MINISTÉRIO DA FAZENDA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 5ª REGIÃO FISCAL

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Transcrição:

Fls. 10 9 SECRETARIA MINISTÉRIO DA FAZENDA DA RECEITA FEDERAL SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL 5ª REGIÃO FISCAL PROCESSO Nº SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 1, de 17 de janeiro de 2005 INTERESSADO CNPJ/CPF DOMICÍLIO FISCAL Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ementa: HOLDINGS. LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS. Não incide a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social sobre valores recebidos pelas holdings, a título de distribuição de lucros e dividendos, em virtude de investimentos avaliados pelo valor do patrimônio líquido. Dispositivos Legais: art. 3º, 1º e 2º, da Lei nº 9.718, de 1998; art. 1º da Lei nº 10.833, de 2003, com as alterações introduzidas pelas leis de nºs 10.865, de 2004. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ementa: HOLDINGS. LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS. Não incide a Contribuição para o PIS/Pasep sobre valores recebidos pelas holdings, a título de distribuição de lucros e dividendos, em virtude de investimentos avaliados pelo valor do patrimônio líquido. Dispositivos Legais: art. 3º, 1º e 2º, da Lei nº 9.718, de 1998; art. 1º da Lei nº 10.637, de 2002, com as alterações introduzidas pelas leis de nºs 10.684, de 2003, e 10.865, de 2004.

Fls. 11 DOCUMENTO FORNECIDO EM CUMPRIMENTO À LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO. REGISTRE-SE QUE A PUBLICAÇÃO, NA IMPRENSA OFICIAL, DE ATO NORMATIVO SUPERVENIENTE MODIFICA AS CONCLUSÕES EM CONTRÁRIO CONSTANTES EM SOLUÇÕES DE CONSULTA OU EM SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA, INDEPENDENTEMENTE DE COMUNICAÇÃO AO CONSULENTE (ARTS. 99 E 100 DO DECRETO Nº 7.574, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011). RELATÓRIO O contribuinte acima identificado, pessoa física, formula consulta acerca da interpretação da legislação tributária, nos moldes do que facultam os artigos 48 a 50 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e nos arts. 46 a 53 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 2. Informa da sua pretensão de criar sociedade constituída sob a forma de holding pura apresentando como seu objeto social apenas e tão somente a participação no capital de outras sociedades (destaques no original). Nesse contexto, suas receitas se resumiriam aos lucros das empresas de cujos capitais participaria. 3. Após discorrer sobre os dispositivos legais que motivaram as dúvidas apresentadas no presente processo, o consulente questiona: Sendo a sociedade aventada constituída sob a forma jurídica de holding pura, cuja remuneração se dá única e exclusivamente pela distribuição de lucros das empresas em que participa, e diante do que prescrevem o art. 10, da Lei nº 9.249/95; o art. 51, da IN SRF nº 11/96; a IN SRF nº 198/88; a parte final do art. 3º, 2º, II, da Lei nº 9.718/98; bem como os arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98, haverá incidência do IRPJ, da CSLL, do PIS e da COFINS sobre tais ingressos? (destaques no original). FUNDAMENTOS LEGAIS 4. Convém considerar, primeiramente, que a consulta formulada enquadra-se nas disposições da Instrução Normativa SRF nº 230, de 25/10/2002, face às disposições do 4º do seu art. 3º, que assegura o direito à utilização desse instrumento na hipótese de situação determinada ainda não ocorrida. 5. O questionamento apresentado desdobra-se em relação a cada um dos tributos mencionados. No tocante ao Imposto Sobre a Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a legislação tributária, em sua literalidade, responde ao que aqui se indaga, conforme dispositivos, a seguir, transcritos. 2

Fls. 12 Art. 10 da Lei nº 10.249, de 1995 Art. 10º Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior. Art. 25 da Lei nº 9.249, de 1995 Art. 25. Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano. 2º Os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: Art. 2º da Lei nº 7.689, de 1988, com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 8.034, de 1990 Art. 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda. 1º Para efeito do disposto neste artigo:... c) o resultado do período-base, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela:... 5 - exclusão dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR) Art. 388. O valor do investimento na data do balanço (art. 387, I), deverá ser ajustado ao valor de patrimônio líquido determinado de acordo com o disposto no artigo anterior, mediante lançamento da diferença a débito ou a crédito da conta de investimento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 22). 1º Os lucros ou dividendos distribuídos pela coligada ou controlada deverão ser registrados pelo contribuinte como diminuição do valor de patrimônio líquido do investimento, e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 22, parágrafo único). 3

Fls. 13 6. A Instrução Normativa SRF nº 230, de 25 de outubro de 2002, que regulamenta atualmente a matéria, estabelece os requisitos para que a consulta seja considerada eficaz e produza os seus efeitos. Aqui, é oportuno citar o art. 15, inciso IX, da referida instrução normativa: Art. 15. Não produz efeitos a consulta formulada: (...) IX - quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei; 7. Quanto às contribuições incidentes sobre o faturamento, convém observar que a Lei nº 9.718, de 1998, no 1º do art. 3º, definiu sua base de cálculo como sendo o faturamento, que corresponde à Receita Bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. No 2º do mesmo artigo, foram exaustivamente detalhadas as exclusões permitidas na apuração dessa base de cálculo, que contemplava todas as receitas da pessoa jurídica, conforme segue: 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da receita bruta: I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; 8. O resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos de investimentos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita, estão referidos de modo literal no inciso II transcrito. Resta analisar a distribuição de lucros e dividendos de investimentos avaliados pelo valor do patrimônio líquido. 9. Esse dispositivo assevera, primeiramente, que deve haver a desvinculação do conceito de receita, para fins de incidência das contribuições sob comento, da classificação contábil adotada. Ou seja, o fato de um ingresso de recursos não ser contabilizado como receita não permite a sua exclusão da base de cálculo dessas contribuições. 10. Considere-se, nesse contexto, que a base de cálculo das contribuições sobre o faturamento não é influenciada pela repercussão das receitas que a compõem no resultado do período. Para melhor entendimento, a apuração de resultado contábil positivo ou negativo não 4

Fls. 14 influi na determinação da base de cálculo das contribuições sob comento e, por conseguinte, o fato de uma classificação contábil adotada para um ingresso fazer com que ele deixe de influenciar a apuração do resultado, não o exclui, salvo determinação expressa em sentido contrário, da base de cálculo da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP. 11. Entretanto, em que pese o referido dispositivo legal também tenha restringido a exclusão dos lucros e dividendos aos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita, conclui-se que também os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pela equivalência patrimonial não se sujeitem à incidência dessas contribuições. Não é razoável o entendimento de que possam ser excluídos da base de cálculo das contribuições sobre o faturamento valores que são usualmente computados como receitas lucros de rendimentos avaliados pelo custo de aquisição vedando-se essa exclusão a valores que, conforme mencionado anteriormente, inclusive por imposição do 1º do art. 388 do Regulamento do Imposto de Renda, não devem ser computados como receitas. 12. Registre-se que, com a edição das leis de nºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, que trataram da forma não-cumulativa da apuração das contribuições sob análise, foi mantida a abrangência do termo receita bruta, que representa a base de cálculo das contribuições, bem como das exclusões nos termos anteriormente previstos. CONCLUSÃO 13. Diante do exposto, respondo a presente consulta com a afirmativa de que não incidem as contribuições para PIS/Pasep e para o financiamento da Seguridade Social sobre os valores recebidos pelas holdings, a título de distribuição de lucros e dividendos, em virtude de investimentos avaliados pelo valor do patrimônio líquido e declaro a ineficácia da consulta quanto às demais questões apresentadas. ORDEM DE INTIMAÇÃO 14. Ao XXXXXX para ciência ao interessado, mediante cópia desta solução de consulta, informando-lhe que da mesma não cabe recurso nem pedido de reconsideração, de acordo com o 2º do art. 10 da IN SRF nº 230, de 2002. 15. No caso de divergência de conclusão de consulta, conforme previsto no Art. 16, 1º e 3º da IN SRF nº 230/2002, a interessada poderá interpor recurso especial, sem efeito suspensivo, à Coordenação-Geral do Sistema de Tributação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência desta solução, ou da solução divergente, se publicada posteriormente à ciência desta, cabendo-lhe comprovar, mediante juntada da publicação, a existência das soluções divergentes sobre idênticas situações. 5

Fls. 15 Perpétua Maria Vieira Figueiredo Superintendente em exercício 6