Palavras-chave Via enteral; Interação; Fármaco; Alimento.

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ANÁLISE DE PACIENTES EM USO DE MEDICAMENTOS POR SONDA NASOENTERAL MELO, D. S 1 ; SOUZA, O. R. B 2 ; OLIVEIRA, J. M. S. F 3 ; SÁ. M. L. F 1 ; CARVALHO R. C. V. 2 ; SANTOS D. F. 2 ; SOUZA, O. G. B. 1. FACULDADE SANTO AGOSTINHO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 2 FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU 3 RESUMO Introdução:Quando a ingestão oral é inadequada ou não recomendada para determinados pacientes, procura-se um método alternativo de alimentação por via enteral ou parenteral. Proporcionar adequada utilização de medicamentos por essa via é um desafio regularmente discutido na literatura. Neste contexto é importante a compreensão de que a segurança da assistência terapêutica ao paciente não reside apenas em uma área profissional, mas que a mesma emerge da interação de medicamentos-alimentos podendo levar a serias complicações futuras. O objetivo desta pesquisa foi descrever as fragilidades envolvidas na prática de prescrição e administração de medicamentos via sonda em um Hospital Particular de Teresina Metodologia: Foi realizado um estudo observacional descritivo entre Maio e Junho de 2017. A análise estatística dos dados foi realizada através do software SPSS v.20.0. Resultados e discussão: A partir da analise das prescrições observou-se que existe uma correlação positiva entre o numero de medicamentos administrados e a idade dos pacientes, que quanto maior a quantidade de medicamentos administrados maiores as chances de haver interações fármaco alimento, e em relação aos medicamentos que não pode ser administrado por sonda foi observado apenas uma pequena porcentagem desses fármacos nas prescrições. Conclusão: A medida que aumenta a idade há um aumento na quantidade de medicamentos utilizados pelos pacientes. Em relação a interação fármaco alimento, quanto maior o numero de medicamentos por prescrição maior a chance de serem prescritos medicamentos que interagem com alimento. Quanto aos medicamentos que não podem ser administrados por sonda, observou-se que em cada prescrição há pelo ao menos um medicamento que não pode ser utilizado por essa via. Palavras-chave Via enteral; Interação; Fármaco; Alimento. ABSTRACT Introduction: When oral intake is inappropriate or not recommended for certain patients, an alternative method of enteral or parenteral feeding is sought. Providing adequate use of drugs through this pathway is a challenge regularly discussed in the literature. In this context, it is important to understand that the safety of therapeutic care to the patient does not only reside in a professional area, but also that it

emerges from the interaction of medication-foods and may lead to serious complications in the future. The objective of this research was to describe the weaknesses involved in the practice of prescribing and administering drugs through a catheter in a private hospital in Teresina. Methodology: A descriptive observational study was carried out between May and June 2017. Statistical analysis of the data was performed using SPSS software v.20.0. Results and discussion: Based on the analysis of the prescriptions, it was observed that there is a positive correlation between the number of drugs administered and the age of the patients, that the higher the quantity of drugs administered, the greater the chances of drug-drug interactions, and to drugs that can not be administered by tube, only a small percentage of these drugs were observed in the prescriptions. Conclusion: As the age increases there is an increase in the amount of medicines used by patients. In relation to drug food interaction, the higher the number of medications per prescription the greater the chance of being prescribed drugs that interact with food. As for the drugs that can not be administered by tube, it has been observed that in each prescription there is at least one drug that can not be used by this route. Keywords: Enteral route; Interaction; Drug; Food. INTRODUÇÃO Quando a ingestão oral é inadequada ou não recomendada para determinados pacientes, estes podem ser temporariamente ou permanentemente dependentes de um método alternativo de alimentação, que pode ser por via enteral ou parenteral. No entanto, tais dispositivos não são utilizados somente para fornecer nutrientes, mas também como via para administração de medicamentos orais ( VAN DEN et al., 2006). Proporcionar adequada utilização de medicamentos por essa via é um desafio regularmente discutido na literatura, uma vez que, se não analisada adequadamente, pode levar a potenciais complicações, tais como: incompatibilidades entre medicamentos e nutrientes, obstruções da sonda, alterações da biodisponibilidade do fármaco, entre outros eventos adversos. Visto a complexidade do ciclo de utilização do medicamento, muitos dos erros que ocorrem na administração de medicamentos via sonda passam por várias etapas e profissionais da cadeia terapêutica, envolvendo a prescrição, dispensação e administração do medicamento. Vários estudos têm evidenciado que estes problemas podem ocorrer na prática, especialmente em um hospital de ensino (MORIEL et al., 2012). Neste contexto é importante a compreensão de que a segurança da assistência terapêutica ao paciente não reside apenas em uma área profissional, mas que a mesma emerge da interação entre estrutura, sistema hospitalar e profissionais envolvidos. Com base nisso, algumas medidas para minimizar e prevenir possíveis interações medicamentosas podem consistir na relação multidisciplinar, na padronização de condutas, formação dos profissionais envolvidos

e disseminação formal de informações para a equipe de saúde (LISBOA et al., 2013). O objetivo desta pesquisa foi descrever as fragilidades envolvidas na prática de prescrição e administração de medicamentos via sonda em um Hospital Particular de Teresina. Foi realizado um estudo observacional descritivo entre Maio e Junho de 2017. A análise estatística dos dados foi realizada através do software SPSS v.20.0. METODOLOGIA Inicialmente foi avaliado o protuário eletrônico de todos os pacientes que estavam fazendo uso de medicamentos pela via sonda nasoenteral, durante os meses de maio e junho de 2017. Após essa analise criteriosa realizou-se as analises estatísticas. O presente estudo é classificado de forma quantitativa, já que as variáveis quantitativas apresentam como resultados números resultantes de uma contagem ou mensuração. Nesse estudo a abordagem é para as variáveis quantitativas que são demonstradas quando avalia-se a idade dos pacientes e os medicamentos em uso, bem como se a quantidade de medicamentos em uso por sonda nasoenteral está correlacionado com a quantidade de medicamentos que interage com alimentos. Este estudo quantitativo também foi determinado a análise da quantidade de medicamentos que não pode ser administrado por sonda nasoenteral. Vale ressaltar que cada tipo de relação entre as variáveis, existem técnicas diferentes de se fazer a análise. RESULTADOS Figura 1. Gráfico de dispersão com a quantidade total de medicametos administrados por paciente versus idade dos pacientes internados em um Hospital Particula de Teresina- PI. Figura 2. Gráfico de dispersão com quatidade total de medicamentos administrados por pacientes versus quantidade de medicamentos que possuem interação com nutrição enteral.

Gráfico 3. Gráfico com a quantidade total de medicamentos administrados por paciente e medicamentos que não podem ser administrados por via nasoenteral. Vide legenda. 16 14 12 10 8 6 4 Medicamentos totais Medicamentos que não podem ser administrado por via nasoenteral 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

DISCUSSÃO Após a avaliação das prescrições médicas por um período de um mês, identificou-se no gráfico de dispersão (Figura 1) que parece haver uma correlação positiva entre idade e número de medicamentos que foram administrados, considera-se assim que quanto maior a idade maior o número de medicamentos administrados. Devido a isso a via nasoenteral (NE) está indicada em pacientes desnutridos e com o trato gastrintestinal funcionante associado à baixa ingestão oral, desde que o acesso enteral possa ser obtido com segurança. Proporcionar adequada administração de medicamentos a pacientes impossibilitados de deglutir e submetidos a via NE é um verdadeiro desafio para os profissionais de saúde. Observou-se haver também (figura 2) uma correlação positiva entre quantidade total de medicamentos administrados por pacientes e quantidade de medicamentos que possuem interação fármaco-alimento, sugeriu-se então que a maioria dos medicamentos administrados interagem com alimentos, e que pacientes que tomam mais de 5 medicamentos tem um maior probabilidade de ter pelo ao menos um medicamento que interage com alimento na sua prescrição, tendo sua biodisponibilidade afetada por tal interação, deste modo faz-se necessário uma interveção farmacêutica para melhorar a conduta de administração desses fármacos, sendo recomendado interromper a dieta 1 hora antes e 2 hora depois da administração do fármaco. Para os medicamentos em que não é possível realizar esse procedimento, a conduta mais racional consiste em buscar uma via alternativa para sua administração, diferente da empregada na NE (ex.: inalante, retal, transdérmica, sublingual e parenterais). Quando o medicamento não estiver disponível em forma farmacêutica adequada para administração por uma das vias alternativas, sugere-se a substituição deste por outro, terapeuticamente similar, que cumpra tal requisito. Vale ressaltar que dentre o número de medicamentos totais e pacientes, a uma frequente variação de fármacos que requer administração por outra via que não seja a nasoenteral, na qual a administração é realizada de maneira inadequada. Além disso, para reduzir a possibilidade de interação entre o medicamento e a NE, sugere-se que os mesmos sejam administrados separadamente, a não ser que haja compatibilidade conhecida entre eles. De um modo geral, a absorção de um fármaco pode ser otimizada com interrupção da dieta uma hora antes e reinício da dieta duas horas após sua administração. O Gráfico 3 trata-se de um gráfico de barras e é utilizado para realizar comparações entre as categorias de uma variável quantitativa discreta, neste caso mostra a quantidade total de medicamentos administrados por paciente e medicamentos que não podem ser administrados por via nasoenteral. Neste gráfico fica evidente que, em relação a quantidade de medicamentos utilizada por cada paciente, pelo ao menos um dos medicamentos prescritos por paciente não poderia se administrado via sonda nasoenteral, sendo necessária a mudança da forma farmacêutica do medicamento, ou em casos mais restritos mudar o medicamento, para outro com mesma classe farmacológica. CONCLUSÃO

Em relação a quantidade total de medicametos administrados por paciente versus idade dos pacientes conclui-se que há uma correlação positiva e a medida que aumenta a idade há um aumento na quantidade de medicamentos utilizados pelos pacientes. Na quatidade total de medicamentos administrados por pacientes versus quantidade de medicamentos que possuem interação com nutrição enteral, tambem observou-se uma correlação positiva onde quanto maior o numero de medicamentos por prescrição maior a chance de serem prescritos medicamentos que interagem com alimento. Em relação aos medicamentos que não podem ser administrados por sonda, observou-se que em cada prescrição há pelo ao menos um medicamento que não pode ser utilizado por essa via, sendo necessária a intervenção de um profissional habilitado para executar alterações nas formas farmacêuticas, ou mudança de medicamento prescrito. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LISBOA C.D, et al. Research on preparation techniques for drugs administered through catheters by intensive care nursing. Rev da Esc Enferm.47(1):53 60,2013. MORIEL, P; SHOJI, P; BORTOLETTO T.C, et al. Uso Off Label De Medicamentos Através de Sondas : Divergência Entre Informações. Rev Bras Farmácia Hosp e Serviços Saúde.3(2):20 4,2012. VAN DEN, P.M.L.A; CUSELL M.B.I; OVERBEEKE P.W, et al. Quality improvement of oral medication administration in patients with enteral feeding tubes. Qual Saf Health Care.15:44 7,2006.