Orientação Empreendedora e Capacidades Dinâmicas: um Estudo Quali-Quantitativo em Ambiente de Incubadora e Parque Tecnológico



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Transcrição:

Orientação Empreendedora e Capacidades Dinâmicas: um Estudo Quali-Quantitativo em Ambiente de Incubadora e Parque Tecnológico Autoria: Vilmar Antonio Gonçalves Tondolo, Rosana da Rosa Portella Tondolo, Maria Emília Camargo, Cláudia Cristina Bitencourt Resumo Este estudo tem como objetivo explorar o papel da orientação empreendedora nas capacidades dinâmicas e na capacidade inovativa das empresas em ambientes de incubadora e parque tecnológico. Para atender ao propósito foi realizado um estudo com abordagem qualiquantitativa. Como resultados principais podem ser destacados a aprendizagem e a trajetória como aspectos centrais para a orientação empreendedora. Foi possível identificar que as organizações com maiores níveis de orientação empreendedora apresentaram os maiores níveis de capacidades dinâmica e capacidade inovativa, destacando a interseção entre orientação empreendedora e capacidades dinâmicas. Também foi possível identificar a relação positiva e significativa entre os três construtos. Palavras-Chave: Orientação Empreendedora; Capacidades Dinâmicas; Capacidade Inovativa 1

INTRODUÇÃO Cada vez mais termos como empreendedorismo e inovação são destacados como fontes de competitividade para as organizações. Para tal, as organizações devem desenvolver capacidades para explorar oportunidades identificadas, transformando-as em produtos e serviços inovadores. Nesse sentido, a Orientação Empreendedora (OE) representa a atividade empreendedora das organizações na busca pela competividade, com objetivo de criar novas oportunidades e rompendo a inércia organizacional (De CLERCQ et al., 2013). Contudo, o empreendedorismo deve estar alinhado com a postura estratégica. Ou seja, não basta empreender, mas desenvolver ações e atitudes estratégias ao longo do tempo. Para Venkataraman e Sarasvathy (2005), o empreendedorismo enfoca a criação e a estratégia enfatiza como a vantagem é estabelecida e mantida, tendo com ponto de interseção a criação de valor. Assim, o empreendedorismo estratégico represente a atitude empreendedora com foco estratégico, aliando busca por novas oportunidades e vantagem competitiva (HITT et al., 2001). Burgelman (1984) já propunha o empreendedorismo corporativo um novo comportamento das empresas, considerando empreendedorismo e estratégia. Como destacam Stopford e Baden-fuller (1994), a literatura da estratégia identifica três tipos de empreendedorismo corporativo: a criação de novos negócios por uma organização já existente, a transformação ou renovação de uma organização e a alteração das regras de competição da indústria por uma empresa. Nesse sentido, a formação de novos negócios deve ser vista como um caso especial da gestão estratégica (CRISMAN; BAUERSCHMIDT; HOFER, 1998). Os mesmos autores também propõem que o desempenho de novos negócios é influenciado pelos recursos e estrutura, processos e sistemas organizacionais. Já para Hitt et al (2001), recursos, capacidades e a aprendizagem organizacional são domínios que envolvem tanto o empreendedorismo como a estratégia organizacional. Teece (2007; 2012), por sua vez, destaca o papel do empreendedorismo no desenvolvimento de capacidades organizacionais, bem como, a necessidade do desenvolvimento dessas capacidades, por meio das Capacidades Dinâmicas (CDs), para a exploração de novas oportunidades. Nesse contexto teórico este estudo tem como objetivo explorar o papel da orientação empreendedora nas capacidades dinâmicas e na capacidade inovativa das empresas em ambientes de incubadora e parque tecnológico. Para atender ao objetivo foi desenvolvida uma metodologia estudo multi métodos, com abordagem qualitativa e quantitativa. Além dessa seção introdutória este estudo está organizado nas seguintes seções: fundamentação teórica, procedimentos metodológicos, análise e discussão dos dados, considerações finais, referências e apêndice. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Orientação Empreendedora A lógica da formulação da estratégia preconizada por Mintzberg foi central para o desenvolvimento do construto OE (DESS; LUMPKIN, 2005a). Para os mesmos autores, o construto da OE é multidimensional, envolvendo elementos do processo da estratégia, tais como determinação, busca de oportunidades, assumir riscos, adaptação, barganha e planejamento. Nos últimos anos, a OE é pontuada como o principal construto na literatura do campo do empreendedorismo e da estratégia. As pesquisas em OE têm destacado principalmente os seguintes temas: fatores que predizem a OE; efeitos da OE sobre o desempenho da firma; elementos que moderam a relação entre OE e o desempenho da firma; e, acumulação do conhecimento (COVIN, GREEN e SLEVIN, 2006). Para os mesmos autores, Miller (1983) originalmente propôs que a OE era formada por três aspectos organizacionais: inovatividade, tomada de risco e proatividade. No entanto, outras abordagens de mensuração da OE foram 2

sendo sugeridas ao longo do tempo, tais como a abordagem proposta por Dess e Lumpkin (2005a), que reuniram esses elementos e agruparam mais dois novos. Para os autores a OE é formada por cinco dimensões: inovatividade, tomada de risco, proatividade, agressividade competitiva e autonomia. Lumpkin e Dess (1996), por sua vez, propõem que as dimensões da OE variam em função do contexto organizacional. A OE representa o processo do empreendedorismo, abarcando suas dimensões e atributos (DESS et al., 1999). Três abordagens podem ser utilizadas para operacionalizar a orientação estratégica da empresa: a percepção gerencial, o comportamento da firma e a alocação de recursos (LYON et al., 2000), cada qual possui vantagens e desvantagens que devem ser ponderadas pelo pesquisador. Nesse sentido, a OE possibilita avaliar o comportamento empreendedor da organização (LUMPKING; DESS, 1996). Miller (1983) originalmente propôs a OE composta por três dimensões: inovatividade, assumir riscos e proatividade, visando capturar e essência empreendedora das organizações (De CLERCQ et al., 2010; TAATILA; DOWN, 2012). A inovatividade mede a busca da organização pela inovação, via novas ideias, processos, produtos e serviços (LUMPKIN; DESS, 1996; FREITAS et al., 2012). Nesse sentido, a inovatividade refere-se à atitude inovadora das empresas (ALTINAY et al., 2012). Assumir riscos visa captar o quanto uma organização está disposta a arriscar por meio de investimentos a fim de obter os resultados esperados (LUMPKIN; DESS, 1996; FREITAS et al., 2012; ALTINAY et al., 2012). Já a proatividade refere-se ao quanto uma organização busca ser líder, descobrindo e explorando novas oportunidades (LUMPKIN; DESS, 1996), identificando e antecipando tendências (FREITAS et al., 2012). Dess e Lumpkin (2005b) destacam que a empresa que deseja consolidar o empreendedorismo corporativo, deve apresentar a OE. Nessa lógica, para os autores as dimensões da OE podem ser desenvolvidas na prática pelo empreendedorismo corporativo, como exemplo: (i) autonomia, encorajar a independência dos funcionários pela ação e a reorganização do trabalho, estimulando iniciativas empreendedoras; (ii) inovatividade, requer que a empresa desenvolva internamente a inovação; (iii) proatividade, introduzindo novos produtos ou tecnologias promovendo a competição, assim como buscando a oferta de novos produtos/serviços; (iv) agressividade competitiva, entrando drasticamente em mercados com baixos preços e copiando práticas e técnicas de competidores de sucesso, e; (v) tomada de risco, pesquisando e acessando fatores de risco para reduzir a incerteza e usando técnicas práticas que foram utilizadas em outros domínios. Lyon, Lumpking e Dess (2000) propõem uma abordagem contingencial, em que percepções gerenciais, comportamento da organização e alocação de recursos estão relacionadas ao desempenho, sendo impactadas por fatores ambientais e organizacionais. Já o empreendedorismo corporativo é visto pelos autores como uma opção que as empresas empregam para explorar novas oportunidades, para tal as empresas devem acessar e organizar recursos rapidamente. As organizações estabelecidas devem aprender a agir de forma empreendedora (COVIN; GREEN; SLEVIN, 2006). Já Zahra et al. (1999) destacam a relação entre desempenho organizacional e atividades empreendedoras como um caminho frutífero para novos estudos. Significativos insights podem ser obtidos na investigação da dinâmica entre internacionalização, empreendedorismo corporativo, desenvolvimento de novas competências e desempenho (DESS et al., 2003). De forma ampla, a relação entre OE e o despenho é sugerida tanto pelo campo do empreendedorismo como pelo campo da estratégia (WIKLUND; SHEPERD, 2005). Assim, demostrando a sintonia entre a OE e o campo de estudo da estratégia organizacional. Venkataraman e Sarasvathy (2005) destacam que a perspectiva do empreendedorismo provém diversas oportunidades de pesquisa no campo da estratégia. Em 3

particular, os autores pontuam a presença da VBR, sugerindo que não é apenas o acesso a recursos que reflete no desempenho das organizações, mas a sua forma de utilização. Nessa lógica, os autores indicam um caminho de investigação que clarifique os processos envolvidos na relação entre recursos e desempenho. Nesse aspecto, podem ser incluída também as CDs. 2.2 Capacidades Dinâmicas As Capacidades Dinâmicas referem-se a dois argumentos centrais. O primeiro ao papel da gestão em lidar com o ambiente competitivo. Já o segundo, ao caráter de contínua mudança no ambiente competitivo, requisitando esforço da gestão em lidar com essa mudança (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997). Portanto, a teoria das CDs defende que organizações obtém vantagem competitiva por meio do desenvolvimento contínuo de recursos e capacidades (MAKADOK, 2001). As CDs emergiram das abordagens teóricas sobre a exploração e desenvolvimento interno e externo de recursos e capacidades específicas da própria organização (PENROSE, 1962) e da ênfase no desenvolvimento de capacidades necessárias para adaptação contínua às mudanças no ambiente competitivo (HENDERSON, 1994; TEECE; 2007). Nesse sentido, as CDs passaram a reconhecer o papel da exploração e renovação do conjunto de recursos e das capacidades organizacionais ao longo do tempo. Assim, a teoria das CDs começou a reconhecer o papel da exploração do estoque atual de recursos e capacidades organizacionais, bem como, o próprio papel do empreendedorismo organizacional (TEECE, 2007; 2012). Um dos principais resultados das CDs é criar, renovar ou integrar recursos, ativos, capacidades, competências e rotinas, habilitando as organizações acompanharem as mudanças no ambiente competitivo. Nesse sentido, o desenvolvimento de capacidades como resultado das capacidades dinâmicas ao longo do tempo é frequentemente discutido e evidenciado na pesquisa empírica (WANG; AHMED, 2007, p. 40). Esse resultado é obtido por elementos, incluindo mecanismos de aprendizagem (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; EISENHARDT; MARTIN, 2000; ZOLLO; WINTER, 2002; TEECE, 2007; AMBROSINI; BOWMAN, 2009) tais como coordenação/integração, aprendizagem e reconfiguração/transformação. Além destes, há elementos que destacam as posições das organizações (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997; ZOTT, 2003). Esses elementos representam o comprometimento no desenvolvimento de ativos, tangíveis ou intangíveis (por exemplo, desenvolvimento de fornecedores e desenvolvimento de ativos dedicados). Há também elementos centrados na trajetória das organizações (TEECE; PISANO; SHUEN, 1997), destacando o papel da dependência da trajetória. Além disso, destacam-se dois processos centrais que descrevem o cerne das CDs, o sensing e o seizing. O sensing remete a identificação de uma oportunidade (HODGKINSON; HEALEY, 2011; TEECE, 2012), sendo definido como a habilidade da organização em detectar com exatidão mudanças em seu ambiente competitivo, incluindo mudanças potenciais na tecnologia, competição, clientes e regulação (HARRELD; O REILLY III; TUSHMAN, 2007, p. 24). Já o seizing remete ao conjunto de recursos e capacidades mobilizados para explorar a oportunidade identificada (HODGKINSON; HEALEY, 2011; TEECE, 2012), sendo a habilidade da organização em agir sobre essas oportunidades e ameaças, para ser capaz de aproveitá-las, reconfigurando os ativos tangíveis e intangíveis para enfrentar novos desafios (HARRELD; O REILLY III; TUSHMAN, 2007, p. 25). Nesse sentido, o sensing e o seizing remetem à logica empreendedorismo corporativo (HODGKINSON; HEALEY, 2011). A própria teoria das CDs reconhece o papel do empreendedorismo, em especial, como antecedente. Por exemplo, o reconhecimento, por parte dos gestores, de uma necessidade ou oportunidade a ser explorada (TEECE, 2012) e a gestão empreendedora (TEECE, 2007) destacam que as organizações devem estar reconhecer o ambiente externo, identificando 4

sinais e oportunidades a serem exploradas (ZAHRA; SAPIENZA; DAVIDSON, 2006). Nesse sentido, o empreendedorismo é central para que uma organização desenvolva CDs. (ZAHRA; SAPIENZA; DAVIDSON, 2006; TEECE, 2007; WANG; AHMED, 2007). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho teve como objetivo explorar o papel da orientação empreendedora nas capacidades dinâmicas e na capacidade inovativa das empresas em ambientes de incubadora e parque tecnológico. Para tal foi desenvolvido um estudo de caso exploratório com abordagem quali-qualitativa. O estudo foi desenvolvido em um parque tecnológico e em uma incubadora localizados no sul do Brasil. 3.1 Etapa Qualitativa A técnica de coleta de dados qualitativos utilizada foram as entrevistas semiestruturadas com gestores do Parque Tecnológico, Incubadora e empresas associadas ao parque e incubadas. Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas para posterior análise. Ao todo foram realizadas 7 (sete) entrevistas com duração média entre 50 a 90 minutos. O quadro 1 abaixo apresenta um sumário dos gestores entrevistados. Para preservar a exposição das informações pessoais dos gestores, um codinome foi atribuído a cada um deles. Codinome Experiência Área de atuação Tempo de atuação Categorização profissional da empresa da empresa Gestor Parque 12 anos Parque tecnológico 15 anos Associação Gestor Incubadora 15 anos Incubadora 14 anos Incubadora tecnológica Gestor marcas 7 anos Branding e 1 ano Incubada marketing Gestor software 10 anos Desenvolvimento 1 ano Incubada de software Gestor aferição 25 anos Aferição de 17 anos Graduada instrumentos associada Gestor cosméticos 30 anos Cosméticos e 6 anos Graduada cuidados pessoais associada Gestor peças 18 anos Peças de precisão 8 anos Graduada associada Quadro 1 Sumário das caraterísticas dos gestores e empresas Fonte: Dados da pesquisa Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo, inspirando-se em Flick (2004), Cooper e Schindler (2003), Bardin (1979), Mayring (2000) e Kelle (2000). Segundo Eisenhardt (1989), a análise dos dados é central para o desenvolvimento de teoria, sendo o mais desafiador e esquemático estágio da pesquisa. Em outras palavras, o desafio é fazer os dados gerarem senso (CRESWELL, 2003). As categorias de análise foram baseadas no referencial teórico, orientando a codificação inicial baseando-se em conceitos (GIBBS, 2009). Dessa forma as categorias de análise foram estruturadas em 2 grupos, a OE, formado pela categoria de análise busca de novas oportunidades; e o grupo das CDs, formado pelo sensing. Cabe destacar que a categoria, identificação, ou explorar novas oportunidades, se faz presente na OE e nas CDs, sendo uma interseção entre essas duas teorias, com base em autores, tais como Ambrosini e Bowman (2009) e Teece (2007; 2012). Destaca-se que, no aspecto referente à validação, houve a utilização de protocolos para o desenvolvimento e formalização do estudo de caso, que teve como base o referencial teórico previamente definido, e teve por objetivo uniformizar e sistematizar a tarefa de observação e análise, aumentando a confiabilidade do estudo (validade interna) (STAKE, 1998; YIN, 2001). Além disso, a análise foi operacionalizada por meio do software Nvivo. Quanto à 5

validade externa, acredita-se que seja possível adotar o método da generalização analítica (YIN, 2001), no qual uma teoria previamente desenvolvida serve de quadro de referência na comparação entre resultados empíricos obtidos. Portanto, sugerem-se novos estudos que possam avançar na discussão proposta neste momento. 3.2 Etapa Quantitativa A etapa quantitativa foi desenvolvida no período de agosto a setembro de 2013. Para coleta de dados foi utilizado questionário estruturado tipo Likert. As empresas alvo foram contatadas via telefone e questionadas do interesse em participar da pesquisa, em caso positivo, os questionários foram enviados por e-mail para o respondente. Em geral, o respondente era o proprietário ou executivo de nível estratégico. Ao total foram coletados 73 questionários. Sendo destes, 8 incubadas, abrangendo todas as empresas residentes na incubadora. Das empresas associadas foram coletados dados de 65 de 94, totalizando uma taxa de retorno de 69%. Cabe destacar que das 65 associadas 26 empresas são graduadas, ou seja, já foram residentes em incubadora tecnológica. Desta forma, os tipos de empresas pesquisadas serão denominadas de: associadas, graduadas e incubadas. O questionário foi composto por questões de (escala). O questionário de pesquisa contém 45 questões, sendo 7 de caracterização do respondente e da empresa e 38 perguntas fechadas composto por uma escala tipo Likert de 5 pontos (que tem em seus extremos as expressões discorda totalmente e concorda totalmente). Essas 26 questões visaram medir 3 construtos (Capacidades Dinâmicas; Orientação Empreendedora; e, Capacidade Inovativa). Para medir as CDs baseou-se no instrumento desenvolvido por Alsos et al. (2007; 2008) composto por 14 variáveis. Para medir OE foi utilizada neste estudo uma escala desenvolvida nos Estados Unidos (MILLER, 1983; NAMAN; SLEVIN, 1993) e validada no Brasil por Fernandes e Santos (2008) composta por 8 variáveis. Já para medir a Capacidade Inovativa (CI) foi utilizada a escala proposta por Wang e Ahmed (2004) e Huges e Morgan (2007), composta por 4 variáveis, a qual foi validade no Brasil por Rotta (2011). Após o período de coleta os dados foram tabulados e analisados com o auxílio do software SPSS versão 15.0. Para atender aos objetivos do estudo, as variáveis de cada construto foram centralizadas em uma variável com a média para cada construto. Dispondo dessa informação, foi realizada análise de conglomerados (Cluster Analysis), com o objetivo de classificar as empresas de acordo com o nível de OE. Como os dados da amostra como um todo não estão normalmente distribuídos, foi considerado o valor da mediana em alguns testes realizados. A análise de conglomerados visa reunir objetos, os quais são classificados de acordo com suas similaridades com os demais pertencentes aquele grupo (CORRAR; PAULO; DIAS, 2007). O grupo resultante desta classificação deverá apresentar elevado grau de homogeneidade interna e elevada heterogeneidade externa (CORRAR; PAULO; DIAS, 2007). A análise de conglomerados permitiu identificar 3 grupos distintos. O grupo 1 é formado pelas organizações com níveis baixos de OE, o grupo 2 é formado pelas organizações com nível intermediário de OE e o grupo 3 é formado pelas organizações com níveis elevados de OE. Para medir a semelhança entre os objetos, essa pesquisa utilizou-se da medida de distância, sendo adotada a distância euclidiana quadrada entre pontos. Assim, foi gerada uma matriz de proximidade entre as 73 organizações analisadas, a qual resultou nos três grupos. A partir dos resultados da análise de conglomerados, foi empregado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, o qual equivale ao teste paramétrico ANOVA. O teste de Kruskal-Wallis é utilizado com grupos independentes, e apresenta como critério analisar mais de dois grupos (HO, 2006). O teste de Kruskal-Wallis é um teste extremamente útil para decidir se k amostras independentes provêm de populações diferentes (SIEGEL; 6

CASTELLAN, 2006, p. 235). Este teste busca testar se há diferenças significantes entre os grupos, por isso testa a hipótese nula de que k amostras provêm da mesma população ou populações idênticas com a mesma mediana (SIEGEL; CASTELLAN, 2006). Este teste é utilizado com o objetivo de verificar se um dos grupos apresenta mediana diferente de pelo menos um dos demais grupos. Nesse sentido, o Kruskal-Wallis testa a hipótese H0: mediana do grupo A = mediana do grupo B, contra a hipótese H1: mediana do grupo A mediana do grupo B. No entanto, este teste não informa quais os grupos são diferentes, tampouco quantos grupos são diferentes (SIEGEL; CASTELLAN, 2006). Assim o teste foi utilizado com o objetivo de identificar se a mediana das variáveis OE, CD e CI apresentam diferenças entre os grupos. Como foram analisados 3 grupos, foi importante que se identificasse a diferença de mediana entre estes 3 grupos, ou seja, as combinações dos grupos 1, 2 e 3 deveriam apresentar medianas diferentes a um nível de significância de 0,10. A fim de identificar se os grupos 1, 2 e 3 apresentavam diferenças entre grupos foi realizado o teste não paramétrico de Wilcoxon-Mann-Whitney, o qual equivale ao teste paramétrico t de student. O teste de Wilcoxon-Mann-Whitney pode ser usado para testar se dois grupos independentes foram extraídos de uma mesma população (SIEGEL; CASTELLAN, 2006, p. 153). A hipótese testada por Wilcoxon-Mann-Whitney é que as medianas de dois grupos são iguais, ou seja, se a mediana do grupo A = mediana do grupo B (HO, 2006; GREEN; SALKIND; AKEY, 2000). Como este teste tem capacidade de comparar as medianas entre dois grupos, esta pesquisa realizou análises sucessivas, sendo comparadas as medianas das variáveis OE, CD e CI entre os grupos gerados pela análise de conglomerados Este teste foi aplicado com o objetivo de confirmar se os três grupos encontrados na análise de conglomerados eram diferentes a esse nível de significância, para os 3 construtos. Por fim, foi realizada a análise pelo coeficiente de correlação de Spearman. Este coeficiente de correlação pode ser utilizado quando pelo menos ambas variáveis são medidas em escala ordinal. O coeficiente mede a associação entre duas variáveis, similar a correlação de Pearson (SIEGEL; CASTELLAN, 2006). 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 4.1 Qualitativo A identificação de novas oportunidades é um dos aspectos centrais na Orientação Empreendedora. Tendo em vista a análise de conteúdo das entrevistas foi possível destacar os aspectos considerados pelas empresas. A aprendizagem foi destacada pelos gestores como um desses aspectos. Em outras palavras, as empresas aprendem a identificar oportunidades de mercado e necessidades dos clientes devido ao acumulo de conhecimento prático, como pode ser observado no seguinte relato Porque eu tive que correr atrás de tudo, fazer cursos, ver casos, analisar empresas que fazem isso, ver como é que elas se portam, e é um aprendizado constante (Gestor Marcas). Conhecer e explorar as competências da empresa também foi destacado como um aspecto importante na identificação de novas oportunidades, como segue: Primeira coisa, tu tens que saber em que ramo de negocio esta localizado, que atividade de negócio tu estas praticando. Dentro da tua atividade tem que verificar se tu tem qualificação para buscar alguma outra área, tem que ter a visão de enxergar o que o mercado esta buscando dentro do que tu pratica (Gestor Aferição). O constante monitoramento do mercado foi destacado como importante para a identificação de novas oportunidades. Para os gestores estar ciente das mudanças, do que está acontecendo no mercado é central, como segue: O mercado que a gente trabalha ele é um mercado muito rápido digamos assim, se falando de tecnologia, então para nós, nos enxergamos oportunidades do mercado sempre se mantendo atualizado, seja com cursos, com a própria formação, e acessando todas as mídias, mídias sociais, jornais e o que tem de (mídia de tecnologia) 7

que são os blogs, os portais digamos assim, o nosso mercado a gente vê como algo que se nos não nos mantermos atualizados, tanto nas novas tendências e novas tecnologias, não tem como continuar no mercado, a gente ganha mercado dessa forma (Gestor software). Em se tratando de Capacidades Dinâmicas, foi também possível identificar aspectos que dizem respeito ao sensing. Fui evidente que as empresas visam identificar oportunidades de melhoria, ou seja, desenvolver soluções que não são totalmente, ou são, parcialmente atendidas pelo mercado. Da mesma forma, buscam utilizar as competências já estabelecidas na empresa em novas oportunidades, como se destaca: Não, começou a mudar a partir do ano passado, na questão o nosso produto é serviço, não é física, é o serviço. Mas esse serviço ele é um serviço de (...) i, e a concorrência faz o mesmo serviço, só que o diferencial esta aonde? Na questão inovação. O meu concorrente ele faz o mesmo serviço, mas ele não foca a questão inovação como a nossa empresa propõem. O que é a inovação? É pesquisar em cima daquele serviço já realizado a melhoria que pode se conseguir. E foi em cima disso que a gente verificou que a (...), que é um escopo de trabalho muito amplo e abrange não só a parte de eficiência (...) (Gestor Aferição). De forma complementar o sensing também e executado buscando-se a ótica do cliente. As empresas visam compreender as necessidades dos clientes, para que novas oportunidades sejam identificadas e aproveitadas, como pode ser destacado: Eu busco vivenciando. Eu me coloco no lugar do cliente e do meu cliente, e do usuário final. É o usuário final que tu quer atender, então vou lá e me coloco no lugar do usuário final. Porque só assim que vou saber onde esta o problema e onde esta a vantagem. E se o publico final é empresas, eu vou e pesquiso, converso com empresas, enfim tenho que me colocar no lugar do usuário, é a única forma de saber 100% o que acontece (Gestor Marcas). A pesquisa qualitativa exploratória permitiu, de alguma forma, identificar uma relação entre aspetos da OE e das CDs em se tratando de identificação de oportunidades. Ou seja, as organizações empegam aspectos de ambos os construtos. 4.2 Quantitativo Considerando toda a amostra, a média de tempo de atuação é de 12,8 anos. As incubadas apresentaram uma média de tempo de atuação de 1,2 ano e as graduadas e associadas, respectivamente, 9,8 e 17,2 anos de atuação. Cabe destacar que já era esperado essa característica da amostra. Em se tratando de porte, considerando o número de atuantes nas empresas, incubadas, graduadas e associadas apresentaram respectivamente a média de 3,75, 15 e 87,5 funcionários. Assim como observado em relação ao tempo de atuação, também já era esperado esse tipo de característica da amostra em termos de número de funcionários. A mediana para o total da amostra em OE foi de 3,875. Considerando cada um dos tipos de empresas pesquisadas as associadas apresentou o valor mais elevado, 4,0, seguido respectivamente pelos tipos graduada, 3,875 e incubadas, 3,625. A pesquisa esperava encontrar um valor mais elevado para as empresas incubadas, no entanto, amostra apresentou que as empresas com mais tempo de atuação, no caso das associadas e das graduadas, possuem maior OE. Essa observação sugere que de alguma forma a trajetória e a experiência acumulada pelas empresas podem contribuir para a OE. O teste de Kruskal-Wallis foi executado com o objetivo de identificar se há diferença significativa entre os tipos de empresa. Os resultados da Tabela 1 apresentam que há diferença significativa entre os tipos de empresa. Nesse sentido, o tipo de empresa importa em se tratando de OE. Visando complementar a análise por tipo de empresa foi efetuado o teste Wilcoxon- Mann-Whitney, com nível de significância de 0,10. Como pode ser observado na Tabela 2, apenas na comparação dos tipos de empresa, graduada com associada, não apresentou diferença significativa em relação a OE. Nas demais comparações foram observadas diferença 8

significativa na OE, sempre em favor do tipo de empresa com mais tempo de atuação. Tal observação reforça o que foi identificado anteriormente a trajetória e a experiência acumulada podem contribuir para o nível de OE das empresas. Tabela 1: Teste de Kruskal Wallis por tipo de empresa OE CD CI Chi-Square 8,970 1,970 2,009 Df 2 2 2 Asymp. Sig. 0,011 0,373 0,366 Fonte: Dados da pesquisa A mediana para o total da amostra em CDs foi de 4,21. Considerando cada um dos tipos de empresas pesquisadas as associadas apresentaram o valor mais elevado, 4,29, seguido respectivamente pelos tipos graduada, 4,21 e incubadas, 3,79. A pesquisa esperava encontrar um valor mais elevado com as empresas com mais experiência no mercado, devido as CDs serem dependentes da trajetória das empresas. No entanto, como pode ser observado na Tabela 1, essas diferenças de níveis de CDs não são significativas. Tabela 2: Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney por tipo de empresa Ranks Graduada x Associada Média do Rank Soma dos Ranks Graduada x Incubada Média do Rank Soma dos Ranks Média do Rank Soma dos Ranks Associada N N x Incubada N OE Graduada 26 29,10 756,50 Graduada 26 19,29 501,50 Associada 39 26,65 1.039,50 Associada 39 35,60 1.388,50 Incubada 8 11,69 93,50 Incubada 8 11,06 88,50 Mann- Whitney U Total 65 Total 34 Total 47 Teste Estatístico OE OE OE 405,500 57,500 52,500 Wilcoxon W 756,500 93,500 88,500 Z -1,365-1,896-2,946 Asymp. Sig. (2- tailed) Fonte: Dados da pesquisa 0,172 0,058 0,003 Já a mediana para o total da amostra em CI foi de 4,75, Neste construto em específico, o tipo de empresa que apresentou o valor mais elevado formas empresas do tipo graduadas, 4,75. Seguidas pelas empresas associadas e incubadas, com os valores respectivos de 4,50 e 4,12. Assim como observado para as CDs, as diferenças dos níveis de CI não são significativas entre os tipos de empresa (ver Tabela 1). Mas, cabe destaca que o valor mais elevado apresentado pelas empresas graduadas, sugere de alguma forma, que o processo de incubação pode promover a capacidade inovativa nas empresas. A análise de conglomerados hierárquica pela variável média de OE sugeriu 3 grupos. O grupo 1, formado por 29 empresas, 6 incubadas, 10 graduadas e 13 associadas, apresentando as menores médias e medianas de OE, respectivamente 3,54 e 3,65. Dessa forma o grupo 1 será denominado de OE baixo. O grupo 2 é formado por 32 empresas, sendo 2 9

incubadas, 12 graduadas e 18 associadas, apresentando valores intermediários de OE para média e mediana, respectivamente, 4,01 e 4,0. Dessa forma o grupo será denominado de OE intermediária. Já o grupo 3 é formado por 12 empresas, das quais 4 são graduadas e 8 associadas. Não há incubadas neste grupo. O grupo 3 apresentou os valores mais elevados de média e mediada para a variável OE, respectivamente 4,6 para ambas. Dessa forma o grupo será denominado de OE elevado. Cabe destacar que o Kruskal-Wallis não identificou diferença significativa entre os grupos ao analisar tempo de atuação e tamanho da equipe. Por outro lado, o mesmo teste também foi executado para verificar se há diferenças significativas entre os grupos para os construtos OE, CDs e CI. Como pode ser observado na Tabela 3, foi identificado diferença significativa entre os grupos para os 3 construtos. Essa observação sugere que a OE tem efeito sobre as CDs e CI. Tabela 3: Teste de Kruskal Wallis por grupo OE CDs CI Chi-Square 47,453 57,389 9,008 Df 2 2 2 Asymp. Sig. 0,000 0,00 0,011 Fonte: Dados da pesquisa Visando complementar a análise por grupos, foi efetuado o teste Wilcoxon-Mann- Whitney. Como pode ser observado no Apêndice 1, foi identificada diferença significativas entre os 3 grupos para os construtos OE e CDs. Dessa forma, os resultados sugerem que, primeiro, os e grupos possuem níveis diferentes de OE. Segundo, os grupos também possuem níveis diferentes de CDs, indicando que o nível de OE das empresas também tem efeito no nível de CDs. Já para o construto CI, não foi identificada diferença significativa entre os grupos OE intermediário e OE baixo. Por outro lado, foram identificadas diferenças significativas entre o grupo OE elevado e os demais grupos. Tal observação implica que apenas os níveis mais elevados de OE geram efeito na capacidade inovativa das empresas. Em suma, o grupo com nível mais elevado de OE também foi o grupo com nível mais elevado de CDs e CI, respectivamente para os grupos OE intermediário e baixo. De alguma forma essa constatação instigou a necessidade de observar a correlação entre esses construtos. Como pode ser observado na Tabela 4, os três construtos apresentam correlações significativas. A correlação mais forte ocorre entre a OE e as CDs, seguido respectivamente pela correlação entre OE e CI e CDs e CI, sendo todas as correlações significativas. Tabela 4: Correlação de Spearman Correlação CI OE CD Spearman's rho CI Coeficiente de Correlação 1,000,460(**),382(**) Sig. (2-tailed). 0,000 0,001 N 73 73 73 OE Coeficiente de Correlação,460(**) 1,000,683(**) Sig. (2-tailed) 0,000. 0,000 N 73 73 73 CDs Coeficiente de Correlação,382(**),683(**) 1,000 Sig. (2-tailed) 0,001 0,000. N 73 73 73 **. Correlação é significativa ao nível de 0.01 (2-tailed). Fonte: Dados da pesquisa 10

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo foi explorar o papel da orientação empreendedora nas capacidades dinâmicas e na capacidade inovativa das empresas em ambientes de incubadora e parque tecnológico. Para atender ao objetivo desenvolvida uma metodologia estudo multi métodos, com abordagem qualitativa e quantitativa. Por meio da análise dos dados foi possível identificar a relação entre a OE e as CDs e a CI. Os resultados das análises qualitativa e quantitativa sugerem que a aprendizagem é um elemento central na OE. Esse aspecto foi declarado pelos entrevistados na etapa qualitativa. Já na etapa quantitativa, foi observado que as empesas com mais tempo de atuação e com maior tamanho apresentaram os mais elevados níveis de OE. Essa observação sugere que a OE é influenciada pela experiência das empresas. De forma complementar, a trajetória das organizações pode também influenciar o nível de OE das empresas. Uma vez que a aprendizagem é importante, e a aprendizagem é um processo acumulativo, a trajetória das empresas pode influenciar o estado atual das empresas em termos de OE. Além disso, em geral as empresas com mais tempo de atuação possuem mais estrutura em termos de recursos e capacidades. Essas observações vão ao encontro do que Lumpkin e Dess (1996), Lyon, Lumpkin e Dess (2000a;b) e Covin, Grenn e Slevin (2006) destacam, primeiro, que o contexto organizacional pode influenciar a OE, segundo, os recursos também são importantes na OE e, terceiro, as organizações devem aprender a atuar de forma empreendedora. As competências também foram destacadas pelos gestores na etapa qualitativa. Isso implica que a OE também é influenciada pelas habilidades desenvolvidas pelas empresas. Dessa observação pode ser destacado dois aspectos. Primeiro, novamente a trajetória das empresas pode ser sugerida como central para o nível de OE. Segundo, as CDs são citadas pela literatura como fontes de desenvolvimento de capacidades e habilidades. Nesse sentido, destaca-se a relação entre OE e CDs nas empresas pesquisadas. Nesse sentido este estudo colaborou com o que foi proposto por Dess et al. (2003), ao destacarem que competências e desempenho seriam pontos de investigação em pesquisa sobre OE. Complementando a relação entre OE e CDs, os aspectos monitoramento do mercado, sensing e seizing observados na etapa qualitativa também ressaltam a relação e complementariedade entre OE e CDs. Essa observação corrobora com estudos que sugeriram a intersecção entre OE e CDs, tais como (HODGKINSON; HEALEY, 2011; ZHARA; SAPIENZA; DAVIDSON, 2006) Na etapa quantitativa as evidências também sugerem a relação entre OE e CDs. Foi possível identificar diferenças significativas nos níveis de CDs para os grupos com níveis de OE mais elevados. Essa observação vai ao encontro da teoria, uma vez que é sugerido na literatura a OE como motivadora das CDs nas empresas. Dessa forma é possível destacar que a OE é essencial para o desenvolvimento de CDs e de CI nas empresas, como por exemplo destacam (TEECE, 2007;2012; WANG; AHMED, 2007). Nesse aspecto este estudo contribui com que Venkataraman e Sarasvathy (2005). Esses autores sugeriram que a importância de se investigar o papel dos recursos e das capacidades no empreendedorismo. Além disso, o coeficiente correlação de Spearman mostrou que os e construtos estão associados de significativamente e de forma positiva, complementando as análises realizadas anteriormente. Desta forma, quanto mais uma empresa desenvolve OE, maior é a possibilidade de a mesma desenvolver CDs e CI durante a sua trajetória. Desta forma as principais implicações teóricas do estudo foram, primeiro, identificar que a aprendizagem e as capacidades são centrais para a OE. Isso sugere que o empreendedorismo é um processo, que é aprendido ao longo do tempo, sendo desenvolvido ao longo da trajetória das organizações. Segundo, os recursos e das capacidades são importantes para o desenvolvimento da OE. Terceiro, este estudo observou a interseção entre OE e CD representada pelo sensing e seizing, sugerindo a ação conjunta de monitorar o 11

mercado para identificar novas oportunidades e o desenvolvimento de recursos e de capacidades para a organização se tornar capaz de explorar essas oportunidades. Já a quarta implicação se refere a relação entre OE e CDs identificada neste estudo, colaborando com estudos anteriores que sugerem a OE como motivados das CDs. Em se tratando de implicações gerenciais esse estudo identificou a importância de desenvolver capacidades para empreender, ou seja, o empreendedorismo pode ser visto como algo que as empresas aprendem, desenvolvem ao longo de suas trajetórias e não algo que a empresa possua. Nesse sentido, investimentos em capacitação de pessoal, em monitoramento do mercado, desenvolvimento de parcerias para compartilhar conhecimentos e capacidades não importantes na prática das empresas. Destaca-se também que as incubadoras e parques tecnológicos devem servir como agentes de desenvolvimento de inovação, mas também, de desenvolvimento de capacidades nas organizações. Também pode ser destacado o papel da orientação empreendedora nas capacidades dinâmicas e na capacidade inovativa das organizações. Nesse sentido, os gestores devem estar atentos à necessidade de capacitar as organizações para empreender e gerar inovação. Duas observações em específico sugerem a necessidade de estudos futuros. Destaca-se o papel da experiência e da trajetória das organizações nas CDs. Este estudo encontrou algum efeito, mas não conclusivo ou significativo. Então estudos futuros que possam clarificar a relação entre trajetória da organização e nível mais elevado de CDs seria útil para clarificar essa argumentação teórica. Da mesma forma, são necessários estudos adicionais investigando a influência do período de incubação na capacidade inovativa das organizações. Mesmo este estudo sendo multi método (qualitativo e quantitativo) algumas limitações, tais como o tamanho da amostra e a ausência de normalidade dos dados limitaram uso de técnicas paramétricas de análise que poderiam auxiliar a compreensão dos dados, mas que de forma geral, não inviabilizam o estudo. REFERÊNCIAS ALTINAY, L. et al. The influence of family tradition and psychological traits on entrepreneurial intention. International Journal of Hospitality Management. V. 31, n. 2, p. 489-499, 2012 ALSOS, G. et al. The dynamic capability concept and its operationalization. Proceedings of The Babson College Entrepreneurship Research Conference at IE Business School, held on 7 9 June in Madrid, Spain, 2007.. Dynamic Capabilities Conceptualization and Operationalization. Proceedings of The Academy of Management Conference, Anaheim, USA, August 8-13, 2008. AMBROSINI, V.; BOWMAN, C. What are dynamic capabilities and are they a useful construct in strategic management? International Journal of Management Reviews, v. 11, n.1, p. 29 49, 2009. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979. BURGELMAN, R. A. Designs for corporate entrepreneurship for established firms. California Management Review. V. 26. N. 3, 1984, p. 154-166. COOPER, D. R.; SCHINDLER, P. S. Business Research Methods. 8 ed. McGraw-Hill: New York, 2003. CORRAR, L.J.; PAULO, E.; DIAS FILHO, J.M. Análise Multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. São Paulo: Atlas, 2007. COVIN, J. G.; SLEVIN, D.P. The enprepreneurial imperatives of strategic leadership. In: HITT, M.; et al. (Edits) Strategic entrepreneurship: creating a new mindset. 3. Ed. 2006, p. 309-327. 12

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Apêndice 1 Ranks Conglomerados N Média do Rank Soma dos Ranks X_OE OE Baixo 29 18,72 543,00 OE Intermediário 32 42,13 1.348,00 Total 61 X_CD_TT OE Baixo 29 15,17 440,00 OE Intermediário 32 45,34 1.451,00 Total 61 X_CI OE Baixo 29 27,45 796,00 OE Intermediário 32 34,22 1.095,00 Total 61 Teste Estatístico X_OE X_CD_TT X_CI Mann-Whitney U 108,000 5,000 361,000 Wilcoxon W 543,000 440,000 796,000 Z -5,172-6,640-1,532 Asymp. Sig. (2-tailed) 0,000 0,000 0,125 Ranks Conglomerados N Média do Rank Soma dos Ranks X_OE OE Baixo 29 15,00 435,00 OE Elevado 12 35,50 426,00 Total 41 X_CD_TT OE Baixo 29 15,00 435,00 OE Elevado 12 35,50 426,00 Total 41 X_CI OE Baixo 29 17,83 517,00 OE Elevado 12 28,67 344,00 Total 41 Teste Estatístico X_OE X_CD_TT X_CI Mann-Whitney U 0,000 0,000 82,000 Wilcoxon W 435,000 435,000 517,000 Z -5,016-5,000-2,752 Asymp. Sig. (2-tailed) 0,000 0,000 0,006 Exact Sig. [2*(1-tailed Sig.)],000(a),000(a),007(a) Ranks Conglomerados N Média do Rank Soma dos Ranks X_OE OE Intermediário 32 16,81 538,00 OE Elevado 12 37,67 452,00 Total 44 X_CD_TT OE Intermediário 32 17,63 564,00 OE Elevado 12 35,50 426,00 Total 44 X_CI OE Intermediário 32 20,02 640,50 OE Elevado 12 29,13 349,50 Total 44 Continua 15

Teste Estatístico X_OE X_CD_TT X_CI Mann-Whitney U 10,000 36,000 112,500 Wilcoxon W 538,000 564,000 640,500 Z -4,830-4,129-2,214 Asymp. Sig. (2-tailed) 0,000 0,000 0,027 Exact Sig. [2*(1-tailed Sig.)],000(a),000(a),035(a) i Para preservar a estratégia da empresa os serviços, atual e identificado, foram suprimidos do relato. 16