PRIMEIRA SESSÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (STC-SDLE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA DE ABRIL DE 2015

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1 SA /88/22/9 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: Fax: Website: PRIMEIRA SESSÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL, TRABALHO E EMPREGO (STC-SDLE-1) ADIS ABEBA, ETIÓPIA DE ABRIL DE 2015 Tema: Protecção Social para o Desenvolvimento Inclusivo TERMOS DE REFERÊNCIA DO COMITÉ AFRICANO TRIPARTIDO E CONSULTIVO DE MIGRAÇÃO LABORAL

2 Pág. 1 I. Introdução: 1. A migração laboral devidamente gerida, tem o potencial de produzir benefícios significativos para os países de origem e de destino. A migração laboral desempenhou um papel importante na colmatação de lacunas relacionadas com competências e necessidades laborais nos sectores da agricultura, pescas, turismo, comércio, construção e outros, contribuindo, assim, para o desenvolvimento económico em África. Os efeitos da resposta benéfica da migração tais como remessas, transferência de conhecimentos e competências bem como a migração de retorno prestaram grandes contributos para as economias dos países de origem. 2. Em contrapartida, caso mal geridos ou não geridos, os fluxos de migração laboral podem causar impacto negativo sobre os Estados e o bem-estar dos trabalhadores migrantes, a segurança nacional e regional, as relações entre estados e as relações entre trabalhadores migrantes e as comunidades acolhedoras. 3. A ausência do diálogo tripartido, a cooperação e a coordenação da migração laboral no que respeita a leis, políticas e práticas em toda África, permanece um grande obstáculo para o desenvolvimento e a implementação de leis e práticas coerentes, protagonizadas pelos intervenientes e eficazes. Embora já existirem mecanismos de diálogo social tripartido em vários países, há muito poucos mecanismos a nível nacional, voltados a debates tripartidos sobre a mobilidade e a migração laboral. Apenas duas CER dispõem de mecanismos para debates tripartidos sobre questões de migração laboral. Não há um espaço dedicado a nível de toda a África para o intercâmbio, diálogo, coordenação e harmonização de políticas tripartidas sobre mobilidade/migração laboral e competências. 4. O Programa Conjunto de Migração Laboral reconhece o imperativo de se colmatar esta grave lacuna, através do apoio, facilitação e onde necessário, apelo por mecanismos específicos para efeitos de intercâmbio e coordenação de carácter tripartido, em matéria de migração laboral. Isto seria desenvolvido a nível nacional, regional e continental, em consulta com os existentes mecanismos para o diálogo social. 5. Tais mecanismos irão promover a cooperação entre as REC e no seio destas, mediante a facilitação do diálogo, intercâmbio e consultas técnicas entre os respectivos secretariados das REC, bem como mecanismos de supervisão para os regimes de circulação/mobilidade regional. A nível regional, o fórum tripartido envolverá o Parlamento Pan-Africano, ECOSOCC e a Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, bem como irá facilitar os devidos pontos da agenda e debates relacionados com a migração laboral nas reuniões anuais de coordenação da CUA-CER-BAD. O referido fórum reforçará, igualmente, a partilha de informações e a coordenação entre as CER e, entre a UA a UE e outros paceiros regionais e mundiais. 6. Espera-se que este esforço venha a consolidar um diálogo estruturado e baseado em resultados sobre a migração laboral entre os parceiros sociais e as relevantes entidades governamentais, nomeadamente os ministérios do trabalho/emprego. Este diálogo irá apoiar e facilitar a governação nacional e regional da livre circulação e migração, melhorar a adopção e a implementação de instrumentos e políticas regionais, inclusivamente as disposições do Quadro da UA sobre Política de Migração no que diz respeito a: i. Políticas, Estruturas e Legislações Nacionais sobre Migração Laboral; ii. Cooperação Regional e Harmonização das Políticas de Migração Laboral iii. Mobilidade Laboral e Integração Económica Regional.

3 Pág O Programa Conjunto CUA-OIT-OIM-CEA de Migração Laboral oferece uma Plataforma de diálogo continental necessário, através do estabelecimento de um órgão consultivo da UA-LSAC sobre migração laboral, que mantenha ligações com os fóruns/mecanismos das CER. 8. O Plano de Acção da UA sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo requer que a UA Crie um Comité Africano Tripartido e Consultivo sobre Migração Laboral da Comissão do Trabalho e Assuntos Sociais da UA (AU-LSAC), com vista a melhorar a governação da migração laboral em África, abordando questões relacionadas com lacunas da força de trabalho, mecanismos de protecção social iniciados pelos Estados-membros e a pelas CER. 9. O Comité é o primeiro de um mecanismo de consulta alargado e integrado de três camadas, voltado à migração/mobilidade laboral, e que compreende uma estrutura de coordenação e consulta a nível nacional, regional e continental. II. Estabelecimento do Comité Africano Consultivo de Migração Laboral: 10. É estabelecido um Comité Consultivo Africano sobre Migração Laboral da CTAS, doravante designado como o Comité, com o objectivo de promover e proteger os direitos dos trabalhadores migrantes e das suas famílias. 11. Os membros do Comité exercem as suas funções a título pessoal. 12. A Comissão da União Africana elabora, por ordem alfabética, uma lista dos membros da Mesa do Comité e comunica a mesma aos Chefes de Estado e de Governo. III. Mandato do Comité a. Promover e proteger os direitos dos migrantes, guardados em consagrados nas Cartas e Protocolos da UA e Internacionais, tendo em vista alcançar progressivamente a livre circulação de pessoas e garantir o desfrute do direito de residência, o direito de estabelecimento e o acesso ao emprego legítimo nos países acolhedores (Tratado de Abuja, Julho de 1991). b. Garantir e monitorizar a implementação eficaz da Governação Conjunta CUA-OIT- OIM-CEA sobre Migração Laboral, para efeitos de Integração e Desenvolvimento; c. Monitorizar a implementação e garantir a protecção dos direitos consagrados nas políticas e instrumentos da UA e internacionais sobre a protecção dos direitos dos trabalhadores migrantes e das suas famílias; d. Facilitar a harmonização dos quadros jurídicos do trabalho, segurança social e fiscal que promovam e protejam os direitos dos trabalhadores migrantes entre os países, em estreita colaboração com as CER; e. Recolher e documentar informações, empreender avaliações interdisciplinares de situações sobre os desafios relacionados com os direitos dos trabalhadores migrantes e membros das suas famílias, integração económica regional; f. Formular recomendações sobre políticas e princípios de gestão da migração laboral, com vista a melhorar os quadros políticos e jurídicos em todos os níveis, em estreita colaboração com as CER;

4 Pág. 3 g. Receber e analisar os relatórios anuais e Ad-hoc das CER; h. Receber e analisar a comunicação dos parceiros internacionais e de Organizações Não Estatais, relativamente à situação dos direitos dos trabalhadores migrantes nos Estados-membros e, apresentar recomendações aos relevantes órgãos decisórios da UA; i. Facilitar a partilha de experiência sobre questões relacionadas com os trabalhadores migrantes, para efeitos de melhores políticas e programas designados a proteger e a promover os direitos dos trabalhadores migrantes; j. Auxiliar no que respeita à participação tripartida dos pontos focais especializados das CER e dos mecanismos nacionais seleccionados (conforme adequado) nas reuniões e actividades do órgão consultivo da UA-LSAC; k. Realizar consultas e cooperar com a ECOSOCC-UA, o Parlamento Pan-Africano, as reuniões anuais de coordenação da CUA-CER e outras reuniões da Comissão da UA. l. Cooperar com instituições e organizações africanas, internacionais e regionais similares preocupadas com a promoção e protecção dos direitos e bem-estar dos trabalhadores migrantes e das suas famílias. IV. Proposta da Composição do Comité: 13. O Comité é composto por 18 membros de elevada idoneidade moral, integridade, imparcialidade e competência em questões de direitos dos trabalhadores migrantes. 14. O Comité é composto por: Dois representantes das Comunidades Económicas Regionais, um perito em questões de trabalho, emprego e protecção social e um perito em questões migratórias Um representante do Parlamento Pan-Africano Um representante do ECOSOCC Um representante da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Um representante do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos Um representante do Comité de Peritos em Direitos e Bem-estar da Criança Um representante dos trabalhadores Um representante dos empregadores Representantes da OMT, OIM e CEA Dois representantes de universidades e instituições de pesquisa Três representantes de organizações da Diáspora Africana 15. Os membros representantes das CER no Comité, são designados pelos seus respectivos órgãos decisórios regionais sobre trabalho, segurança social e questões relacionadas com emprego. 16. Os representantes dos parceiros sociais são designados durante as sessões do Comité Técnico Especializado de Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego.

5 Pág A CUA será representada por peritos dos Departamentos de Assuntos Sociais, Assuntos Políticos, Comércio e Indústria, Paz e Segurança e CDO. 18. O Comité pode convidar às suas reuniões, representantes de outras agências da ONU, ONG, OSC e agências especializadas e instituições com perícia/competências no domínio da migração/mobilidade laboral. V. Mandato 19. Os membros do Comité são designados para um mandato de cinco (5) anos não renovável. 20. A Comissão da União Africana irá convocar a primeira reunião do Comité na Sede da Organização no segundo semestre de 2015 e, posteriormente, o Comité passa a ser convocado pelo seu Presidente, quando necessário, pelo menos uma vez por ano. VI. Mesa O Comité estabelece o seu próprio Regulamento Interno. O Comité elege os seus dirigentes da Mesa por um período de quatro anos. Dez (10) membros constituem quórum. Em caso de igualdade de votos, o Presidente tem o voto de qualidade. As línguas de trabalho do Comité são as línguas oficiais da União Africana. VII. Vaga 21. Caso um membro do Comité pedir a demissão do seu cargo por qualquer outra razão, senão a do termo do seu mandato, a organização membro designa um outro representante para servir o tempo restante do mandato. VIII. Secretariado 22. A Comissão da União Africana constitui o Secretariado do Comité. IX. Funcionamento: 23. O Comité é presidido pelo Ministro do Trabalho do país que exerce a presidência ou vice-presidência rotativa do CTE de Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, ou pelo seu representante. 24. O Comité reúne-se quando necessário e pelo menos uma vez por ano. X. Privilégios e Imunidades 25. No exercício das suas funções, os membros desfrutam dos privilégios e imunidades previstos na Convenção Geral sobre Privilégios e Imunidades da União Africana. XI. Elaboração de Relatórios: 26. O Presidente do Comité é responsável pela elaboração dos relatórios bienais das actividades do Comité a serem submetidos ao CTE de Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego que, por sua vez, tomará as decisões que carecem de aprovação pelo Conselho Executivo e pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA.