TÍTULO: CONVIVENDO COM HIV DURANTE A GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO: DESVELANDO O CUIDADO DO ENFERMEIRO

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Transcrição:

TÍTULO: CONVIVENDO COM HIV DURANTE A GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO: DESVELANDO O CUIDADO DO ENFERMEIRO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: Enfermagem INSTITUIÇÃO(ÕES): FACULDADE SÃO SEBASTIÃO AUTOR(ES): ALICE SILVA PASSOS ORIENTADOR(ES): SORAYA EL HAKIM

RESUMO A AIDS (síndrome da imunodeficiência Humana Adquirida) apareceu aos anos oitenta, idade moderna, como uma doença grave e hoje considerada um dos mais graves problemas de saúde pública. A gestação em geral, repercute emocionalmente na mulher e, mais intensamente, quando associada a uma situação clínica comprometedora da saúde do filho, contudo o conjunto de expectativas com a maternidade gera uma condição existencial em que se pode imaginar a morte e ir além com pensamentos de possibilidade real podendo até ser compreendida como imediata, perda e frustração geram um resultado de ansiedade que pode desapontar a gestante emocionalmente desajustando sua realidade consigo. O projeto de pesquisa convivendo com o HIV durante a gestação, parto e puerpério: desvelando o cuidado do enfermeiro vem questionar os sentimentos das gestantes soropositivas para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) a respeito das questões como a maternidade, a infecção em si e ao bebê, incluindo todos seus medos e apoios familiares, assim buscar através de pesquisa teórica e de campo para se obter formas de cuidados e relacionamentos psicossociais tanto junto ao profissionais de saúde quanto aos familiares e sociedade. Palavras-chave: Gestantes; Portadoras; HIV/AIDS; Cuidado de enfermagem.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 4-5 1.1 CONTEXTO... 6 1.2 JUSTIFICATIVA... 6 1.3 PROBLEMA DE PESQUISA... 7 2 PERGUNTA (S) DE PESQUISA/OU HIPÓTESE (S) DE PESQUISA... 7 3 Objetivos Gerais... 7 3.1 Objetivos específicos... 7 4 MÉTODO DE PESQUISA... 7-8 4.1 Sujeito da pesquisa... 8 4.2 Cenário da pesquisa... 8 4.3 Procedimento para a coleta dos dados... 9 5 COMITÊ DE ÉTICA... 9-10 6 RESULTADOS... 10 6.1 CONSTRUÇÃO DAS CATEGORIAS... 10-11 7 ESPERADOS E APLICABILIDADE DA PESQUISA... 11 8 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO... 11 9 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 10 Cronograma

4 1. INTRODUÇÃO A infecção por HIV é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em relatório publicado em 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiam que, até o término de 2011, existiriam 34 milhões de portadoras do HIV no mundo. Neste contexto, a política de prevenção e atenção ao HIV/AIDS no Brasil é mundialmente reconhecida como uma das mais eficazes (UNAIDS, 2009). No que se refere ao tratamento dos pacientes soropositivos, a distribuição gratuita de medicamentos tem possibilitado uma maior sobrevida e uma melhor qualidade de vida. Em 2011, apesar do registro de 253.706 mil óbitos, a taxa de mortalidade, considerando-se o ano de 2002, quando era de 6,3 por 100 mil habitantes, sofreu uma redução de aproximadamente 12%, passando para 5,6 (BRASIL, 2012). Para a mulher, em geral, o ciclo gravídico configura uma experiência singular e complexa, permeada por vivencias ambivalentes, como alegria/tristeza, segurança/insegurança, amor/raiva, etc. (PICCININI, GOMES, MOREIRA & LOPES, 2004). Para as gestantes portadoras de HIV, essa ambivalência também se faz acompanhar de um estado de ansiedade e culpabilidade decorrente da possibilidade de contaminação do filho pela TV (transmissão vertical) (CARVALHO & PICCININI, 2006; RIGONI, PEREIRA, CARVALHO & PICCININI, 2008). O ministério da Saúde concentra seus esforços na aplicação do protocolo de profilaxia da transmissão vertical, ampliando a testagem anti-hiv no pré-natal e no pré-parto, bem como priorizando o atendimento de gestantes (BRASIL, 2006), com essas medidas contribuíram para diminuir as taxas de TV do vírus (SERRUYA, CECATTI & LAGO, 2004; SOUZA Jr., SZWARCWLD, BARBOSA, CARVALHO & CASTILHO, 2004), no entanto, há ainda muitas carências no sistema de saúde brasileiro em realizar exames anti-hiv no pré-natal (SERRUYA & COLS, 2004) e, muitas mães ainda fazem esse exame e/ou qualquer acompanhamento pré-natal (SZWARCWLD & SOUZA Jr., 2006). Hoje a prevalência da transmissão vertical de acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de detecção de gestantes com HIV no Brasil vem apresentando tendência de aumento nos últimos dez anos; considerando que em 2006 a taxa observada foi de 2,1 casos por 1.000 NV (nascidos vivos), em 2015, esse valor passou para 2,7, indicando um aumento de 28,6%.(BRASIL, 2016)

5 Estimativas apontam que, a cada ano, cerca de 17.200 gestantes são infectadas pelo HIV, fazendo com que a transmissão vertical seja responsável por praticamente todos os casos da infecção em crianças menores de 13 anos (BARCELLOS, C., ACOSTA L. M. W., LISBOA, E. P., BRITO, M. R. V, FLORES, R. 2006). Segundo o protocolo de recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia antirretroviral em gestantes publicado em 2010, informa que deve ser pautado nos direitos dos homens e mulheres decidirem de maneira livre e responsável sobre sua reprodução; ter acesso à informação e aos insumos necessários para o exercício saudável e seguro da reprodução e da sexualidade; ter controle sobre o próprio corpo; exercer a orientação sexual sem sofrer discriminação ou violência, entre outros. O exercício desses direitos deve ser garantido pelo Estado, promovendo espaços e possibilidade para que tais escolhas se realizem. O diagnóstico da infecção, muitas vezes, é acompanhado de transformações importantes na vivência da sexualidade e da relação sexual, requerendo um cuidadoso processo de avaliação das relações afetivas, dos desejos, do prazer e das relações sexuais na vida cotidiana. Os profissionais de saúde devem estar disponíveis para o diálogo com os usuários sobre a vida sexual, demandas reprodutivas e formas de proteção e prevenção viáveis. O desejo de ter filhos deve ser discutido nos atendimentos, visando proporcionar às pessoas informações sobre as formas mais seguras de concepção e sobre os cuidados necessários durante a gestação, o parto e o puerpério. Com o planejamento e acompanhamento adequados é possível à mulher soropositiva para o HIV ter uma gestação segura, com menor risco de TV do vírus (BRASIL, 2010).

6 1.1. CONTEXTO O projeto Convivendo com o HIV durante a gestação, parto e puerpério: desvelando o cuidado do enfermeiro busca expor a realidade da gestante portadora do vírus HIV tendo como foco a sua convivência com esse fator diante de si própria, enfatizando o sentimento que há relacionado à maternidade e a relação com o bebê, além do enfrentamento com a sociedade e familiares. Busca ainda, verificação referente aos profissionais de saúde na questão como lidam com a situação e se estão de fato preparados e capacitados para tal agravos. Por meio desse estudo poderemos apresentar métodos para bem utilizar a favor da educação e em prol da formação de cidadãos conscientes e capazes de mudar e revolucionar a educação e a sociedade. 1.2. JUSTIFICATIVA Justifica-se a realização dessa pesquisa a necessidade de estudar as gestantes que convivem com o HIV, levando em consideração sua vivência, seu cotidiano. Por outro lado, também, compreender como o enfermeiro vivencia o seu dia a dia no cuidado com essa mulher no processo da maternidade. O projeto visa ainda propor mudanças de ações para os profissionais se capacitarem em forma de comunicação e atendimento sendo objetiva, criativa e lúdica dentro do contexto que se fizer necessário. Dessa forma o projeto dará apoio para um cuidado mais efetivo, pois cada vez que estudamos o comportamento, a vivência, o fenômeno em questão desabrocha.

7 1.3. PROBLEMA DE PESQUISA Como relatado acima embora a transmissão vertical tenha diminuído é de suma importância estarmos estudando a questão do HIV no processo da maternidade e a relação do enfermeiro nessa situação, sendo assim algumas indagações surgem. De que forma as mulheres no processo da maternidade estão convivendo com HIV? Que experiência de vida essa mulher pode desvelar em relação à saúde? Como o enfermeiro vivencia em seu cotidiano esse cuidado? 2. PERGUNTA(S) DE PESQUISA / OU HIPÓTESE(S) DE PESQUISA De que forma as mulheres no processo da maternidade estão convivendo com HIV? Que experiência de vida essa mulher pode desvelar em relação à saúde? Como o enfermeiro vivencia em seu cotidiano esse cuidado? Nesse contexto utilizarei a pesquisa com referencial teórico e metodológico da fenomenologia, que não necessariamente terá uma hipótese do fenômeno desvelado. 3 OBJETIVOS GERAIS Compreender o significado da vivencia da mulher portadora de HIV no processo da maternidade e da saúde. 3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desvelar a experiência do profissional no cuidado com essa mulher portadora de HIV no processo maternidade. 4. MÉTODO DE PESQUISA 3.1 Trata-se de um estudo qualitativo fenomenológico, usando como referência a teoria de Rosemarie Rizzo Parse, Human Becoming, em tradução livre Torna-se humano. Esta teoria tem como premissa o processo do desenvolvimento humano. O que significa que as pessoas estão mudando constantemente e são coautoras de sua forma única de viver em um processo mútuo com outras pessoas e modelam suas vidas na medida em que ocorrem mudanças nos valores de suas

8 prioridades. (SOUZA, 2000). Nesse caso a mulher com relação a ela, com o filho e com o enfermeiro. No caso do enfermeiro, ele com o cuidado com a mulher portadora do HIV. Outra questão importante a ser ressaltada é que os fenômenos devem ser descritos e não explicados, onde a pesquisa só pode ocorrer através da linha metodologia de fenomenologia. Nesse sentido, a fenomenologia proporciona o saber e compreensão. (SILVIA; LOPES; DINIZ, 2006). A fenomenologia possibilita a investigação do cotidiano para explicar a realidade concreta, definida também como o estudo ou a ciência do fenômeno, aquilo que se mostra ou aparece. (DARTINGUES, 2005). O homem quando se relaciona com seu semelhante se dá conta dessa relação, dá o significado dessa existência e não discute simplesmente vivencia, nessa vivência compartilha com o outro as suas experiências e se situa no mundo. 4.1 Sujeito da pesquisa: Os sujeitos da pesquisa serão mulheres no processo da maternidade portadoras do HIV e enfermeiros que cuidam dessas mulheres. O número da amostra não será a priori estabelecida, pois a pesquisa qualitativa o número do sujeito é estabelecido no decorrer da entrevista, quando os objetivos são respondidos. Os sujeitos serão classificados com nome de flores. 4.2 Cenário da pesquisa A pesquisa será realizada no hospital, ambulatório de pré-natal, ou na visita domiciliar antes do parto e pós-parto. Em referência será realizada na cidade de São Sebastião-SP no hospital existente, Hospital de Clínicas de São Sebastião (HCSS) no setor de ginecologia e obstetrícia, por se tratar da única unidade hospitalar da cidade, onde são realizados todos os partos e atendimentos de intercorrências que ocorrem durante a gestação e puerpério, CEMIN Centro de Infectologia de São Sebastião localizado no bairro Topolândia, sendo este local para atendimento e acompanhamento de pessoas portadoras de doenças infecto contagiosas de toda a região, o local possui médicos e enfermeiros especializados e dispõe de sigilo absoluto, incluindo distribuição de medicamentos utilizados por estes.

9 4.3 Procedimento para a coleta dos dados Os depoimentos serão gravados no Minigravador De Voz Digital Dvr, de maneira individualmente em local sem ruídos e posteriormente transcritas, assegurando o registro e facilitando uma maior interação enfermeiro-paciente. Cada entrevistada recebeu um nome fictício de flores. O entrevistador, fundamentado na metodologia fenomenológica, deve apresentar algumas características peculiares, como a empatia e a intersubjetividade, buscando uma linguagem que seja a "fala originária" do pesquisado, não induzindo respostas, interrogando apenas o fenômeno, exercitando o "aprender a ouvir, ver mais e falar menos", lembrando em não interferir e não julgar (DARTIGUES, 2005). As questões norteadoras para responder aos objetivos são: 1º como é viver com HIV estando no processo da maternidade e da saúde? 2º como é para você enfermeiro cuidar no seu dia a dia de mulheres como HIV, estando no processo da maternidade? Os depoimentos serão transcritos na íntegra, evitando erros de entendimento ou omissões, respeitando a linguagem e a sequência dos fatos descritos, garantindo assim a fidelidade dos dados. Será feito um pré-teste antes de escolher as mulheres, o pré-teste servirá para corrigir algo que possa dar errado, como nitidez da voz, e validação da compreensão diante das perguntas. 5 COMITÊ DE ÉTICA O projeto da pesquisa será submetido ao Comitê de Ética da Universidade Cruzeiro do Sul de São Paulo e após a aprovação, seguindo os princípios da pesquisa, os dados serão coletados por meio de uma entrevista semiestruturada, conduzida por três perguntas norteadoras que serão gravadas. As transcrições realizadas e os TCLE (ANEXO A) serão guardados no período de 05 anos em lugar seguro e que garanta sigilo das informações. A identidade dos participantes será mantida em sigilo e não são relevantes para os resultados do estudo. (Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012). O risco mínimo está relacionado à possibilidade de constrangimento ao responder as perguntas; desconforto ao escutar a música; estresse; cansaço ao responder às perguntas. Caso ocorrer tais situações e a

10 mulher sentir a necessidade, os depoimentos irão ser interrompidos e a mesma será encaminhada ao setor de psicologia do serviço que já estará ciente para prestar atendimento à mulher. (Anexo A) 6. RESULTADOS 6.1 CONSTRUÇÃO DAS CATEGORIAS A construção das categorias será feita através da categorização após a leitura das falas das entrevistadas, esse processo será desenvolvido seguindo as dimensões da teoria de Rosemeire Parse, Tornar-se Humano, que são: Desvelando o significado, sincronizando ritmos e mobilizando a transcendência. 6.2 descrevendo as dimensões da teoria de PARSE: 6.2.1 Desvelando os significados através da explicação, atribuído pela pessoa que está vivendo a situação no momento. Esse pressuposto é construído através do que o ser entende e atribui como significado é formado de maneira singular e carrega experiências vivenciadas tendo relação entre o meio ambiente e o ser que nele habita. No caso dessa pesquisa será a mulher com o ambiente de sua casa, ambulatório e o hospital (PARSE, R. R., 2014) Nessa dimensão, o enfermeiro deve ter a sensibilidade para compreender o paciente e o significado por ele atribuído. 6.2.2 Sincronizar ritmos através do "residir com", A ritmicidade afirma que o ser humano se torna co-criador de padrões rítmicos de se relacionar no processo mútuo com o universo. Isso remete a sua interação com o ambiente e como ele dá o significado a isso, além de perceber de maneira única a situação em que vive e o quanto isso impacta em sua vida. Leva em consideração também o paradoxo. (PARSE, R. R., 2014)

11 6.2.3 Mobilizando a transcendência. Acontece no mover-se além do significado do momento para o que ainda não é, quando a enfermeira se relaciona com a pessoa no processo de visualizar as possibilidades, onde está diretamente ligado com o enfermeiro que guia a pessoa num movimento direcionado para os próprios objetivos, esperanças e sonhos individuais. Essa dimensão explica que o ser humano é constituído de maneira multidimensionalmente com possibilidades emergentes, ela refere-se a estender a mão e além dos limites que a definem e que é um ser constantemente transformação. (PARSE, R. R., 2014) 7. ESPERADOS E APLICABILIDADE DA PESQUISA Espera-se com a aquisição dos conhecimentos adquiridos através das pesquisas feitas durante o projeto, melhora a compreensão sobre a vivência da mulher com HIV e a relação do enfermeiro nesse processo de cuidar. 8. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Conclui-se a importância de explorar o conhecimento de como essas mulheres se sentem, convivem e forma de olhar de cada uma para o futuro, a visão do amanhã para elas. Aos profissionais a capacitação torna-se imprescindível, devido às inovações com o decorrer do tempo, sendo claro que é preciso ter conhecimento e clareza no dia a dia com todas elas, alem de seus parceiros e familiares.

9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CARTAXO, C. M. B., NASCIMENTO, C. A. D., DINIZ, C. M. M., et al., Gestantes portadoras de HIV/AIDS: aspectos psicológicos sobre a prevenção da transmissão vertical Estudos de psicologia, Rio Grande do Norte, v. 18, n 3, julset, p 419-427, 2013. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26128793002 GONÇALVES, T. R., PICCININI, C. A., Experiência da Maternidade no Contexto do HIV/Aids aos Três Meses de Vida do Bebê. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Rio Grande do Sul, 2008, Out-Dez, vol. 24, n 4, p. 459-470.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v24n4/09.pdf VIANA, R. B., FERREIRA, H. C., SANTOS, M. L. S. C., CABRITA, B. A. C., Vivências de gestantes soropositivas em relação à assistência de enfermagem: estudo descritivo Ciência, Cuidado e Saúde, v. 12, n 3, p. 550-557. Jul-Set, 2013. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/cienccuidsaude/article/viewfile/18903/pdf. COELHO, D. F., MOTTA, M. G. C., A compreensão do mundo vivido pelas gestantes portadoras do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Rev. Gaúcha Enf. Porto Alegre, v. 6, n 1, p. 31-41, abr., 2005. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/23534. ARAUJO, M. A. L., SILVEIRA, C. B., SILVEIRA, C. B., MELO, S. P., Vivências de gestantes e puérperas com o diagnóstico do HIV. Rev. Brasileira de Enfermagem. Brasília, 2008, set-out, v. 61, n 5, p 598-94. Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n5/a10v61n5.pdf. Ministério da saúde (BR). Recomendações para Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti-Retroviral em Gestantes. Series Manuais n 46, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/recomendacoes_profilaxia_hiv_antiretrovi ral_gestantes.pdf

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