ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5430 DE 22 DE MAIO DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE



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ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5430 DE 22 DE MAIO DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE SEGUROS Dominic Ebenbichler/Reuters Companhias apostam no risco de morte e invalidez em época de crise Mais de 30% do sector vai mudar de mãos Companhias telefónicas com preços mais baixos no automóvel Seguros à exportação crescem com crise

II Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS COMO UM TODO, A CAIXA SEGUROS não nos interessa afirmou José António Sousa, presidente executivo da Liberty Seguros, em entrevista ao Jornal de Negócios. Contudo, o mesmo responsável revela que se houver oportunidades para adquirirem empresas complementares ao seu negócio, em Portugal, não vão deixar de analisá-las. Negócio segurador afectado por pior crise portuguesa de sempre Aconjunturaeconómicaeacrisedadívidasoberanaeuropeiadificultam actividade e resultados do sector. MARIA ANA BARROSO E CARLOS CALDEIRA maria.barroso@economico.pt Gerir neste momento uma companhia de seguros não é tarefa fácil. Muito pouco, quase nada joga a favor do sector. Assim aconteceu no ano passado e, possivelmente, pior ainda será este ano. Por causa do estado da economia do País, vendem carros, logo contratam-se menos seguros. Mais empresas fecham, diminuindo o número de potenciais clientes para os acidentesdetrabalho. E com isto sofre o grosso do ramo Não Vida das seguradoras, feito sobretudo com o negócio destes seguros obrigatórios. Nos seguros de doença, oaumentodastaxasmoderadorasvaitrazendo descontentes para os privados mas não é este nicho de mercado que, por ora, é suficiente para salvar a honra do convento. A conjuntura e o aperto de liquidez dos bancos faz com que se vendam muito menos casas, a preços mais reduzidos e, em resultado, as seguradoras são afectadas quer nos produtos de risco habitação quer nos produtos Vida puros. Mas as más notícias não ficam por aqui. No ramo Vida, as alterações fiscais comprometeram boa parte da atractividade dos PPR e nos restantes produtos de capitalização, as companhias enfrentam o receio dos aforradores e a feroz concorrência da banca, que está a colocar todos os seus esforços para levar as pou- Oresultado líquido das seguradoras somou 36 milhões de euros, uma queda abrupta face aos 397 milhões de 2010. Das 35 companhias, 25 obtiveram lucro easrestantes dez fecharam 2011 com prejuízos. panças para os seus depósitos. E para culminar, há uma crise de dívida soberana e uma desvalorização consistente dos mercados que vai afectando as carteiras de investimento das seguradoras. Lucros em 2011 caíram quase 91% No ano passado, e de acordo com os dados do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), o resultado líquido das seguradoras somou 36 milhões de euros, uma queda abrupta face aos 397 milhões de 2010. Das 35 companhias de seguros, 25 obtiveram lucro e as restantes dez fecharam 2011 com prejuízos. A produção de seguro directo (volume de prémios) caiu 30,8% para os cerca de 10,7 mil milhões de euros. Significa esta evolução que osectorperdeuquasecincomilmilhõesde euros em volume de prémios. Para esta queda contribuiu sobretudo a descida da actividade na parte Vida (40%), a principal fonte de negócio do sector. O facto de o Não Vida ter permanecido estável ajudou a compensar parcialmente este efeito negativo. Em termos globais, as carteiras de investimento desvalorizaram-se em 14,3% em 2011, o correspondente a, pelo menos, sete mil milhões de euros do que no ano anterior. Em termos de solvência, o sector concluiu o ano com uma margem de solvência elevada, de 180%, mais 10 pontos percentuais que em 2010. Acrisevistapelasseguradoras Orepresentantedosector,aAssociação Portuguesa de Seguradores (APS), admite que os tempos não estão fáceis. A conjuntura económica muito desfavorável não deixou, de facto, o sector segurador imune, diz Pedro Seixas Vale. O presidente da APS acredita, ainda assim, que a crise também abre oportunidades mas admite que será necessária uma redobrada atenção à gestão técnica nuclear da actividade seguradora aliada a um novo impulso no esforço de racionalização administrativa. Peter Brito e Cunha não tem dúvidas que os próximos anos continuarão a ser de grande exigência mas acredita que em áreas como os seguros de saúde ou os multirriscos tem havido crescimento. Em temos de incerteza as necessidades de protecção ganham relevo acrescido, defende. Já Maurício Oliveira, administrador da Açoreana refere que dada a estreita relação entre o negócio segurador e a evolução da economia e seus sectores, o sector é clara e directamente afectado, negativamente, pelo actual contexto. Por isso, sublinha Magalhães Correia, da Caixa Seguros, as crises têm de se preparar com antecedência, com políticas técnicas e de investimentos prudentes que permitam defrontar as dificuldades quando elas chegam. Caixa Seguros Tranquilidade Açoreana CA Seguros O universo dos seguros do grupo Caixa Geral de Depósitos agrega afidelidademundial,aimpériobonança, a Via Directa, a Cares, entre outras. Em termos de presença, a Caixa Seguros controla mais de 30% do mercado. No ano passado, o lucro registado foi de 35 milhões de euros. Se não fossem os impactos extraordinários decorrentes da desvalorização de activos financeiros, o resultado líquido seria de 115 milhões de euros, garante oseuresponsável,jorgemagalhães Correia. Em 2011, a Tranquilidade lucrou 33,8 milhões de euros, mais que o triplo dos resultados atingidos em 2010, que foram de 12,2 milhões de euros. O volume de prémios de seguro directo subiu 3,2% para os 338 milhões. Já na área Vida do grupo, a T Vida, os lucros caíram 41,4% para os 3 milhões de euros. Em termos de produção, a companhia registou uma queda no volume de prémios de mais de 70% para os 47,1 milhões de euros. O grupo Banco Espírito Santo pôs fim recentemente a uma parceria que detinha com o Crédit Agricole para o sector. As contas de 2011 da companhia de seguros do grupo Banif ainda não foram publicadas individualmente. AAçoreanaéactualmenteoresultado da absorção de uma outra companhia, adquirida pelo grupo há cerca de dois anos, a Global. De qualquer forma, e de acordo com o relatório e contas da Banif SGPS de 2011 o contributo para o grupo da actividade seguradora foi de 400 mil euros. Em 2010, a Açoreana registou um prejuízo de cerca de 2 milhões de euros e um volume de prémios de 405,8 milhões de euros. ACASegurospertenceaogrupo bancário Crédito Agrícola, grupo este que está entre os oitos maiores do mercado português. No ano passado, edeacordocomorelatórioecontas da companhia, a seguradora lucrou 3,19 milhões de euros, mais 3 milhões de euros do que no ano anterior. Já quanto à actividade, o volume de prémios de seguro directo subiu, ainda que ligeiramente, dos três milhões para os 79,9 milhões de euros. O rácio de solvência ultrapassou, no ano passado, os 200%.

Terça-feira 22 Maio 2012 Diário Económico III EUROPAMUT LANÇA SEGUROS DE VIDA e produtos para areformaatéaofinaldoano.chegouaportugalem2010 com o objectivo de conseguir mudar mentalidades. Dois anos depois, a Europamut, que agrega as seguradoras mutualistas francesas MGEN e UMR e a belga Integrale, afirma-se no mercado e reforça que está em Portugal para ficar. É uma aposta de longo prazo, garantiu Paulo Maurício. ACOMPANHIAPORTOSEGUROlançaumamodalidade de protecção ao automóvel para motoristas com mais de 60 anos. Segundo a empresa, como são condutores mais cuidadosos, esse perfil de cliente leva algumas vantagens, acomeçarporumdescontode20%novalordafranquia. Além OPINIÃO: das assistências??????????????????? regulares o novo produto reúne uma série de serviços do pacote Porto Socorro Auto Sênior.????????????????????????????? PRODUÇÃO DE SEGURO DIRECTO EM PORTUGAL Conheça os principais números do ramo vida e não vida, bem como os resultados operacionais. Mar-10 Mar-11 Mar-12 TOTAL 4294,4 3013,6 2667,9 VIDA 3281,6 1997,3 1682,3 NÃO VIDA 1010,7 1016,2 985,5 CUSTOS COM SINISTROS Mar-10 Mar-11 Mar-12 TOTAL 2689,1 4090,8 3826,7 VIDA 1978,1 3476,1 3209,6 NÃO VIDA 710,9 614,7 617,1 RESULTADO LÍQUIDO DO SECTOR Mar-11 Mar-12 105 56 valores em milhões de euros Fonte: ISP MARGEM DE SOLVÊNCIA Mar-11 Mar-12 154% 208% Dominic Ebenbichler/Reuters

IV Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS 4 PERGUNTAS A JORGE MAGALHÃES CORREIA PRESIDENTE DA FIDELIDADE MUNDIAL E IMPÉRIO BONANÇA Venda é oportunidade de revelar onossopotencial Paula Nun es OgrupoCGDtem até ao final do ano para se desfazer de tudo o que não é core. Apoucosmesesdeseiniciar o processo de venda do negócio segurador da CGD, Jorge Magalhães Correia fala da crise e da forma como as companhias estão a encarar esta fase. Mais de 30% do sector segurador vai mudar de mãos OgrupoCGDvaivenderembreveassuascompanhiasdeseguros. MARIA ANA BARROSO maria.barroso@economico.pt Somam-se já muitos anos desde que o sector segurador sofreu tal revolução como aquela que está a acontecer. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) prepara-se para alienar em breve todo o seu negócio na área dos seguros, na qual poderá vir a conservar apenas uma muito ténue fatia. De uma opção de gestão e vontade política, a alienação desta actividade passou a ser uma imposição com a chegada a Portugal no ano passado da ajuda externa. O grupo CGD tem até ao final do ano para se desfazer de tudo o que não é core e não está relacionado com a actividade bancária tout court. Em causa está mais de 30% do mercado segurador português, que se preparar para mudar de donos. Apossibilidadedeseruminvestidorportuguês a ficar com o negócio é reduzida, tendo em conta a actual conjuntura. Por isso, esta venda deverá resultar na chegada a Portugal de um player internacional que passará, de imediato, a ser o principal actor do mercado. Actualmente, a presença estrangeira neste sector já é relevante mas o domínio continua a ser de portugueses. Para além das seguradoras da Caixa - que controlam mais de um terço do mercado - companhias como a Açoreana, a Lusitânia, a Tranquilidade ou a mesmo a CA Seguros controlam o essencial do mercado. Se a dimensão pode afastar candidatos, factores como aquotade mercado, a rede de mediadores eocanal bancário serão atractivos. Do ponto de vista conjuntural eparaquem vende, esta não éumaboaaltura. Já quanto aos players internacionais, grupos como a Allianz (que tem parceria com o Banif), a Liberty, a Generali ou a Axa estão há muito tempo a trabalhar no país. Embora possa sempre ser um destes operadores a ganhar a corrida, é elevada a hipótese de ser um estreante, vindo de Espanha ou Brasil, por exemplo, quem vai ficar com os seguros da Caixa. Seja quem for, terá sempre de ter alguma capacidade financeira o futuro comprador do negócio segurador da CGD, que inclui activos como a Fidelidade Mundial e Império Bonança. Se a dimensão pode afastar alguns candidatos, factores como a quota de mercado, a rede de mediadores e o forte contributo do canal bancário (a CGD) serão possíveis atractivos. Do ponto de vista conjuntural e para quem vende, esta não podia ser a pior altura para o fazer. O encaixe a conseguir poderia ser certamente superior caso fosse feita noutro momento da economia. Ainda assim, deverá ficar bastante acima dos mil milhões de euros. Em termos de calendário, está previsto que o processo de venda arranque já no segundo semestre, sendo possível que a finalização completa da mesma aconteça já em 2013. A preparação deste dossier está já a avançar, embora neste momento a venda do negócio da saúde seja prioritária, estando previsto que fique fechada bem antes da alienação dos seguros. Quais são hoje os grandes desafios do sector? Aindústriaseguradorabuscaumnovomodelo de crescimento sustentável que não esteja baseado no crédito barato e abundante e na segurança do investimento nas dívidas soberana - paradigmas do passado que se alteraram radicalmente. No nosso caso, dada a expressiva quota de mercado, as oportunidades dependem da nossa capacidade para interpretar melhor, e mais rapidamente, as necessidades dos clientes e para acentuar e tirar partido das especificidades nacionais. Como correu 2011? Onossogrupodemostrouem2011umaboa resiliência aos efeitos negativos induzidos pelos mercados financeiros. O lucro de 35 milhões de euros seria, na verdade, de 115 milhões (mais 33 milhões que em 2010) não fossem os impactos extraordinários da desvalorização de activos financeiros. Em 2012, a nossa receita está ter um comportamento mais favorável que em 2011. De que forma está a afectar a companhia e a perspectiva de o capital mudar de mãos? Encaramos esta situação com grande autoconfiança nas nossas capacidades e como uma oportunidade de revelar ao mercado o nosso potencial. As nossas companhias sempre trabalharam em livre concorrência, tiveram, na maior parte da sua longa história, accionistas privados e formaram parte de diferentes grupos económicos. Os colaboradores estão habituados à mudança. Mas como se motiva a equipa e até a rede de mediação com a incerteza que uma venda acarreta? Temos tido a preocupação de assegurar que a motivação dos colaboradores se mantenha. Disso depende também o valor da empresa. Somos e continuaremos a ser um grupo multicanal. Queremos servir os clientes. Esse é aliás o padrão dominante actual nas seguradoras. Em Espanha, as grandes seguradoras multinacionais têm empresas de seguro directo. A Liberty, por exemplo, tem nesse mercado duas operações de seguro directo sem mediador, a Genesis e a Regal. Em Portugal o mercado não comporta mais operadores logo essas empresas não têm canais directos, muito provavelmente porque não tiveram ainda oportunidade para o fazer porque. M.A.B.

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VI Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS AS SEGURADORAS RECEBERAM, o ano passado, menos 2.386 reclamações do que em 2010, num total de 26.632 queixas, mas em contrapartida aumentaram as respostas desfavoráveis aos segurados. «Os resultados demonstram o progresso feito no sector segurador, revelando que é cada vez mais credível e tem melhor imagem», afirmou o presidente da APS, Pedro Seixas Valle, na apresentação do balanço de reclamações do sector em 2011 que revela também uma redução no tempo de resposta. Companhias apostam em riscos de morte e invalidez Acriseeconómicalevaoscidadãosaumamaiorpreocupaçãocomriscos que lhes podem ameaçar a capacidade de ganhos futuros. CARLOS CALDEIRA deconomico@economico.pt Com menos emprego, menos rendimento disponível, menos consumo e menos investimento, não são optimistas as perspectivas para ocrescimentodamassasegurável em 2012. Quem o diz éopresidentedaassociaçãoportuguesade Seguradores (APS), Pedro Seixas Vale. Por isso, este responsável acredita que, neste enquadramento, podem ganhar importância preocupações com outros riscos que ameaçam a capacidade de ganho futura das famílias, como os riscos de morte ou de invalidez, o que pode vir a atenuar os efeitos da conjuntura na procura deste tipo de seguros. EénessesentidoqueaTranquilidadeestájá atrabalhar.esteano, jáapresentámosuma solução inovadora na área da previdência o Vida Mais - Plano Proteção. Associa um seguro de vida, um seguro de saúde e outro de incapacidade, diz o presidente executivo da Tranquilidade, Peter Brito e Cunha. A inovação ao nível da oferta tem sido um dos nossos factores distintivos, seja numa lógica de pacote seja em produtos standard, acrescenta. Para o presidente da Fidelidade Mundial e da Império Bonança, as necessidades de protecção para a reforma, a doença e mesmo a educação, vão aumentar continuada e expressivamente. O seguro privado terá de encontrar respostas à altura dos desafios. Teremos de evoluir para serviços mais abrangentes, por forma a gerir com eficiência toda acadeiadevalor,afirmajorgemagalhães Correia. Em paralelo, salienta o responsável do Grupo Caixa, o foco deverá estar cada vez mais no cliente - nas famílias e nas empresas -doquenosramosenosprodutos. Numa palavra, teremos de caminhar para um enfoque integral dos problemas e das soluções, e sentimo-nos particularmente bem posicionados para esta nova etapa, na qual estamos atrabalharmaisintensamenteháalgum tempo, visto que a dimensão e diversidade do nosso grupo segurador permite tal abrangência, frisa Jorge Magalhães Correia. Também o presidente da CA Seguros, António Varela Afonso, refere que o seguro de PEDRO SEIXAS VALE presidente da APS Podem ganhar importância preocupações com outros riscos que ameaçam acapacidade de ganho futura das famílias, como os riscos de morte ou de invalidez. vida risco, em caso de morte ou invalidez, terá o seu papel privilegiado no aspecto da protecção de curto e médio prazo. No caso dos ramos não vida haverá, pelas mesmas razões, uma procura sustentada pela protecção oferecida pelos seguros de saúde e por outras soluções de protecção individual como no caso dos seguros de acidentes pessoais e de protecção financeira em caso de desemprego, realça aquele responsável. Alterações ao mercado de trabalho ajudam seguradoras Também as alterações no mercado do emprego e o aumento do trabalho por conta própria reforçará a tendência, atrás referida, a que se junta o seguro de acidentes de trabalho, por conta própria. Pode-se perspectivar, portanto, um maior desenvolvimento nos seguros dos ramos pessoais, nos próximos anos, considera António varela Afonso. Peter Brito e Cunha salienta ainda que, a nível dos particulares, e apesar do contexto difícil, existem áreas de procura crescente, nomeadamente os seguros de saúde, com as recentes restrições introduzidas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), e os multirriscos, por via de uma maior preocupação com aprotecçãodasresidênciasafenómenosde furto ou roubo. Nas empresas, diz o presidente da Tranquilidade, existem oportunidades na área do Property and Casualty (P&C) empresarial. É certo que o tecido empresarial português, em particular as pequenas e médias empresas, enfrenta uma envolvente muito difícil. No entanto, é também no contexto que atravessamos, que entendemos ser prioritário para as empresas a protecção do seu negócio, bens e colaboradores, contra os maiores riscos a que sua actividade está exposta. Num momento em que existem problemas de tesouraria e a concessão de crédito se encontra fortemente condicionada, Peter Brito e Cunha diz ser crítico que tenham os seus activos bem seguros. Caso aconteça algum imprevisto que os afecte, uma empresa terá certamente dificuldades em ultrapassar a situação autonomamente se não estiver devidamente protegida. Kai Pfaffenbach/Reuters Protecção ao desemprego >> Odesempregoestáafazerdispararavenda dos seguros de protecção ao crédito. Já são 1,4 milhões os portugueses com este seguro. Respeitar os compromissos financeiros com os bancos em caso de situações imprevisíveis. Este é o principal objectivo dos seguros de protecção ao crédito, que desde 2005 registam um crescimento médio anual de 15% de subscrições. No entanto, no ano passado, o volume de subscrições está a ser mais elevado. Aameaçadodesempregoestáamotivar o aumento da adesão a estes seguros, tal como anecessidadedeaccionarestaprotecção,em particular no crédito à habitação, asseguram os principais players a operar neste mercado.

Terça-feira 22 Maio 2012 Diário Económico VII OBESVAICOMPRARAMETADEquelhefaltanaBESVidaaos gauleses do Crédit Agricole por 225 milhões de euros. Após aaquisiçãodos50%emfalta,obesserádetentorda totalidade do capital social da seguradora do ramo vida, controlando assim a gestão de forma total. Desse controlo resultará segundo o BES, a potenciação da comercialização dos seguros daquela companhia. SEGUNDO O PRESIDENTE DO INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL (ISP), Fernando Nogueira, a poupança captada pelos bancos é mais a curto prazo, pelo que é fundamental a criação de incentivos à poupança de médio e longo prazo, que é uma poupança mais estável. O ano de 2011 foi marcado por uma significativa OPINIÃO: quebra??????????????????? do sector segurador, devido ao aumento dos resgates dos seguros do ramo Vida, ligados à poupança.????????????????????????????? Os consumidores estão a dar maior importância a riscos associados à capacidade de ganho futuro das famílias. PPR continuam a ter fiscalidade favorável Anecessidadedeliquidezdosbancos tem reduzido a subscrição de PPR. OPlanoPoupançaReforma(PPR)continuaasero instrumento financeiro, para a previdência e constituição da reforma, com a fiscalidade mais favorável no reembolso. Quem o diz é Peter Brito e Cunha, presidente executivo da Tranquilidade. Este responsável explica que a partir do quinto ano de permanência a tributação sobre os rendimentos reduz-se de forma significativa. Pode atingir 8% se o reembolso se encontrar devidamente enquadrado, que compara com 25% de taxa liberatória aplicada em outras alternativas, garante Peter Brito e Cunha. No entanto, a subscrição de PPR tem caído de forma acentuada 60% em 2011 face ao ano anterior. Aliás, as rendibilidades efectivas médias dos PPR em 2011 variaram entre menos 3,77% (da Seguradora España) e os 5% da BES Vida e da Generali Vida. Para o presidente executivo da Tranquilidade, esta queda radica mais na actual necessidade de liquidez e funding do sector bancário do que propriamente na redução dos benefícios fiscais. E acrescenta que os aforradores que encaravam o PPR como uma boa alternativa de investimento, com uma lógica de optimização do rendimento, encontraram outras alternativas no sector bancário que lhes pareceram mais atractivas. Porém, contata-se que os aforradores que poupam para constituir um complemento de reforma mantêmse fiéis ao PPR ou soluções afins, garante. Já o presidente da Fidelidade Mundial e da Império Bonança, Jorge Magalhães Correia, refere que é demasiado redutor atribuir aos benefícios fiscais quer o sucesso do produto em anos passados, quer oseurecuoem2011e2012.paraaqueleresponsável, as políticas comerciais dos principais distribuidores de produtos financeiros têm sido o principal factor explicativo destes resultados. Para o administrador da Companhia de Seguros Açoreana, Maurício Oliveira, os PPR continuam aserpreferíveisaosdepósitosaprazo,poissão investimentos a mais longo prazo, com fundos autónomos sujeitos a regras específicas definidas pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP) e ainda detêm alguns benefícios fiscais se bem que muitíssimo inferiores ao passado. C.C. PETER BRITO E CUNHA presidente executivo da Tranquilidade Os aforradores que encaravam opprcomouma boa alternativa de investimento, com uma lógica de optimização do rendimento, encontraram outras alternativas no sector bancário que lhes pareceram mais atractivas. PUB

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X Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS ENTREVISTA JOSÉ ANTÓNIO ALMAÇA, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO Com estas exigências não é de excluir oabandonodealguns players ASolvênciaIIeBasileiasãooprincipaldesafiopara osectorcomcustosestimadosentre0,3%a0,5%. ANTÓNIO DE ALBUQUERQUE antonio.albuquerque@economico.pt Para José António Almaça o sector tem demonstrado capacidade para fazer face à crise e aos desafios que se avizinham, com aimplementaçãodadirectiva Solvência II e a Distribuição. Mas salienta que os custos podem variar entre 0,3% a 0,5% dos prémios em função da dimensão de cada companhia. Acredita que estamos em face de uma mudança de cultura geral, do supervisor, das entidades seguradoras, dos actuários, dos auditores, etc.. Que análise faz do sector no final de 2011? Há que fazer a distinção entre o ramo de vida e onãovidaporquesãoduasrealidadesdiferentes. No primeiro, os resultados não foram famosos devido à crise do sistema financeiro e, onde o sector, é um dos grandes investidores e, fundamentalmente por isso encerrou o ano com um resultado técnico negativo de - 72 milhões de euros devido a menos valias apuradas. Por outro lado, os ramos não vida, obtiveram um resultado técnico positivo de 77 milhões de euros. O resultado líquido total ficou nos 44 milhões de euros. Os capitais próprios reduziram-se em cerca de 400 milhões de euros em relação ao ano anterior, menos 11% o que poderá eventualmente obrigar algumas a terem de efectuar aumentos de capital Com base nesses dados e na evolução da economia,qual será a evolução do sector? Prever o futuro não é tarefa fácil, e muito mais neste período de incerteza e num sector financeiro. Apesar da diminuição do volume de prémios em vida na ordem dos 38% e não vida de 1,2% este obteve um volume de negócios de 11,6 mil milhões de euros. Édeesperarquecomarecuperaçãodaeconomia mais cedo ou mais tarde o sector volte ao crescimento, principalmente naqueles ramos onde os prémios decresceram e que estão mais directamente relacionados com a crise, como o acidentes de trabalho pela falta de emprego e o vida pela diminuição do rendimento disponível e pela mudança verificada na banca seguros. Neste aspecto não nos devemos preocupar pois temos um sector solvente como o demonstraram os estudos de impacto quantitativo de solvência realizados no âmbito da União Europeia. Está assim tão optimista? Sou optimista por natureza. Se reparar o sector desempenha um papel importante na economia do País. Representa à volta de 7% do PIB, gere activos de 55 mil milhões de euros e se adicionarmos os 12 mil milhões de euros geridos pelos fundos de pensões, estamos a falar Temos um sector com um grau de concentração muito acima do desejado num mercado aberto e concorrencial. Por esta razão, torna-se difícil dizer sem se saber o que vai acontecer com a venda dos seguros do grupo CGD que representam 35% do ramo vida e 26% do não vida. José Almaça acredita que as estratégias das empresas estarão baseadas em multicanal emultiprodutocomumaadequada estratégia de distribuição. em perto de 40% do PIB. É um operador solvente, um grande investidor institucional, pelas características próprias do seu negócio com um ciclo de produção invertido. Trabalham directamente cerca de 11.500 pessoas e tem mais cerca de 25.000 pessoas entre agentes e correctores. É também um financiador do sector de serviços, como oficinas de automóvel, funerárias, médicos, obras e outros, além de ser um estabilizador das economias familiares e empresariais. É um sector único, onde parte do seu volume de negócios é devolvido à sociedade sob a forma de pagamento de serviços ou indemnizações. Eéquepelascaracterísticas próprias do seu negócio muito conservador e prudencial e sempre respondeu eficazmente aos desafios e às mudanças, como o irá fazer no futuro. ASolvênciaIIéaBasileiadabanca.Queconsequências vai ter? ASolvênciaIIeaDirectivadaDistribuiçãosão os dois principais desafios que terá o sector pela frente. O seu principal objectivo éode proteger os interesses dos tomadores e segurados, através da estabilidade financeira das companhias. Para isso, são fixadas exigências reguladoras de capital que estão estreitamente vinculados com os riscos do negócio. A Solvência II permite ter uma visão global da situação económica das companhias. Não se trata somente de satisfazer critérios quantitativos, mas também optimizar a gestão da companhia para diminuir os riscos. Tudo isto com um único fim: o de optimizar a utilização dos capitais próprios da companhia. Estamos em face de uma mudança de cultura geral, do supervisor, das entidades seguradoras, dos actuários, dos auditores, etc. As companhias vão precisar de pessoas em número suficiente e capacitadas, com formação muito específica, na gestão de riscos, o que obrigará as mesmas a investimentos adicionais. Estima-se que a implantação da Solvência II terá um custo entre 0,3% a 0,5% dos prémios em função da dimensão de cada companhia. Com estas exigências não é de excluir a possibilidade do abandono de alguns players do mercado, seja por venda ou cessão de carteira. Paulo Figueiredo

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XII Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS Crise obriga sector exportador amaiscautelas Acriselevouosempresáriosaseremmaiscautelososcomassuasexportações. OEstadoajudoucomlinhasespecíficasparaossegurosdecréditos. CARLOS CALDEIRA deconomico@economico.pt Aactividade de seguro directo da COSEC Companhia de Seguro de Créditos atingiu, em 2011, um volume de prémios de 33,2 milhões de euros, o que representa um crescimento de 4,8% face ao ano anterior. O ramo de seguro de créditos, que representa 92% da actividade da COSEC, foi responsável por um volume de prémios de 30,7 milhões de euros, com uma taxa de crescimento de 5,8%. Opresidentedacompanhia,MiguelGomes da Costa, classifica o ano de 2011 como tendo sido um ano particularmente difícil mas onde, apesar de grandes contrariedades do ambiente macroeconómico, a CO- SEC conseguiu atingir bons resultados e alcançar grande parte dos objectivos de negócio que havia definido. Aquele responsável reforça ainda que no que diz respeito à subscrição de risco, a COSEC deu continuidade àpolíticainiciada em 2010, estratégia que conduziu a um crescimento da exposição global em cerca de 8% em 2011, depois de ter crescido cerca de 16% em 2010. No entanto, realça que há a registar uma desaceleração do crescimento da exposição no final de 2011, em especial no mercado interno, uma vez mais, como consequência do agravamento económico registado em Portugal e das medidas adoptadas para controlo da sinistralidade. Esta evolução permitiu atingir um resultado líquido de 4,5 milhões de euros, praticamente em linha com o obtido no ano anterior, e activos líquidos totais de 108 milhões de euros, reforçando o nível de solvabilidade da empresa. Para 2012 a política comercial e de subscrição de riscos deverá evoluir de acordo com oenquadramentoeconómicoqueseperspectiva, com uma forte aposta no apoio às exportações. Esta perspectiva será, no entanto, acompanhada por um enfoque cada vez maior na satisfação dos nossos clientes, salienta Miguel Gomes da Costa. Para esta evolução contribuiu também a actuação do Estado português. Na verdade, com o abrandamento económico em alguns dos principais mercados de exportação, os riscos de incumprimento aumentam e o seguro de créditos ganha uma nova preponderância. Perante as dificuldades crescentes das empresas - confrontadas com a Governo facilita seguros à exportação Perante as dificuldades crescentes das empresas - confrontadas com acontracçãode3,4% da economia nacional, dificuldades de acesso ao crédito e um agravamento da carga fiscal - o Executivo decidiu introduzir, no final de Abril, algumas alterações ao funcionamento dos seguros de crédito. contracção de 3,4% da economia nacional, dificuldades de acesso ao crédito e um agravamento da carga fiscal - o Executivo decidiu introduzir, no final de Abril, algumas alterações ao funcionamento dos seguros de crédito. Por exemplo, as empresas quando exportam para países fora da OCDE, Turquia e México podem recorrer a uma linha de seguro de créditos que conta com uma dotação de mil milhões de euros, mas está apenas protocolada com a COSEC, que agora vê o seu poder de decisão ampliado de forma a poder dar luz verde a operações até um milhão de euros e não apenas 500 mil euros como até aqui. Esta alteração tem por objectivo acelerar o processo de decisão, já que não será necessário ficar dependente do aval da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, a instituição que garante esta linha na totalidade. Estado reforça garantias Por outro lado, a garantia global prestada pelo Estado, no valor de cem milhões é reforçada para 200. Outra das alterações reside no reforço em 400 milhões de euros da linha de seguro de crédito OCDE II que conta agora com uma dotação de mil milhões de euros. Por outro lado, o Governo decidiu, dado o nível de sinistralidade da linha, justificado por se cobrirem ratings mais gravosos, ajustar a sua taxa de prémio de 0,25% para 0,4% baixando assim o esforço financeiro líquido por parte do Estado. Além disso, foram redistribuídos os plafonds de acordo com a taxa de execução histórica. Finalmente, ao nível da linha OCDE I, o Executivo decidiu distribuir o valor da linha pelas seguradoras em função da utilização efectivamente demonstrada e não em função das quotas de mercado que tem prevalecido, isto para garantir uma maior eficiência e eficácia na utilização dos fundos públicos. Por outro lado, também aqui os plafonds foram redistribuídos de acordo com a taxa de execução histórica. Esta é uma linha de seguro de apoio ao crédito comercial das empresas para países da OCDE com uma dotação global de mil milhões de euros, sendo que 500 milhões têm garantia do Estado através da Sociedades de Garantia Mútua e os restantes 500 milhões de euros são garantidos pelas quatro companhias de seguro de créditos subscritoras do protocolo celebrado. Paulo Figueiredo Linhas para Angola e Rússia >> Alinhadecoberturadosriscosdecrédito àexportaçãoparaangola,garantidaspelo Estado através da COSEC, foi aberta em finais de 2004 e conta com um montante de mil milhões de euros, mas funciona numa base evolutiva. Os créditos deverão respeitar um pagamento inicial (mínimo de 15%), o prazo de reembolso não deve ultrapassar sete anos, as prestações de capital são iguais, semestrais e sucessivas, vencendo-se aprimeiraseismesesdepoisdopontodepartida do crédito. Já a linha de cobertura dos risco de crédito à exportação para a Rússia visa financiar as exportações de bens de equipamento e serviços para a Rússia tem um montante de 200 milhões, e está em vigor até 14 de Abril de 2013.

Terça-feira 22 Maio 2012 Diário Económico XIII 3 PERGUNTAS A NUNO SIMÃO ANTUNES, DIRECTOR GERAL DA CHARTIS EM PORTUGAL Somos uma seguradora empresarial Acompanhiaestápresenteemmaisde100países oquepermiteacompanharosempresários. Para o responsável pela companhia em Portugal, o facto de a empresa estar presente em mais de 100 países permite oferecer serviços mais competitivos para os empresários do sector exportador. Com a crise as empresas recorrem cada vez mais aos seguros de exportação. OquedistingueaChartisdaconcorrência? Essencialmente a nossa capacidade inovadora que nos permite ter produtos superiores à oferta standard das outras seguradoras e mais flexibilidade para subscrever riscos entendidos como especiais. Outro factor diferenciado éanossapresençaglobal,emmaisde100 países e jurisdições, que nos permites acompanhar os clientes Portugueses na internacionalização proporcionando-lhes um serviço local onde quer que eles estejam. Quais são os principais segmentos da Chartis? Somos essencialmente uma companhia de riscos empresariais. Nas áreas de Responsabilidade Civil e de Acidentes pessoais, temos quotas de mercado importantes e somos reconhecidamente um player de referência nessas áreas, em particular quando o risco é mais complexo. Por exemplo, seguros para administradores e altos quadros, que cobrem as suas decisões de gestão, bem como seguros de expatriação profissional, essenciais no processo de internacionalização de empresas. No segmento financeiro, temos seguros fortíssimos na área de fusões e aquisições e IPO s. Não operam no segmento particular? Sim, mas indiretamente. Estamos no retalho especializado de electrónica, de óptica, de desporto, e com alguns players de referência pudemos estabelecer protocolos de colaboração que permitem que, por exemplo, quando compra um computador, possa fazer uma extensão de garantia ou um seguro de roubo, ou que quando compra óculos para o seu filho possa fazer um seguro de danos. No fundo são seguros particulares mas vendidos através de parceiros de referencia. Temos outros produtos dirigidos a particulares mas somos, ainda, essencialmente uma seguradora empresarial. C.C. Somos reconhecidamente um player de referência nessas áreas, em particular quando o risco émaiscomplexo. Por exemplo, seguros para administradores ealtosquadros, que cobrem as suas decisões de gestão, bem como seguros de expatriação profissional, essenciais no processo de internacionalização de empresas. PUB

XIV Diário Económico Terça-feira 22 Maio 2012 SEGUROS ALLIANZ FAMÍLIA É O NOVO PRODUTO do portefólio da Allianz Portugal, combinando as vertentes Vida e Poupança num único seguro. Na componente de Vida Risco, o Allianz Família garante opagamentodocapitalseguronassituaçõesdemorte,doença grave ou invalidez da pessoa segura durante a vigência do contrato. Além destas coberturas, o seguro disponibiliza ainda coberturas facultativas de Acidente, válidas desde o primeiro dia. As empresas de contacto directo com os clientes conseguem preços mais competitivos, no ramo automóvel. Mal Langsdon / Reuters Companhias telefónicas com preços mais baixos no automóvel A OK! Teleseguros e a Seguro Directo são as companhias escolhidas pela DECO como as mais baratas. CARLOS CALDEIRA deconomico@economico.pt AOK!teleseguros, a Mapfre e a Seguro Directo são as companhias seleccionadas pela revista Dinheiro & Direitos, da DECO Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores, na sua edição de Maio/Junho de 2012, como as mais baratas e com apólices do ramo automóvel de melhor qualidade para condutores experientes. No caso dos jovens condutores (19 anos), o título de Escolha Acertada também recai sobre a OK! Teleseguros e a Seguro Directo. As companhias telefónicas conseguem preços mais baratos. Mas, se conduz um veículo novo de cilindrada acima dos 1.500 centímetros cúbicos, circula numa cidade de risco reduzido, como Portalegre, e vai contratar danos próprios, a companhia mais barata é a Allianz, revela a revista. Em Janeiro de 2012, a Dinheiro & Direitos pediu a21seguradorasqueexploramoramoautomóvel que enviassem as condições das suas apólices e os prémios para um conjunto de 148 cenários. Responderam apenas onze companhias. A revista refere que levou em conta o preço e a qualidade das apólices. Para determinar as A revista da DECO aconselha os condutores apedirem simulações às companhias referidas, mas alerta para ofactodealguns mediadores, por vezes, proporcionarem descontos de 20% a 25% face àcontratação ao balcão das seguradoras. Escolhas Acertadas, a revista seleccionou as apólices mais baratas, entre as que obtiveram uma qualidade global igual ou superior a 65%. ArevistadaDECOaconselhaoscondutoresa pedirem simulações às companhias referidas, mas alerta para o facto de alguns mediadores, por vezes, proporcionarem descontos de 20% a25%faceàcontrataçãoaobalcão dasseguradoras. Arevista,nasuaúltimaedição,nãorevelou qualquer comparação de preços para o seguro automóvel (apenas para as motos), mas dá exemplos de poupanças médias anuais de 120 euros por ano, no caso de um contrato para um Opel Corsa 1.2 Enjoy 5 portas, de 2007, ou uma poupança de 565 euros por ano para uma apólice para um Audi A4 2.0 TDi de quatro portas, com matrícula de 2012. Para o administrador delegado da OK! teleseguros, Carlos Leitão, a companhia, enquanto seguradora directa implantada no mercado há 14 anos, tem na sua génese as vantagens decorrentes do seu modelo de negócio que aposta na utilização de canais directos como o telefone eainternet,destaformaé possívelaliareficácia, que se traduz em preços competitivos, e igualmente um serviço eficiente e de qualidade permitindo assim conciliar o preço e serviço. Quando questionado sobre a contínua descida de preços no seguro automóvel, Carlos Leitão escusou-se a dizer se haverá casos de concorrência desleal. A política de preços que a OK! teleseguros tem adoptado ao longo dos anos é estrategicamente estável e coerente, evitando deste modo fortes oscilações de preço, garante. E acrescenta que os prémios apresentados ao consumidor final, traduzem os riscos inerentes a cada cliente alinhados com uma oferta de produtos segmentados que se adequa às necessidades de cada consumidor. No entanto, considera que não é expectável que ocorram descidas de preços relevantes, no entanto tudo depende da dinâmica do mercado segurador assim como do comportamento do risco, nomeadamente a sinistralidade. Segundo os dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), relativos ao ano de 2011, o ramo automóvel, o maior do segmento não vida, manteve estagnado o seu volume de prémios, registando um decréscimo de 0,8% face ao ano anterior. No seu relatório anual, a APS admite que a esta evolução corresponda uma redução ligeira do prémio médio, já que a evolução do parque automóvel seguro, se ainda positiva, será já muito ténue, atenta à radical queda das vendas de veículos novos.

Terça-feira 22 Maio 2012 Diário Económico XV ONÚMERODEVÍTIMASMORTAISporatropelamento aumentou 13,5% em 2011 face ao ano anterior, tendo também subido 6,2% os feridos graves, segundo o relatório anual da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Omesmodocumentoreferequeem2011seregistouumtotal de 5 416 atropelamentos, menos 143 do que em 2010, mas as vítimas mortais e feridos graves aumentaram. OESTADODEVE80MILHÕESDEEUROSàsseguradoras portuguesas, relativo a pagamentos em atraso no âmbito dos seguros agrícolas. Em causa está o não pagamento das compensações financeiras [devidas quando asinistralidadeatingedeterminadosíndices]previstas no OPINIÃO: SIPAC, o Sistema??????????????????? Integrado de Protecção contra Aleatoriedades Climáticas.????????????????????????????? Seguros de grupo para agricultores são mais baratos Oseguroagrícola-incêndioparaacortiçaéumdosexemplos que os agricultores consideram caros. CARLOS CALDEIRA deconomico@economico.pt Desde sempre ouvimos muitos agricultores a queixarem-se de que há seguros para a sua actividade que são caros ou que o seu custo não compensa face aos lucros conseguidos. Na cultura de sobreiro é onde mais se ouvem estes desabafos. O seguro que se aplica à cortiça, na árvore ou em pilha, é mais propriamente o seguro agrícola-incêndio. A tarifa deste seguro, à semelhança de outros, é calculada com base no historial de sinistralidade, explica o presidente executivo da CA Seguros, António Varela Afonso. Aquele responsável diz ainda ao Diário Económico que isto engloba a frequência com que ocorrem os eventos cobertos pela apólice mas, também, a severidade destes eventos. Logo, consideramos que o preço de apólice é ajustado a estes dois factores. António Varela Afonso realça também que nos seguros de incêndio, para o caso da cortiça, não há bonificação do Estado. Os segurados, para fazer o seguro de cortiça, suportam o valor de prémio que os seguradores consideram, mediante o seu historial ou o historial do mercado, ser o mais adequado. Mas, os empresários agrícolas têm uma opção: unirem-se e fazer um seguro de grupo. Esta modalidade de contratação existe e é definida, por exemplo, na Portaria 42/2012, de 10 de Fevereiro, como o contrato de seguro celebrado por uma pessoa, singular ou colectiva. Oprincípiodamutualidadedosegurotambém se aplica ao caso dos seguros de grupo, uma vez que um tomador do seguro representa um conjunto de segurados numa área, mesmo que limitada, mas ao mesmo tempo dispersa pela sua região. Esta dispersão diminui oriscodaseguradorapoisdiluiapossibilidade de um mesmo acontecimento poder acontecer em toda a área segura, explica António Varela Afonso. Por outro lado, a possibilidade de um segurador conseguir contratar com o mesmo número de segurados que um colectivo e o aumento do custo administrativo que essa situação gerava, possibilita que a tarifa seja um pouco mais baixa, refere o mesmo responsável. E adianta que a legislação contempla esta situação e tenta promovê-la bonificando acima dos seguros individuais. Também por esta razão é mais benéfico para os agricultores reunirem-se em seguros de grupo. Neste momento existem dois sistemas de bonificação à agricultura no seguro de colheitas. Um primeiro já existente e que se destina a abranger a quase totalidade de culturas (SI- Oseguro agrícola 1 Apólices da CA Seguros Existem diversos seguros agrícolas disponibilizados pela CA Seguros: colheitas; agrícolaincêndio, pecuário e seguro de estufas agrícolas. 2 Colheitas No seguro de colheitas, o segurador assume o risco de perda da produção devido a intempéries de origem climática, proporcionando ao agricultor uma indemnização caso haja a ocorrência de um evento coberto pela apólice. 3 Outros ACASeguros,sendouma companhia de seguros de ramos reais, oferece aos seus clientes uma ampla gama de produtos de protecção às explorações agrícolas e aos agricultores. PAC), outro destinado à viticultura e que foi criado este ano tendo por base um financiamento comunitário, o seguro vitícola de colheitas (SVC), salienta António Varela Afonso. São sistemas de política agrícola mas que não têm sido suficientemente eficientes, pois, tem faltado um equilíbrio de interesses entre as três partes envolvidas, os agricultores, o Estado e os seguradores, por forma a que se possam desenvolver novas soluções que tornem este seguro mais aliciante e com uma regularização atempada das bonificações o que se espera venha a ser recuperado com o novo sistema agora legislado, diz António Varela Afonso. PUB Nas Secas os seguros de grupo tornam-se mais barato para os agricultores. José Manuel Ribeiro / Rueters

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