Produção sustentável de grãos e carne bovina na região do Bolsão-Sul-Mato-Grossense Ademir H. Zimmer Júlio Salton Armindo N. Kichel Engº. Agrsº. Pesquisadores Embrapa Gado de Corte e Agropecuária Oeste Mateus Arantes Engº. Agrº. - Fazenda São Mateus
E s p a ç o Dinâmica de Implantação de Integração Lavoura-Pecuária Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Fonte: Vilela, L. T e m p o
Solos com boa topografia, mas com baixa fertilidade natural e com textura média e arenosa Neossolos Latossolos
Distribuição irregular das chuvas e ocorrência de veranicos
Pastagens degradadas e baixa rentabilidade econômica da pecuária de corte
Frequentes frustrações de produtividade de lavouras de grãos
Situação original: solo arenoso (9% de argila), pastagem em degradação
Recomendação geral: Recuperação das pastagens degradadas custos elevados Uso de lavouras (soja) para a amortização dos custos Alto risco climático
Ampliar as possibilidades de sucesso nas lavouras Aproveitamento máximo da água das chuvas Erosão zero Infiltração total da água Cobertura do solo para "Plantio Direto" Redução das perdas por evaporação Maior armazenamento da água no solo Correção do solo (Al, ph, bases, P, K,...) em profundidade Raízes das plantas sem impedimento químico ou físico Boa estrutura do solo Aumentar o teor da Matéria Orgânica do Solo
Desenvolvimento e validação de um sistema de Integração Lavoura-Pecuária Fazenda São Mateus, Selvíria, MS Modelo implantado em 2008 Sistema São Mateus
CUIDADOS NA Terraço com Base Larga CONSERVAÇÃO DO SOLO ZIMMER (2005)
Sistema São Mateus - Recuperar a pastagem, dessecar e depois cultivos Calcário 2000 kg/ha Gesso 1000 kg/ha MAP 200 kg/ha Produção: 10 a 13 @ Eq. Carcaça Zimmer, Salton e Kichel e (2012)
Correção e adequação química do solo Protocolo de aplicação e incorporação dos corretivos e adubos Tempo para reação dos insumos
Adequação física do solo Melhoria da estrutura do solo Cobertura do solo (palhada)
Dessecação da pastagem e semeadura da soja em Plantio Direto
Plantio Direto da soja sobre a pastagem dessecada, com maior chance de boa produtividade (~ 50 sc/ha) e possível cobertura dos custos com insumos e operações
Sistema radicular de B. ruziensis, Safrinha 2011 Oito meses de crescimento San Pedro - Paraguay
Sistema São Mateus. Recuperação previa da pastagem e produtividade de soja (kg/ha). Três Lagoas-MS Safra Sistemas de Cultivo SM PD PC 2008/09 1.080 900 900 2009/10 3.060 nc nc 2010/11 3.970 3.030 3.290 2011/12 2.075 nc nc 2012/13 3.960 2.650 nc 2013/14 1.900 1.350 nc Salton; Zimmer e Kichel (2013)
São Mateus 2011/12 Plantio Covencional Soja PD sobre pastagem Sistema São Mateus e Plantio convencional Zimmer (2012) PD PC
Pastagem de Marandu Fotos - 05/02/2014 Plant. Conv. 2013/14 São Mateus 2013/14 Zimmer e Salton (2014)
Pastagem depois de soja
PB (%) DIVMO (%) Qualidade das lâminas foliares 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Dourados, média de 3 anos Proteína bruta 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Digestibilidade Zago (2014)
Pastagem 2º ano depois de soja - SSM Pastagem 1º ano depois de soja - SSM
Desempenho animal em Pastagem Recuperada e sistemas de Integração Lavoura- Pecuária e Floresta-pecuária. Sistemas Tratamentos Selviria-MS, 2011/12 300 dias Ganho Diário (g) Produção Animal Kg/Animal Período @ eq. carcaça/ha Pasto Recuperado com 90 kg de N 580 175 18 Pasto Recuperado com Estilosantes 520 155 21 Pasto 1º ano após soja 650 200 26 Pasto 2º ano após soja 580 175 18 Pasto com Eucalipto 9 m entre linhas 470 140 10 Pasto com Eucalipto 15 m entre linhas 540 160 15 Pasto Degradado - Testemunha 510 150 9 Peso de entrada dos animais = 300kg/cabeça
Tolerância a sombreamento Kichel 2012
Avaliação de forrageiras entre Eucalipto. Semeadura dez. 2009; 1º Corte mar. 2010; 5ª Corte ago. 2012 Forrageiras Matéria seca t/ha 1º Corte 5º Corte Total 5 Cortes Piatâ 6,5 4,2 24,7 Xaraès 4,2 4,4 23,4 Marandu 2,3 4,3 22,4 Decumbens 3,6 2,8 15,3 MG 4 2,4 --- 11,8 Dictioneura 2,1 --- 11,4 Ruziziensis 3,6 --- 10,7 Mombaça 6,5 4,4 27,9 Massai 4,4 3,6 23,6 Aruana 3,2 1,4 11,7 Kichel 2012
Manejo da Pastagem Taxa de lotação e Ganho animal do capim-piatã, emtrês altura de pastejo. Período de 18/12/2008 a 17/12/2009 (Primeiro ano). Taxa de Lotação e Ganho Animal Altura (cm) 15 30 45 Taxa de Lotação (UA/ha) 3,8 a 3,1 ab 2,4 b Ganho animal dia (g ) 620 a 660 a 650 a Ganho animal (Kg/ha ) 1.050 a 910 a 635 b édias seguidas de letras iguais não diferem pelo teste de Tukey, a 5% Nantes, et al 2013
45 cm 30 cm B. Brizantha CV BRS Piatã Lotação contínua B. brizantha cv. BRS Piatã (Primeiro ano) Montagner, et al 2013 30 cm 15 cm
Manejo da Pastagem Taxa de Lotação e Ganho animal do capim- Xaraès, em três altura de pastejo. (Quarto ano). Taxa de Lotação e Ganho Animal Altura da pastagem (cm) 15 30 45 Taxa de lotação (UA/ha) 3,4 2,8 2,7 Ganho animal dia (g) 450 760 600 Ganho animal área (Kg/ha ) 1.030 1.170 930 Nantes, et al 2013 Adubação/ano: 200 kg/ha de 0-20-20 200 kg/ha de uréia
15 cm 30 cm E sem adubo????? Lotação contínua Brachiaria brizantha cv Xaraés. (Quarto ano) 45 cm Adubação/ano: 200 kg/ha de 0-20-20 200 kg/ha de uréia Euclides et al. (submetido para publicação)
45 cm Montagner, et al 2013 30 cm B. Brizantha CV Marandu 15 cm
Pastejo contínuo lotação variável Pastos Altura do pasto (cm) TL UA/ha Ganho de PV kg/cab Kg/ha marandu 15 3,2 0,560 428 30 2,8 0,760 485 45 2,0 0,730 344 xaraés 15 3,8 0,650 570 30 3,5 0,770 615 45 3,2 0,700 540 piatã 15 3,6 0,550 565 30 3,3 0,621 585 45 2,9 0,565 485 métodos de pastejo
Lotação, Ganho animal e Margem liquida em diversos sistemas de recuperação de pastagens. Terceiro ano. Coxim - MS Métodos de recuperação Lotação UA/ha Peso vivo Kg/ha Marg. liquida R$/ha T 1 - Pasto degradado B. decumbens 0,70 70 63,00 T 2 B.B. sem adub., sem terraço, M. manejo. 1,40 180 194,00 T 3 B.B. sem adub., sem terraço, B. manejo. 1,40 278 347,00 T 4 B.B. com adub.+ 90N, sem terr., B. manejo. 2.80 550 481,00 T 5 B.B. sem adub.; com terr. B. manejo 1,40 280 364,00 T 6 B.B. com adub + 90 N. com terr.;+ 90 N 2,80 530 447,00 T 7 B.B. com adub. Terr. + estilosantes 2,10 520 609,00 Embrapa Pantanal/ Gado de Corte
T 2 / 3 ªSeca T 1 / 3 ªSeca Pasto degradado B. decumbens B.B. sem adub.,sem terraço, Mau manejo B.B. sem adub., com terraço, Embrapa Pantanal/ Gado de Corte Bom manejo T 3 / 3ª Seca T 4 / 3ªSeca B.B. com adub.; sem terr. Bom manejo + N
B.B. sem adub.,sem terraço, Mau manejo T 2 / 3 ªSeca B.B. sem adub., sem terraço, Bom manejo T 3 / 3 ªSeca T 6 / 3 ªSeca B.B. com adub., com terraço, Bom manejo + N Embrapa Pantanal/ Gado de Corte B.B. com adub.,com terraço, Bom manejo + Leg. T 7 / 3 ªSeca
Perdas de solo acumuladas em diferentes sistemas de manejo de pastagem e capacidade erosiva da chuva. 1,00 T1 900 PERDAS DE SOLO, t ha -1 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 T2 T3 T4 T5 T6 T7 EI30 800 700 600 500 400 300 200 100 EROSIVIDADE DA CHUVA, Mj mm ha -1 h -1 0,00 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun MESES 0 Embrapa Pantanal/ Gado de Corte
Perdas de água acumuladas em diferentes sistemas de manejo de pastagem e chuvas. ENXURRADA, mm 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 CHUVA Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun MESES 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 CHUVA, mm Embrapa Pantanal/ Gado de Corte
Parcela testemunha mantida em pousio sem vegetação durante todo o ano
Fator de reprodução (F/R = população inicial/população final) dos nematóides Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus brachyurus em diferentes forrageiras Tratamento/Genótipo Fator de reprodução (F/R) M. javanica M.incognita P.brachyurus Brachiaria brizantha cv. Piatã 0,0 0,0 1,55 Brachiaria brizantha cv. Marandu 0,0 0,0 1,0 Brachiaria decumbens cv. Basilik 0,0 0,0 6,5 Brachiaria ruziziensis cv. Kennedy 0,0 0,0 1,1 Panicum maximum cv. Massai 0,0 0,0 6,5 Stylosanthes capitatacv. 0,0 0,0 0,15 Stylosanthes macrocephala 0,0 0,0 0,05 Soja BRSMT Pintado 14,5 Adaptado: APROSMAT/UNIPASTO Ribeiro N.R. et al.
Benefícios no Solo do Sistema de Integração Lavoura-pecuária
Sistema São Mateus Atributos Químicos do Solo (2012) Camada (cm) Saturação de Bases (%) Saturação de Aluminio (%) Pastagem em degradação São Mateus Pastagem em degradação São Mateus 0 a 5 33 51 15 0 5 a 10 19 34 45 6 10 a 20 13 28 61 14 20 a 40 12 19 62 28
Tamanho médio dos agregados (mm) 2012 3,9 4,2 4,0 3,5 3,4 2,6 PC ILP Pasto ref
Sistema São Mateus Atributos Biológicos do Solo (2012) Sistema Carbono na Biomassa Microbiana Do soli Atividade Microbiana C CO 2 Micrograma de C/g de solo seco Soja no sistema PC 534 3,8 Soja no sist. SMateus 705 8.5 Pasto em degradação 352 9,9
1 considerando apenas os solos classificados como Latossolo Vermelho, das classes texturais média e argilosa e das classes de relevo plano a suave ondulado, excluindo-se as áreas ocupadas com eucalipto, cana-de-açúcar e outras espécies e as áreas de reserva legal >>>>> 500.000 ha 3 2 Se incluir os Latossolos de textura arenosa e os Neossolos Quartzarênicos, estariam disponíveis para o cultivo da soja e implantação de sistema ilp nos moldes do SSMateus, área superior a 3 milhões de hectares. Com a adoção do SSMateus em apenas 1/3 da área disponível (1 milhão de hectares), poderia resultar em incrementos na produção da ordem de 15 milhões de sacos de soja e 12 milhões arrobas de carne por ano, com valor superior a R$ 1,7 bilhão.
Milho Safrinha Com Braquiária MS - Set. 2014
Zimmer - 2011
Churrasco de fim de semana Zimmer 2009
CONCLUSÃO Não herdamos a terra de nossos pais, mas sim tomamos emprestado de nossos filhos. (SRD1991) Conservação ambiental importante pensar globalmente, mas agir localmente
Obrigado! Ademir.zimmer@embrapa.br www.cnpgc.embrapa.br