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Transcrição:

PROCESSO: REC 1904-76.2014.6.21.0000 PROCEDÊNCIA: SÃO LEOPOLDO RECORRENTE: PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO - PMDB RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL (PRE) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Recurso. Representação. Propaganda irregular. Bem particular. Placas. Art. 37, 2º, da Lei n. 9.504/97. Eleições 2014. Comprovado o desbordamento do limite legal na metragem da propaganda impugnada, desnecessário aferir o tamanho do excesso constatado. A medição compreende a peça publicitária por inteiro. Evidenciado o prévio conhecimento do candidato e do partido político pelas características da publicidade. Propaganda oficial de campanha. Responsabilidade solidária e abrangência da decisão proferida em grau recursal a todos os representados. Manutenção da multa aplicada, de forma individualizada, no patamar mínimo legal. Provimento negado. A C Ó R D Ã O Vistos, etc. ACORDAM os juízes do Tribunal Regional Eleitoral, por unanimidade, ouvida a Procuradoria Regional Eleitoral e nos termos das notas taquigráficas inclusas, negar provimento ao recurso e desacolher o pedido ministerial com base no art. 509 do Código de Processo Civil. Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral. Porto Alegre, 29 de outubro de 2014. DES. FEDERAL OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, Relator. Assinado eletronicamente conforme Lei 11.419/2006 Em: 29/10/2014-18:28 Por: Des. Federal Otávio Roberto Pamplona Original em: http://docs.tre-rs.jus.br Chave: e4a094be6df61e927e1f81082ba7d6c1 TRE-RS

PROCESSO: REC 1904-76.2014.6.21.0000 PROCEDÊNCIA: SÃO LEOPOLDO RECORRENTE: PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO - PMDB RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL (PRE) RELATOR: DES. FEDERAL OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA SESSÃO DE 29-10-2014 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- R E L AT Ó R I O Trata-se de recurso interposto pelo PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO PMDB contra a decisão que julgou procedente representação ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL em desfavor do recorrente e de Daniel Daut Schaefer, aplicando multa individualizada aos representados, em razão da colocação de placas de propaganda cujas medidas extrapolam o permissivo legal, em afronta ao art. 37, 2º, da Lei n. 9.504/97. O PMDB sustenta que a remoção da propaganda localizada em bem particular afasta a incidência de multa. Argumenta inexistir prova do prévio conhecimento. Assevera que o excesso apontado é insignificante, pois resultado da sobra necessária para afixação da placa, mormente se considerado que a arte da publicidade se encontra disposta nos limites permitidos. Pleiteia a reforma da decisão e a exclusão da multa imposta (fls. 82-87). Em contrarrazões, a Procuradoria Regional Eleitoral requer o desprovimento do apelo, bem como seja certificado o trânsito em julgado da decisão em relação ao candidato representado Daniel Daut Schaefer, haja vista não ter recorrido (fls. 110-116). É o relatório. 2

VO TO O recurso é tempestivo. A decisão foi publicada no dia 09.10.2014, às 18h (fl. 80), e o recurso interposto em 10.10.2014, às 12h24min (fl. 82). Cuida-se de propaganda eleitoral irregular, consistente na afixação de placas em dois endereços de São Leopoldo, cuja metragem desborda do permissivo legal, pois, de acordo com as certidões de vistoria realizada pelo Ministério Público Eleitoral, as medidas alcançavam 4,09m2 e 4,152m2 (fls. 37-40). O art. 37, 2º, da Lei n. 9.504/97 assim dispõe: Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados. 1º A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais) 2º Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no 1º. (Grifei.) A agremiação recorrente afirma que o excesso verificado mostra-se insignificante, visto que constitui a sobra necessária para afixação da placa, devendo-se atentar para o fato de que a arte da publicidade encontra-se em conformidade ao permissivo legal. A decisão desafiada enfrenta essas questões agora revisitadas no recurso interposto, convindo transcrever excerto em que se empreende a análise sobre os argumentos expendidos: A legislação autoriza a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares por meio de faixas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² e sejam realizadas de forma espontânea. A agremiação demandada argumenta que o excesso é mínimo, podendo-se atribuir a diferença a um erro da gráfica ou à necessidade de espaço para dobrar o material e melhor afixá-lo na madeira, visto que a arte, em si, da indigitada propaganda encontra-se dentro dos limites legais, isto é, não Proc. REC 1904-76 Rel. Des. Federal Otávio Roberto Pamplona 3

ultrapassa os 4m2 permitidos na legislação. Por outro lado, não obstante a falta da integralidade da peça defensiva do candidato, mostrando-se oportuno mencionar que o remetente é o responsável pelo seu envio (art. 7º da Resolução TSE n. 23.398/2013), recorro aos argumentos por ele expendidos junto ao Juízo de origem (fls. 19-24) como forma de não deixá-lo desamparado de razões, visto que as placas ora impugnadas se assemelham àquelas contidas nas fotos acostadas naquela defesa. Naquela oportunidade, alegou que a lona impressa com a propaganda do candidato vem da própria gráfica com a medida padrão estabelecida pela legislação eleitoral ( ), afirmando que da medida deve ser retirada a borda da impressão, uma vez que não faz parte da propaganda impressa, não pedindo voto ao candidato, tratando-se de mera rebarba de material, conforme se observa na medição empreendida pelo representado nas fotos das fls. 22-25. No entanto, não se sustentam as assertivas. A medição empreendida desconsiderou a borda branca do painel, somente aferindo o espaço que continha o colorido da foto, seu fundo e os dizeres relativos à candidatura, mas deve-se atentar para o fato de que a peça é um todo, inclusive com aquele espaço em branco a emprestar destaque à publicidade, devendo-se aferir a placa de ponta a ponta. Note-se que não se pode limitar, nem mesmo, a borda da parte inferior da placa, na qual encontram-se referidas as candidaturas ao governo e senado. Saliento, assim, que o pequeno excesso não constitui, por si só, fator apto a excluir a responsabilidade dos representados e o sancionamento previsto. Finalmente, sublinho que a aplicação da sanção no caso de propaganda irregular em bens particulares independe da imediata remoção do ilícito, como se extrai do próprio texto legal, o qual remete à sanção do 1º do art. 37 da Lei n. 9.504/97, sem ressalvas, como faz em relação à hipótese de propaganda em bens públicos. Este é o posicionamento firmado pelo egrégio TSE: Representação. Propaganda eleitoral irregular. Bem particular. Faixa. 1. Por se tratar de propaganda em bem particular, não incide a regra do 1º do art. 37 da Lei nº 9.504/97, que estabelece a não incidência de multa ante a retirada de propaganda veiculada especificamente em bem público. 2. Não há como se invocar a nova redação do 2º do art. 37 da Lei nº 9.504/97, uma vez que a representação diz respeito às eleições de 2008, devendo ser observado o disposto no art. 14 da Res.-TSE nº 22.718/2008, que, em seu parágrafo único, determina a imposição da sanção do art. 17, alusiva ao art. 39, 8º, da Lei das Eleições (infração por propaganda em outdoor). Agravo regimental desprovido. (grifei)(agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 11406, Acórdão de 15/04/2010, Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 10/05/2010, Pág. 17.) Proc. REC 1904-76 Rel. Des. Federal Otávio Roberto Pamplona 4

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2008. PROPAGANDA ELEITORAL. OUTDOOR. PLACAS JUSTAPOSTAS QUE EXCEDEM O LIMITE DE 4M². BEM PARTICULAR. RETIRADA. IRRELEVÂNCIA. APLICAÇÃO. MULTA. REITERAÇÃO DE ARGUMENTOS JÁ APRESENTADOS. AGRAVO IMPROVIDO. I - A justaposição de placas cuja dimensão exceda o limite de 4m² caracteriza propaganda irregular por meio de outdoor, em razão do efeito visual único. Precedentes. II - A retirada da propaganda eleitoral irregular em bem particular não elide a aplicação da multa. Precedentes. III - Decisão agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos. IV - Agravo improvido. (Grifei.) (Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 10420, Acórdão de 08/10/2009, Relator(a) Min. ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Tomo 207, Data 03/11/2009, Página 39) Assim, propagandas no mesmo padrão, que tenham sido certamente confeccionadas com orientação do comitê da campanha, bem como fatores outros, como dimensão, localização, quantidade ou qualidade do engenho publicitário, evidenciam o prévio conhecimento do candidato e da agremiação pela qual concorre. Destaco, por relevante, que a medição compreende a peça publicitária por inteiro, vale dizer, aferindo-se as bordas brancas do painel e o fundo colorido contendo a foto e os dizeres atinentes à candidatura. Assim, não se mostra exitosa a tese defensiva, que buscava subtrair a moldura em branco, a qual notadamente empresta destaque à publicidade, visto que a placa ultrapassa os 4m2 permitidos, desimportando ser inexpressivo o excesso constatado. Por fim, o prévio conhecimento decorre das próprias características da publicidade, porquanto se trata de propaganda oficial de campanha e que requer autorização dos proprietários dos imóveis para a sua colocação. Como mencionado na decisão, a jurisprudência aponta diversos critérios para o reconhecimento da ciência prévia, como as características da propaganda (TRE/SP, RE 32.213, rel. Dr. Waldir Campos Jr., 18.12.2008); a uniformidade e dimensões dos diversos artefatos, evidenciando que foram autorizados pelo candidato (TRE/SP, RE 32262, rel. Dr. Flávio Yarshell, 13.09.2009); o requinte na sua confecção, que exija planejamento prévio e gastos expressivos (TSE, AI 385277, rel. Min. Marcelo Henriques de Oliveira, 27.05.2011); o Proc. REC 1904-76 Rel. Des. Federal Otávio Roberto Pamplona 5

emprego da fotografia do candidato na publicidade (TSE, AI 10439, rel. Min. Arnaldo Versiani, 01.02.2010). que segue (com grifos meus): Tais critérios contam com o respaldo da Corte Superior, conforme ementa AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. PROPAGANDA EQUIPARA A OUTDOOR. CIRCUNSTÂNCIAS E PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. PRÉVIO CONHECIMENTO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. É assente nesta Casa de Justiça que as circunstâncias e as peculiaridades do caso concreto - custo da propaganda, local afixado, tamanho, entre outros - podem evidenciar o prévio conhecimento da propaganda (parágrafo único do art. 72 da Resolução nº 21.610/TSE). 2. [...] 3. Agravo desprovido. (TSE, Agravo Regimental em Agravo de Instrumento n. 6788, relator: Min. CARLOS AUGUSTO AYRES DE FREITAS BRITTO, Publicação: 05.10.2007.) A responsabilidade da agremiação partidária, de igual modo, resta comprovada, pois conforme já decidido por este Tribunal, candidato e partido respondem pela administração financeira da campanha, de modo que ficam obrigados a orientar e supervisionar a propaganda eleitoral (TRE, RE n. 23734, relator Dr. Leonardo Tricot Saldanha, DEJERS 11.11.2013). À vista dessas considerações, deve ser mantida a multa aplicada, de forma individualizada, prevista no art. 37, 1º, da Lei n. 9.504/97, em seu patamar mínimo, R$ 2.000,00. Por fim, tenho por não acolher o pedido ministerial de certificação do trânsito em julgado da decisão no pertinente a Daniel Daut Schaefer, pois, ainda que não tenha recorrido, e mesmo que o resultado não lhe seja favorável nesta instância, a decisão proferida em grau recursal a ele aproveitaria, por força do art. 509 do CPC, a seguir transcrito: Art. 509. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros, quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns. (Grifei.) A responsabilidade solidária do candidato e do partido na veiculação da Proc. REC 1904-76 Rel. Des. Federal Otávio Roberto Pamplona 6

propaganda irregular, imposta pelo art. 241 do CE, remete ao entendimento de que a irresignação ofertada por um dos demandados também aproveita àquele que não apresentou seu recurso. Conforme ensinamento de Araken de Assis (Manual dos Recursos. 5 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, pág. 258), em virtude do caráter imperativo de homogeneidade, o art. 509, caput, aplicar-se-á sempre que o objeto do recurso, considerando a natureza do provimento, revelar-se idôneo a repercutir na formulação da regra jurídica aplicável aos litisconsortes. O dispositivo pressupõe a necessidade de julgamento idêntico e uniforme para todos os figurantes em um dos polos do processo. A jurisprudência deste Tribunal também é nesse sentido: Recurso. Embargos à execução. Propaganda eleitoral. Partido político. Eleições2002 e 2006. Pedido de declaração de nulidade dos títulos executivos fundados nos registros de dívida ativa decorrente de multas eleitorais aplicadas, em face de propaganda eleitoral, a candidato e ao partido recorrente. Embora não tenha recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral, a multa resta também afastada para a agremiação partidária, em razão do provimento do recurso especial do candidato, o qual considerou regular a propaganda. Aproveitamento dos efeitos da decisão ao litisconsorte passivo, candidato e partido art. 509 do Código de Processo Civil. Afastada a multa imposta. Dívida insubsistente. Provimento. (TRE-RS. Acórdão RE 43-62.2011.6.21.0161. Sessão de 01.10.2013. Relator: Dr. LUIS FELIPE PAIM FERNANDES) (Grifei.) Diante do exposto, VOTO pelo desprovimento do recurso. Proc. REC 1904-76 Rel. Des. Federal Otávio Roberto Pamplona 7

EXTRATO DA ATA RECURSO - REPRESENTAÇÃO PROPAGANDA ELEITORAL - PROPAGANDA POLÍTICA - PROPAGANDA ELEITORAL - BANNER / CARTAZ / FAIXA - INOBSERVÂNCIA DO LIMITE LEGAL - PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA Número único: CNJ 1904-76.2014.6.21.0000 Recorrente(s): PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO - PMDB (Adv(s) Milton Cava Corrêa) Recorrido(s): MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL (PRE) DECISÃO Por unanimidade, negaram provimento ao recurso e desacolheram o pedido ministerial com base no art. 509 do CPC. Des. Marco Aurélio Heinz Presidente da Sessão Des. Federal Otávio Roberto Pamplona Relator Participaram do julgamento os eminentes Des. Marco Aurélio Heinz - presidente -, Des. Luiz Felipe Brasil Santos, Dr. Hamilton Langaro Dipp, Dr. Luis Felipe Paim Fernandes, Dr. Ingo Wolfgang Sarlet, Des. Federal Otávio Roberto Pamplona e Dr. Leonardo Tricot Saldanha, bem como o douto representante da Procuradoria Regional Eleitoral. PROCESSO JULGADO E PUBLICADO NA SESSÃO DE 29/10/2014