Tema: Protecção Social para Desenvolvimento Inclusivo

Documentos relacionados
UNIÃO AFRICANA: PLANO DE ACTIVIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO CAADP DECLARAÇÃO DE MALABO ( )

TEMA: Melhorar a capacidade das Instituições do Mercado de Trabalho em África para abordar os desafios actuais e futuros

REUNIÃO DE PLANIFICAÇÃO DA REDE EPIDEMIOLÓGICA E CONSULTA CONTINENTAL PARA OS PONTOS FOCAIS SOBRE REDUÇÃO DA DEMANDA DE DROGAS.

PROGRAMA DE TRABALHO PROVISÓRIO PARA A REUNIÃO DOS PERITOS (8 9 DE ABRIL DE 2013)

Estratégia Continental de Agronegócios Impulsionando o crescimento da África

DECLARAÇÃO DE SIRTE SOBRE O INVESTIMENTO NA AGRICULTURA PARA O CRESCIMENTO ECONÓMICO E A SEGURANÇA ALIMENTAR (Doc. ASSEMBLY/AU/12 (XIII)

Programa da CUA sobre o Quadro Regulamentar Continental Harmonizado do Sector de Energia em África: O Caso do Sector de Electricidade

PROJECTO DE DOCUMENTO SÍNTESE PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA EM MATÉRIA DE

O PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO SECTOR AGRÁRIO DE MOÇAMBIQUE PEDSA. Impacto esperado com a implementação do PEDSA através do CAADP

9ª SESSÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS E DO TRABALHO DA UNIÃO AFRICANA de Abril de 2013 ADIS ABEBA, ETIÓPIA DOCUMENTO SÍNTESE

Apoio Internacional ao Plano Nacional de Investimento do Sector Agrário (PNISA) e Nutrição. Junho de Matthew Brooke, Delegação da UE, Moçambique

Addis Ababa, Etiópia PO Box 3243 Telefone: Fax: website: www. africa-union.org

Apresentação de Angola na XII Reunião dos Ministros do Trabalho e dos Assuntos Sociais Os Desafios na Protecção Social para alcançar a Segurança

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone : Fax :

CONSELHO EXECUTIVO Vigésima-sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2015 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/889(XXVI) Add.

PROJECTO DE NOTA DE CONCEITO

PRIMEIRA SESSÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (STC-SDLE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA DE ABRIL DE 2015

PROJECTO DE NOTA CONCEPTUAL

Protecção Social Baseada em Trabalhos Públicos

COMITÉ DE REPRESENTANTES PERMANENTES (CRP) Trigésima Quinta Sessão Ordinária de Janeiro de 2018 Adis Abeba, Etiópia PROJECTO DE AGENDA

Função Principal do Cargo: Promover a paz e a segurança na Região. Áreas Principais de Resultados

PROJECTO DE ESTATUTO DO CENTRO INTERNACIONAL DA UNIÃO AFRICANA PARA A EDUCAÇÃO DE RAPARIGAS E MULHERES EM ÁFRICA (CIEFFA-UA)

TEMA: AS DROGAS MATAM MAS AS MÁS POLÍTICAS MATAM MAIS INTENSIFICAÇÃO DE RESPOSTAS EQUILIBRADAS E INTEGRADAS PARA O CONTROLO DE DROGAS EM ÁFRICA

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA CIMEIRA DE DAKAR SOBRE O ENSINO SUPERIOR (Ponto proposto pela República do Senegal)

Estratégia Pan-Africana de Controlo e Erradicação da Peste dos Pequenos Ruminantes

P. O. Box 3243, Addis Ababa, ETHIOPIA Tel.: Tel: Fax: / Website: ST /144/22/12

TEMA: DESAFIOS PARA DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO E ACESSO UNIVERSAL

CONFERÊNCIA DA UNIÃO Décima-sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2011 Adis Abeba, Etiópia EX.CL/654 (XVIII) Add.3 Original: Francês

QUESTIONÁRIO PARA AVALIAR O PROGRESSO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE ACÇÃO CONTINENTAL PARA A DÉCADA AFRICANA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS ( )

SEGUNDA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO EM DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (CTE-DSTE-2) ARGEL, ARGÉLIA DE ABRIL DE 2017 TEMA:

CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS MINERAIS 3ª SESSÃO ORDINÁRIA de Outubro de 2013 BAMAKO - MALI

MECANISMO DE ACOMPANHAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO, MONITORIA E AVALIAÇÃO

PROJECTO DE NOTA CONCEITUAL

Seguimento da última Conferência dos Ministros Africanos de Economia e Finanças (CAMEF II)

Exposição fotográfica: cinco anos de cooperação por um mundo sem fome

DECLARAÇÃO DA 10 ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DEFESA E SEGURANÇA

PROGRAMA DA CUA DE DESENVOLVIMENTO DA BIOENERGIA EM ÁFRICA ( )

PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO SECTOR AGRÁRIO NO CONTEXTO DO CAADP

DOCUMENTO SÍNTESE UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA

DECISÃO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA (NEPAD)

PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA CONFERÊNCIA DA UNIÃO AFRICANA DOS MINISTROS DA EDUCAÇÃO (COMEDAF IV+) NAIROBI, QUÉNIA 11 A 13 DE MAIO DE 2011

Assembly/AU/Decl.2 (XVIII) Pág. 1

Tema: Protecção Social para Desenvolvimento Inclusivo

UNIÃO AFRICANA IE21442 PARCERIA ENERGÉTICA ÁFRICA-UE (AEEP) DOCUMENTO DE REFLEXÃO PARA A 4 A FASE

PROJECTO DE NOTA CONCEPTUAL

POSIÇÃO COMUM DE ÁFRICA SOBRE A RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA

ACÇÃO INTERSECTORIAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS. Mesa-Redonda ÍNDICE DESAFIOS

Dinâmicas e Dilemas dos Mercados de Trabalho, Emprego e Bem-estar em Moçambique

DEBATE SOBRE A POSIÇÃO COMUM AFRICANA EM RELAÇÃO À AGENDA PÓS 2015, PÓS-ODM

SEGUNDA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO SOBRE SAÚDE, POPULAÇÃO E CONTROLO DE DROGAS (CTE-SPCD-2) ADIS ABEBA, ETIÓPIA DE MARÇO DE 2017

UBERABA, 13 A 15 DE FEVEREIRO DE 2017

PROJECTO AGENDA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA

TERCEIRA CONFERÊNCIA AFRICANA SOBRE A APLICAÇÃO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS ESPACIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Financiamento para Infraestruturas em África HARMONIZAÇÃO DA ESTRATÉGIASOBRE O TURISMO EM ÁFRICA

Actualização sobre a Zona Continental de Comércio Livre (CFTA)

Ações Reunião realizada nos dias 13 a 16 de outubro de 2014

TICO ANE & AL EM MOÇAMBIQUE

Integração da força de trabalho no sistema de acumulação de capital em Moçambique

ESTABELECIMENTO DE UM FUNDO ESPECIAL DA UNIÃO AFRICANA PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO E AO EXTREMISMO VIOLENTO EM ÁFRICA

RELATÓRIO SOBRE O ACOMPANHAMENTO DA CIMEIRA DE OUAGADOUGOU DE 2004: EMPREGO, ERRADICAÇÃO DA POBREZA E DESENVOLVIMENTO INCLUSIVO EM ÁFRICA

AS CRIANÇAS NÃO DEVEM TRABALHAR NOS CAMPOS, MAS EM SONHOS!

ESCRITÓRIO DAS ACTIVIDADES PARA OS TRABALHADORES (ACTRAV) A OIT E OS TRABALHADORES ESCRITÓRIO INTERNACIONAL DO TRABALHO

Parceria pelo Desenvolvimento Sustentável Projeto pelo Fortalecimento dos Municípios para a promoção da Agenda 2030 e Nova Agenda Urbana

CONSELHO EXECUTIVO 18ª Sessão Extraordinária 19 de Março 2018 Kigali, Ruanda DECISÕES. Ext/EX.CL/Dec.1-2(XVIII) Original: Inglês/Francês

PROCESSO CONSULTIVO DA DIÁSPORA AFRICANA (Ponto Proposto pela República da África do Sul)

Padrões dos Projectos ABC

Apresentação da Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas. DONDO, 20 de NOVEMBRO de 2014 MICOA/DPCA-Sofala

CONFERÊNCIA DA UNIÃO Décima-sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2011 Adis Abeba, Etiópia

Programa de Doutoramento em Gestão, Liderança e Políticas no Sector Agroalimentar

Boletim Econômico Edição nº 59 abril de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE

Como as indústrias podem apoiar e promover o trabalho decente e o crescimento econômico? Hélio Zylberstajn FEA/USP e Fipe

DECLARAÇÃO SOLENE SOBRE A IGUALDADE DO GÉNERO

PROGRAMA DE ACÇÃO SAÚDE. - Advocacia junto ao Ministério da Saúde para criação de mais centros de testagem voluntária.

A agricultura portuguesa e o futuro da PAC pós 2013

AS CRIANÇAS NÃO DEVEM TRABALHAR NOS CAMPOS, MAS EM SONHOS!

CONSELHO EXECUTIVO Décima-Sétima Sessão Ordinária de Julho de 2010 Kampala, Uganda

Dinâmica do Sector Agrário em Moçambique

PROJECTO PROGRAMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA UNIÃO AFRICANA EM MATÉRIA DE

NOTA CONCEITO. Rumo a uma Agenda de Desenvolvimento Social Sustentável em África

Desafios do desenvolvimento da cadeia de valor das matérias-primas para melhorar a competitividade dos produtos agrícolas em África

Primeira Sessão Ordinária do Comité Técnico Especializado da União Africana sobre Transportes, Infra-Estruturas Intercontinentais e Interregionais,

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE

PRIMEIRA REUNIÃO SEMESTRAL DE COORDENAÇÃO 8 de Julho de 2019 Niamey, Níger

A SITUAÇÃO DA PROTECÇÃO SOCIAL EM MOÇAMBIQUE

Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone Fax: Website:

UNIÃO AFRICANA. Fortalecer o papel da Ciência e Tecnologia no combate à desertificação em África: Sequência da 1ª Decisão do CTE

UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, Ethiopia P. O. Box 3243 Telephone: / Fax: website:

COMISSÃO DO TRABALHO E ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA Nona Sessão Ordinária 8-12 Abril de 2013 Adis Abeba, ETIÓPIA

CONSELHO EXECUTIVO Décima-Sexta Sessão Ordinária de Janeiro de 2010 ADIS ABEBA, ETIÓPIA EX.CL/546 (XVI)

Políticas Pública de Redução da Pobreza

Pressupostos e perspectivas para a criação do regime dos trabalhadores agrícolas e das pescas. Manuel Moreira, Representante do MAPTSS

São Paulo - SP 14 de julho 2016

PROPOSTA DE PILARES PARA O PRÓXIMO PROGRAMA DE APOIO AS POLÍTICAS (PSI) APRESENTAÇÃO AO SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DO FMI E PERSPECTIVAS

Balanço dos Compromissos Políticos do Governo de Moçambique. Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional Maputo, 10 e 11 de Abril de 2013

Importância do CAADP para Moçambique

Compromisso de Sharm El Sheikh para a Aceleração da Realização dos Objectivos sobre a Água e o Saneamento em África

DOCUMENTO DE TRABALHO AFECTAÇÃO ESTRATÉGICA DO ESPAÇO ORÇAMENTAL. Segmentos operacionais

DOCUMENTO DE SÍNTESE REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO (CTE) SOBRE MIGRAÇÃO, REFUGIADOS E PESSOAS DESLOCADAS INTERNAS

Transcrição:

SA14281 61/61/9/9 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: (251 11) 550 4988 Fax : (251 11) 550 4985 Website: www. africa-union.org PRIMEIRA SESSÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO SOBRE O DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (CTE-DSTE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA 20-24 DE ABRIL DE 2015 Tema: Protecção Social para Desenvolvimento Inclusivo PROJECTO DO DOCUMENTO SOBRE A INTEGRAÇÃO DO PLANO DE PROTECÇÃO SOCIAL PARA ECONOMIA INFORMAL E TRABALHADORES RURAIS NO PROGRAMA INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO DA AFRICULTURA EM ÁFRICA (CAADP)

Introdução 1. Na África Subsaariana, sessenta e cinco por cento (65%) da força de trabalho está envolvida na agricultura, o que contribui com 32% para o Produto Interno Bruto, apesar de terem a maior taxa de pobreza. Outras características relevantes referem-se a crescente feminização da força de trabalho rural e o fenómeno do trabalho infantil nas actividades desenvolvidas nas zonas rurais. Mulheres pequenos agricultores constituem a maioria dos produtores de alimentos, mas continuam vulneráveis. Da mesma forma, os jovens envolvidos em actividades económicas rurais estão expostos a trabalhos perigosos. I. Lacunas de Protecção Social no CAADP: Lacunas conceptuais, jurídicas, metodológicas e técnicas: 2. O Pilar 3 do CAADP não procurar abranger todas as fontes e tipos de vulnerabilidade e insegurança alimentar; em vez disso, as actividades do Pilar III concentra-se nas populações vulneráveis, com maior probabilidade de poderem contribuir e se beneficiar directamente de um maior crescimento agrícola. Actualmente, o CAADP incide sobre alguns aspectos da protecção social; principalmente o conceito de "rede de segurança" e de assistência social tais como transferências de dinheiro dirigidas ou medidas muito mais amplas (por exemplo, subsídios de alimentação e reservas estratégicas de cereais), destinadas a famílias rurais mais vulneráveis. Ao cobrir programas de assistência social, o âmbito da SPIREWORK vai além daquele do CAADP, no que diz respeito à protecção social, e tem como alvo os trabalhadores rurais e os membros das suas famílias através de programas de protecção social e de políticas de segurança social que lhes aliviam da exclusão social. Assim, o Quadro de integração deriva da Convenção da OIT 102 (1958), que define a segurança social, como compreendendo os sistemas de seguro social baseados em contribuições e assistência social financiada pelos impostos. 3. Esta situação é agravada pelas más condições de trabalho com baixo acesso a cobertura de segurança social, se houver, baixa produtividade e baixo nível de habilidades, desaguando numa renda baixa e errática. Dentro do contexto desta situação, os líderes africanos adoptaram o Programa Abrangente de Desenvolvimento Agrícola Africano (CAADP), em Maputo, em 2003. O CAADP desenvolve-se em quatro pilares: Pilar 1 Expansão da cultivada para sustento e gestão dos recursos hídricos; Pilar 2 Melhoria do acesso ao mercado através desenvolvimento de melhores infra-estruturas rurais e de intervenções relacionadas com o comércio; Pilar 3 Aumento do fornecimento de alimentos e redução da fome em toda a região, através do aumento da produtividade dos pequenos agricultores e melhoria da resposta às emergências alimentares; e 1

Pilar 4 Melhoria da investigação agrícola e dos sistemas para disseminar novas tecnologias adequadas, bem como aumento do apoio com vista a ajudar os agricultores a adoptá-las. 4. Enquanto não está implícito entre os pontos de entrada acima mencionados, a Protecção Social tem o potencial para assegurar o desenvolvimento do capital humano como facilitador para alcançar os quatro pontos de entrada. Os sistemas de protecção social não só reduzem a vulnerabilidade e evitam os piores efeitos da pobreza, proporcionam também um meio pelo qual o potencial de desenvolvimento humano pode ser protegido para o futuro e promover a legitimidade política dos governos nacionais. 5. O CAADP se concentra nos factores "físicos e infra-estruturais" do desenvolvimento económico necessário para aumentar a produção e produtividade agrícolas em África. Limita a disputo sobre o factor humano e o funcionamento do mercado de trabalho rural. Esta lacuna pode ser preenchida pelo Plano de Protecção Social para a Economia Informal e Trabalhadores Rurais (SPIREWORK), que foi aprovado em 2011 pelos líderes africanos. O acesso dos trabalhadores rurais e dos membros das suas famílias aos serviços de protecção social é visto como complementar aos Pilares do CAADP e como meio de aumentar a produtividade dos trabalhadores rurais e, assim, combater a pobreza rural. 6. O Quadro do Pilar III do CAADP reconhece que algumas das soluções para combater a fome e a desnutrição podem encontrar-se fora das intervenções agrícolas directas, quando na verdade, o crescimento agrícola generalizado depende de pessoas activas e saudáveis, e que o crescimento agrícola tem benefícios indirectos também generalizados. Intervenções bem concebidas podem ajudar os agricultores a se tornarem auto-suficientes e "subirem de categoria" de apoio financiado pelo imposto de protecção social para um flexível seguro social contributivo. Este é o objectivo de longo prazo do quadro de integração. 7. SPIREWORK é um motor de crescimento, através da sua contribuição para o aumento da produtividade e resiliência. SPIREWORK tem como fundamento o seguinte (a) Principais princípios orientadores; (b) Caixa Nacional de Protecção Social Mínima, com base num estudo abrangente; e (c) Os factores contribuintes para alcançar um Pacote Mínimo, tais como (i) a capacitação dos trabalhadores através da criação ou fortalecimento da sua organização profissional; (ii) participação nos processos de formulação políticas, com uma voz forte e eficaz; (iii) advocacia e reconhecimento; (iv) alinhamento dos quadros jurídicos e regulamentares; (v) Gestão de estatística e de banco de dados sobre Protecção Social dos trabalhadores rurais; e (vi) Gestão do conhecimento e troca de experiências. 8. As organizações de trabalhadores rurais são fundamentais no processo de planificação e implementação do conjunto de diversas medidas de protecção social. Isto envolve cooperativas, que devem ser melhoradas para reduzir os constrangimentos institucionais. 2

9. Integração da protecção social nas políticas de desenvolvimento agrícola da África é uma nova abordagem rumo a uma melhoria abrangente e simultânea das condições de vida e de trabalho da enorme força de trabalho envolvida em qualquer tipo de ocupação agrícola. A integração da SPIREWORK no CAADP é um processo em busca de integração dos desafios e das estratégias de protecção social em todas as fases do processo do CAADP, com o objectivo promover condições dignas de trabalho e bemestar dos trabalhadores rurais e dos membros das suas famílias. 10. A integração vai fazer face o desafios tais como a fraca assistência social e os sistemas de segurança social inadequadas e ineficazes prevalecentes nas áreas rurais. Irá também tratar das questões da criança, trabalho, trabalho forçado e as práticas de tráfico de pessoas relacionadas com as actividades rurais. 11. Algumas experiências de Estados Membros oferecem subsídios para os tipos de acções que podem ajudar na extensão da protecção social aos trabalhadores rurais. Este é o caso das experiências, tais como: (i) Fundo Nacional de Segurança Social para trabalhadores independentes / trabalhadores não assalariados na Argélia; (ii) Iniciativa sobre a extensão da protecção social para a economia informal e trabalhadores rurais, com extensão de cobertura de saúde para os trabalhadores no cultivo da seringueira e do cacau na Cote d'ivoire, procurandose uma nova prorrogação para os outros subsectores rurais na sequência da sua organização em 2014 e um estudo sobre a economia informal (capacidade contributiva, necessidades de protecção e benefícios sociais, etc.); (iii) Promulgação da política e da lei de protecção social, com extensão de cobertura para os trabalhadores rurais no Quénia; (iv) (iii) micro seguro no domínio da agrícola e inquérito sobre a pobreza no sector rural, evidenciando o potencial de contribuição dos trabalhadores rurais no Malawi; (v) (iv) Regime jurídico para organizar os trabalhadores da economia rural e informal nos Camarões. II. Integração do Ponto de Entrada no CAADP: 12. O III Pilar do CAADP é usado como o principal portão de entrada para a integração da SPIREWORK no CAADP, para além de desenvolver a resiliência dos trabalhadores nos ambientes rurais. Entretanto, usando uma abordagem de integração global, os outros Pilares do CAADP serão aproveitados de modo a estender a protecção social aos trabalhadores rurais. A insegurança alimentar e desnutrição são resultados de baixa disponibilidade de alimentos, de baixa renda, do desemprego, risco e 3

vulnerabilidade, falta de acesso a serviços básicos, tias como a saúde, água, saneamento e educação. Considera-se que a protecção social deva desempenhar um papel crucial na realização do objectivo da erradicação da fome. O Quadro Africano de Segurança Alimentar (FAFS) aprova intervenções de protecção social como componentes fundamentais de uma arquitectura eficaz de segurança alimentar, contendo programas e políticas de promoção de meios de vida e bem-estar de pessoas pobres e vulneráveis: instrumentos baseados direitos, tais como transferência incondicional de dinheiro e de alimentos, programas de alimentação escolar e de nutrição, e instrumentos de incentivos, tais como programas de transferências condicionais, seguro contra a seca e subsídios específicos). Muitas vezes, as pessoas desenvolvem estratégias de cópia de risco por si mesmos, que variam de auto-seguro (poupança de precaução) as formas informais de partilha de riscos em grupo. SPIREWORK completar a carteira de protecção social do CAADP, adicionando regimes de segurança social que cobrem os riscos dos trabalhadores no trabalho agrícola rural e não agrícola aos programas de assistência social financiados pelos impostos acima referidos. 13. A abordagem de integração está ancorada na incorporação de SPIREWORK no CAADP através dos (i) seus princípios e (ii) do seu processo de implementação. O 6 o Princípio do Quadro do CAADP destina-se a "Proteger e promover a capacidade de resistência dos meios de vida das pessoas vulneráveis" nas áreas rurais. Considerase como um conceito operacional abrangente que une SPIREWORK e CAADP. A SPIREWORK traz as ferramentas conceituais, técnicas e metodológicas para uma implementação integrada do princípio. III. PRINCÍPIOS DE INTEGRAÇÃO: 14. Processo de integração irá: Trabalhar com base no mecanismo, processos e ferramentas de planificação do CAADP, a todos os níveis, em particular ao nível nacional. Isso irá garantir que as necessidades de protecção social dos trabalhadores rurais e dos membros das suas famílias sejam levados em conta desde a fase da formulação, até à etapa da M & A. Para os Estados-membros com este processo do CAADP, a integração será feita como um exercício complementar ao processo do CAADP do país. Para os outros países, a integração irá começar da política nacional de agricultura; Fornecer conceitos, instrumentos jurídicos e técnicos e ferramentas para a concepção de uma combinação correcta de planos de assistência social - seguro social que poderão prestar apoio aos objectivos do CAADP, no tocante ao crescimento e à produtividade, e para optimizar os seus benefícios para os trabalhadores rurais e os membros das suas famílias; Facilitar a sinergia e complementaridade entre as várias intervenções de protecção social lançadas nas áreas rurais com fraca coordenação, tornando-se assim mais abrangentes; 4

IV. Desenvolver regimes de protecção social, em conformidade com os diversos estatutos dos trabalhadores rurais envolvidos quer no trabalho assalariado, quer no auto-emprego, trabalho sazonal/eventual ou permanente; ; Apoiar medidas de política de protecção social com base em evidências com apoio de estatísticas sobre as inseguranças/vulnerabilidades e necessidades de protecção dos grupos-alvo, incluindo inquéritos sobre a pobreza a fim de definir uma combinação de protecção social para as famílias trabalhadores rurais Reconhecer e abordar as vulnerabilidades, inseguranças e necessidades específicas de protecção de mulheres e jovens rurais que estão maioritariamente expostos a trabalhos perigosos; O sucesso da integração exige que um apoio político forte de alto nível na liderança, o envolvimento imediato dos principais intervenientes para obter um entendimento comum dos desafios e dos objectivos, bem como uma apropriação nacional. O DE INTEGRAÇÃO Elementos conceptuais, jurídicos e técnicos a. O papel central da capacidade de ganhar a renda 15. O acesso de famílias e indivíduos aos alimentos nos mercados é uma função dos seus rendimentos e o preço que devem pagar pela comida. A renda depende em grande parte do emprego. O emprego é, portanto, um factor determinante da segurança alimentar das famílias e de protecção social. Melhorar o acesso das pessoas pobres para as oportunidades de geração de renda, activos e redes de segurança reduz as suas vulnerabilidade e inseguranças. Portanto, trabalhar no sentido de atingir o trabalho decente no sector rural é essencial para a integração da SPIREWORK no CAADP da UA. b. Direitos Humanos e perspectivas de bem-estar 16. A integração tem como alicerce em três vertentes: (i) vertente dos direitos humanos que se baseia na assistência social/bem-estar social; (ii) vertente dos direitos dos trabalhadores, baseada no seguro social; e (iii) Processo nacional do CAADP e o mecanismo de M & A para supervisionar todo o processo de integração. 17. Os sistemas de protecção social de valor acrescentado SPIREWORK para além da rede de segurança social advogada pelo CAADP se baseia nos quadros nacionais e nas normas internacionais do trabalho. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) reconhece a segurança social como um direito humano básico. 5

18. A Convenção 102 da OIT (1958) sobre a Segurança Social dá orientações para a concepção e implementação de regimes de segurança social a nível nacional, de acordo com a situação nacional. Estabelece padrões mínimos mundiais acordados para todos os nove ramos da segurança social: assistência médica, subsídio de doença, subsídio de desemprego, subsídio de velhice, subsídio por acidente de trabalho, abono de família, subsídio de maternidade, subsídio de invalidez e benefício dos sobreviventes. Os trabalhadores rurais são confrontados com esses riscos sem cobertura adequada, embora, como os trabalhadores, eles tenham direito a esses direitos sociais e económicos consagrados nos quadros jurídicos nacionais. 19. A Convenção 102da OIT (1958) é complementada pelas outras Convenções relevantes visando orientar a integração da SPIREWORK no CAADP. Os componentes principais são: Segurança e Saúde na Convenção sobre Agricultura, 2001 (No.184); Cooperativas (Países em Desenvolvimento) R127 (1966); Plantações, C110 e R110 (1958) e Protocolo para as Plantações, C110 (1982); Organizações de Trabalhadores Rurais, C141 e R149 (1975). A Convenção sobre Estatísticas do Trabalho, C160 e Harmonização dos Sistemas de Informação do Mercado de Trabalho da UA e o Quadro de Coordenação (LMIS-HCF) dão orientação sobre a elaboração de sistemas práticos de recolha de estatísticas e de dados para SPIREWORK na área da agricultura. 20. Outros instrumentos internacionais dizem respeito a Convenções sobre o Trabalho Infantil e o Trabalho Forçado, bem como a outros instrumentos jurídicos sobre o tráfico de pessoas, práticas que prevalecem no sector rural. Entretanto, devido às especificidades de cada país, existem lacunas no capítulo de ratificação das Convenções da OIT, ou para o âmbito de cobertura dos trabalhadores rurais pelo quadro jurídico nacional e sua capacidade de implementação nas áreas rurais. Além disso, a maioria dos trabalhadores domésticos urbanos e membros das famílias vêm das áreas rurais. Eles podem contribuir para a desenvolvimento e reforço de sistemas de protecção social no meio rural, desde que sejam devidamente cobertos como trabalhadores domésticos nas áreas urbanas. c. Definição de trabalhadores rurais 21. A definição de trabalhadores rurais pelo quadro jurídico é fundamental para a concepção de sistemas de segurança social que reconheceram a diversidade do seu estatuto no mercado de trabalho rural. Por definição 1, os trabalhadores rurais estão envolvidos em actividades agrícolas e não-agrícolas, e abrangem as seguintes categorias: Trabalhadores no auto-emprego, pequenos agricultores Assalariados Trabalhadores sazonais e eventuais Trabalhadores migrantes transfronteiriços utilizados como trabalhadores sazonais ou eventuais na agricultura. 1 Convenção sobre as Organizações dos Trabalhadores Rurais, 1975 6

22. Entende-se que os membros da família de trabalhadores rurais incluem todos os seus dependentes, para ambos trabalhadores masculinos e femininos. As crianças e os idosos são os principais alvos da SPIREWORK na área rural. 23. Além disso, os trabalhadores rurais visados envolvem os seguintes sectores: Agricultura Pecuária Pescas Florestas Processamento de alimentos; e Outras actividades rurais não agrícolas d. O âmbito da protecção social no quadro do CAADP: 24. SPIREWORK para trabalhadores rurais membros das suas famílias abrange: Oportunidades de emprego para geração de renda Segurança social de acordo com o quadro jurídico nacional e ao abrigo das Convenções da OIT relevantes Assistência Social. e. Combinação de SPIREWORK Rural: Combinação de regimes de benefícios sociais: Combinação de seguro e da assistência social 25. De acordo com as constatações de vários trabalhos e estudos analíticos, uma combinação de SPIREWORK Rural pode ser definida a nível do país, inclusive no âmbito do processo nacional de CAADP, donde ela encontra suas origens. A combinação de SPIREWORK terá como base a distribuição de agregados familiares e indivíduos rurais, ao longo da linha de pobreza, segundo o estabelecido nos inquéritos e dados estatísticos nacionais de pobreza. A Combinação associa o sistema contributivo baseado e flexível assente na capacidade de contribuição dos trabalhadores rurais, conforme demonstraram os inquéritos e outras estatísticas de pobreza em relação ao trabalho na zona rural. O objectivo a longo prazo da abordagem Combinatória é a graduação progressiva dos regimes de assistência social para os planos de segurança social nos ambientes rurais. 26. Normas da OIT como referência para o desenvolvimento de uma combinação de protecção social e proporcionar uma abordagem baseada nos direitos em harmonia com os quadros jurídicos nacionais relevantes. f. Integração do Processos da SPIREWORK nos Processos do CAAP: 27. O processo nacional de mesas-redondas do CAADP está em linha com a abordagem da SPIREWORK no tocante à definição de planos nacionais alinhados com o 7

seu processo. A sobreposição dos dois processos permite usar as seguintes etapas de planificação na integração da SPIREWORK no CAADP: i. Planificação com base nas evidências 28. Os processos de SPIREWORK e do CAAP têm abordagens e mecanismos semelhantes que apoiam a concepção de políticas com base em evidências. A abordagem de integração tem como base e usa o seguinte: - Levantamento e estudos diagnósticos e analíticos bem como planificação baseada em evidências: análise situacional no domínio de inseguranças, vulnerabilidades, necessidades de protecção social, trabalho rural e sistema de estatísticas de protecção social, etc. - Deve se prestar a devida atenção a dimensão do género, em particular no que diz respeito à cobertura de maternidade, saúde reprodutiva e de riscos específicos em determinadas actividades dominadas por mulheres trabalhadoras rurais. - Análise da Cadeia de Valor para identificar inseguranças, vulnerabilidades e necessidades de protecção social nas diferentes etapas da cadeia de valor. - Análise dos intervenientes: análise de organizações de trabalhadores rurais, organizações de empregadores rurais, etc. Isto irá facilitar a criação de engajamento e parceria para o desenvolvimento/construção de coligações. - Avaliação do ambiente institucional, político, jurídico e político. ii. Desenvolvimento de programas 29. A abordagem de integração será colocada nas seguintes especificidades de planificação do CAAP e da SPIREWORK: - Processo participativo e diálogo social no sector; e - Metas da SPIREWORK no processo CAADP iii. Capacidade de implementação 30. Para facilitar o processo de integração, há a necessidade de desenvolver a capacidade dos intervenientes nas seguintes áreas: - M&A, aprendizagem e partilha de lições; - Capacidades organizacionais e técnicas das organizações dos trabalhadores rurais, incluindo as cooperativas (sindicatos dos trabalhadores e organizações dos empregadores) 8

- A capacidade técnica e humana dos principais ministérios: trabalho, agricultura, silvicultura, pescas, desenvolvimento rural e planificação. iv. Integração da SPIREWORK no mecanismo institucional/de apoio do CAADP 31. O mecanismo institucional/de apoio do CAADP será usado para integrar a implementação da SPIREWORK desde a concepção até monitorização e avaliação. Um perito de SPIREWORK será designado ou associado nos seguintes componentes do mecanismo de coordenação nacional do CAADP, no exercício das seguintes funções: - Apoio na concepção de programas; - Apoio técnico permanente especializado; - Apoio de especialista em M&A; e - Apreciação regular e avaliação do desempenho: revisão conjunta de uma avaliação específica periódica 32. Além disso, há a necessidade de dar mais apoio aos ministérios do trabalho e da agricultura/desenvolvimento rural, aumentando a sua capacidade institucional, através de criação de mecanismos de coordenação de questões referentes à integração da SPIREWORK no CAADP. A integração pode alavancar as capacidades físicas, humanas, financeiras e técnicas de instituições de segurança social existentes que podem alargar os seus serviços para os trabalhadores rurais, inclusive através de parcerias destinadas a desenvolver a capacidade e know-how das organizações dos trabalhadores rurais e de outras instituições/estruturas afins. 33. A integração também irá alavancar a SPIREWORK visando melhorar a coordenação e coerência entre os diversos programas de protecção social existentes, dirigindo-os especificamente para população rural, ainda mal integrados. v. Modelo de investimento do programa 34. A planificação integrada CAADP-SPIREWOK facilita a definição de um programa de investimentos para SPIREWORK. Defende-se fortemente que deviam ser fundos às intervenções no âmbito do Quadro do SPIREWORK dos Planos Nacionais de Investimento de Agricultura e Segurança Alimentar baseados no CAADP. Por exemplo, se as facilidades de crédito de carbono forem identificadas como uma intervenção prioritária de um país, poderia se atribuir alguns fundos no orçamento do plano de investimento. Rubricas orçamentais deviam ser dedicadas, dentro dos orçamentos nacionais, para a protecção social para permitir que os pobres possam melhor exercer uma actividade económica. vi. Parceria Público-Privada 35. Os governos são responsáveis pela promulgação de normas para a protecção social dos trabalhadores rurais e garantir a sua aplicação eficaz. Os Empregadores e os sindicatos, bem como outras organizações de agricultores, tais como as cooperativas, estão no centro da implementação de políticas e quadros jurídicos que visam a garantia 9

de trabalho decente e melhores condições de trabalho na agricultura. Estes principais intervenientes devem estar envolvidos em processos contínuos de aprendizagem e de responsabilização mútua através de um diálogo social eficaz. 36. A presença de empresas multinacionais e de PME no sector da agricultura exige uma estrutura de responsabilidade social empresarial. Também justifica o desenvolvimento de Parceria Público-Privada para apoiar SPIREWOK no sector. 37. Os papéis do sector privado na SPIREWORK-CAADP são essenciais. Os seus empregadores são responsáveis em relação à segurança social dos seus trabalhadores. Isto aplica-se em especial à agricultura comercial com base em contrato de trabalho entre o empregador e empregado. A agricultura não comercial, em especial os pequenos proprietários agrícolas, pode receber apoio do sector privado em termos de facilitar o seu acesso ao mercado e na criação de outros mecanismos da aliança. Também devem participar na redução da pobreza no meio rural através de intervenções adequadas a fim de facilitar o acesso ao mercado para os pequenos agricultores rurais. 38. A indústria da Micro Finanças será contratada para facilitar o acesso ao microcrédito no sector rural e para combinar seus serviços financeiros com os serviços de micro-seguros. vii. Comunicação 39. As estratégias de Comunicação do CAADP e da SPIREWORK devem ser integradas a fim de apoiar o processo de integração e promover o acesso dos trabalhadores rurais às medidas de protecção social que respondam às suas necessidades. As estratégias de comunicação poderiam ser sob a forma de actividades de sensibilização, destinadas tanto aos trabalhadores rurais e aos seus empregadores; a utilização de eventos comemorativos internacionais relacionados com a agricultura e o trabalho; e trabalhar com os órgão de informação e comunicação para promover a protecção social dos trabalhadores rurais e informais. viii. Abordagens de integração diferenciadas 40. Para Países/REC que implementam os quadros e planos de investimento do CAADP, a integração irá decorrer através de seus processos do CAADP. Para Países/REC que ainda não estão a implementar os quadros CAADP, a integração decorrerá através de seus processos de formulação de políticas agrícolas. ix. Iniciativas especiais 41. Defende-se que as CER e a CUA devem facilitar e apoiar o desenvolvimento da protecção social baseada em produtos, que irá abranger um conjunto de Estados- Membros com produtos comuns (por exemplo, cana-de-açúcar, chá, café, cacau, algodão, borracha, madeira, peixe, tabaco, banana, etc.) com o objectivo de desenvolver normas comuns. 10

x. Monitorização e avaliação 42. Haverá acompanhamento do processo de monitorização e avaliação do CAADP e, conforme se revele necessário, pode se realizar uma revisão periódica. Os relatórios devem ser apresentados aos órgãos competentes da UA, em particular as conferências ministeriais relevantes. As CER irão determinar o processo adequado de M & A, de acordo com o seu mecanismo estabelecido para o efeito. 11