I CAPÍTULO ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Ana Aparecida de Oliveira Machado Barby

Documentos relacionados
EDUCAÇÃO INCLUSIVA UNIDADE DE ESTUDO 01 HISTÓRICO DA INCLUSÃO ESCOLAR

A INCLUSÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO CAMPUS NATAL-CENTRAL E A QUALIFICAÇÃO DOS PROFESSORES: DESAFIOS E PROPOSTAS

A MUDANÇA DE NOMENCLATURA NOS TÍTULOS DE ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA BRASILEIRA DE DUCAÇÃO ESPECIAL

UM DIÁLOGO SOBRE CIDADANIA E A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EUDAÇÃO INCLUSIVA.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

Antigamente, a sociedade tinha uma visão um pouco diferente. A princípio, a atenção era direcionada para outras prioridades.

A inclusão dos portadores de necessidades especiais no atual contexto socioeducacional

Olhando o Aluno Deficiente na EJA Apresentação. Lúcia Maria Santos Tinós

Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais

ESCOLAS INCLUSIVAS. Susana Bagatini

FACON FACULDADE DE CONCHAS Pós-graduação

A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

FICHA DE DISCIPLINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA OBJETIVOS

Rodrigo Machado Merli Diretor Escolar da PMSP Pedagogo Didática de Ensino Superior PUC/SP Estudante de Direito

Histórico da Educação Especial 07/08/2010 1

Assembleia Nacional. Assembleia Nacional, 29 de Outubro de Senhora Primeira Dama de Cabo Verde e Madrinha da Associação Colmeia

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO REGULAR: A VISÃO DOS PROFESSORES ESPECIALISTAS

TÍTULO: A INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO

CURRÍCULO PLENO 1.ª SÉRIE CÓDIGO DISCIPLINAS TEOR PRAT CHA PRÉ-REQUISITO ANTROPOLOGIA CULTURAL E DESENVOLVIMENTO HUMANO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA SUPERANDO BARREIRAS. Kátia Marangon Barbosa

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

Oficina para Comunicação Assistiva em Deficiência Auditiva

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

Palavras-chave: Cálculo Diferencial e Integral. Inclusão. Libras. Surdos.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIVERSIDADE JUSTIFICATIVA DA OFERTA DO CURSO

CAPÍTULO II NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS. Maristela Rossato

COLEGIADO DE CURSOS FACULDADE UNA DE UBERLÂNDIA RESOLUÇÃO Nº 18 DE 13 DE JULHO DE 2017

Material Para Concurso

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A SUA IMPORTÂNCIA NO ÂMBITO EDUCACIONAL E SOCIAL: A Prática De Educacional e Social.

Capacitação Multidisciplinar Continuada. EDUCAÇÃO INCLUSIVA e NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS (NEE)

LEGISLAÇÃO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO. Sócia-Proprietária do Instituto Inclusão Brasil. Consultora em Educação

EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Ciências Genéticas. Atividades Complementares 20. Ciências Humanas Ciências Sociais Ciências Biológicas. Atividades Complementares 20

Cooperativas Sociais. Marcelo Mauad Assessor jurídico da UNISOL/Brasil Professor Universitário Autor do livro: Cooperativas de Trabalho Editora LTr

Pessoas com Deficiência e Direitos Humanos

Anotações de reunião do Forum de Reabilitação Palestra com Profª Drª Ana de Paula 22/06/2014 PET REDES PUC-SP, ST-FÓ Brasilândia, Coordenadoria de.

CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE

Conhecimentos Pedagógicos

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. Núcleo Temático: Químico Pedagógico Código da Disciplina:

MODELO DE PARECER DE UMA CRIANÇA COM NECESSIDADES ESPECIAIS. Autora : Simone Helen Drumond (92) /

Comunicação EDUCAÇÃO E ARTES ALIDAS PARA INCLUSÃO DE EDUCANDOS SURDOS

MATRIZ CURRICULAR DE PSICOLOGIA MÓDULO FUNÇÕES SUB-FUNÇÕES C/H Bases Humanas e Ciências Humanas MÓDULO I Sociais Ciências Sociais Comportamento

Documento subsidiário à política de inclusão. Ministério da Educação Brasília 2005 Secretaria de Educação Especial

Aula 25 CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Formulário para criação, alteração e extinção de disciplinas. Universidade Federal do ABC Pró-Reitoria de Graduação

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

INCLUSÃO DO SURDO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: A ATUAÇÃO DO NAPNE NA GARANTIA DESSE DIREITO

INCLUSÃO ESCOLAR: UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA NA EDUCAÇÃO 1

Inclusão Social. Dra.Nadia A. Bossa

I - Apresentação. II - Marcos históricos e normativos SÚMULA: POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: COMPREENSÃO DO CORPO DOCENTE NA SUA FINALIDADE DENTRO DO AMBIENTE ESCOLAR.

Armando Traldi Júnior

Educação Inclusiva: Valorização da Diferença

PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR

DISCUTINDO A APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÈNCIA, TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO E ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO NA ESCOLA PÚBLICA

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

Implantação de Núcleos de Ação Educativa em Museus 1/26

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO. Gabinete da Reitoria RESOLUÇÃO CONSEPE Nº 30, DE 11 DE JULHO DE 2018

O avanço no plano das regulamentações jurídicas, contudo, não tem uma correspondência no nível prático. A despeito das garantias estabelecidas

OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O ALUNO SURDO: SABERES NECESSÁRIOS PARA A INCLUSÃO

HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO

Palavras-chave: Educação Especial/Educação Inclusiva, Atendimento Educacional Especializado e Políticas Públicas.

EDUCAÇÃO ESPECIAL E OS DIFERENTES TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Cada um de nós tem peculiaridades em seu modo de ser, pensar, agir, que fazem com que, embora nos assemelhemos a muitas outras pessoas, em muitos

UMA AVALIAÇÃO PARA A INCLUSÃO: POSSIBILIDADE OU UTOPIA?

PREFEITURA MUNICIPAL DE BLUMENAU SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE PROGRAMAS E PROJETOS INTEGRADOS

Algumas discussões relacionadas à educação inclusiva no contexto social e principalmente o escolar

O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM ESCOLAS DA REGIÃO SUL DO BRASIL

No que se refere às barreiras geográficas, a pesquisa chamou atenção para a distância entre, de um lado, os locais de tratamento e, do outro lado, a

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL. GAL Eu Também Conto!

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL. GAL Capacitar o Montijo

Computação e Sociedade Universalização de Serviços para a Cidadania PROFESSORA CINTIA CAETANO

INCLUSÃO: UTOPIA OU DIREITO DE SER CIDADÃO?

A inserção das TIC na educação inclusiva: desafios e possibilidades

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A VISÃO DOS PROFESSORES

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Rosita Edler Carvalho

Organização de Serviços Básicos do SUAS em Comunidades Tradicionais. CONGEMAS Belém/PA 18 a 20 de abril de 2011

INCLUSÃO ESCOLAR NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO CENSO ESCOLAR NO ÚLTIMO QUINDÊNIO RESUMO

INSTRUMENTAL PARA MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

GLOSSÁRIO. Veja a seguir um glossário das necessidades especiais/educação Especial, segundo o Instituto Ethos (2005).

POLÍTICAS DE ACESSO E PERMANÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DO PROGRAMA INCLUIR EM MATO GROSSO DO SUL Cleudimara Sanches Sartori Silva UCDB

Introdução TÍTULO à Educação DO SLIDEEspecial TÍTULO DO SLIDE. EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA DA DISCIPLINA Aula-1. Introdução à Educação Especial

UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE. Cursos 1º semestre

DIREITO AO TRABALHO ASSOCIADO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA 1

Formulário para criação, alteração e extinção de disciplinas. Universidade Federal do ABC Pró-Reitoria de Graduação

PROJETO DE LEI Nº, DE 2012 (Do Sr. Deputado JOSÉ STÉDILE)

ESTUDANTES COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR

Regulamentação Educacional e Profissional dos Trabalhadores Técnicos em Saúde

Sistema Único de Saúde SUS

02/10/2014. Educação e Diversidade. Para início de conversa. Descompasso: educação e sociedade. Tema 1: Multiculturalismo e Educação.

PLANIFICAÇÃO ANUAL. Documento(s) Orientador(es): Programa da Disciplina, Metas de Aprendizagem e Projeto Educativo

Transcrição:

I CAPÍTULO ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Ana Aparecida de Oliveira Machado Barby

As pessoas são membros igualmente importantes em uma comunidade e a diversidade e a diferença a enriquecem o meio escolar e possibilita novas aprendizagens. A inclusão é o resultado de um processo histórico. A sociedade elaborou diferentes concepções de homem ao longo da história, excluindo parte de seus membros por não se enquadrarem em modelos definidos de eficiência, determinados em cada período histórico.

A exclusão e a segregação da Período: diferença Pré-hist história homens nômades que lutavam pela sobrevivência em uma natureza hostil, portanto, prevalece a força a física f em detrimento dos deficientes, que eram deixados para trás. Antigüidade idade Clássica Na Grécia deficientes eram eliminados do convívio vio social.

A exclusão e a segregação da diferença Idade Média M No cristianismo o deficiente ganhou direito à vida, pois possuía a uma alma, porém m levava consigo o estigma do pecado. Sociedade Moderna e Sociedade Contemporânea Estabeleceu-se se uma visão organicista, ou seja, a deficiência é um fator interno (uma disfunção orgânica).

A exclusão e a segregação da diferença Sociedade Contemporânea Os deficientes eram encaminhados aos hospitais psiquiátricos de assistência filantrópica. Século XIX Médico Itard e Seguin se preocuparam com a educação dos deficientes mentais.

A exclusão e a segregação da diferença Desenvolveu-se estudos através s de Binet e Simon, que propuseram vários v testes para determinar o comprometimento mental do deficiente. Testes de Q. I.(quociente intelectual) foi amplamente utilizado no século s passado até meados da década d de 70, onde esses testes passaram a ser questionados.

A exclusão e a segregação da diferença Na metade do século s XX formou-se um grupo de nível n internacional em defesa dos direitos humanos e da universalização da educação. Luta também m para a inclusão de minorias, até então segregadas da sociedade.

Da Integração à Inclusão A partir de 1960 alunos com deficiência começaram a ser integrados no ensino regular. Na década d de 70 o termo necessidades educacionais difundi-se mundialmente e o aumento desses alunos no ensino regular aumentou significativamente.

Da Integração à Inclusão Na década d de 90 através s da Conferência Mundial de Educação para Todos na Tailândia, apresentou um número n de vagas no ensino para a minoria excluída. Em 1994 com a Declaração de Salamanca, onde estabeleceu a inclusão para alunos com necessidades educacionais no ensino regular.

Da Integração à Inclusão

O conceito de necessidades educacionais especiais Terminologia adotada por Warnock em 1974 e que atualmente é muito questionada. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs,, as necessidades especiais podem ser identificadas em diversas situações representativas das dificuldades de aprendizagem, decorrentes de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos.

O conceito de necessidades educacionais especiais Estas dificuldades estão associadas ao processo de aprendizagem, mas não necessariamente a deficiência. Ex.: Crianças as com condições físicas, f intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais diferenciadas; Crianças as com deficiência e bem dotadas; Crianças as trabalhadoras ou que vive nas ruas;

O conceito de necessidades educacionais especiais Crianças as de população distantes ou nômades; Crianças as de minoria lingüí üísticas, étnicas ou culturais; Crianças as de grupos desfavorecidos ou marginalizados; A escola e as famílias de pessoas com necessidades também m têm necessidades especiais e o grande desafio é buscar respostas que atendam essas necessidades.

Palestra ministrada por: Profª: : Simone Sartori Jabur