DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA RESUMO
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- Cláudio Fraga Minho
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1 DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA Valter de Oliveira Neves Júnior 1 ; Zélio de Lima Vieira 1 ; Tiago Trevizam de Freitas 1 ; Edgar Rodrigues Marques 1 ; Paulo César Timossi 2 1 Acadêmicos voluntários, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG. 2 Orientador, docente do Curso de Agronomia, UnU Ipameri UEG RESUMO Com a utilização de palhada no manejo do plantio direto, o capim-braquiária vem sendo bastante utilizado neste sistema, promovendo a conservação do solo, ciclagem de nutrientes e ainda servindo como forragem na implantação de sistemas de integração lavourapecuária. Chegada a hora do plantio da cultura, este capim deve ser eliminado através de dessecação com herbicida para que se efetive o plantio. O glyphosate mostra-se eficiente no controle das braquiárias. No entanto é necessário pesquisar a eficiência de volumes de calda para que se possam otimizar os ganhos, diminuindo custos de produção. No ensaio objetivouse comparar o efeito de aplicação do glyphosate na dosagem de 1,44 Kg i.a. em diferentes volumes de calda (50; 100; 200 L ha -1 ) no controle da espécie Brachiaria decumbens. As plantas no momento da dessecação apresentavam-se no estádio vegetativo, com altura média de 0,90 m e 12,3 t ha -1 de massa seca. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três tratamentos (volumes de calda) e três repetições. Cada parcela experimental foi de 4 x 5 m, totalizando área de 20m 2. A aplicação dos herbicidas foi efetuada com pulverizador costal pressurizado a CO 2 (1,9 bar), munido de barra com quatro bicos e pontas de jato plano DG11002, espaçadas de 0,5 m. O controle da cobertura vegetal foi avaliado visualmente adotando-se a escala percentual de 0 a 100. As avaliações foram realizadas aos 10, 20, 30 e 40 dias após a aplicação. Concluí-se, que os diferentes volumes de calda testados com a mesma dosagem de glyphosate, foram semelhantes no controle da B. decumbens, obtendo 100% de controle em ambos os casos e não possibilitando rebrotes ao final das avaliações.
2 Palavras-chave: glyphosate; capim-braquiária; plantio direto. Introdução A utilização de plantas de cobertura para o cultivo no sistema de plantio direto está se mostrando bastante eficaz como contribuinte de conservação do solo e otimização da produção agropecuária. A implantação do capim-braquiária na lavoura, pode-ser feita com o intuito apenas de formação de massa seca para cobertura de solo ou ainda servir de alimentação animal na época da seca, pelo consórcio lavoura-pecuária (Timossi, Durigan e Leite, 2007). A dessecação da cobertura vegetal para o plantio direto, segundo Kozlowski (2001), pode ser feita com os herbicidas glyphosate, sulphosate, diquat e paraquat. Contudo, em espécies semiperenes e perenes, os herbicidas de ação local não têm apresentado boa eficácia, podendo ocorrer muitos rebrotes e reinfestações na área. Os diferentes volumes de calda, utilizadas para a dessecação, podem variar de acordo com a densidade, estádio de desenvolvimento das plantas, massa seca, e condições climáticas. Diversas dosagens do herbicida glyphosate têm sido testadas para o controle das mais variadas espécies e quantidades de massa vegetal de plantas de cobertura (Pereira, 1996). Há várias pesquisas buscando o melhor volume de calda para obter a dessecação de maior qualidade, que não interfira na germinação da semente da cultura sobreposta (método aplique e plante), crescimento da plântula e para que não haja rebrotes e/ou falhas de aplicação que levem a forrageira a concorrer com a cultura. O eficiente controle químico das plantas de cobertura é o ponto-chave para o sucesso no estabelecimento de culturas graníferas. Assim, o controle das plantas de cobertura e da infestação por plantas daninhas antes da semeadura permite que a cultura tenha desenvolvimento inicial livre de interferências e impede que ocorram rebrotes e reinfestações na área, facilitando a ação de herbicidas complementares, após a emergência da cultura (Almeida, 1991). Este trabalho teve como objetivo, comparar três volumes de calda para aplicação do herbicida glyphosate em uma única dosagem na dessecação da Brachiaria decumbens. Material e Métodos O experimento foi instalado dia 15 de abril e conduzido até 15 junho de 2008, em área experimental pertencente à Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri- UEG.
3 A cobertura vegetal em estudo foi capim-braquiária (Brachiaria decumbens) com altura média de 0,90 m e 12,3 t ha -1 de massa seca. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três tratamentos que consistiam de três volumes de calda (50; 100; 200 L ha -1 ) na dosagem de 1,44 kg ha -1 de glyphosate, com quatro repetições. Cada parcela experimental foi de 4 x 5 m, totalizando área de 20 m 2. Na cobertura proporcionada pelas braquiárias, constatava-se apenas a presença da espécie em estudo. No momento da aplicação do herbicida para a dessecação, as plantas do capim-braquiária apresentavam-se no estádio vegetativo. A massa seca foi obtida através de amostragens feitas aleatoriamente dentro do experimento, utilizando um quadro de 1m 2 para demarcar a área e então cortar ao nível do solo toda massa verde. Este material foi encaminhado ao laboratório onde foi pesado in natura e posteriormente seco e novamente pesado para obter-se o teor de massa seca. A aplicação do glyphosate foi feita utilizando-se de um pulverizador costal pressurizado a CO 2 (1,9 bar), munido de barra com quatro bicos e pontas de jato plano DG11002, espaçados de 0,5 m. Os diferentes volumes de calda aplicados foram dosados através da velocidade de caminhamento na aplicação. A aplicação foi feita entre 10:25 e 11:00 horas; as condições atmosféricas no momento da aplicação foram: temperatura atmosférica média de 30,5 C; ventos intermitentes entre 1,0 e 1,5 m s -1 ; umidade relativa do ar de 65,5%, com umidade à superfície e céu parcialmente nublado com 30% coberto por nuvens. Durante o período experimental não houve precipitações e variações de temperatura relevantes. As avaliações foram feitas aos 10, 20, 30 e 40 dias após a aplicação (DAA) do herbicida, com avaliações visuais pela porcentagem de controle da cobertura vegetal e posteriormente rebrotes e/ou reinfestação originárias de sementeiras. Os dados obtidos foram submetidos ao teste F para análise de variância e, para comparação das médias, utilizou-se o teste de Tukey a 5% de significância. Resultados e Discussão No momento da aplicação do herbicida, pôde-se constatar que as plantas estavam vigorosas e em estádio vegetativo. Ainda, verificou-se umidade à superfície do solo, facilitando a absorção e translocação do herbicida nas plantas. Na Tabela 1 é apresentado o resultado obtido com as médias da porcentagem de controle da cobertura vegetal proporcionada pela B. decumbens, para as devidas épocas avaliadas.
4 Tabela 1. Avaliação visual das médias da porcentagem de controle de Brachiaria decumbens em diferentes volumes de calda em uma mesma dosagem de glyphosate (1,44 kg i.a. ha -1 ). Herbicida Volume de Épocas de Avaliação calda 10 DAA 20 DAA 30 DAA Glyphosate 50L ha -1 65,00 a 99,66 a 100 Glyphosate 100L ha -1 70,00 a 99,00 a 100 Glyphosate 200L ha -1 70,00 a 99,00 a 100 F (trat.) 2 0,347 0 CV (%) 5,2 1,1 0 *Obs: Médias de mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Aos 10 dias após a aplicação (DAA), já se verifica uma alta porcentagem de controle em todos os tratamentos. Nota-se que os volumes de calda de 100 L ha -1 e 200 L ha -1 obtiveram maior controle inicial. Aos 20 DAA nota-se uma igualdade na eficácia dos diferentes volumes de calda com herbicida em todos os tratamentos. A partir dos 30 DAA, todos os tratamentos apresentaram controle total das plantas. Estatisticamente, as médias de controle não se diferem entre as épocas avaliadas. Na última avaliação (40 DAA), foi mantida a tendência. Também, não foi constatado rebrotes, nem mesmo reinfestações originárias de sementeiras, situação ocasionada pelo fato de não haver mais umidade necessária no solo. A dosagem de herbicida utilizada no manejo da cobertura vegetal, em diferentes volumes de calda, eliminou totalmente a cobertura vegetal. Cabe salientar que, em condições normais de pastagem, dificilmente teríamos a cobertura vegetal com o volume de massa testado no ensaio (12,3 t ha -1 ), e o não controle por total das coberturas vegetais pode se tornar um enorme problema principalmente no início de desenvolvimento das culturas. Conclusão A adoção de menores volumes de calda para a aplicação do herbicida glyphosate, no manejo do capim-braquiária para plantio direto mostrou-se viável, não interferindo no seu controle.
5 Referências Bibliográficas ALMEIDA, F. S. Controle de plantas daninhas em plantio direto. Londrina: IAPAR, p. (IAPAR. Circular, 67). KOZLOWSKI, L. A. Aplicação seqüencial de herbicidas de manejo na implantação da cultura do feijoeiro comum em sistema de plantio direto. R. Bras. Herb., v. 2, n. 1,p , 2001 PEREIRA, F. R. Determinação da dose eficiente de dessecantes sistêmicos no manejo de Brachiaria decumbens em plantio direto da soja, na região dos cerrados. In: SEMINÁRIO: ZAPP - O DESAFIO DO NOVO, 1995, São Paulo. Trabalhos Apresentados... São Paulo: Zeneca Agrícola, p TIMOSSI, P. C.; DURIGAN, J. C.; LEITE, G. J. Formação de palhada por braquiárias para adoção do sistema plantio direto. Bragantia, Campinas, v.66, n.4, p , 2007.
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