Regulação em Projetos Transnacionais de Infraestrutura Aspectos Econômicos. Arthur Barrionuevo FGV - Escolas de Administração e Direito
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- Gabriela Coradelli Pereira
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1 Regulação em Projetos Transnacionais de Infraestrutura Aspectos Econômicos Arthur Barrionuevo FGV - Escolas de Administração e Direito
2 Introdução Infraestrutura Características da Infraestrutura Projetos Transnacionais de Infraestrutura Risco do Investimento Privado Arbitragem e Agências Internacionais
3 Infraestrutura Infraestrutura é a espinha dorsal da atividade econômica e da competitividade e as exigências para a sua expansão são crescentes em escala global. Os países menos desenvolvidos têm sido incapazes de garantir o investimento necessário para criar instalações e serviços de infraestrutura suficientes. Na América Latina e no Caribe, o deficit de financiamento é grande. A região investe atualmente, em média, menos de 2% do PIB em infraestrutura por ano, enquanto alguns estimam que seria necessário investir de 3 a 6% do PIB (Omura, 2006; Fay e Morrison, 2007 apud WIR, 2008). Houve uma mudança fundamental no papel do Estado em setores de infraestrutura em todo o mundo, os governos permitiram muito maior envolvimento do setor privado - incluindo as empresas transnacionais - no seu financiamento, investimento, propriedade e gestão.
4 Características da Infraestrutura Definido pela tecnologia e regulamentação, cada setor de infraestrutura inclui segmentos potencialmente competitivos e não competitivos. Essas redes são muito intensivas em capital e envolvem grandes custos fixos e ativos que não tem uso para outros fins (sunk costs). Apesar da expansão do setor privado, o papel do Estado em infraestrutura permanece crítico, assumindo várias funções em setores de infraestrutura: como investidor, cliente, regulador e mediador (Doh e Ramamurti, 2003).
5 Investimento em Infraestrutura Atividades de infraestrutura são muitas vezes consideradas por investidores e operadores como empresas de alto risco, especialmente os realizados em economias em desenvolvimento. Alguns destes riscos são comuns a todos os tipos de projetos de infraestrutura, enquanto outros pertencem a um setor específico. Os riscos a partir da perspectiva corporativa incluem: Incerteza de retorno sobre o investimento em infraestrutura, Risco político (por exemplo, os governos renegar contratos, protestos populares contra empresas privadas ou estrangeiras) e Capacidade de pagar dos usuários.
6 Características dos Projetos Transnacionais de Infraestrutura Projetos Transnacionais de Infraestrutura (PTI) São projetos de infraestruturas localizadas em dois ou mais países. Benefícios destes projetos decorrem principalmente de comércio de commodities e/ou a prestação de serviços em vários países. Benefícios e os custos desses projetos são assimetricamente distribuídos entre os países e suas populações. Um país individual não pode, sozinho, construir esses projetos, devido à Restrições legais; O custo fixo é alto para um único país. Sob esta perspectiva parceiros devem concordar com um mecanismo para compartilhamento de custos, mas, infelizmente o problema do free rider surge.
7 Infraestrutura e Integração A liberalização e integração dos mercados de bens normais não necessita de infraestrutura específica. Os fluxos de comércio ocorrem através de infraestruturas existentes. Benefícios da infraestrutura transnacional são alcançados em maior grau somente se um certo grau de liberalização e integração dos mercados de serviços estiverem presentes Gasodutos e linhas de transmissão de energia não são úteis sem negociação do fornecimento de gás, eletricidade e serviços de transporte
8 Fatores Determinantes de Projetos Transnacionais Fatores internos específicos ao projeto multinacional A escala do projeto; o grau de dificuldade tecnológica; intensidade de pesquisa e desenvolvimento; duração do projeto; o tempo necessário para recuperar o investimento; etc. Fatores políticos ou institucionais externos ao projeto Centros conflitantes de autoridade dentro do governo, disputas entre os diferentes ministérios dentro do governo; procedimentos claros de licitação e outorga; aplicação desigual das leis e regulamentos; potenciais repúdios de promessas feitas pela administração anterior; oposição dos operadores das infra-estatais existentes; a corrupção; estabilidade do governo etc. Fatores econômicos ou financeiros externos Taxas de crescimento relevantes da renda; mudanças na taxa de câmbio; políticas fiscais; defesa comercial; taxas de inflação corrente e esperada; graus de endividamento externo, etc. Fatores de coordenação Compatibilidade dos costumes jurídicos e sociais; diferentes grupos da sociedade civil afetados em todos os países; problemas de coordenação com os diferentes governos em diferentes níveis; equilíbrio na equidade do retorno do projeto percebida pelos vários partidos e países.
9 Como Construir Duas opções para a construção de infraestrutura: Privado Empresa privada assume a responsabilidade pela construção da infraestrutura; Empresa privada recebe os pagamentos dos usuários ou de orçamentos públicos de cada país para recuperar o investimento; Setor público de cada país aceita o encargo de prover usuários do próprio país e as contribuições do orçamento público. Público Empresa pública assume a responsabilidade pela construção da infraestrutura; Estatal recebe os pagamentos dos usuários ou de orçamentos públicos de cada país para recuperar o investimento; Cada setor público país aceita o encargo de prover usuários do próprio país e as contribuições do orçamento público.
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11 Riscos de Investimento Privado Infraestruturas transnacionais sujeitas à múltiplas jurisdições políticas, administrativas e judiciais em países não integrados Riscos associados à infraestrutura transnacional são: Maiores do que os riscos associados à infraestrutura local, em ambientes não integrados; Menores do que os riscos associados à infraestrutura local, em alguns ambientes integrados Maiores riscos aumentam os custos financeiros e reduzem os investimentos em ambiente nãointegrado / incerto Ambiente Não Integrado Riscos políticos são maiores: Maior número de autoridades políticas envolvidas, Maior probabilidade de expropriação, Transferência em moeda estrangeira. Riscos regulatórios não são previsíveis: Compatibilidade dos regulamentos dos países; Ausência de uma autoridade global de resolução de conflitos. Riscos cambiais são elevados: Os custos são gerados em um país e as receitas em outro; Políticas macroeconômicas diferentes; Várias autoridades monetárias.
12 Assimetria Percepção diferente sobre os benefícios de projetos Por parte dos governos Por parte da sociedade Sob estas características decisões individuais tomadas por um único país não resultam num nível ótimo de investimento. Há, portanto, a necessidade de criar mecanismos que possibilitem tomadas de decisões de forma ótima.
13 Mecanismos de decisão É importante que haja uma concordância quanto a um conjunto de regras que seriam aplicadas na emergência de um conflito. A natureza desse tipo de parceria faz com que não se possa estabelecer contratos detalhados, uma vez que há muita incerteza e variedade sobre os tipos de questões que podem surgir.
14 Escolha de parceiros Uma vez que não há a possibilidade de contratos detalhados, a escolha de parceiros certos se torna o principal determinante para o sucesso desse tipo de projeto. E uma parceria só será criada caso os potenciais integrantes confiarem na estabilidade da parceiria.
15 Coordenação e Mecanismo de Decisão Agência Internacional atua como terceira parte que oferece aos países um mecanismo de decisão coletiva: Para compartilhar o custo fixo do projeto de infraestrutura; Para decidir quais projetos devem ser construídos; Para definir a cobrança pela utilização de infraestrutura para os vários tipos de consumidores em cada país.
16 Mediação da Agência A informação assimétrica (países e Agência) é menos relevante como propriedade do mecanismo coletivo de decisão, porque os países devem aceitar o mecanismo proposto pela Agência: Esta suposição pode ser apropriado em ambientes vinculados (ex. integração da UE); Não é aceitável em ambientes de integração incertos. Aceitar mecanismo da Agência é um ato soberano: Aprovação do Parlamento; Benefícios estritamente maiores do que o custo em cada país.
17 Acordos e Conflitos Acordos internacionais de investimento (AII) podem adicionar um componente importante para a relação governos/setor privado (vide WIR, 2008) No final de 2007, 95 disputas - ou cerca de um terço do número cumulativo de disputas conhecidas baseadas em tratados - estavam relacionadas à infraestrutura, eletricidade, transporte, telecomunicações, água e saneamento. Pelo menos 41 governos - 25 deles no mundo em desenvolvimento, 12 nos países desenvolvidos e 4 nas economias em transição têm arbitragem relacionados a tratados de investimento em uma ou mais destas indústrias. Em termos de distribuição da indústria, o maior número de conflitos conhecidos relaciona-se à eletricidade (44), seguido de transportes (21), água e saneamento (16) e telecomunicações (14). Países em desenvolvimento reclamam de parcialidade nas arbitragens internacionais
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