. Outras neurotrofinas (NT) também são relevantes no TB como mostram estudos que apontam alterações na NT3, NT4/5 e GDNF. Entretanto o BDNF é mais abundante no Sistema Nervoso Central, sendo o mais estudado (MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI, 2012). A alteração nas neurotrofinas pode explicar em partes as alterações cognitivas presentes no TB (KAUER-SANT ANNA, 2010). Segundo Magalhães, Fries e Kapczinski (2012), outro fator que está envolvido no Transtorno Bipolar, que associa vias disfuncionais e a mortalidade, são os mediadores inflamatórios. Essas substâncias, secretadas pelos macrófagos (células de defesa do organismo), são as citocinas pró-inflamatórias (TNF-a, IL-1B, IL-6 e IL-8), e são responsáveis pela indução da inflamação. Atualmente, a neuroinflamação está sendo investigada como um mecanismo da neuroprogressão com capacidade de causar toxidade e apoptose em neurônios e células gliais, que caracterizam os episódios de humor. Pesquisas têm demostrado o aumento dos níveis de citosinas, como a TNF-a e IL-6, durante os episódios de depressão e mania, em comparação com controles saudáveis. Esta substancia é uma das principais mediadoras pró-inflamatórias, e age na neuroplasticidade, resiliência e sobrevivência celular. De acordo com Kauer-Sant Anna

(2010, p. 212), no TB é possível que o balanço entre os níveis de citocinas e de BDNF esteja envolvido na regulação da morte celular. Além disso, o estresse oxidativo também está sendo investigado, devido a sua presença, no TB. Evidencias mostram que diversas patologias, principalmente os transtornos psiquiátricos e neurológicos, envolvem radicais livres do oxigênio, isso porque o sistema nervoso central é vulnerável ao estresse oxidativo. E estudos demonstram o aumento dos níveis de estresse oxidativo no TB (KAUER-SANT ANNA, 2010). Segundo Magalhães, Fries e Kapczinski (2012) oxidação é quando ocorre perda de elétrons, uma substancia é chamada de pró-oxidante quando recebe elétrons e aquela que doa é chamada de antioxidante. O estado de estresse oxidativo é resultante de um desequilíbrio entre as moléculas pró-oxidantes e antioxidantes, comumente associado a danos celulares. (MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI, 2012). Há hipóteses de que a maior carga de estresse oxidativo, no TB, seja gerada por um distúrbio na função da mitocôndria. Estudos indicam que o dano oxidativo, no Transtorno Bipolar, é alto, além disso, os sistemas antioxidantes também parecem estar alterados, com aumento nos sistemas de glutationa e da superóxido dismutase (MAGALHÃES; FRIES; KAPCZINSKI, 2012). 4 CONCLUSÕES Estudos vigentes demostram que o Transtorno Bipolar está associado a um processo neurodegenerativo, presente no córtex pré-frontal, substância cinzenta, hipocampo, córtex do cíngulo, núcleo accumbens, como também redução de volume de células da glia e neurônios. Portanto, o TB se relaciona com déficit cognitivo e disfunção progressiva. Esse conhecimento pode acarretar em um tratamento mais eficaz, através da prevenção da deterioração progressiva, proporcionando para o paciente, uma melhor qualidade de vida. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA AMERIACA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: (DSM-5). 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. COORD. ORGANIZ. MUND. SAÚDE. Classificação de transtornos mentais e de comportamentos da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artmed, 1993.

CUNHA, A.B.M. Marcadores Biológicos nos Episódios Agudos do Transtorno de Humor Bipolar. 102f. Tese (Doutorado em Psiquiatria) apresentada a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. KAUER-SANT ANNA, M. Marcadores Biológicos no transtorno bipolar: dano neural progressivo. Neurociências - psicologias. São Paulo, v.6, n.4, out/dez 2010, p. 210-214. KAPCZINSKI, F....[ET AL.]. Bases Biológicas dos Transtornos Psiquiátricos: uma abordagem Translacional. 3 ed Porto Alegre: Artmed, 2011. VIEIRA, R. M; SOUZA D. O; KAPCZINSKI, F. Neurologia de células gliais em modelo de integração neurônio-glial no transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo, v.1, n.1, 2002, p. 197-203 Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19547/000333620.pdf;sequence=1> Acesso em: 8 maio 2016. MAGALHÃES, P. V. S; FRIES, G. R; KAPCZINSKI, F. Marcadores Periféricos e a fisiopatologia do transtorno bipolar. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo, 2012, p. 60-67. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v39n2/04.pdf> Acesso em: 8 maio 2016. PEREIRA, L. P. Transtorno Bipolar: características médico-clínicas das funções executivas. 2011. 86 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Sociais e Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Rio Grande do Sul, 2011.