ESTUDO DA ESPACIALIDADE DO LIMITE DE PLASTICIDADE E DA MASSA ESPECIFICA APARENTE SECA EM UM SOLO MANEJADO SOB PLANTIO DIRETO RESUMO
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- Luiz Gustavo Sequeira de Paiva
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1 ESTUDO DA ESPACIALIDADE DO LIMITE DE PLASTICIDADE E DA MASSA ESPECIFICA APARENTE SECA EM UM SOLO MANEJADO SOB PLANTIO DIRETO Ródney Ferreira Couto 1 ; Elton Fialho dos Reis 2 ; Antônio Lazaro Ferreira Santos 2 ; Cássio Rodrigues Moreira 1 1 Bolsista PBIC/UEG, graduandos do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG. 2 Orientador, docentes do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG. RESUMO Com vistas ao aumento do tamanho das máquinas e área cultivada sob plantio direto no cerrado, onde na maioria das vezes não se têm condições edafoclimáticas para adoção de cobertura no inverno, ocorrem prejuízos ao solo devido à compactação. O estudo das características físicas do solo se faz necessário para definir práticas para reestruturação do solo na camada superficial. Sendo assim, este estudo teve por objetivo caracterizar a distribuição da massa especifica aparente seca e do limite de plasticidade em uma área sob plantio direto. Os resultados indicam que quando menor o limite de plasticidade maior é a massa especifica aparente seca. Palavras-chave: compactação do solo, ensaio de Proctor Normal e limite de plasticidade. Introdução O plantio direto é um sistema de preparo do solo caracterizado por utilizar práticas de manejo que buscam garantir a qualidade do solo e proporcionar altas produtividades, por meio de um revolvimento mínimo do solo e utilização de cobertura morta. Nos últimos anos têm-se verificado um aumento substancial no tamanho, peso e potência das máquinas, o que causa como conseqüência um aumento de áreas com problemas de compactação. A compactação é uma alteração estrutural que promove reorganização das partículas e de seus agregados (STONE et al., 2002). De acordo com Gomes e Pena (1996), a compactação do solo ocasiona uma diminuição do volume, o que equivale dizer que aumenta a densidade, conseqüentemente ocorre uma redução da porosidade total do solo, desencadeando efeitos negativos na relação 1
2 micro/macroporos. Esses parâmetros contribuem para um decréscimo da capacidade de aeração do solo, alteram a disponibilidade de água e nutrientes, aumentam a resistência à penetração de raízes, afetam a condutividade hidráulica e a infiltração de água no solo, aumentando assim o risco de erosão. No estudo da compactação do solo, um dos ensaios que pode ser utilizado é o ensaio proposto por Ralph R. Proctor, em Neste ensaio, para uma mesma energia de compactação a massa especifica aparente seca do solo, depende de sua umidade no momento da compactação (CAPUTO 1994). A correlação entre o limite de plasticidade e a massa especifica aparente seca, tem grande aplicação dentro da ciência do solo em avaliações de solo para uso em fundações, construções de estradas e interação máquina-solo. O estudo da variabilidade espacial dos atributos do solo assume importância, nos indicativos de alternativas de manejo, visando não só reduzir efeitos da variabilidade espacial sobre a produtividade das culturas, como também estimar respostas das plantas a determinadas práticas de manejo. Em razão da ação do sistema de manejo do solo e o tráfego de máquinas em áreas agrícolas não serem uniformes em toda a área, as avaliações da distribuição espacial das características físicas assumem grande importância (SILVA et al., 2004; SOUZA et al., 2001). O objetivo deste trabalho foi caracterizar a distribuição da massa especifica aparente seca e do limite de plasticidade em uma área sob plantio direto. Material e Métodos A área em estudo situa-se na fazenda Capão do Carirú, município de Abadiânia, GO, em uma área de 21,3 hectares cultivado com soja durante três safras consecutivas. O solo no local é classificado como Latossolo Amarelo, textura franco argilosa, apresenta relevo suave ondulado. As amostras de solo foram coletadas em um talhão manejado sob plantio direto, adquiridas em uma malha regular de amostragem de 75m x 75m, totalizando 37 pontos amostrais, sendo que cada ponto foi georrefenciado, para em seguida proceder com as coletadas de amostras deformadas em duas profundidades (0 15cm e 15 30cm) para o ensaio de Proctor Normal e Limite de Plasticidade. Após a coleta, estas foram armazenadas em sacos plásticos vedados e numerados conforme suas posições, sendo as determinações 2
3 feitas no laboratório de Mecânica dos Solos dos cursos de Engenharia Agrícola e Engenharia Civil da Universidade Estadual de Goiás - Unidade de Ciências Exatas e Tecnológicas. O Ensaio de Proctor normal foi realizado seguindo a metodologia proposta por VARGAS (1978). As amostras de solo foram colocadas em bandejas de modo que as mesmas adquirissem a umidade higroscópica. O solo então foi destorroado e passado na peneira 4, após o peneiramento adicionou-se água na amostra para a obtenção do primeiro ponto da curva de compactação do solo. Depois de preparada as amostras de solo, as mesmas foram colocadas em um recipiente cilíndrico com volume igual a 1000 cm 3 e compactadas com um soquete de 2500g, caindo de uma altura de aproximadamente 30cm, em três camadas com 25 golpes do soquete por camada. Este processo foi repetido para amostras de solo com diferentes valores de umidade, utilizando-se em média 5 pontos para a obtenção da curva de compactação. De cada corpo de prova assim obtido, determinou-se a massa específica aparente seca e o teor de umidade de compactação. Depois de efetuados os cálculos da massa específica aparente seca e da umidade, lançou-se esses valores em um par de eixos cartesianos, tendo nas ordenadas as massas específicas do solo seco e na abscissa os teores de umidade do solo. Para determinação do limite de plasticidade preparou-se uma pasta com o solo que passou na peneira 40, fazendo-a rolar com a palma da mão sobre uma placa de vidro esmerilhado, formando um pequeno cilindro. Quando o cilindro de solo atingiu o diâmetro de 3mm e apresentou fissuras, mediu-se a umidade do solo. Esta operação foi repetida 5 vezes, definindo assim, como limite de plasticidade o valor médio dos diferentes teores de umidade determinados. A partir das coordenadas do ponto e dos valores assumidos pelas variáveis nesses pontos (massa especifica aparente seca e limite de plasticidade), foi possível obter mapas da distribuição espacial para cada variável, utilizando-se um algoritmo de interpolação. De acordo com KRAJEWSKI e GIBBS (1996), o algoritmo denominado krigagem é o que apresenta a melhor precisão e um dos que apresenta a melhor fidelidade aos dados originais. Com os resultados obtidos nos ensaios mencionados, procedeu-se a confecção dos mapas de isolinhas através de krigagem pontual, utilizando o programa Surfer versão 8.0. Resultados e Discussão Para o mapa de massa especifica aparente seca, na profundidade de 0-15cm, observa-se que o maior valor assumido pela variável foi de 1,48 g/cm 3 e o menor valor foi 1,3 3
4 g/cm 3, conforme pode ser visto na Figura 1. Analisando o mapa de massa especifica aparente seca, na profundidade de 15-30cm, o maior valor registrado pela variável foi 1,55 g/cm 3 e o menor 1,32 g/cm 3, Figura 1. Constata-se que existe uma coincidência entre as regiões onde ocorreram os maiores e os menores valores da variável, quando compara-se os mapas das diferentes profundidades. O mapa de limite de plasticidade, na profundidade de 0-15cm, mostra que o maior valor assumido pela variável foi 37 e o menor valor encontrado foi de 27, Figura 2. Para a profundidade de 15-30cm obteve-se um mapa de limite de plasticidade com o maior valor de 35 e o menor valor de 24, Figura 2. Observa-se que a região na qual ocorre o menor valor do limite de plasticidade coincide nos mapas de 0-15 e 15-30cm, porém as regiões dos maiores valores não são coincidentes. Quando se compara o mapa de massa especifica aparente seca com o mapa de limite de plasticidade, nas respectivas profundidades, verifica-se que os maiores valores de massa especifica aparente seca ocorrem nas regiões onde se tem os menores limites de plasticidade. Na Figura 1 (15-30cm) a região que apresenta o maior valor de massa especifica aparente seca é uma região de compactação subsuperficial, ocasionada possivelmente pelos implementos agrícolas utilizados quando a região era manejada com cultivo convencional. Figura 1. Mapas de Massa especifica aparente seca (g/cm 3 ) para as profundidades de (0 15cm) e (15 30cm) respectivamente. 4
5 Figura 2. Mapas de Limite de plasticidade para as profundidades de (0 15cm) e (15 30cm) respectivamente. Conclusões De acordo com os mapas, estimados pela krigagem, os maiores valores de massa especifica aparente seca e os menores valores de limite de plasticidade estão localizados na camada de 15 30cm e na parte superior da área. Locais onde apresentam menor limite de plasticidade indicam maiores valores de massa especifica aparente seca. Referências Bibliográficas CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., p. GOMES, A.; PEÑA, Y.A. Caracterização da compactação através do uso do penetrômetro. Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v.49, n.1, p.18-20,
6 KRAJEWSKI, S.A.; GIBBS, B.L. Understanding Contouring: A pratical Guide to Spatial Estimation and Contouring Using a Computer and Basics of Using Variograms: Gibbs Associates. SILVA, V. R.; REICHERT,J. M.; REINERT, D. J. Variabilidade espacial da resistência do solo à penetração em plantio direto. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.2, p , SOUZA, Z.M. et al. Variabilidade espacial de atributos físicos em um Latossolo Vermelho Distrófico sob semeadura direta,em Selvíria, MS. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p , STONE, L. F.; GUIMARÃES, C. M.; MOREIRA, A. A. J. Compactação do solo na cultura do feijoeiro. I: efeitos nas propriedades físico-hídricas do solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.6, n.2, p , VARGAS, M. Introdução à mecânica dos solos. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, p. 6
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