Doctor Quality Consultoria e Treinamento

Documentos relacionados
Doctor Quality Consultoria e Treinamento

Doctor Quality Consultoria e Treinamento

VALIDAÇÃO DE SISTEMA DE ÁGUA. Carlos A Trevisan Setembro 2016

QUALIFICAÇÃO RDC Nº 48 DE 25 DE OUTUBRO DE 2013

Atender e superar as expectativas dos nossos clientes e parceiros, fornecendo serviços seguros e com qualidade diferenciada é a nossa missão!

RDC Nº DE OUTUBRO DE 2013 Boas Práticas de Fabricação para Produtos Saneantes Calibração, Qualificação e Validação

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

PONTOS CRÍTICOS NAS INSPEÇÕES SANITÁRIAS

Resolução CFF nº 406, de : Regula as atividades do farmacêutico na Indústria Cosmética, respeitadas as atividades afins com outras profissões.

VALIDAÇÃO PARA O SETOR COSMÉTICOS. Rita Bacoccini Diretora Técnica de Saúde I GT Cosméticos DITEP Maio/2016

RDC de outubro de Produção Controle de Qualidade Amostragem

SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA PRODUÇÃO DE VACINAS.

SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA PARA PRODUÇÃO DE VACINAS.

BPF BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA EXCIPIENTES FARMACÊUTICOS. RDC nº 34/2015 ANVISA

Os Mitos e as Verdades da Validação de Sistema de Água para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Ricardo Marinho R.

Os 5W2H para a Validação

Sandra Lando Diretora Técnica - CEQNEP

Celular

RDC Nº 47, DE 25 DE OUTUBRO DE

COMISSIONAMENTO DE SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO

RESPONSABILIDADE TÉCNICA: Dicas essenciais para a inspeção de material hospitalar

Definição. RDC 17: 16 de abril de Validação de metodologia analítica

RELATÓRIO DE AUDITORIA

Validação de equipamentos de Esterilização Aplicações em esterilizadores a vapor

Faimport Projetos, produtos e Serviços. Portfólio: Tratamento de água. Pag. 2. Sistemas de Desinfecção. Pag. 5.

FOLHA DE CONTROLE DE DOCUMENTOS

LISTA DE VERIFICAÇÃO. AUDITORIA DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Auditados. Tipo de Auditoria: Auditoria Interna: Data Realização: Responsável:

PPHO. Profª Me. Tatiane da Silva Poló

Boas Práticas de Fabricação. Fabricação de Cosméticos RDC 48/2013

INSPEÇÕES DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE MEDICAMENTOS: RESULTADOS E NÃO CONFORMIDADES ENCONTRADAS

VALIDAÇÃO. Carlos Alberto Trevisan Maio 2016

O ciclo PDCA da Validação

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS

Qualificação e Validação de sistemas computadorizados

BINS Indústria de Artefatos de Borracha Ltda. Questionário de Seleção e Homologação de Fornecedores

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA COORDENAÇÃO GERAL DO SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES

ANVISA BPF, PROCESSO DE FABRICAÇÃO E SISTEMA DE CODIFICAÇÃO

Tecnologia e Inteligência em Soluções Integradas

Máquinas e Equipamentos NR - 12

Boas Práticas de Fabricação de Produtos para a Saúde. Coordenação de Inspeção de Produtos CPROD Alba Pismel

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO E POPs. Profª Me. Tatiane da Silva Poló

Atribuições do farmacêutico na logística de medicamentos

ABNT NBR ISO/IEC NÃO CONFORMIDADES MAIS FREQUENTES

Pilar: Empresa (Rotina)

COMISSIONAMENTO O QUE É PRECISO SABER? UMA DISCUSSÃO CONCEITUAL SOBRE COMISSIONAMENTO E SUAS APLICAÇÕES ABRIL/2018

PLPH. Aplicações do PLPH

Controle/Garantia da Qualidade nas matérias primas

Elaboração: Everaldo Mota Engenheiro Mecânico/Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental.

SEGURANÇA ALIMENTAR Sistema HACCP

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA COORDENAÇÃO GERAL DO SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES

A Calibração e a Gestão Metrológica na Indústria. A importância e a Viabilidade Técnica. NEWTON BASTOS

PATROCINADOR PLATINA

RDC67/07 C.G

Boas Práticas da Distribuição - Da regulamentação à prática -

PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS SOBRE NR 13

HSOLUTIONS. Metodologia HSOLUTIONS

Qualificação de Desempenho de Autoclaves A visão da Enfermagem

INSPEÇÃO DE FABRICAÇÃO AT

4ªs Jornadas Nacionais de Esterilização. Associação Nacional de Esterilização

Módulo 8. NBR ISO Interpretação dos requisitos: 4.4.6, 4.4.7, 4.5.1, 4.5.2, 4.5.3, 4.5.4, 4.5.5, 4.6 Exercícios

adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Sistema da Gestão da Qualidade. Agradecimentos ao Prof. Robson Gama pela criação da apresentação original

Índice. APRESENTAÇÃO A Empresa 3. SERVIÇOS Tecnologia da Automação (AT) 4 Tecnologia em Robótica (RT) 5 Tecnologia em Segurança (ST) 6 CONTATO 7

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO PERIÓDICA CONFORME NR-13 (Redação dada pela Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)

REQUISITO COMPLEMENTAR DA QUALIDADE DE PERFIS PULTRUDADOS E TUBOS DE MATERIAL COMPÓSITO ÍNDICE DE REVISÕES

REQUISITOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO DE PRODUÇÃO SERIADA

TECNOLOGIA DEROUGE-H. Fone: /6

CHECKLIST DA RDC 16/2013

RESOLUÇÃO N 10, DE 22 DE MAIO DE 2003

23/04/2014. Legislação Nacional e Internacional

ROTEIRO DE AUTO INSPEÇÃO PARA FABRICANTES DE PRODUTOS PARA SAÚDE (CORRELATOS)

COMISSÃO EUROPEIA DIRECÇÃO-GERAL DAS EMPRESAS E INDÚSTRIA. Grupo de Trabalho sobre Controlo de Medicamentos e Inspecções

INVESTIGAÇÃO DE NÃO- CONFORMIDADE E AÇÕES CORRETIVAS. Bárbara Pereira Albini

Serviços da MT. para Fazer o Certo, Desde o Começo. Um Parceiro que Você Pode Confiar INGOLD THORNTON. Liderança de Processos Analíticos

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

A evolução da RDC 47/2013

FOLHA DE CONTROLE DE DOCUMENTOS

Histórico/Introdução. Empresa de integração de sistemas na área de Automação Industrial. Atua no mercado desde 2005 ( 13 anos).

6) Desenvolvimento das etapas para elaboração e implantação do plano de APPCC

Identificação UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL LCMEC - PA Data PROCEDIMENTO AUXILIAR Página COLETA DE AMOSTRA 01 de 07

Inserir logo da VISA Estadual ou Municipal

OUTROS TEMAS TRANSVERSAIS GUIA Nº 7/2017 Versão 2. Guia para elaboração de Arquivos Mestres de Plantas AMP (Site Master File - SMF)

IPEÚNA PRESTADOR: SECRETARIA MUNICIPAL DE PROJETOS E OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS E SANEAMENTO BÁSICO.

Sistema de Hidrantes. O que é sistema de hidrantes: 13ª Edição Janeiro/Fevereiro 2017

Como elaborar um MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (5ª PARTE)

Faculdade de Imperatriz FACIMP

Nº 72 setembro/outubro 2014 R$15,00. revista. Águas farmacêuticas. REVISTA DA SBCC N o 72 SETEMBRO/OUTUBRO 2014 NBR sbcc.com.

INSPEÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. Agradecimentos à Prof. Luciana Neves pela Concepção da apresentação original

Aplicação dos Princípios BPL aos Sistemas Informatizados. Florbela Dias DMET

LABORATÓRIO ANÁLISE PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE APOIO

Qualificação e Validação

LIVRO DE REGISTRO DATA BOOK

Especialidade em Ativos

ÍNDICE DE REVISÕES DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

PIRASSUNUNGA RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO DO MUNICÍPIO DE

Procedimentos de Aprovação & Recepção

PATOLOGIAS EM SISTEMAS PREDIAIS DE ÁGUA FRIA 1

SEGURANÇA ALIMENTAR PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS

Transcrição:

Sistema de águas para uso cosmético: Dúvidas e Esclarecimentos Como todos sabem o sistema de água para a indústria cosmética é um item fundamental, sendo utilizada como matéria prima, lavagem e limpeza. No entanto, temos algumas perguntas frequentes quando falamos neste tema, como: - Quais especificações da água utilizo? - O que devo qualificar o sistema de águas? - Como devo qualificar o sistema de águas? - O sistema de águas deve ser igual ao das farmacêuticas? - Como defino os critérios de qualificação? - O que os órgãos regulatórios cobram? Como podemos observar são muitas as perguntas e poucas as respostas. Neste artigo a Doctor Quality irá responder essas e outras perguntas esclarecendo todas as dúvidas, item a item da norma! A norma Antes de iniciarmos a o processo de qualificação de sistema de águas para uso cosmético, deve-se avaliar a norma exigida para este item. Em 25 de Outubro de 2013 a Anvisa lançou RDC 48 Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes Nesta norma o item 13 descreve como os sistemas de instalações de água devem ser tratados. Segue abaixo os itens descritos nesta norma: 13.1. A fonte de provimento de água deve garantir o abastecimento com quantidade e qualidade adequadas. 13.2. A empresa deve definir claramente as especificações físico-químicas e microbiológicas da água utilizada na fabricação dos produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, devendo atender no mínimo aos padrões microbiológicos de potabilidade. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 1

13.2.1. Somente água dentro das especificações estabelecidas deve ser utilizada na fabricação dos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. 13.3. As tubulações utilizadas para o transporte de água devem apresentar um bom estado de conservação e limpeza. 13.4. Se necessário, deve ser realizado tratamento da água previamente ao armazenamento, de forma a atender às especificações estabelecidas. 13.5. Devem existir procedimentos e registros da operação, limpeza, sanitização, manutenção do sistema de tratamento e distribuição da água; 13.6. Devem existir procedimentos e registros do monitoramento da qualidade da água. O monitoramento deve ser periódico nos pontos críticos do sistema de água; 13.7. Caso sejam necessários padrões de qualidade específicos, definidos de acordo com as finalidades de uso de cada produto, a água deve ser tratada de forma a atendê-los. 13.7.1. Devem existir investigações, ações corretivas e preventivas para resultados de monitoramento de água fora das especificações estabelecidas. Devem ser mantidos registros das investigações e ações adotadas. 13.8. A circulação da água deve ser efetuada por tubulação ou outro meio que ofereça segurança quanto à manutenção dos padrões estabelecidos de qualidade da água. 13.9. No caso de armazenamento da água devem existir dispositivos ou tratamentos que evitem a contaminação microbiológica. 13.10. Recomenda-se que o sistema de tratamento de água seja validado. Fonte: RESOLUÇÃO - RDC Nº 48, DE 25 DE OUTUBRO DE 2013 Analisando a norma Como podemos observar acima, a norma gera muitas dúvidas e é muito subjetiva. Abaixo segue item a item a avaliação da norma e a melhor forma de tratar estas questões: 13.1. A fonte de provimento de água deve garantir o abastecimento com quantidade e qualidade adequadas. Visão Doctor Quality: Neste item o sistema de geração de água para uso cosmético deve garantir o fornecimento de água suficiente para o uso na indústria, seja no ambiente produtivo, limpeza e sanitização com qualidade conforme as especificações. Para garantir estes parâmetros devem-se verificar aspectos como vazão, tanques de estocagem, sistemas de combate microbiológicos, tubulações sem vazamento, bombas e todos os itens necessários para atendimento destes parâmetros. É aconselhável manter os documentos e projeto atualizados do sistema em questão. 13.2. A empresa deve definir claramente as especificações físico-químicas e microbiológicas da água utilizada na fabricação dos produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, devendo atender no mínimo aos padrões microbiológicos de potabilidade. Visão Doctor Quality: Este é o ponto onde temos mais dúvidas sobre o sistema de água. Pela norma o único parâmetro a ser seguido é o padrão microbiológico mínimo de potabilidade (conforme portaria 2914). Conforme o artigo 28, Item 3, esse padrão é de 500 UFC/mL. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 2

Para o restante dos parâmetros, a própria empresa deve definir as especificações. Dica: Ao denominar esta água evite chamar de Água Purificada ou Água PW (exceto se a água seja mesmo purificada), pois para este tipo de água temos as especificações definidas nos compêndios oficiais. Este tipo de purificação é cara e requerem outros métodos de projetos e purificação. O nome para esta água pode ser: Água de Processo, água industrial ou algum outro nome de diferencie esta água de água potável de consumo humano. 13.2.1. Somente água dentro das especificações estabelecidas deve ser utilizada na fabricação dos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Visão Doctor Quality: A uma primeira vista parece um ponto obvio a ser seguido mas este item tem aspectos implícitos a serem seguidos. Primeiramente somente conseguimos verificar se a água está dentro dos padrões aceitáveis se a mesma for analisada periodicamente. Sendo assim o ponto principal deste item são as análises que a empresa deve fazer. Para isto a empresa deve possui um plano de amostragem para os pontos críticos e seguir este plano de amostragem. 13.3. As tubulações utilizadas para o transporte de água devem apresentar um bom estado de conservação e limpeza. Visão Doctor Quality: Neste item temos 2 pontos principais. O primeiro está relacionada ao projeto e qualificação de instalação. Para garantir que as tubulações estão instaladas adequadamente, temos que ter um projeto destas tubulações, e testes de instalação (documentados) verificando se mesmas não possuem vazamentos, estão instalados adequadamente, se todas as conexões, válvulas, instrumentos estão identificados e instalados adequadamente. Após a qualificação do sistema deve-se manter um plano de manutenção preventiva adequado. Outro ponto é referente à sanitização desta tubulação. Para isto a empresa deve possuir um plano de sanitização periódico para garantir que o sistema se mantenha funcionando adequadamente. Além de sanitizar a linha, deve-se sanitizar também os tanques de estocagem. 13.4. Se necessário, deve ser realizado tratamento da água previamente ao armazenamento, de forma a atender às especificações estabelecidas. Visão Doctor Quality: Este item está diretamente relacionado com a especificação da água definida pela empresa. Dependendo da água a ser utilizada antes de utilizada deve-se tratar esta água. Um exemplo de pré-tratamento (nome dado ao tratamento da água antes da utilização) é a retirada do cloro, ou correção de PH. Deve-se lembrar que este pré-tratamento deve ser qualificado e a empresa deve manter o projeto deste pré-tratamento atualizado. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 3

13.5. Devem existir procedimentos e registros da operação, limpeza, sanitização, manutenção do sistema de tratamento e distribuição da água; Visão Doctor Quality: Este item está relacionado diretamente com a garantia de qualidade da empresa. Para todos os itens da norma, procedimentos escritos são fundamentais para garantir que a operação da água e o desempenho do sistema seja homogêneo independente da estação do ano e dos operadores. Isso só é possível através de procedimentos. Sendo assim todas as atividades relacionadas ao sistema de água devem possuir procedimentos operacionais escritos e as pessoas envolvidas devem ser treinadas nestes procedimentos. Dentre estas atividades podemos destacar: operação, limpeza, sanitização, manutenção do sistema de tratamento e distribuição da água, registros de amostras, como fazer as amostragens, frequência de amostragens, qualificação, qualificação de fornecedores terceiros etc. 13.6. Devem existir procedimentos e registros do monitoramento da qualidade da água. O monitoramento deve ser periódico nos pontos críticos do sistema de água; Visão Doctor Quality: Este item está relacionado diretamente com o item 13.5 da norma. No entanto este item cita pontos críticos de amostragem. Para este item é fundamental fazer uma análise de riscos do sistema para definição destes pontos críticos. A ferramenta a ser utilizada é de livre escolha do responsável dos testes. Segue alguns exemplos: - FMEA; - QRM 5 do GAMP - FMECA - Arvore de falhas - Espinha de peixe Após elaborar a análise de riscos, deve-se criar um plano de amostragem para avaliar todos os pontos críticos do sistema. 13.7. Caso sejam necessários padrões de qualidade específicos, definidos de acordo com as finalidades de uso de cada produto, a água deve ser tratada de forma a atendê-los. Visão Doctor Quality: Este item é exatamente igual ao item 13.4. Este item está diretamente relacionado com a especificação da água definida pela empresa. Dependendo da água a ser utilizada antes de utilizada deve-se tratar esta água. Um exemplo de pré-tratamento (nome dado ao tratamento da água antes da utilização) é a retirada do cloro, ou correção de PH. Deve-se lembrar que este pré-tratamento deve ser qualificado e a empresa deve manter o projeto deste pré-tratamento atualizado. O que temos que nos atentar é que a empresa deve ter definida a especificação da água a ser utilizada. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 4

13.7.1. Devem existir investigações, ações corretivas e preventivas para resultados de monitoramento de água fora das especificações estabelecidas. Devem ser mantidos registros das investigações e ações adotadas. Visão Doctor Quality: Este item esta relacionado com a garantia de qualidade. Para podermos atender este item a empresa deve possuir procedimentos escritos de gerenciamento de desvios e planos de ações corretivas e preventivas (também chamados de CAPA). O que este item sinaliza é que ao ocorrer qualquer desvio na especificação da água após a realização das análises, os mesmos devem ser investigados e a causa raiz do problema deve ser encontrada. Após encontrar a causa raiz do problema em questão, devese instituir planos de manutenção corretiva para corrigir o problema e planos de manutenção preventiva para que o problema não ocorra mais. 13.8. A circulação da água deve ser efetuada por tubulação ou outro meio que ofereça segurança quanto à manutenção dos padrões estabelecidos de qualidade da água. Visão Doctor Quality: Este item é exatamente igual ao item 13.3. Este item está relacionado ao projeto e qualificação de instalação. Para garantir que as tubulações estão instaladas adequadamente, temos que ter um projeto destas tubulações, e testes de instalação (documentados) verificando se mesmas não possuem vazamentos, estão instalados adequadamente, se todas as conexões, válvulas, instrumentos estão identificados e instalados adequadamente. Após a qualificação do sistema deve-se manter um plano de manutenção preventiva adequado. 13.9. No caso de armazenamento da água devem existir dispositivos ou tratamentos que evitem a contaminação microbiológica. Visão Doctor Quality: Este item é muito interessante, pois não obriga a empresa a ter um tanque de estocagem de água. A decisão de não utilizar tanque de estocagem não pode entrar em contradição ao item 13.1 desta norma, e devem possuir procedimentos de contingência. Nos casos onde temos armazenamento de água temos que nos preocupar com o crescimento microbiológico, pois agua parada é fonte de crescimento micro. Existem vários dispositivos que podem evitar contaminação micro, sendo eles: - Lâmpadas UV s; - Geradores de Ozônio; - Cloração; - Recirculação em looping; - Sanitizações Periódicas; - Concepção de construção do sistema. É recomendável também utilizar mais de um método de combate à contaminação micro. Deve-se lembrar de que estes métodos devem ser qualificados. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 5

13.10. Recomenda-se que o sistema de tratamento de água seja validado. Visão Doctor Quality: Embora esteja descrita a palavra recomenda-se este item vem sido cobrado pelos órgãos fiscalizadores. Para se validar o sistema de água, devemos passar pelos seguintes itens: - Qualificação de Projeto; - Qualificação de Instalação; - Qualificação de Operação; - Qualificação de Desempenho; Qualificação de Projeto A qualificação de projeto só é aplicável a sistemas novos onde o projeto do mesmo deve ser qualificado antes da construção do sistema. Para podermos qualificar o projeto é necessário ter os requerimentos do usuário e os projetos do sistema. Com estes 2 documentos em mãos deve-se comparar item a item dos requerimentos do usuário para verificar se se o projeto atende ou não estes requerimentos. Qualificação de Instalação A Qualificação de Instalação deverá demonstrar atendimento às especificações técnicas do sistema tendo em vista a avaliação da montagem do mesmo. A qualificação de instalação consiste e planos de testes documentados que visam avaliar no mínimo: - Documentações do Projeto; - Montagem da tubulação; - Instalação de instrumentos; - Certificados de calibração; - Instalação de componentes principais (válvulas, bombas, conexões etc); - Instalação do painel elétrico conforme as normas vigentes (NR10 por exemplo); - Procedimentos escritos do sistema (de acordo com o item 13.5 da norma); - Teste Hidrostático de tubulações; - Memorial de cálculo do tanque de armazenamento; - Certificado dos materiais - Folha de dados de todos os componentes; - Inspeção dimensional e visual; - Certificado de materiais; -Teste hidrostático; - Documentação de todos os dispositivos de segurança; Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 6

- Teste de rugosidade das superfícies (se aplicável); - Inspeção dimensional e visual (se aplicável); - Acabamento c/ certificado (se aplicável); - Liquido Penetrante nas soldas (se aplicável); - Radiografia de Soldas (se aplicável); - Certificado do Soldador (se aplicável); - Passivação (se aplicável); - Certificado de Rugosidade (se aplicável); - Rastreabilidade de Soldas (se aplicável); Qualificação de Operação A Qualificação de Operação deverá demonstrar atendimento às especificações funcionais do sistema tendo em vista a avaliação do funcionamento do mesmo. A qualificação de operação consiste e planos de testes documentados que visam avaliar no mínimo: - Ciclo de sanitização (mais crítico em sistemas frios); - Simultaneidade de consumo; - Alarmes do sistema; - Intertravamentos do sistema; - Consolidação dos procedimentos operacionais do sistema; - Atendimento aos parâmetros operacionais caso sejam necessários como: condutividade, pressão, vazão, temperatura, etc; - Rotinas automatizadas como: retrolavagem, regeneração, sanitização, sequencias de operação, etc; Qualificação de Desempenho A Qualificação de Desempenho deverá demonstrar atendimento ao desempenho do sistema de forma sazonal, tendo em vista a avaliação da qualidade da água produzida. Deve-se analisar a qualidade (química, física e microbiológica) da água que é gerada e distribuída através de instalações que estejam em operação sob condições normais (rotina estabelecida por procedimento). Essa qualidade deve ser consistente ao longo do tempo (execução de testes com a inserção de variável de tempo). As especificações devem ser estipuladas pela empresa, estando em conformidade com o item 13.2 desta norma. A Qualificação de Desempenho deve ser realizada em 3 fases: Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 7

Fase 1: Monitoramento químico e microbiológico durante 15 dias consecutivos em todos os pontos de consumo. Fase 2: Monitoramento químico e microbiológico durante 15 dias consecutivos em todos os pontos de consumo. Fase 3: Monitoramento químico e microbiológico semanal durante 1 ano em todos os pontos de consumo. Esta fase deverá demonstrar que os dados não são afetados pelas variações sazonais e estas variações não afetam a operação dos sistema e a qualidade química e microbiológica da água. Fase 1 15 dias Fase 2 15 dias Fase 3 1 ano Mantendo o status de Validado Os testes de qualificação devem ser realizados sempre de forma periódica. A periodicidade é definida de empresa a empresa. Deve se lembrar que esta definição deve ser escrita em análise de riscos e deve ser justificado qualquer mudança de periodicidade. Segue abaixo as ferramentas que são fundamentais para manter o sistema validado: - Controle de Mudanças; - Formulário de desvios; - Plano de calibração dos sensores; - Plano de manutenção preventiva; - Protocolo de qualificação periódica ou revalidação; Deve-se lembrar que o ciclo é sempre contínuo durante a vida de um sistema, e qualquer mudança significativa deve ser validada. Referencias Biliográficas: - RDC 48 Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes ; - Guia de validação de sistema de águas para uso farmacêutico da Anvisa; Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 8

Prof. Fabrício Rodrigues Dias Engenheiro Elétrico com Ênfase em Automação graduado pelo centro Universitário Radial, MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com experiência profissional nas áreas de validação e manutenção em unidades fabris, de indústrias farmacêuticas multinacionais de grande e médio porte, como Sanofi-Aventis, Chiesi Farmacêutica e Bristol Myers Squibb (BMS). Atualmente Atua como Diretor Técnico na Doctor Quality. Experiência em star-up de plantas, comissionamentos, qualificação de equipamentos, validação de transporte, Validação de Utilidades, Validação de Sistemas computadorizados e realização de FAT s de equipamentos de produção. Áreas de atuação: Garantia da Qualidade, Validação, Engenharia e Manutenção. Artigo Técnico Águas para uso Cosmético Data 11.05.2017 pg.: 9