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Transcrição:

Relatório Anual 2017-2018 Elaborado por: www.anguti.com.br

Panorama do setor O ano de 2017, pelo menos do ponto de vista técnico, marcou o fim de um longo período de recessão iniciado ao final de 2014, registrando um crescimento de 1% que, embora pequeno, foi festejado por todos. O grande problema é que esta pequena recuperação na economia foi insuficiente para estimular o mercado de trabalho, mantendo alto o nível de desemprego no país que, ao final do ano atingiu a marca de 11,8% da população economicamente ativa ou, mais precisamente, 12,3 milhões de pessoas. Paradoxalmente, o desemprego acaba vindo em favor da reciclagem de papel já que, a atividade nas cooperativas e a coleta de rua é maior nos momentos em que a demanda por empregados com baixa qualificação não é suficiente para todos. Além disso, outros dois fatores estimularam nosso setor: o primeiro foi o desempenho da indústria de embalagens de papel que, particularmente para as caixas de papelão ondulado, apresentou um crescimento de 4,9% em 2017 contra 2016; o outro fato, que impactou, basicamente as aparas brancas, foi a contínua alta nos preços da celulose que levou o consumidor da matéria-prima virgem a buscar a reciclagem de papel de imprimir e escrever como alternativa. A consequência da forte demanda por aparas foi a quebra do recorde brasileiro de reciclagem que atingiu a marca de 4,97 milhões de toneladas sendo que, praticamente, todo esse volume foi entregue para as indústrias de papel nacionais, já que, apenas 53,1 mil toneladas foram exportadas. Esse volume significou que 66,6% de todo papel possível de ser reciclado, consumido no país, foi efetivamente recolhido, preparado, classificado e entregue a indústria recicladora brasileira. A taxa de recuperação brasileira pode ser considerada excepcional quando comparada com a de outros países que, em alguns casos, até são maiores, mas, é preciso reconhecer que, fora daqui, existe a chamada reciclagem energética que é a queima de lixo com geração de energia elétrica e, além disso, quase todos os grandes geradores europeus e, também os Estados Unidos, exportam grandes volumes de aparas para a China. Assim, temos um grande desafio pela frente que é como aumentar a nossa taxa de coleta o que, só nos parece viável com o desenvolvimento dessas novas possibilidades de uso para o papel velho, sempre sem desabastecer a fábrica de papel Nacional que é e sempre será a razão de ser do aparista. Atenciosamente Diretoria

Conselho de administração 2017-2020 Presidente: Mario Hideo Suetugui NOME Alexandre Lopes Villena EMPRESA Com. de Aparas Ary Villena Ltda. Antonio Manoel L. Sanches Carlos Alberto C. Ribeiro Aparas Villena Ltda. CBS Com. Brasileiro de Sucatas Eurico Issao Saruhashi Fabio Luigi Bellacosa Kaper Comércio de Papéis Ltda. Scrap Soc.Coml. de Resíduos e Aparas. Jair Vitorino Manoel Gomes P. Soares Capital Ind. E Com. de Resíduos CRR Centro de Reciclagem Rio Márcio Lúcio de Almeida Mário Hideo Suetugui Almeida Serviços Ambientais Repapel Comércio de Papeis Ltda. Pedro Henrique D. Cristofoleti Ronaldo Perissoto da Silva Com. De Papéis Primos de Rio Claro Dionisio Reciclaveis Comercial Ltda. Roque Batista Vito Antonio Bellacosa Vito Di Masi Jund Aparas Ltda. Com. De Papéis São Judas Tadeu Comércio de Aparas Vito Ltda. CONSELHO FISCAL 2017/2020 Antonio Manoel L.Sanches Fábio Luigi Bellacosa SUPLENTES Vito Di Masi Alexandre Lopes Villena

Apresentação Ao contrário do que muitos pensam, as aparas de papel não são simplesmente papéis coletados após o consumo. Na verdade, após a coleta, os mais diversos tipos de papel têm que ser agrupados em famílias com as mesmas características sendo que, cada uma delas é destinada para a produção de um determinado tipo de papel. Assim, registre-se que as aparas são um produto resultantes da coleta, transporte e classificação dos diversos tipos de papel. Quando o papel já cumpriu sua finalidade, temos as aparas de pós-consumo e, se forem resultantes ainda durante o processo de produção, as aparas são consideradas de pré-consumo. Existem hoje, cerca de 31 tipos de aparas que são objeto de uma classificação normatizada e estão registradas nas normas ABNT NBR 15483 Aparas de papel e papelão ondulado Classificação e ABNT NBR 15484 Aparas de papel e papelão ondulado Determinação do teor de umidade Método de secagem em estufa. Tipos de aparas definidos na norma ABNT NBR 15483. A partir de 2017 começamos a segregar também as aparas mistas que, até então, eram distribuídas entre as três categorias básicas. Assim, os trinta e um tipos definidos na norma passam a ser divididos em quatro grupos que podemos nomear como: aparas marrons, oriundas de papéis utilizados na produção de papéis de embalagens; aparas brancas, oriundas de papéis utilizados na produção de papéis destinados a impressão e escrita; e, aparas de cartão, cuja origem são as caixas e cartuchos não ondulados

produzidos para embalagens de remédios, pastas de dentes, etc. e; aparas mistas compostas pelos tipos anteriores, mas que apresentam separação difícil. Neste trabalho os dados serão apresentados sempre que possível, nos quatro grupos definidos por cores diferentes no quadro acima. Ainda relacionada ao nosso segmento, existe a norma ABNT NBR 15755:2009 Papel e cartão reciclados Conteúdo de fibras recicladas Especificação, que define tecnicamente o que pode ser considerado como papel reciclado. O fato dos aparistas efetuarem uma transformação no papel velho, transformando-o em aparas de papel, torna possível nos identificarmos como um ramo do comércio encarregado de produzir e comercializar matérias-primas para conversão nas fábricas de papel. Fluxograma das aparas de papel. Elaboração: Anguti Estatística É importante frisar que o aparista busca o material nas mais diversas fontes assumindo todos os custos da logística das aparas e, em tendência recente, também está assumindo os custos da entrega do material às fábricas recicladoras. A destinação segmentada das aparas criam mercados totalmente diferentes. As aparas brancas por exemplo, são destinadas majoritariamente para a produção de papéis de fins sanitários que, não são passíveis de reciclagem o que faz este tipo de aparas ter apenas um ciclo. Já as aparas de papel para embalagem, por sua vez, são recicladas na sua própria produção podendo ser recicladas várias vezes. Neste caso o problema é que, por ser matéria-prima dele mesmo, acabamos observando fortes desequilíbrios entre oferta e demanda com altas variações de preços. 5

Categorias de papéis produzidos no Brasil e seu destino na reciclagem Principais categorias de papel e tipos Serão reciclados principalmente para a produção de: Papéis de embalagem (kraft liner, miolo, testliner) Caixas de Papelão Ondulado (miolo, testliner, maculatura) Imprimir/escrever com celulose (Offset e couchê) Papéis de fins sanitários (toalha de mão, papel higiênico) Imprimir/escrever com pasta (Imprensa e LWC) Papéis de fins sanitários Polpa moldada Exportação Papelcartão Duplex e Triplex Papelcartão Todos tipos de papéis acima sem separação (Mistas) Papéis de baixa demanda técnica Elaboração: Anguti Estatística Os dados apresentados no relatório foram coletados junto a uma amostra composta por 39 aparistas que foram responsáveis pela coleta e preparação de mais de um milhão de toneladas de aparas de papel que representaram quase um terço de todo o consumo nacional no ano. Agradecemos as empresas que forneceram seus dados e deixamos um convite às que não responderam nosso questionário que o façam nas próximas edições deste relatório o que garantirá ainda mais exatidão aos dados expressos nas próximas páginas, permitindo mostrar ainda com mais fidedignidade a importância da nossa atividade não apenas para a indústria de papel, mas, para o país e, principalmente, para o nosso meio ambiente. Adicionalmente, neste trabalho, as empresas são divididas em três grupos compostos por pequenas, que manuseiam até 1.000 t/mês; médias, acima de 1.000 até 3.000 t/mês e de grande porte que manuseiam mais de 3.000 t/mês. 6

Regime tributário Desempenho 2017 Por exigir pouca especialização e ao menos no início, pouco investimento, a quantidade de aparistas existentes no Brasil é alta, mas, de difícil quantificação e de grande variação, pois, os depósitos abrem e fecham rapidamente ao sabor do desempenho da economia. Se considerarmos como aparista de papel aquele que possui ao menos uma prensa horizontal e vendas diretas às fábricas de papel, os especialistas do setor estimam que não mais de 1000 empresas atuam de forma regular e, para efeito de dimensionamento da categoria, neste trabalho, consideramos a existência de 900 aparistas atuando regularmente no comércio de papel. Naturalmente, empresas dos mais variados portes transitam entre os três regimes tributários, mas, com uma característica interessante, o PIS, COFINS e o ICMS são diferidos para as fábricas de papel, e como estes impostos estão embutidos na tributação das microempresas, justamente a categoria mais fraca acaba pagando mais imposto do que as enquadradas no lucro presumido ou no lucro real. Distribuição dos aparistas por porte de empresa e regime tributário. Não conseguimos identificar a tendência das empresas em optarem por um determinado regime tributário embora, como de esperar, as pequenas, majoritariamente adotem o simples enquanto as maiores operem no sistema de lucro real. 7

Volume manuseado É comum o setor de celulose e papel ser designado como um só, mas, principalmente no Brasil, com o advento de fábricas produtoras de celulose não integradas, voltadas para exportação da matéria prima virgem, esta designação deixou de corresponder à realidade e hoje temos dois setores com desempenho completamente distintos. Assim, considerando o período 2013 a 2017, enquanto a produção de celulose cresceu 29,1% a produção de papéis recicláveis, assim considerados os tipos de papéis que podem efetivamente retornar ao processo produtivo na forma de aparas, (Imprimir/escrever, Embalagem e papelcartão), apresentou uma redução de 1,6%, em função, basicamente, de um fraco desempenho concentrado nos papéis de imprimir e escrever e papelcartão. Por outro lado, o papel de fins sanitários que pode ser reciclado a partir de aparas brancas, foi o segundo produto com maior crescimento registrando um aumento de 16,9% em sua produção. 25000 Evolução da produção de papéis por categorias. 2013 2017 20000 29,1% 15000 1000 t 10000 5000 0 Papéis recicláveis (-1,6%) 2,3% Embalagem -8,8% Imprimir e Escrever -2,4% Fonte: Ibá/Anguti Estatística - * inclui fira curta e longa 16,9% -2,2% Cartões Sanitários Outros Celulose* É importante ter em mente que, embora o consumo de celulose possa crescer em detrimento da reciclagem, os produtos não são totalmente concorrentes já que o papel não é infinitamente reciclável, ou seja, sempre teremos que consumir matéria-prima virgem para perenizar a reciclagem e, nesta condição, o consumo de aparas de papel sempre vai depender da entrada de fibra virgem no processo. Como o Brasil é o maior produtor de celulose fibra curta branqueada de mercado do mundo, e o consumo deste produto está diminuindo na produção de papel de imprimir e escrever, o aumento no consumo deste material vem ocorrendo na indústria de papéis de fins sanitários cujo bom desempenho, não pode mais depender das, cada vez menos geradas, aparas brancas, mesmo com os aparistas tornando-se mais eficientes e melhorando cada vez mais a taxa de recuperação e conseguindo entregar a mesma 8

quantidade de material de anos anteriores, apesar da queda no volume de papel branco novo que entra no mercado Consumo aparente de celulose. Destino Celulose 2013 2014 2015 2016 2017 Var. % 17/13 Produção 15.129 16.465 17.370 18.773 19.527 29,1% Exportação 9.430 10.614 11.528 12.901 13.199 40,0% Importação 430 416 407 357 211-50,9% Consumo Aparente Fonte: Ibá 6.129 6.267 6.249 6.229 6.539 6,7% Quando consideramos o consumo aparente que é o número teórico que representa o produto que fica dentro do país, observamos que, enquanto o desempenho de celulose cresce 6,7% o de papéis de imprimir e escrever está perdendo 23,5% do seu volume nos últimos 5 anos. Evolução do consumo aparente de papel de imprimir e escrever. Destino Papel de imprimir e escrever¹ 2013 2014 2015 2016 2017 Var. % 17/13 Produção 2.749 2.721 2.590 2.603 2.590-5,8% Exportação 921 865 947 938 973 5,6% Importação 877 870 548 431 452-48,5% Consumo Aparente Fonte: Ibá - ¹ Inclui papel imprensa 2.705 2.726 2.191 2.096 2.069-23,5% É importante considerar que a maior queda no consumo vem ocorrendo nos papéis produzidos a partir de pastas de alto rendimento como o papel imprensa e o LWC que é utilizado na impressão de revistas de grande tiragem. Especificamente o consumo aparente de papel imprensa (para impressão de jornais) que, já foi de 651 mil toneladas em um único ano, encerrou 2017 com um volume de 171 mil toneladas consumidas e, pior, nada indica que a tendência de queda poderá ser interrompida nos próximos anos, já que os meios eletrônicos de divulgação de informações, tendem a desbancar a mídia impressa mesmo quando consideramos que a credibilidade das notícias impressas, é bem superior. 9

Evolução do consumo aparente de papel para impressão de jornais. 700 651 600 586 500 482 499 545 542 495 533 517 443 445 1000 toneladas 400 300 396 308 224 200 171 100-2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Fonte: Ibá Os papéis de embalagem, que respondem por 52% da produção nacional de papel, apresentam um pequeno crescimento nos últimos 5 anos que vem em linha com o fraco desempenho da economia brasileira. Esta categoria é composta, basicamente pelos papéis destinados à produção de caixas de papelão ondulado: miolo, kraftliner, testliner e white top liner (WTL), e o produto não tem sofrido concorrência predatória com outros produtos como foi o caso do plástico que impactou fortemente o desenvolvimento dos papéis para sacos. Segundo dados divulgados pela Ibá Indústria Brasileira de Árvores, entre 2013 e 2017, enquanto a produção desta categoria de papel cresceu 2,3% o seu consumo interno evoluiu 1,3%. Destino Evolução do consumo aparente de papel para embalagens. Papel para embalagens 2013 2014 2015 2016 2017 Var. % 17/13 Produção 5.364 5.373 5.471 5.438 5.485 2,3% Exportação 619 674 727 731 666 7,6% Importação 66 61 57 40 53-19,7% Consumo Aparente Fonte: Ibá 4.811 4.760 4.801 4.747 4.872 1,3% 10

O terceiro grupo de papéis recicláveis é formado pelo papelcartão que, basicamente é constituído pelos cartões duplex, triplex e sólido, embora ainda existam outros tipos de menor volume que compõem a categoria. Trata-se de um grupo de pequeno volume e que, também está vivenciando queda no consumo e, a exemplo do papel de imprimir e escrever, aparentemente, não se deve apenas a fragilidade da economia brasileira nos anos de 2016 e 2017, neste caso, o maior problema é a concorrência com as embalagens plásticas BOPP. São poucas empresas que fazem este produto e, menos ainda, que reciclam papelcartão sendo os dois grandes fabricantes Klabin e Suzano produtores a partir de celulose fibra longa e fibra curta respectivamente. Evolução do consumo aparente de papelcartão. Destino Papelcartão 2013 2014 2015 2016 2017 Var. % 17/13 Produção 739 702 691 666 721-2,4% Exportação 182 163 186 161 195 7,1% Importação 49 49 48 35 45-8,2% Consumo Aparente Fonte: Ibá 606 588 553 540 571-5,8% 11

Aparas Mesmo com este cenário não muito favorável para a indústria brasileira de papel, os aparistas conseguiram manter um bom nível de coleta de material que, em 2017, atingiu a marca de 4,97 milhões de toneladas em percentual que, apesar do fraco desempenho da economia nacional, foi 4,4% superior ao volume coletado em 2016, marcando um novo recorde para a reciclagem brasileira. O fraco desempenho da economia, pelo segundo ano consecutivo, implicou na continuidade da diminuição de produtos importados para o consumo final e, por consequência, perdemos um volume significativo de aparas oriundas das embalagens destes produtos importados e como, por outro lado, a indústria nacional conseguiu recuperar parte do mercado perdido para as importações, tivemos um aumento na produção de papel para embalagens o que exigiu um maior volume de aparas. Porte das empresas Volume de aparas de papel coletado. Mil toneladas 2014 2015 2016 2017 17/16 Grandes 2.476,8 3.306,5 3.042,9 3.308,8 8,7% Médias 1.509,7 964,8 1.040,5 1.113,1 7,0% Pequenas 832,6 512,7 679,6 548,3-19,3% Total 4.819,1 4.784,0 4.763,0 4.970,2 4,4% A necessidade de abastecer as fábricas nacionais, mesmo com uma menor disponibilidade de material, obrigou os aparistas a se tornarem mais eficientes o que, normalmente, é mais fácil para as maiores empresas que, com isso, aumentaram sua participação no total da coleta, em detrimentos das empresas menores, que apresentam mais dificuldade quando precisam buscar novas fontes. Os grandes e médios aparistas conseguiram aumentar o volume recuperado em 2017 contra 2016 em 8,7% e 7,0% respectivamente, o que compensou, com sobras, o desempenho das pequenas empresas cujo volume recuperado caiu 19,3%. No total, as 4,97 milhões de toneladas coletadas em 2017 representaram um crescimento de 4,4% em relação ao volume do ano anterior. 12

Manuseio de material em 2016 conforme o porte da empresa aparista. É importante lembrar que, para entregarmos 4,97 milhões de toneladas às fábricas de papel, os aparistas foram buscar esse volume e, além disso, existe uma grande movimentação de material entre os depósitos. Assim, podemos supor que os aparistas, pensando apenas em papel, movimentaram, em 2017, mais de 10 milhões de toneladas o que exige uma operação logística muito bem planejada, até porque, o material em sua fase inicial, vem para o depósito solto ou em fardos de baixa compactação exigindo a utilização de caminhões em grande quantidade e, quase sempre, com utilização abaixo da capacidade de carga do veículo. A essas dificuldades somam-se as que vêm sendo implementadas pelo poder público como rodízio de placas para tráfego em grandes centros e, independente das placas, obrigação de circulação em horários determinados o que sempre gera dificuldades de planejamento, pois, normalmente os horários permitidos são totalmente fora do padrão comercial. Aproveitando a estrutura e também em função de receber materiais que vêm junto com o papel, os aparistas também trabalham com outros materiais entre os quais o destaque fica com o plástico que está presente em 93,3% dos depósitos, e que vem sendo responsável por, cada vez mais, ampliar a receita dos aparistas, alguns inclusive, já com estrutura para separação, lavagem e granulação do material. O ferro cuja reciclagem é tão tradicional quanto a do papel, manteve seu espaço e, em 2017 foi trabalhado por 66,7% dos aparistas da mesma forma que em 2016. Outro material de reciclagem também tradicional, o vidro vem enfrentando problemas, mas, ainda é manuseado por 7,7% dos aparistas. Os metais não ferrosos, categoria onde, o alumínio reina soberano, foi manuseado por 35,9% dos aparistas em percentual que, praticamente, se manteve em relação a 2016 quando o metal foi encontrado em 36,1% das empresas. 13

Entre outros materiais a madeira é dominante e, nesta categoria, o crescimento foi de 19,1% já que eles eram observados em 19,4% das empresas em 2016 e, em 2017, foram observados em 23,1% dos aparistas. Percentual de depósitos que trabalham com outros materiais. 100% 90% 94,4% 92,3% 2016 2017 80% 70% 66,7% 66,7% 60% 50% 40% 36,1% 35,9% 30% 20% 19,4% 23,1% 10% 8,3% 7,7% 0% Plástico Ferro Não Ferrosos Vidro Outros Como dissemos no início as aparas de papel estão classificadas em 31 tipos que podem ser divididas em três grandes grupos e, entre esses grupos o destaque fica com as de papel para embalagens que são as chamadas aparas marrons, que são compostas, principalmente, pelas caixas de papelão ondulado e representaram, em 2017, 81,3% de todo o papel velho recuperado para reciclagem. Na verdade, existem duas categorias intituladas mista I e mista II que são formadas por uma composição das aparas classificadas nos três grupos, ou seja, aparas de papéis de embalagem, papéis brancos e papelcartão e como esses papéis estão misturados, diminuem o padrão de qualidade da apara que, desta forma, é direcionada para papéis de menor nível técnico. Como o volume deste material não é desprezível, em 2017 foram geradas 333,0 mil toneladas, estamos separando esta categoria e, por consequência, diminuindo o volume de aparas dos três grandes grupos básicos até então mencionados isoladamente nas publicações anteriores, o que inviabiliza a comparação de desempenho com os dados dos anos passados que continuamos apresentando de forma agrupada. 14

Composição da coleta brasileira de aparas 1000 toneladas * Inclui 53,1 mil t. exportadas ¹ Aparas brancas com e sem pastas de alto rendimento Comparando com o volume coletado em 2016 que foi de 4,76 milhões de toneladas, o volume de 2017, de 4,97 milhões de toneladas, apresentou um crescimento de 4,4%, o que pode ser considerado um resultado muito bom e que ganha ainda mais valor se consideramos que o consumo aparente de papel, que representa a quantidade total de papel disponível para coleta, praticamente não cresce há alguns anos. Consumo aparente de papel e coleta de aparas de papel -- Consumo aparente = (produção exportação + importação) 15

Composição da coleta brasileira de aparas comparativamente ao consumo aparente de papel. Produto 2013 2014 2015 2016 2017 Evolução 17/16 17/13 Imprimir e escrever. Consumo aparente de papel 2.705 2.726 2.191 2.096 2.063-1,6% -23,7%. Coleta de aparas - brancas 876 850 758 748 705-19,5%. Taxa de recuperação 32,4% 31,2% 34,6% 35,7% 34,2% Embalagem. Consumo aparente de papel 4.811 4.760 4.801 4.747 4.848 2,1% 0,8%. Coleta de aparas - marrons 3.772 3.823 3.886 3.877 3.862 2,4%. Taxa de recuperação 78,4% 80,3% 80,9% 81,7% 79,7% Papelcartão. Consumo aparente de papel 606 588 553 540 553 2,4% -8,7%. Coleta de aparas - cartão 133 146 140 138 70-47,5%. Taxa de recuperação 21,9% 24,8% 25,3% 25,6% 12,6% Aparas mistas 333 Consumo aparente total 8.122 8.074 7.545 7.383 7.464 1,1% -8,1% Coleta de aparas total 4.781 4.819 4.784 4.763 4.970 4,3% 4,0% Taxa de recuperação 58,9% 59,7% 63,4% 64,5% 66,6% Fonte: Ibá (Consumo aparente) Anguti Estatística (Coleta de aparas) Obs.: A coleta de aparas inclui o volume exportado Como resultado da contínua melhoria da eficiência do aparista nacional, a taxa de reciclagem brasileira subiu de 64,5% em 2016 para 66,6% no último ano. Esse percentual pode ser considerado excepcional principalmente porque, como já dissemos, praticamente, todo o volume recuperado é encaminhado para reciclagem na indústria de papel, já que no Brasil não temos a chamada reciclagem energética que, nada mais é do que a queima do material reciclável disponível no lixo urbano que é destinado às usinas térmicas para geração de energia o que é comum nos países europeus e em alguns asiáticos. Além disso, também comum em alguns países, as exportações de aparas brasileiras até vêm crescendo nos últimos anos, mas, ainda são consideradas marginais. Nos últimos 5 anos a taxa de recuperação de papéis vem crescendo e, de 58,9% em 2013 estamos conseguindo recuperar 66,6% em 2017, mas, quando olhamos o desempenho do consumo aparente de papéis, fica claro que estamos próximo do limite do que é possível ser recuperado. Tanto é que, enquanto o consumo aparente de papéis recicláveis, nos últimos 5 anos caiu 658 mil toneladas (-8,1%), o volume de aparas de papel coletada subiu 189 mil toneladas ou 4,0%. 16

Aparas marrons O volume coletado de aparas marrons ganhou um estímulo em 2017, com o alto nível de desemprego que colocou um grande número de catadores nas ruas, o que foi fundamental para manter abastecidas as fábricas de papel. A recuperação da indústria Aparas de papelão ondulado de embalagens de papelão ondulado cujo volume expedido em 2017 foi 4,9% superior a 2016, como esperado, refletiu-se na coleta de aparas que encerrou o ano com um volume de 4,0 milhões de toneladas entregues às recicladoras, já considerando neste total a parte de embalagens que, estimamos, existe nas aparas mistas. Em relação a 2016, observamos um incremento de 4,4% no volume coletado. A atuação dos catadores poderia ter sido mais efetiva, mas, em alguns municípios acabou sendo prejudicada pelos programas de incentivo às cooperativas que, em alguns casos, fez o poder público agir contra o sistema de coleta existente, fechando alguns ferros-velhos que acumulam o material da coleta de rua. A falta de material permitiu a recuperação nos preços das aparas de papelão ondulado que haviam sofrido uma queda acentuada nos últimos meses de 2016, mas, interessante observar que a recuperação dos valores não foi forte como costuma ser nos momentos de baixa oferta, ocorrendo de forma moderada, mas constante durante todo o ano. R$ 800 Evolução de preços da apara tipo ondulado I Evolução de preços pagos e recebido -Ondulado I 2017 R$ 700 Valor Recebido Valor Pago R$ 600 R$ 500 R$ 400 R$ 300 R$ 200 R$ 100 2013 Jan./13 Fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan./14 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan./15 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan./16 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan./17 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 2014 2015 2016 17

Aparas brancas A produção de papel de imprimir e escrever continua em declínio e, como consequência, as aparas brancas geradas da utilização destes papéis estão cada vez mais difíceis e perdendo volume. Tradicionalmente as aparas brancas são utilizadas na indústria de papéis de fins sanitários que, tem procurado a Aparas Brancas celulose para substituir a matéria-prima reciclada, mas, isso deixa os fabricantes de tissue na dependência de um produto que é cotado em dólar já que, aproximadamente 70% da produção nacional é exportada. De uma forma geral, a substituição das aparas por celulose vem acompanhando a diminuição na geração das aparas e o movimento acontece de uma forma pouco traumática, mas, para os aparistas, as dificuldades são maiores, pois, um produto de alta representatividade no faturamento do setor está deixando de existir. O impacto tem sido maior com os papéis produzidos a partir de pastas de alto rendimento, basicamente aqueles destinados à produção de jornais e revistas que enfrentam uma forte concorrência das mídias eletrônicas. R$ 3.000 Evolução de preços da apara Branca I. Evolução de preços pagos e recebidos -branca I 2017 R$ 2.500 Valor Pago Valor Recebido R$ 2.000 R$ 1.500 R$ 1.000 R$ 500 2013 2014 2015 2016 R$ 0 Jan./13 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan./14 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out nov. dez. jan./15 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. Dez. jan./16 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set out nov dez jan./17 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. 18

Como as perspectivas são de aumento na produção de celulose, lembrando que o Brasil é o maior produtor mundial de celulose fibra curta branqueada de eucalipto, acreditamos que teremos uma sobre oferta contínua da matéria-prima virgem que manterá a substituição das aparas brancas, mas, sempre com problemas de preços em função da dependência do dólar e do desempenho da economia de outros países, principalmente a chinesa. Em 2017 os preços da celulose sofreram fortes aumentos em dólar que foram replicados no mercado interno obrigando o fabricante de papel sanitário a procurar as aparas brancas que, como consequência, também sofreram reajustes. Aparas de papelcartão O terceiro grupo de aparas é constituído pelas embalagens de papelcartão que podem ser bem ilustradas pelas caixas de remédios, é um grupo que gera pequeno volume e cuja recuperação depende dos programas municipais de coleta seletiva que não estão alcançando sucesso. De qualquer forma, por serem constituídas de embalagens seguem, basicamente, o comportamento das aparas marrons, embora sua reciclagem seja mais difícil e poderá se tornar um problema quando os municípios começarem a recolher este material. Este grupo se divide em dois subgrupos compostos pelas aparas de papel cartão fibra curta e fibra longa e são poucas as indústrias que fazem sua reciclagem. Em 2017, considerando a quantidade desse material comercializada dentro das aparas mistas, foram recolhidas estimada 125,0 mil toneladas com uma redução de 9,5% com relação aos volumes recuperados em 2016. Aparas mistas A partir deste ano voltamos a separar as aparas mistas que, compostas por quantidades de aparas marrons, brancas e de papelcartão, acabam constituindo um grupo importante que, em 2017, atingiu o volume estimado de 333 mil toneladas. Ainda em 2017, esse material foi comercializado por, em média, R$423,67 a tonelada fob depósito. 19

Valor do material A forte atividade do setor de embalagens e os aumentos da celulose em 2017 permitiram uma recuperação de preços em relação ao final de 2016, mas, não suficiente para igualar os valores médios praticados no ano anterior, a exceção da cartolina que, foi vendida por R$566,10 a tonelada fob depósito, em valor 17,0% superior aos valores médios verificados em 2016. Como já dissemos anteriormente, a partir de 2017, estamos considerando as aparas mistas de forma separada e este material foi comercializada por, em média, R$423,67 fob depósito. Preço médio recebido no ano para os principais tipos de aparas comercializadas. Material A recuperação de preços teve início, de forma mais efetiva, no segundo semestre do ano, e ficou concentrada, particularmente nas aparas brancas e, como não foram suficientes para compensar os bons preços médios conseguidos em 2016, a receita final do setor com a comercialização das aparas, fechou o ano de 2017 em, estimados, 2,85 bilhões de reais com uma queda de 2,0% em relação aos resultados do ano anterior. Volume de material e receita obtida com a venda de aparas de papel R$ / t fob depósito Por tipos de material, como de se esperar, as aparas marrons representaram 76% da receita do setor, com um valor estimado de 2,2 bilhões de reais, enquanto as aparas brancas e de papelcartão foram responsáveis, em 2017, por 19% da receita do setor. Var. 2014 2015 2016 2017 % Ondulado I 492,35 383,39 622,43 592,45-4,8% Ondulado II 455,87 357,90 564,76 539,24-4,5% Branca I 1.147,35 1.317,11 1.697,01 1.430,40-15,7% Branca IV 493,46 508,33 628,65 601,88-4,3% Cartolina 502,27 381,55 483,80 566,10 17,0% Mistas 423,67 - Ano Volume em 1000 t Var.% Valor em R$ milhões Var.% 2013 4.780 6,9% 2.218,00 34,7% 2014 4.819 0,8% 2.307,05 4,0% 2015 4.784-0,7% 1.985,24-13,9% 2016 4.763-0,4% 2.968,67 49,5% 2017 4.970 4,3% 2.846,84-4,1% 20

As aparas mistas que começamos a computar a partir deste ano, representam importantes 5% da receita do setor o que significou R$141,1 milhões. Receita por tipo de material 21

Mão de obra empregada A diminuição na receita dos aparistas tende a provocar a redução da mão de obra, por outro lado, a necessidade de aumentar o esforço na obtenção do material cada vez mais escasso, implicou no aumento da mão-de-obra empregada e o resultado final foi um crescimento de 3,8% no número de pessoas empregadas em 2017 com relação a 2016. Ao final do ano encontramos 39.420 pessoas empregadas no setor, mas, é importante registrar que o aumento no pessoal empregado ocorreu apenas nas empresas classificadas como pequenas que, inclusive, superaram os grandes aparistas na quantidade total de pessoas ocupadas na atividade. Mão de obra empregada no setor Porte da Empresa Número de empregados 2013 2014 2015 2016 2017 Var.% 2017/2016 Grandes 15.450 16.170 13.255 15.305 14.781-3,4% Médias 10.200 9.840 8.640 8.991 8.596-4,4% Pequenas 12.650 13.200 14.850 13.688 16.043 17,2% Total 38.300 39.210 36.745 37.985 39.420 3,8% A dificuldade com a obtenção de aparas no ano, levou a um aumento na mão de obra alocada na área de coleta, em detrimento aos funcionários da operação do depósito, enquanto o pessoal da administração permaneceu representando aproximadamente 17% dos empregados. Mão de obra empregada no setor 22

Logística Com o transporte essencialmente rodoviário o setor tem no caminhão sua principal ferramenta e o número desses veículos tende a permanecer constante, independente dos impactos à atividade provocados pelos momentos econômicos, ou pela maior ou menor demanda pelas aparas. Mas, em 2017 observamos uma redução significativa na frota das empresas aparistas, concentrada, basicamente, nas empresas médias. Porte Evolução da frota de caminhões. Caminhões 2013 2014 2015 2016 2017 Grandes 4.440 5.044 4.180 3.900 3.516 6,9 43,3 Médias 3.600 2.548 2.640 3.110 2.430 9,0 37,1 Pequenas 2.888 2.919 3.300 3.229 3.486 8,3 28,2 Total 10.928 10.511 10.120 10.239 9.432 Idade Média anos Distância Média km Média geral Evolução % - -3,8% -3,7% 1,2% -7,9% 8,1 36,2 O principal tipo de caminhão é o chamado truck cuja principal característica é o eixo duplo traseiro que permite mais eficiência no manuseio das caçambas e, eventualmente, a entrega das aparas nas fábricas de papel. Juntamente com o caminhão toco que apresenta apenas um eixo traseiro, representam 82% da frota dos aparistas. Para a entrega, principalmente em distâncias maiores se usa a carreta que representa apenas 4% da frota do setor e existe apenas nos grandes aparistas, já que na entrega se usa o frete de retorno com a contratação de caminhões de terceiros. Dois fatores têm provocado alguma alteração no padrão da frota. O primeiro é aumento na utilização dos caminhões chamados Romeu e Julieta que permitem grande economia na busca em distâncias maiores das aparas que, normalmente, são entregues soltas ou em fardos de baixa compactação que serão desmanchados no 23

depósito. O aumento desta configuração de transporte, pode ser uma das explicações para a redução na frota dos aparistas médios. Outro fator está sendo provocado pelas restrições, cada vez mais comuns, ao trânsito de caminhões em grandes centros urbanos onde os aparistas coletam aparas em grandes estabelecimentos comerciais. Este fator está aumentando a utilização de caminhões de menor porte, o chamado VUC - Veículo Urbano de Carga que sofre restrições menores para trafegarem nas cidades e, em 2017, representaram 16% da frota. Composição da frota segundo o tipo de veículo. Segundo dados do Sindipeças, em 2017 a frota nacional de caminhões estava com, em média, 10 anos e oito meses de idade, o que representa um envelhecimento de 1 ano e três meses com relação a 2014 onde encontramos a frota mais jovem. A frota de caminhões dos aparistas segue a mesma trajetória de envelhecimento, mas, apresenta uma média de vida 2 anos mais nova que a nacional, já que em 2017 atingiu a idade de 8 anos e 8 meses, mas, em relação ao ano de 2016, nossos caminhões ficaram 7 meses mais velhos. 24

Evolução da idade média da frota. 10,0 Idade média da frota aparista 9,5 9,2 9,0 8,8 Anos 8,5 8,0 8 8,1 8,1 7,5 7,0 Novamente impactados pela escassez de material, a distância média percorrida pelos caminhões na busca do papel velho, aumentou em 2017 com relação a 2016, em todos os grupos de empresas. Na média geral os caminhões estão percorrendo, em média, 37,4 km, mas, é importante registrar que, não muito raramente, registramos distâncias percorridas de até 300 km. Porte 2013 2014 2015 2016 2017 Evolução da distância média percorrida. Distância Média km Var. % 2013 2014 2015 2016 2017 17/16 Grandes 67,0 62,7 51,0 43,3 45,0 3,8% Médias 48,0 50,8 39,3 37,1 39,3 5,9% Pequenas 22,0 34,6 34,2 28,2 32,4 14,7% Média 45,7 49,4 41,5 36,2 37,4 3,4% A otimização do uso da frota vem acontecendo em um momento em que os principais custos envolvidos com o transporte não estão apresentando aumentos significativos. No caso da atualização da frota, considerando as duas marcas e modelos mais utilizados no setor, observamos um comportamento de preços diferente, ou seja, segundo a tabela FIPE, enquanto o VW 24-280 E Constelation teve um reajuste de 2,1%, o Mercedes Atego 2426 superou a inflação sendo reajustado em 8,0% em 2017 quando a inflação, medida pelo IPCA, foi de 2,95%. 25

Evolução de preços de caminhões em 2016. 260.000,00 Reajuste no ano +2,14% 240.000,00 Reais 220.000,00 Reajuste no ano 9,03% 200.000,00 Mercedes Atego 2426 Volkswagen 24280 E - Constellation 180.000,00 Fonte: FIPE jan./17 fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Outro importante fator de custo de transporte, é o combustível e, neste caso, os reajustes foram bem maiores que a inflação do ano. Assim é que, enquanto o diesel comum registrou um aumento de 12,5% em seu valor médio de comercialização nos postos de combustível do Estado de São Paulo, o diesel S10, nas mesmas condições, foi reajustado em 11,3%, sempre considerando o ano de 2017 contra 2016. 3,10 Evolução dos preços do óleo diesel no varejo em 2016. 3,05 3,00 Reais por litro 2,95 2,90 2,85 2,80 2,900 2,916 2,940 2,846 2,847 2,916 2,859 2,906 2,910 2,882 2,911 2,882 2,75 2,70 2,65 2,60 jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Fonte: ANP dezembro de 2015 = 100 26

Evolução dos preços do óleo diesel S10 no varejo em 2016. 3,20 3,15 3,10 3,05 3,125 3,111 3,154 3,124 3,120 3,110 3,100 3,106 3,102 3,071 3,078 3,156 3,00 2,95 2,90 2,85 2,80 jan. fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Fonte: ANP dezembro de 2015 = 100 Apesar dos aumentos de combustível, os valores de frete cobrado para o transporte de aparas até as fábricas de papel tiveram elevações menos significativas e, nas distâncias intermediárias, entre de 100 a 300 quilómetros, os valores ficaram estáveis. Frete sobre aparas R$ por tonelada Mês Quilômetros até 100 100 a 300 300 a 700 jan. 38,60 52,50 78,92 fev. 38,60 51,75 78,92 mar. 37,20 51,75 85,92 abr. 37,40 51,75 79,02 maio 36,33 51,75 79,02 jun. 36,50 51,75 78,47 jul. 37,00 51,75 79,02 ago. 36,50 51,75 80,53 set. 36,50 49,40 81,15 out. 36,33 51,33 81,40 nov. 39,20 52,60 82,40 dez. 40,40 52,60 82,40 Evol.% 4,7% 0,2% 4,4% Obs.: Sem impostos, INSS e pedágios Distâncias a partir de São Paulo Quando se fala em frete de aparas devemos ter em mente que, trata-se quase sempre de frete de retorno que costuma ser mais barato do que o frete normal e que, inclusive, é um dos fatores que viabiliza o transporte do material por longas distâncias. Outro fator que viabiliza distâncias maiores é a alta compactação dos fardos possível em função das prensas horizontais de propriedade dos depósitos maiores. Normalmente os caminhões das fábricas de papel que saem para entrega, retornam carregados de aparas. 27

Equipamentos Para o aparista mais importante que o frete para a entrega do material são os custos com a coleta do papel velho que será classificado e transformado em fardos de aparas de papel. Nesta função, normalmente se usam as caçambas de 26 m³ que são espalhadas nos diversos fornecedores e recolhidas quando atingem sua capacidade máxima de carga em volume. Como o papel é recolhido solto, sem compactação, e é um material leve os caminhões acabam trabalhando com carga abaixo de sua capacidade. Na prática, muitas vezes um caminhão capacitado para carregar de 8 a 14 toneladas acaba transportando, na melhor das hipóteses, 2 a 3 toneladas. Parte do problema da baixa utilização da capacidade dos caminhões é diminuído com o uso de caçambas compactadoras que fazem uma pré prensagem do material no local da coleta e permite um transporte mais Caçamba compactadora racional. período da noite, etc. Porte Caçamba simples de 26 m³ A caçamba compactadora só se viabiliza em casos de grande quantidade de material, pois, acaba exigindo a alocação de um operador do depósito com custos adicionais de mão de obra É fácil identificar as dificuldades desta operação que sempre exige um estudo detalhado das condições do fornecedor, como espaço disponível, quantidade de material, condições para um operador do depósito, obrigatoriedade de coleta no Quantidade de caçambas disponíveis nos aparistas Caçambas Simples Compactadoras 2014 2015 2016 2017 Var.% 2014 2015 2016 2017 Var.% Grandes 25.036 25.630 25.300 24.420-3,5% 1.078 1.100 1.430 1.210-15,4% Médias 11.760 11.424 11.760 12.240 4,1% 720 720 660 516-21,8% Pequenas 10.450 12.155 12.650 12.100-4,3% 138 330 292 275-5,7% Média 47.246 49.209 49.710 48.760-1,9% 1.936 2.150 2.382 2.001-16,0% 28

Para transportar essas caçambas, utiliza-se o caminhão de um (toco) ou dois eixos (truck) equipado com um sistema roll on roll off que posiciona a caçamba no local de coleta e depois faz a sua retirada em uma operação nem sempre Sistema Roll on roll off simples, pois estamos falando de coleta em grandes lojas, shoppings, gráficas que, muitas vezes, estão localizadas em locais de difícil acesso que acabam exigindo muitas manobras do caminhão, sem falar nos chamados ferros-velhos que, localizados em áreas densamente povoada, encarregam-se de coletar os materiais fornecidos pelos catadores de rua. Os equipamentos roll on roll off utilizados no setor são de dois tipos, com capacidade, para movimentar 18 toneladas ou 25 toneladas sendo as duas bastante presente entre os aparistas. No total, encontramos 5.646 sistemas nos depósitos de aparas dos quais, 41,2 % com capacidade para a movimentação de 25 toneladas. Quantidade de sistemas roll on - roll off Para otimizar o transporte do material de grandes fornecedores até os depósitos os aparistas podem manter uma ou mais prensas verticais no estabelecimento o que, se, por um lado, gera mais custos com um operador para a prensa, também gera uma grande economia no transporte até o depósito onde, normalmente os fardos são 29

Prensa vertical desmanchados para comporem fardos de alta densidade classificados dentro da norma ABNT ou, dentro da especificação do consumidor. Essas prensas verticais também são a ferramenta de trabalho de pequenos aparistas e das cooperativas que, desta maneira, conseguem otimizar seu espaço e, comercializar as aparas com aparistas maiores ou, até mesmo, fornecer direto para algumas fábricas de papel localizadas próximas. Também são comuns nos ferros velhos, que recebem o material dos catadores de papel e acumulam para encaminhar a um aparista. Nos depósitos existem as prensas horizontais, com capacidade para trabalharem continuamente e em condições de tratarem uma grande quantidade de material. Prensa Horizontal em plena operação. Esses fardos de altíssima compactação permitem o carregamento de um caminhão em sua capacidade máxima, viabilizando o transporte das aparas por distâncias superiores a 1.000 km. A grande compactação dos fardos também permite o carregamento de um container próximo de sua capacidade máxima de 25 toneladas o que é fundamental na viabilização 30

das exportações de aparas brasileiras que vêm progressivamente ganhando mercado nos países asiáticos que são grandes importadores do material. Quantidade de prensas existentes no setor. Porte da empresa Prensas 2017 Verticais Horizontais Total Grandes 3.033 503 3.536 Médias 750 390 1.140 Pequenas 1.803 733 2.536 Média 5.586 1.626 7.212 O manuseio dos fardos pequenos e, principalmente os de alta compactação, exige a presença de uma empilhadeira que, desta forma, acaba sendo um equipamento obrigatório e, juntamente com as caçambas e prensas formam o conjunto de equipamentos essencial para a plena operação de um depósito. Em 2017, estimamos em aproximadamente 3,0 mil empilhadeiras em mãos dos aparistas. Quantidade de empilhadeiras existentes no setor. 31

Origem do material Com o aumento nos preços das aparas de papelão ondulado ocorrida, de maneira constante em 2017, e a continuidade na queda do nível de emprego na construção civil entre outros setores que utilizam mão de obra de baixa qualificação, era de se esperar um aumento na participação das cooperativas e dos ferros-velhos, na matriz de fornecedores do setor, mas, o que se viu, foi o oposto disso. As cooperativas até conseguiram manter o percentual de participação em 15% o que significa que, aproximadamente, 745 mil toneladas de material vieram dessa fonte. A principal fonte de material para os aparistas e, também recebedor de material dos catadores são os ferros-velhos e este setor, apesar da maior atividade dos catadores e de preços pagos pelo material compensadores, perdeu participação que, após atingir 36% em 2015, passou a representar 34% em 2016 e chega em 2017 respondendo por 33% de todo o papel coletado para reciclagem. Esta perda de participação dos ferros velhos, muito provavelmente, foi provocada pela ação de algumas prefeituras que agiram para fechar os depósitos procurando beneficiar as cooperativas. Isto foi particularmente sentido na cidade de São Paulo, mas foi um movimento que prejudicou bastante o setor e, principalmente os catadores de papel que orbitam 4 a 5 quilómetros entorno de um ferro velho e, de uma hora para outra, ficaram sem ter a quem entregar o volume coletado com suas carrocinhas. 40% Participação das fontes no fornecimento de aparas de papel 35% 30% 34% 36% 33% 25% 26% 27% 26% 25% 26% 24% 20% 15% 15% 15% 14% 10% 5% Gráficas e cartonagens Comércios 2015 2016 2017 Ferros-velhos Cooperativas e catadores Além dos setores acima, os estabelecimentos comerciais e as gráficas e cartonagens são grandes fornecedoras dos aparistas. No caso dos estabelecimentos comerciais exemplificados por shoppings, grandes supermercados e magazines, a participação na matriz de fornecedores apresentou uma pequena recuperação encerrando 2017 com uma participação de 26% na matriz. 32

Da mesma forma que os comércios, as gráficas e cartonagens, na esteira da pequena recuperação econômica que o Brasil está experimentando, até mostraram alguma recuperação em 2017 quando foram responsáveis por 27% de todo o papel recuperado pelos aparistas. Este segmento é responsável pelo fornecimento das aparas de pré-consumo sendo assim considerados o produto que retornou para reciclagem antes de entrar no mercado. O nome aparista deriva das sobras desse setor, já que os dicionários definem aparas como a sobra de papel aparado ou cortado em suas margens, geralmente com guilhotina. Voltando as cooperativas e catadores o ano de 2017, apesar de bons preços, na média os valores ficaram abaixo dos observados em 2016 e, a receita transferida para os catadores cooperados diminuiu 8,3%, mas, ainda mantendo bons níveis. Usando como valor médio o preço pago na compra do papelão ondulado do tipo II, estimamos que as cooperativas e catadores receberam aproximadamente, 254 milhões de reais. Volume e valor das aparas adquiridas de cooperativas e catadores Ano Volume recuperado t. Adquirido de Total cooperativas e catadores Valores pagos às cooperativas R$ 1.000 Var. % 2013 4.780,0 956,0 284.639,44 161,3% 2014 4.819,0 578,3 190.433,39-33,1% 2015 4.784,0 669,8 162.309,64-14,8% 2016 4.763,4 733,6 276.934,93 70,6% 2017 4.970,1 735,6 253.986,62-8,3% 16/11 9,6% 141,0% 386,8% 33

Comércio Exterior de Aparas 2015 foi o ano em que os aparistas nacionais ganharam visibilidade no mercado internacional, mas, em 2016, em função da necessidade de manter abastecida a indústria brasileira, tivemos uma forte redução nas exportações que, ao menos parcialmente, foram recuperadas em 2017 quando conseguimos embarcar para o exterior 53,1 mil toneladas. Comércio Exterior de Aparas de papel. Fonte: Secex Continuamos com o problema de termos um custo de aquisição do produto maior do que o verificado em outros países onde os aparistas recebem pelo material e, com isso, conseguem uma competitividade que dificilmente conseguiremos por aqui, até porque ainda temos custos logísticos maiores. Preços de compra e venda de aparas de papel - Inglaterra. 180,00 160,00 140,00 120,00 Libra / t 100,00 80,00 60,00 40,00 20,00 - Margem média = 55% j f m a m j j a s o n d Valor de vendas internas Valor de compra Valor de exportação Fonte: Letsrecycle 34

Enquanto o aparista Inglês, por exemplo, fica com 55% do valor de compra do material, e até um pouco mais quando comparamos com os preços de exportação, por aqui ficamos com, em média, 23%. Preços de compra e venda de aparas de papel - Brasil. 700,00 600,00 Real / t 500,00 400,00 300,00 Margem média = 23% 200,00 100,00 - j f m a m j j a s o n d Venda Valor de compra O principal destino das nossas exportações continuou sendo a China, para onde encaminhamos, basicamente, aparas de revistas que não têm mais mercado no Brasil. Depois da China aparecem nossos tradicionais parceiros do Mercosul que recebem e, também nos encaminham aparas de papelão ondulado. Destino das exportações brasileiras de aparas de papel. toneladas País 2017 Part. % Alemanha 486 0,9% Bélgica 5.512 10,4% Bolívia 3.917 7,4% Canadá 145 0,3% China 25.360 47,7% Coréia do Sul 513 1,0% Índia 3.509 6,6% Itália 255 0,5% Macau 1.751 3,3% Paraguai 6.870 12,9% Suécia 511 1,0% Suiça 676 1,3% Uruguai 308 0,6% Vietnã 3.336 6,3% Total 53.149 100% Fonte: Secex 35

As importações de aparas também têm origem, principalmente nos nossos parceiros do Mercosul, principalmente Paraguai e Uruguai de onde recebemos 59% de todo o material importado. Contudo, estamos observando um aumento da participação dos Estados Unidos que, em 2017, nos entregaram 5,5 mil toneladas de aparas. Origem das importações brasileiras de aparas de papel. Total 15.794 100% Fonte: Secex Na Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, as aparas de papel são classificadas em quatro itens do capítulo 47 que abrangem, especificamente as aparas de papelão ondulado, brancas, jornal e revista e mistas. No mercado exterior as aparas seguem a classificação americana que é extensa e detalhada embora poucos itens sejam realmente comercializados no mundo. Fonte: Secex toneladas País 2017 Part. % Canadá 79 0,5% China 10 0,1% Espanha 102 0,6% Estados Unidos 5.522 35,0% Paraguai 5.693 36,0% Rep. Dominicana 643 4,1% Russia 106 0,7% Uruguai 3.640 23,0% NCM s das aparas de papel 47071000- Papéis ou cartões, Kraft, crus, ou papéis ou cartões ondulados, para reciclar 47072000 - Outros papéis ou cartões, obtidos principalmente a partir de pasta química branqueada, não corada na massa, para reciclar 47073000 - Papéis ou cartões, obtidos principalmente a partir de pasta mecânica (por exemplo, jornais, periódicos e impressos semelhantes), para reciclar 47079000 - Outros papéis ou cartões, incluindo os desperdícios e aparas não selecionados, para reciclar As exportações estão concentradas na NCM-47073000 e são constituídas principalmente de aparas de revistas, em 2017 foram encaminhadas 25,0 mil toneladas deste material para a China o que representou 47,7% de todas as nossas exportações de aparas. Ao final do ano, antes do forte aumento de preços das aparas de papelão ondulado, foi iniciado um movimento para suas exportações que encontraram na Índia um bom parceiro. Além disso, estamos observando um crescimento das exportações de produto classificado como outros que, acreditamos, seja composto, principalmente, por aparas de ondulado e brancas. 36

Comércio exterior por tipos de aparas. Em toneladas. 60.000 2017 50.000 14,3% 40.000 toneladas 30.000 65,5% 20.000 33.3% 10.000 17,3% 3,2% 48,2% - Exp. Imp. Outros 16.713 5.374 Revistas 24.983 6.286 Brancas 812 0 Ondulados 10.641 4.034 Fonte: Secex 37

Sócios ALMEIDA SERVIÇOS AMBIENTAIS Rua João Grumiché, 1.509 88108-100 São José, SC Fone: (48) 3259-4444 APARAS MARCIAL LTDA. Rua Edmundo de Carvalho, 705 04251-000 São Paulo, SP Fone: (11) 2946-2197 APARAS VILLENA LTDA. Rua Professor Celestino Borroul, 238 02710-001 São Paulo, SP Fone: (11) 3858-3166 www.aparasvillena.com.br CBS COM. BRASILEIRO DE SUCATAS Rua Raimundo Pereira Magalhães, 2.800 05145-000 São Paulo, SP Fone: (11) 3835-9372 www.cbsaparas.com.br COM. DE APARAS ARY VILLENA Av. Professor Celestino Borroul, 262/268 02710-000 São Paulo, SP Fone: (11) 3856-8155 COM. DE PAPÉIS PRIMOS DE RIO CLARO Rodovia SP 191 - Km 63, 191 13500-970 Rio Claro, SP Fone: (19) 2112-0866 www.papeisprimos.com.br COM. DE PAPÉIS SÃO JUDAS TADEU Av. Paranapanema, 114 09930-450 Diadema, SP Fone: (11) 4091-7813 www.aparassaojudas.com.br ALTO TIETÊ COM. DE RES. E SERV. AMBIENTAIS Av. Ademar Pereira de Barros, 173 12328-300 Jacareí, SP Fone: (12) 3951-0995 www.grupoaltotiete.com.br APARAS TIETÊ LTDA. Rua Cristo Operário, 234 02055-080 São Paulo, SP Fone: (11) 2905-0730 CAPITAL RECICLÁVEIS LTDA. SAAN quadra 05 Lote 64 70632-500 Brasília, DF Fone: (61) 3201-0002 www.capitalreciclaveis.com.br COLOR TRASH COM. DE PAPEL LTDA. Rua Murta do Campo, 647 03210-010 São Paulo, SP Fone: (11) 2100-1255 www.colortrash.com.br COM. DE APARAS DE PAPEL LIBERDADE Rua São Paulo, 163 01513-000 São Paulo, SP Fone: (11) 3209-0882 www.aparasliberdade.com.br COM. DE APARAS VITO LTDA Rua 3º Sgt. João Soares de Faria, 135 02179-020 São Paulo, SP Fone: (11) 2954-8444 CRYSPEL COM. DE PAPÉIS LTDA. Rua Eugenio Diamante, 362 07193-000 Guarulhos, SP Fone: (11) 2845-5642 www.cryspel.com.br 38

CRR - CENTRO DE RECICLAGEM RIO LTDA. Rua Pedro Alves, 157 20220-280 Rio de Janeiro, RJ Fone: (21) 2253-7191 www.crrreciclagem.com.br DIONISIO RECICLÁVEIS LTDA. Rua Topázio, 815 14080-670 Ribeirão Preto, SP Fone: (16) 3628-1136 www.dionisioreciclaveis.com.br ECO SILVA COMÉRCIO E SERVIÇOS DE GERENCIAMENTO DE APARAS - EIRELI Av. industrial Segunda, 45 08679-020 Itaquaquecetuba, SP Fone: (11) 4726-0730 IRMÃOS MAGRIN & CIA LTDA. Rua João Magrin, 75 13490-970 Cordeirópolis, SP Fone: (19) 3546-1275 JUNPAPEL LTDA. Av. Pedro Clarismundo Fornari, 1700 13214-660 Jundiaí, SP Fone: (11) 4582-8854 www.junpapel.com.br KAPERSUL IND. E COM. DE PAPÉIS LTDA. Av. das Araucárias, 3001 83707-065 Araucária, PR Fone: (41) 2141-8500 www.kwm.eco.br MG RECICLA Av. Acylino R. Lima Neto, 421 38056-620 Uberaba, MG Fone: (34) 3338-8055 DEPÓSITO ESTORIL DE PAPÉIS LTDA. Rua São Lourenço, 48 24060-008 Niterói, RJ Fone: (21) 2771-3138 site: www.estorilreciclagem.com.br EMBAPEL COM. DE RECICLÁVEIS Rua Ricardo Leônidas Ribas, 250 91970-005 Porto Alegre, RS Fone: (51) 3249-0100 www.embapel.com.br GTF COM. DE PAPÉIS PARA RECICLAGEM Rua Coliseu, 21 06705-459 Cotia, SP Fone: (11) 4615-8815 www.gtfpapeis.com.br JOSÉ AUGUSTO JORGE ME Rua Maria Pressoto Pucci, 790 58082-011 João Pessoa, PA Fone: (83) 3245-8245 KAPER COM. DE PAPÉIS LTDA. Rua Leonel Martiniano, 396 05275-065 São Paulo, SP Fone: (11) 3912-2170 www.kaper.com.br METALPEL IND. DE PAPEL LTDA. Rua Jd. Botânico, 1 60874-120 Fortaleza, CE Fone: (85) 3275-6618 www.metalpel.com.br RAMOS E FORTE S.A. BR 153, Km 8 Pq. Industrial 86400-000 Jacarezinho, PR www.ferovelhojacare.com.br RECICLA 39

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