A COMPETITIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA



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Transcrição:

A COMPETITIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA Fábio Müller Guerrini Sami Antônio Tauk (Crea) José Benedito Sacomano Abstract This paper discuss how competitive are the brazilian civil construction companies and their relationship with globalization process. Two cases are presented about competitive brazilian companies and two cases about inovation process. Keywords: globalization, competitive, inovation 1. A COMPETITIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA E SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO Durante um certo período, acreditou-se que a construção civil pudesse fugir do processo de globalização, pois é forte e a concorrência não parecia indicar a necessidade da presença do capital estrangeiro. Entretanto, a presença do capital estrangeiro já começou a surgir, mediante a parcerias entre empresas nacionais e estrangeiras. [OESP, 1996] A globalização do setor da construção pode assumir três formas: investimentos diretos na habitação, ajuda técnica, participação na comercialização e participação do capital estrangeiro para aumentar a capacidade financeira das empresas a que se associar. Através dessas parcerias seria possível introduzir inovações tecnológicas e o custo da construção pode diminuir. Um problema apontado, é que talvez as novas técnicas reduzam a mão-de-obra não qualificada que ainda é assimilada pelo setor. Mas esta é uma tendência mundial em todos os setores industriais.[oesp, 1996] Segundo CAMPO (1996), alguns fatos demonstram que o movimento de globalização chegou ao Brasil:

A multinacional DuPont anunciou em 1996 a sua entrada no ramo de construção imobiliária como fornecedora de materiais e produtos, dentro de uma perspectiva de crescimento estimada em 15 % a 20 % ao ano. Ela está fechando parcerias com diversas empresas e a primeira é a Tecnun, para quem vai fornecer os seus produtos. A James Andrew International, uma poderosa consultoria imobiliária inglesa, com escritórios em cinco cidades do mundo, abriu um escritório também em São Paulo. A Turner Construction Company, uma das maiores construtoras dos Estados Unidos, com carteira de obras no mundo avaliada em US$ 3 bilhões, criou com a incorporadora Birmann - especializada em escritórios para fundos de pensão, bancos, seguradoras e multinacionais - em 1994, uma parceria, a Turner Brasil, e outra para atuar na América Latina. As construtoras brasileiras têm buscado no Exterior a eficiência que não conseguiram nos últimos anos no Brasil com a intenção de racionalizar custos e melhorar a produtividade. Apesar de todos os problemas apresentados na dimensão sistêmica da construção civil, os produtos finais gerados pela construção civil brasileira em alguns subsetores, são padrões mundialmente reconhecidos que estão situados, principalmente, na construção pesada (usinas hidrelétricas, barragens, portos e aeroportos internacionais, rodovias e ferrovias, túneis e complexos industriais).[martucci, 1990] Algumas empresas têm se destacado também no subsetor de edificações, buscando e implementando inovações gerenciais e tecnológicas, firmando-se como um paradigma no setor. 1.1. DUAS EMPRESAS DE PADRÃO MUNDIAL: ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ A Odebrecht, que atua há cinco anos na Florida através de sua filial Odebrecht Contractors of Florida (OFL), com realização de obras de US$ 500 milhões, construiu em 1992 a extensão da linha do Metromover (metrô sobre pneus) em Miami. Em 1995 e 1996 respectivamente, a concorrência para os dois maiores contratos dos últimos dez anos no Estado da Flórida: as obras de ampliação do aeroporto de Miami e a liderança do consórcio para a construção da linha para o primeiro trem bala dos EUA ligando Pensacola à Miami. A OFL é considerada, atualmente (1996), a maior construtora do Estado da Flórida. Um outro exemplo de padrão mundial é a construtora Andrade Gutierrez, eleita a melhor construtora da Flórida em 1995. Em 1990 a Andrade Gutierrez decidiu abrir uma filial em Miami para expandir-se internacionalmente. A localização em Miami foi escolhida por estar próxima ao Caribe e ao México e tornar possível a expansão para Europa, Ásia, África e Anerica Latina. [SANCHEZ, Miami Today, 20/ 7/ 1995] Esses dois exemplos são explícitos para suportar a afirmação de que o Brasil, através de suas empresas de construção civil de grande porte, é competitivo nos mercados do Primeiro Mundo.

1.2..DUAS EMPRESAS INOVADORAS: MÉTODO E ENCOL A Encol inovou em todas as áreas relativas ao subsetor de edificações: pesquisa, projeto, processos de execução e mão-de-obra. Segundo KRÜGER (p.70-81, 1996), a Encol implantou alguns parâmetros para o seu Sistema de Qualidade : Projeto: normas de projeto, coordenação de projetos, análise crítica de anteprojeto, projetos de produção, qualificação de projetistas e controle de projetos. Suprimentos: normas de materiais, controle da quantidade de materiais e qualificação de fornecedores. Execução: normas de execução, planejamento de produção, procedimentos de execução, programação de serviços, controle de qualidade de execução e centros de produção. Uso e manutenção: manuais de uso e manutenção, assistência técnica e retroalimentação. Recursos humanos: treinamento, modificação e conscientização para a qualidade. Organização: estrutura, normalização interna. A estrutura organizacional obedece às seguintes características: Modelo matricial de administração da produção (que será discutido mais adiante): facilitando o compartilhamento de recursos em obras, mão-de-obra para produção e para fabricação de componentes, equipamentos e ferramentas, planejamento integrado de obras e serviços, conceito de linha de produção e adequação a diferentes ritmos de obras. Internamente à estrutura matricial de administração encontra-se o ADPRO (responsável pela administração dos centros de produção) e o ADCON (responsável pela administração da obra. Dessa maneira, o processo produtivo da Encol subdivide-se em: elaboração do projeto do produto, elaboração do projeto de produção. A produção, propriamente dita, é dividida em produção que ocorre nas fábricas (componentes e produção que ocorre no canteiro). Planejamento integrado: procura minimizar descontinuidades na demanda e o melhor aproveitamento da padronização tecnológica desenvolvida na empresa. É feito em três níveis: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional. Qualidade: é realizada uma avaliação de protótipos, realização de pré-montagens nas unidades centrais, qualificação dos subempreiteiros e controle do produto final. A Encol utiliza alguns indicadores para indicar a qualidade dos serviços em projetos arquitetônicos, projetos de instalações e projetos estruturais, produtividade global, custo de materiais e indicadores baseados em auditorias de qualidade.[krüger, 1996] Em agosto de 1996, implantou-se um programa de restruturação Encol, que em 1994 chegou a faturar US$ 1,2 bilhão, criando uma empresa para gerir créditos e débitos e administrar uma dívida de R$ 438,4 milhões. A meta era entregar até o final de 1996, 80 prédios e em 1997 mais 130. As 65 filiais da Encol foram reduzidas a 58 e a meta é encerrar o ano de 1998 com 30, concentrando a sua atuação em estados e praças com maior liquidez e maior potencial. [DANTAS,OESP, 1996]

Tais medidas demonstram flexibilidade da empresa em se reposicionar no mercado em função de uma séria crise financeira que a empresa atravessa. Entretanto, tal crise não tira o mérito da Encol de ter estabelecido novos princípios de produção para o setor. A construtora Método Engenharia inovou a organização do trabalho no setor adotando o conceito do operário multifuncional, originário do JIT e os processos produtivos em âmbito geral. É uma das primeiras construtoras brasileiras a possuir parcerias com grupos canadenses e americanos. Quem não se atualizar e não tiver um padrão globalizado perderá competitividade e será excluído do mercado afirma um dos presidentes da Método, Luís Faroni. Segundo ele, as parcerias são uma tendência irreversível e estão levando os canteiros de obra a padrões industriais de execução, ajudando a evitar o desperdício racionalizar o trabalho e diminuir o tempo de construção.[campo, 1996] Segundo ROSSETTO (1996) as duas empresas estão utilizando ou já utilizaram redes estratégicas para o desenvolvimento de tecnologias para melhoria do processo produtivo. As redes servem para prover o padrão total das inter-relações entre um aglomerado de organizações que se entrelaçam num sistema social para atingir metas coletivas e de autointeresse, ou para solucionar problemas específicos numa população alvo [HALL apud ROSSETTO, 1996]. As redes nas quais a Encol e a Método participam são: Encol S.A Indústria e Comércio e Universidade de São Paulo: pesquisa em concreto, alvenaria, revestimento, alvenaria armada e madeiras ; vídeos de treinamento para a capacitação de seus empregados; Encol S.A Indústria e Comércio e Universidade Federal de São Carlos: pesquisas sobre conforto ambiental; Encol S.A Indústria e Comércio e Universidade Federal de Minas Gerais: aproveitamento de resíduos; Encol S.A Indústria e Comércio e Instituto de Pesquisas Tecnológicas: pesquisa sobre madeiras finas, tintas e impermeabilização; Encol S.A Indústria e Comércio e Universidade de Brasília: análise da ação do vento nas estruturas, controle de qualidade de materiais de instalações; Método Engenharia e Instituições de Ensino Estrangeiras: treinamento de executivos; Método Engenharia e Fundação Vanzolini (Escola Politécnica - USP): treinamento de engenheiros civis em Engenharia de Produção. São encontrados nessas duas empresas inovadoras, elementos de organização e administração de produção originários do setor metal-mecânico Portanto, é possível organizar a produção na construção civil dentro de princípios pós-fordistas de produção também no Brasil. Tudo

depende da escala de produção e da competência para envolver a empresa como um todo no processo. 1.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção civil brasileira é capaz de tornar-se competitiva quando o mercado e a segmentação impõem tal perspectiva. O relacionamento do setor com o processo de globalização vem mostrando evidências da competência das grandes empresas de construção civil brasileiras e as inovações no segmento das edificações introduzidas basicamente pela Método Engenharia e a Encol tendem são um paradigma de mudança. Bibliografia BARROS, J.P. (1996). Estratégia de produção e a construção de edificações. In: XVI NATIONAL CONGRESS OF PRODUCTION ENGINEERING, Piracicaba, BR, 1996. Anais. Piracicaba, CD-ROM. CAMPO, S.(1996) Encol busca fórmula de saneamento financeiro, Estado de São Paulo, São Paulo, 26 ago. Economia, p. B8. CAMPO, S.(1996) Construção civil atrai investimento externo, Estado de São Paulo, São Paulo, 05 ago. Economia, p. B1. A CONSTRUÇÃO civil e a globalização (1996), Estado de São Paulo, São Paulo, 05 ago., p. A3. DANTAS, V.(1996). Atraso é o maior problema das construtoras, Estado de São Paulo, São Paulo, 26 ago. Economia, p. B4. KRÜGER, P. (1996). Mudança paradigmática da construção civil: um estudo de caso. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. MARTUCCI, R.(1990) Projeto tecnológico de edificações, São Paulo. Tese (Doutorado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. NASCIMENTO, A ; MACEDO-SOARES, T. (1996)..A competitividade no setor de construção, Piracicaba In: XVI NATIONAL CONGRESS OF PRODUCTION ENGINEERING, Piracicaba, BR, 1996. Anais. Piracicaba, CD-ROM. ROSSETTO, C. (1996) A competitividade organizacional através de redes estratégicas: um estudo exploratório em empresas de construção civil In: XVI NATIONAL CONGRESS OF PRODUCTION ENGINEERING, Piracicaba, BR, 1996. Anais. Piracicaba, v. 3.