Comunicação EDUCAÇÃO E ARTES ALIDAS PARA INCLUSÃO DE EDUCANDOS SURDOS
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- Thiago Silva Conceição
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1 Comunicação EDUCAÇÃO E ARTES ALIDAS PARA INCLUSÃO DE EDUCANDOS SURDOS FREITAS, Alessandra Menezes Machado de 1 AMARAL, Maria das Vitórias Negreiras do 2 Palavras-Chave: Educação, Inclusão, Arte A educação é essencial na construção de uma sociedade mais justa e mais humana. E quando a prioridade é formar cidadãos, nenhuma pessoa deve ser excluída, mesmo porque educação e cidadania são direitos de todos, impreterivelmente. Visando sensibilizar alunos e professores para a importância da inclusão na escola e na sociedade, o ensino de arte se apresenta como um forte aliado. Pois este possibilita a integração, permite a descoberta da significância e das potencialidades de cada pessoa, instigando assim a cooperação. Por seu caráter estimulante, o fazer artístico atua de forma consciente e/ou inconsciente, levando a um contato consigo mesmo, com o outro e com o mundo que o cerca. Através da arte, é possível transformar valores humanos pela criatividade e até mesmo tornar o convívio com as diferenças um verdadeiro ato de humanidade. Utilizar-se da arte na escola, pode ser uma saída interessante, pois ensina a agir e interagir partindo do pressuposto da diversidade cultural. Então, na prática do educador é extremante necessária essa conscientização para partir da sala de aula o respeito às diferenças. Tendo como relevância esse estudo, a presente pesquisa processual, busca analisar a prática da educação inclusiva através da arte nas salas regulares do ensino fundamental I nas escolas da cidade de Garanhuns PE. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) uniu os povos do mundo todo, no reconhecimento de que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns com os outros em espírito de fraternidade (Art. 1º). A concepção contemporânea de Direito Humanos, introduzida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), se fundamenta no 1 Graduanda o curso de Licenciatura em Pedagogia UAG/UFRPE. Unidade Acadêmica de Garanhuns 2 Profª Drª orientadora da pesquisa UAG/UFRPE. Universidade Federal Rural de Pernambuco
2 reconhecimento da dignidade de todas a pessoas e na universalidade e indivisibilidade desses direitos: universalidade, porque a condição de pessoa é requisito único para a titularidade de direitos e indivisibilidade, porque os direitos civis e políticos são conjugados aos direitos econômicos, sociais e culturais. Num primeiro momento, a atenção aos Direitos Humanos foi marcada pela tônica da proteção geral e abstrata, com base na igualdade formal; mais recentemente, passou-se a explicitar a pessoa como sujeito de direito, respeitado em suas peculiaridades e particularidades. O respeito à diversidade, efetivado no respeito às diferenças, impulsiona laços de cidadania voltadas ao reconhecimento de sujeito de direitos, simplesmente por serem seres humanos. Suas especificidades não devem ser elemento para construção de desigualdades, discriminações ou exclusões, mas sim devem ser norteados de políticas afirmativas de respeito à diversidade, voltadas para construção e contextos sociais inclusivos. A idéia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à construção de qualquer sociedade. Partindo desse princípio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada indivíduo e/ ou grupo social. (Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, n. 1, p. 7-8, Brasília, 2004.) A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas produziu vários documentos norteadores para o desenvolvimento de políticas públicas de seus países membros. O Brasil, enquanto país membro da ONU e signatário desses documentos, reconhece seus conteúdos e os tem respeitado, na elaboração das políticas públicas internas. (Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, n. 1, p , Brasília, 2004.) Considerando a Declaração Universal dos Direitos Humanos citada anteriormente como base fundamental para elaboração de documentos que priorizassem uma vida digna no desenvolvimento pessoal e social. Foram elaborados, a Declaração de Jomtien (1990) que visa a erradicação do analfabetismo e universalização do ensino fundamental na construção de sistemas educacionais inclusivos, a Declaração de Salamanca (1994) que defende a educação para todos, de maneira que a escola como um todo se adeqüe as necessidades educacionais especiais, visando a acessibilidade e a diversidade, a
3 Convenção da Guatemala (1999) que se remete as pessoas portadoras de deficiência que têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o de não ser submetido a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano. Conforme o PCN de arte apresenta, a educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação através de quatro linguagens: Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Então, o ensino de artes poderá se constituir como um recurso educacional muito interessante no processo de aprendizagem de pessoas com alguma deficiência visível, tanto em serviços da educação especial como no ensino regular. O ensino de artes poderá ser entendido em uma perspectiva multidisciplinar, o que poderá significar um avanço nas práticas educacionais, bem como um meio para a reorientação curricular, onde a escola poderá criar um ambiente motivador, significativo e que promova o desenvolvimento humano de maneira prazerosa partindo da diversidade cultural. A arte pode ser utilizada na educação para alcançar os objetivos propostos na prática do educador/mediador. Gerando, assim, um processo constitutivo da intelectualidade social e crítica, priorizando a auto-estima no fazer artístico como desenvolvimento de potencialidades, tendo a arte como uma das vias de expressão e comunicação. Assim, [...] o ensino da arte é um meio para se compreender a realidade de forma diferente ela proporciona uma visão de mundo mais abrangente e plural, onde as diferenças não sejam sinônimo de discriminação. (Barbosa, 2002) A arte possibilita então, uma constante reflexão acerca da vida, seja no momento da criação ou quando o sentido daquela criação se completa com a ação do espectador é levado a sensibilizar-se com questões coletivas, pensar também no outro e buscar mudanças. A arte em sua amplitude estimulante e prazerosa atua na relação idiossincrática dos educandos no processo de quebra de barreiras e reestruturação dos valores humanos. Desse modo, a educação e arte se aliam na aceitação e compreensão que todos possuem diferentes potencialidades e formas de aprender, e que o convívio com essas diferenças num espaço onde haja companheirismo, cooperação e troca
4 de experiências, contribui para um maior crescimento de todos enquanto seres humanos e cidadãos. A fim de perceber as relações inclusivas no âmbito social e escolar, numa atitude de indagação e comparação da teoria com a prática nas salas de aula, que se fez categórico as visitas à escola para dar embasamento à atividade aqui decorrente. A pesquisa foi realizada inicialmente em uma escola da rede estadual no município de Garanhuns, que atendia a educação inclusiva. Os dados de pesquisa se delimitam da seguinte forma: no ensino fundamental II, 5ª série estão incluídos 4 educandos surdos de uma sala com 30 educandos; a sala de alfabetização apresentou 15 educandos surdos, ou seja é uma sala especial. Os métodos de pesquisa utilizados foram, observação simples, questionários com os educadores da alfabetização e 5ª série e uma entrevista semi-aberta com a intérprete da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) da 5ª série. No período do mês de junho de Os resultados aqui decorridos são parciais, já que a pesquisa continua em andamento. A educação inclusiva não acontece devidamente nas salas regulares, pois educadores e os educandos surdos apresentam dificuldades de comunicação, isso porque os educadores não têm acesso ao conhecimento da LIBRAS gerando assim, a exclusão. A maior complexidade na aprendizagem desses educandos é a falta de intérprete da LIBRAS diariamente. A intérprete da LIBRAS não consegue acompanhar o nível de ensino dos educadores, porque foi solicitada a estar presente na escola apenas uma vez por semana. Não há nenhum tipo de atividade artísticodinâmica de interação com os alunos de um modo geral, realizada pelos educadores entrevistados. O grande vazio percebido pelo preconceito começa a ser preenchido em busca de alternativas que tornem todos igualitários, independente de suas diferenças a educação e a arte, aliadas podem apresentar frutos tanto na estrutura cognitiva associada à auto-estima dos educandos, quanto à construção da aprendizagem, atendendo as expectativas culturais e sociais desse sujeito. Portanto, a arte possibilita ao ser humano ampliar o conhecimento acerca de si mesmo e o leva a perceber-se como ser social, presente no contexto da sociedade em que vive e comprometido com as mudanças rumo a uma melhor qualidade de vida para todos. Para uma educação verdadeiramente inclusiva, uma grande mudança deve ser feita. E esta vai muito além das mudanças legais, curriculares e estruturais, pois diz respeito a uma nova forma de sentir, compreender e fazer educação. Trata-se de
5 uma nova concepção de como se aprende e como se ensina. Num princípio norteador de todo processo de inclusão o respeito às individualidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARBOSA, A. M. São Paulo: Cortez, 2002.Cap. 8, p BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A fundamentação filosófica, Programação Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, 2004, n. 1, p. 7-8, 14-18, Brasília. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. O Município, Programação Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, n. 2, 2004, Brasília. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A escola, Programação Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, n. 3, 2004, Brasília. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A família, Programação Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, n. 4, 2004, Brasília. BRASIL. Ministério da Educação do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais/ Artes. Brasília: MEC/SEF, DE AZEVEDO, F. A. G. Multicultuaridade e um fragmento da história da arte/ Educação Especial. In: Inquietações e mudanças no ensino de arte. FUX, M. Dança, experiência de vida. Dançaterapia com surdos. 1.ed. São Paulo: Summus, IMAGENS do inconsciente. Produção de Leon Hirszman. São Paulo: SILVEIRA, dvds (205 mim.), DVD, son., color. LIMA, P. A. Educação Inclusiva e Igualdade Social. São Paulo: Avercamp, SILVEIRA, N. Jung vida e obra. Rio de Janeiro: José Álvaro, Editor, 1968.
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