Título: Até que ponto a Educação de Jovens e Adultos e a Educação do Campo representam Políticas de Inclusão Social?

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Transcrição:

II Seminário Local de Pesquisa OBEDUC/CAPES-INEP-PPGE/UFES I Seminário PIBID/UFES/ARTES/INGLÊS DIÁLOGOS ENTRE LINGUAGENS PESQUISAS E PRÁTICASCONTEMPORÂNEAS NA EDUCAÇÃO Eixo 1 - Diversidade na EJA Título: Até que ponto a Educação de Jovens e Adultos e a Educação do Campo representam Políticas de Inclusão Social? Iraldirene Ricardo de Oliveira, Milson Lopes de Oliveira, Walkyria Barcelos Sperandio

Cenário brasileiro Analfabetismo: 14 milhões de analfabetos (IBGE 2010) Problema rural e urbano (FERRARI, 2009) Jovens e adultos (juventude rural) Exclusão social Exclusão Escolar Produto de relações de poder desiguais (Santos, 2003) Vai da esfera produtiva até a cidadania (Bonetti, 1997) A escola reproduz e reforça as relações existentes na sociedade (Peregrino, 2005) Há carência de processos de formação para romper com o caminho da exclusão social (Moll, 2003)

Educação de Jovens e Adultos e Educação do Campo Peculiaridades Realidade vivenciada e origem Sonhos, ideais e perspectivas Metodologia de Ensino Formação inicial e continuada dos docentes Políticas de acesso e permanência na Escola Democratização do acesso às informações/bens culturais Participação ativa dos sujeitos na Escola Interação da Escola com a vida e cultura dos sujeitos Currículo dialógico

Objetivo: Estimular a reflexão sobre a abordagem da EJA e da Educação do Campo a partir de um recorte histórico, considerando seu significado, concepções e expectativas enquanto políticas públicas de inclusão social.

Educação de Jovens e Adultos no Brasil Programas de massa (metade do século XX) Tendência reparadora, equalizadora e qualificadora Marco Legal: CF (art. 205/208) - LDBEN (art. 37/38) Identidade peculiar da EJA (Resolução CNE/CEB 01/2000) Perfil dos estudantes, faixa etária, equidade e diferença Proporcionalidade e modelo pedagógico próprio Princípios pedagógicos Identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinaridade e contextualização PROEJA (Decretos 5.478/2005 e 5.840/2006) Altos índices de evasão!?.

Educação do Campo no Brasil Concepção: Educação Rural Marco Legal: CF, art. 205/206 - LDBEN - Parecer 36/2001 Resolução CNE/CEB 1/2002 (Institui Diretrizes Operacionais) Exclusão política, cultural, social e econômica do sistema produtivo e do acesso e permanência na escola Expectativa: Educação pautada na cidadania Projeto educacional Não ao reducionismo (CALDART, 2004) Valorização dos saberes, ritmos, sazonalidade e pluralidade sociocultural dos sujeitos Foco na identidade cultural do povo/campo (MARTINS, 2009) Isento de práticas discriminatórias

Educação como Política Social A Política Social visa a redução das desigualdades A Escola não é apolítica (política-educativa) Relação dialógica entre Política Social e Educação EJA: Articulação entre Educação Básica e mundo do trabalho Fosso entre demanda social e oferta de oportunidades Minimização da evasão escolar com a readequação da oferta (OLIVEIRA, 2011) Educação do Campo: O papel dos movimentos sociais Adequação às especificidades e peculiaridades do campo

Considerações Finais O campo tem sido considerado como subdesenvolvido Necessidade de readequação da política educacional oferecida no campo para um novo perfil do trabalhador A EJA deve ser uma política social e não um programa As estatísticas revelam apenas a face escolar da EJA, sem tratar de outras dimensões: formação e (re)qualificação para o trabalho; educação cidadã, ambiental, para a saúde, expressões culturais, etc. A escola precisa deixar de ser... uma espécie de terra prometida, sempre igual no horizonte, que recua à medida que nos aproximamos dela (Bourdieu, 1997, p. 483).

"Quando o homem compreende a sua realidade pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode criar um mundo próprio, seu Eu e as suas circunstâncias. (FREIRE, 2010) Muito Obrigado! milsonlo@ifes.edu.br

Referências BONETTI, L. W. (coord.). Educação, exclusão e cidadania. Ijui: Unijui, 1997. BOURDIEU, P. A miséria do mundo. Rio de Janeiro: Vozes, 1997. CALDART, R. Elementos para construção do Projeto Político e Pedagógico da Educação do Campo. In: MOLINA, M. & JESUS, S. (orgs.). Contribuições para a Construção de um projeto de Educação do Campo. Brasília: INCRA/MDA, 2004. p. 13-52. (Coleção por uma Educação do Campo nº 5). FERRARI, A. R. História inacabada do analfabetismo no Brasil. São Paulo: Cortez Editora, 2009. (Biblioteca Básica da História da Educação Brasileira). MOLL, J. A escola, a comunidade, a cidade: reinventar espaços para ressignificar a vida. In. Saberes e Fazeres Educativos. Prefeitura Municipal de Getulio Vargas, v. 2, n. 1, p. 22-25, junho 2003. OLIVEIRA, I. R. A evasão no Proeja ministrado pelo Instituto Federal do Espírito Santo campus Santa Teresa. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2011. PEREGRINO, M. Desigualdade numa escola em mudança: trajetórias e embates na escolarização pública de jovens pobres. 2005. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2005. SANTOS. R. B. dos. Alfabetização de jovens e adultos nos acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Baixada Fluminense. 2003. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.