INDÚSTRIA NO BRASIL. Número de empregos por gêneros da indústria (mercado formal) DISCRIMINAÇÃO 1996 1998 2000. Classificação



Documentos relacionados
TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRENTE 5B AULA 14 e 15. Profº André Tomasini

Exercícios sobre Tigres Asiáticos

GEOGRAFIA - 3 o ANO MÓDULO 12 O BRASIL NEOLIBERAL E OS DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens

ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE EMBALAGENS

DISTRIBUIÇÃO REGIONAL INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA E DE AUTOPEÇAS

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes.

BRASIL: INDUSTRIALIZAÇÃO RETARDATÁRIA

Automotivo. setores de negócios

Japão, Tigres asiáticos e China

Crescimento urbano e industrial dos anos 20 ao Estado Novo

com produtos chineses perderam mercado no exterior em China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras.

A economia global e a organização do espaço

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Introdução: Iniciou a industrialização depois da França Porém antes da Alemanha, Itália e Japão Maior potencia mundial: Indústrias, setor financeiro,

Desempenho da Agroindústria em histórica iniciada em Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

cargas tributárias para empresas no mundou

FORMAÇÃO DO TERRITORIO BRASILEIRO. Prof. Israel Frois

Plano Brasil Maior 2011/2014. Inovar para competir. Competir para crescer.

Estratégia Internacional

A Indústria de Alimentação

Comércio Exterior Cearense Fevereiro de 2012

GRUPO FIAT CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT

cooperação internacional

Unidade 6: América: contrastes no desenvolvimento

27/09/2011. Integração Econômica da América do Sul: Perspectiva Empresarial

O AUMENTO DA COMPETITIVIDADE DO POLO INDUSTRIAL DE CUBATÃO. Marco Paulo Penna Cabral Effectio, associada a Fundação Dom Cabral na Baixada Santista

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais

Marie Curie Vestibulares Lista 4 Geografia Matheus Ronconi AGROPECUÁRIA, INDÚSTRIA E DISTRIBUIÇÃO TECNOLÓGICA MUNDIAL

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

Por uma nova etapa da cooperação econômica Brasil - Japão Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil São Paulo, 11 de Julho de 2014

MARKETING INTERNACIONAL

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

São Paulo: múltiplas oportunidades que impulsionam seus negócios

Exercícios sobre BRICS

O País que Queremos Ser Os fatores de competitividade e o Plano Brasil Maior

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

Descrição do Sistema de Franquia. Histórico do Setor. O Fórum Setorial de Franquia

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

A Engenharia e o Desenvolvimento Regional. Palestrante: Prof. Dr. Ivaldo Leão Ferreira Professor Adjunto II VEM/EEIMVR/UFF

NORDESTE: DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR EM 2009

PRIORIDADES E DESAFIOS PARA POLÍTICAS EM NÍVEL SUB-NACIONAL

Comentários gerais. consultoria em sistemas e processos em TI, que, com uma receita de R$ 5,6 bilhões, participou com 14,1% do total; e

CORELAÇÃO DE FORÇAS E NÚMEROS DA CSN

Palestra: História da Cana-de. de-açúcar no Centro-Oeste Professora: Ana Paula PROJETO: PRODUÇÃO DO AÇÚCAR ORGÂNICO NA JALLES MACHADO S/A

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Janeiro Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Proibição Instalaram-se pequenas manufaturas domésticas. Tratado de Methuen, em 1703 (panos e vinhos);

FORUM INTERNACACIONAL MEDAMERICA 2011

RELATÓRIO DE MISSÃO INTERNACIONAL À ALEMANHA

Estudo Estratégico n o 5. Desenvolvimento socioeconômico na metrópole e no interior do Rio de Janeiro Adriana Fontes Valéria Pero Camila Ferraz

Exportação de Serviços

Regiões Metropolitanas do Brasil

Geografia Geral: Econômica Vestibulares UNICAMP

Dinâmica demográfica e qualidade de vida da população brasileira Parte II

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

URBANIZAÇÃO LUGAR É A BASE

Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico O Esforço Empresarial Brasileiro Instituto de Economia UNICAMP 29 de março de 2010

Atlas Digital de MINAS GERAIS 1 de 18

É CORRETO afirmar que essa modalidade de desemprego é conseqüência. A) da adoção de novas tecnologias de produção e gerenciamento industrial.

Avaliação de Ciclo de Vida. Buscando as alternativas mais sustentáveis para o mercado de tintas

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Principais características da inovação na indústria de transformação no Brasil

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

ÍNDICES NACIONAIS DE PREÇOS AO CONSUMIDOR IPCA e INPC abril 2014

O consumo dos brasileiros atingirá R$ 3,7 trilhões, em 2015

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

Perspectiva da Indústria de Autopeças no contexto do Inovar-Auto

Fundação de Economia e Estatística Centro de Informações Estatísticas Núcleo de Contabilidade Social

Impactos da Crise Financeira sobre a Produção da Indústria

O Mercado de Energia Eólica E e no Mundo. Brasil: vento, energia e investimento. São Paulo/SP 23 de novembro de 2007

Paulo do Carmo Martins Economista (UFJF) Mestre em Economia Aplicada (UFV) Doutor em Economia Aplicada (USP) Pesquisador Embrapa Gado de Leite

O Mercado de Energias Renováveis e o Aumento da Geração de Energia Eólica no Brasil. Mario Lima Maio 2015

O Mercado de Energia Eólica E e no Mundo

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados.

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31)

Unidade 6: América: contrastes no desenvolvimento

101/15 30/06/2015. Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

A Concentração do Capital Humano e o Desenvolvimento das Cidades

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas

A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA. A Geografia Levada a Sério

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita)

Comércio e Investimento na Coréia do Sul. Traduzido e atualizado de Chong-Sup Kim Universidade Nacional de Seul

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Evolução da Disciplina. Logística Empresarial. Aula 1. O Papel dos Sistemas Logísticos. Contextualização. O Mundo Atual

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

Capacidade dos Portos Brasileiros Soja e Milho

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO

BRICS e o Mundo Emergente

Indústria Automobilística: O Desafio da Competitividade Internacional

3 O Cimento no Brasil. 10 Características da Indústria Cimenteira. 12 O Cimento no Custo da Construção. 13 Carga Tributária. 15 Panorama Internacional

Gestão de Pequenas Empresas no Brasil - Alguns Dados Importantes.

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS - JULHO/ Geração de Empregos no Brasil - Mercado de Trabalho Segue Demitindo

DESENVOLVIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, GERAÇÃO DE EMPREGO E INCLUSÃO SOCIAL. XII Seminario del CILEA Bolívia 23 a 25/06/2006

Relações do Trabalho no Brasil Cenários e Dificuldades

ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE RAÇÕES

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Produção Industrial Cearense Cresce 2,5% em Fevereiro como o 4º Melhor Desempenho do País

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012

Transcrição:

INDÚSTRIA NO BRASIL Vamos continuar a estudar a economia brasileira tratando nessa aula do setor secundário ou industrial brasileiro. Você deve conhecer a evolução histórica de nossa indústria, sua distribuição geográfica e o perfil atual desse setor. Número de empregos por gêneros da indústria (mercado formal) DISCRIMINAÇÃO 1996 1998 2000 Indústria 6.362.984 5.881.547 5.945.628 Extrativa Mineral 117.289 112.904 115.281 Construção Civil 1.121.580 1.070.875 956.106 Indústria de Transformação 4.761.276 4.367.009 4.574.771 Classificação O setor industrial de transformação pode ser classificado quanto ao tipo de indústria. Assim, podemos falar em: *indústria de base é aquela que vai produzir para outros setores industriais. Podemos aí incluir o setor pesado como a siderurgia, a química e os de equipamentos e máquinas como a mecânica e metalúrgica. *indústria de bens de consumo produz diretamente para o consumidor final. Pode ser subdividida em durável (consumo e/ou reposição de longo prazo) como a automobilística, eletro-eletrônicos, e não-durável (consumo e/ou reposição de curto prazo) como a têxtil e alimentícia. Localização das indústrias A concentração das indústrias em determinados lugares depende de certos fatores que passamos a analisar abaixo: *proximidade de matérias-primas é mais importante no caso de setores industriais que lidam com grandes volumes de matéria-prima, como o setor pesado. A siderurgia, por exemplo, necessita de grandes quantidades de ferro e manganês. Essa proximidade reduz o custo com o transporte e garante maior eficiência na continuidade das atividades desenvolvidas pela empresa.

*oferta de energia um dos insumos mais importantes para o setor industrial é a energia. Determinados setores consomem muita energia, como a indústria de base. A siderurgia requer o uso do carvão mineral, a indústria que produz alumínio requer muita energia elétrica. A não interrupção do fornecimento da energia é um fator essencial para a sobrevivência dessas empresas e, em alguns casos, o custo final de seus produtos é fortemente influenciado pelo custo da energia. *mão-de-obra disponível isso explica o porque das indústrias concentrarem-se em áreas urbanas onde podem contar com essa oferta de mão-de-obra. Evidentemente, alguns setores requerem mão-de-obra mais qualificada e procuram cidades onde existam centros universitários e de pesquisa. *mercado consumidor no caso das indústrias de bens de consumo, a proximidade do mercado consumidor reduz o custo final do produto no varejo pelo menor custo do transporte até os pontos de venda. Grandes concentrações urbanas atraem mais indústrias que, assim, podem ficar próximas de um grande mercado consumidor. *boa rede de transportes essencial para garantir a circulação das matérias-primas, da energia e do produto acabado. A saturação dos transportes em algumas áreas urbanas tem afugentado algumas empresas desses locais. Além desses fatores é claro que precisamos lembrar de políticas de fomento ao desenvolvimento industrial incluindo isenções de impostos e facilidades para exportação. Assim como é importante também entender que o elevado custo da mão-de-obra, movimento sindical forte e problemas como enchentes, espaço físico disponível (para uma eventual expansão) e falta de segurança motivam indústrias a procurarem novos locais para sua instalação. Breve histórico Vamos fazer uma análise histórica do desenvolvimento do setor industrial no Brasil. Inicialmente precisamos lembrar que durante o período colonial o Brasil sofreu fortes restrições por parte da Coroa portuguesa que impedia a instalação de indústrias em nosso país que concorressem com sua produção ou que ferissem seus interesses comerciais na Europa e no Mundo. Mesmo após a independência o desenvolvimento industrial foi seriamente limitado pelas relações comerciais com os ingleses, maior potência da época. Em 1844, com a adoção de tarifas protecionistas mais elevadas, o Império começa a tomar medidas para promover o desenvolvimento do setor industrial no Brasil. Outros fatores trouxeram contribuição ou foram muito relevantes nesse desenvolvimento: *cafeicultura foi responsável pela atração dos imigrantes. Parte deles fixou-se em áreas urbanas constituindo a mão-de-obra assalariada para a indústria e, ao mesmo tempo, mercado consumidor. Além disso, a cafeicultura

permitiu um acúmulo de capitais, mais tarde aplicado em atividades diversificadas, no setor bancário e industrial, e contribuiu para a expansão da rede ferroviária e melhoria das instalações portuárias, melhorando a rede de transporte. *as Guerras Mundiais durante as Guerras Mundiais, com a dificuldade de manter o comércio importador com a Europa, procura se desenvolver aqui no Brasil uma industrialização para substituição dos produtos importados e atender o mercado consumidor interno. *governos de Getúlio Vargas a crise na cafeicultura, as mudanças políticas do período Vargas (substituição de uma oligarquia exportadora pela burguesia urbana e industrial) desviam os investimentos para o setor secundário. Impulsiona-se a indústria de base com a criação da CSN (Companhia Siderurgia Nacional), em 1946 e da PETROBRAS em 1953. Também após o término da Segunda Guerra Mundial as importações de equipamentos industriais apresentam um aumento o que indica uma fase de crescimento nesse setor. *governo de JK através do Plano de Metas ampliam-se os investimentos na infraestrutura necessária para o desenvolvimento da indústria (energia, rede de transportes). Começa a aumentar a participação do Estado em setores estratégicos como energia, mineração, transportes e criam-se estímulos para a atração dos investimentos estrangeiros tanto no setor pesado como na indústria de bens de consumo duráveis (automobilística). *governos militares trata-se de uma fase que alterna períodos de estagnação e recessão com outros de forte crescimento (como no milagre brasileiro entre 1969 e 1973). Amplia-se a diversificação da indústria no Brasil. Adota-se uma política de incentivos às exportações, continua a atração do capital estrangeiro setores de tecnologia mais avançada começam a mostrar uma maior evolução (setor aeronáutico, bélico, nuclear e espacial). A política salarial adotada é prejudicial aos trabalhadores e o modelo econômico que é seguido leva a maior concentração de renda no período. *redemocratização e década de 1990 fase em que a economia globalizada toma força e políticas econômicas neoliberais. Progressivamente há uma abertura do mercado interno brasileiro, até então muito protegido, o que eleva as importações e confirma-se a falta de competitividade do setor industrial brasileiro no mercado externo. Para competir, ou sobreviver, esse setor empreende uma rápida evolução tecnológica, empreende esforços pela qualidade e pela redução de custos, o que provoca um aumento do desemprego e falência ou venda de muitas empresas incapazes de enfrentar essa nova realidade. Ao mesmo tempo, as necessidades de diminuir o tamanho do Estado e de seus gastos (incapaz até mesmo de atuar com eficiência em setores essenciais para a sociedade) levam ao desenvolvimento de uma política de privatização de empresas estatais, como no setor siderúrgico (processo que leva, ao mesmo tempo, a uma capitalização para fazer frente ao pagamento de obrigações financeiras). Desenvolvem-se reformas no Estado,

como no setor previdenciário. É criado o Mercosul que, por um lado, expande o mercado de consumo para a produção industrial brasileira e, por outro, aumenta a concorrência com as indústrias de nossos vizinhos. Apesar de tudo, chega-se ao final do século XX e início do século XXI com a certeza de que o Brasil ainda precisa definir uma política industrial que permita um fortalecimento das empresas nacionais, maior criação de empregos, estímulos para o setor exportador, além da continuidade do processo de fortalecimento das indústrias para aumentar sua qualidade e competitividade. Distribuição geográfica das indústrias Observa-se uma tendência à maior dispersão geográfica desse setor nos últimos quinze anos, mas ainda é forte a concentração na Região Sudeste. Podemos destacar: *Região Sudeste as maiores concentrações industriais se encontram nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. Destacam-se também a Baixada Santista (Cubatão), o Vale do Paraíba, a

Região de Campinas e crescimento do setor na Região de Vitória, Triângulo Mineiro, além de várias cidades no oeste paulista e sul de Minas Gerais; *Região Sul são importantes as Regiões Metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre, além do Vale do Itajaí (SC) e Serras Gaúchas; *Região Nordeste as maiores concentrações industriais estão em suas regiões metropolitanas: Salvador, Recife e Fortaleza; *Região Norte é pouco industrializada destacando-se a Zona Franca de Manaus e a Região de Belém; *Região Centro-Oeste possui um modesto setor industrial sem a formação de grandes centros. As indústrias encontram-se espalhadas pelas principais cidades da Região. Destaques no setor industrial Passamos a analisar sucintamente alguns setores industriais de maior destaque no Brasil e que, historicamente, tem se mostrado serem os mais importantes ou pelo valor da produção ou pelo número de empresas e de funcionários. Observa-se recentemente maior aquecimento em setores como o de papel e papelão (embalagens o que parece ser um sinal de aquecimento da economia), além dos setores de borracha, metalúrgico e têxtil. *Siderurgia o Brasil está entre os dez maiores produtores de aço no mundo iniciando maior desenvolvimento a partir da entrada em funcionamento da CSN em 1946, no município de Volta Redonda RJ. A maior parte das siderúrgicas brasileiras concentra-se no Sudeste devido à proximidade do ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero - MG, da boa rede de transportes (ferrovias, proximidade de portos) e do mercado consumidor (representado pelas indústrias que consomem o aço). Podemos destacar: -MG : USIMINAS, ACESITA e Belgo-Mineira; -RJ : CSN (Companhia Siderúrgica Nacional); -SP : COSIPA (Companhia Siderúrgica Paulista); -ES : CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). Esse setor já foi privatizado. Busca nesse período a modernização e eficiência para aumentar sua competitividade. A produção e os lucros cresceram mas enfrenta-se no mercado externo um duro protecionismo no Primeiro Mundo (EUA) que estabelece taxas e quotas para a compra do aço brasileiro. Também melhorou a qualidade do aço produzido após a privatização, assim como a diversificação de produtos fabricados pela siderurgia no Brasil.

Produção Mundial de Aço Bruto - Em Milhões de Toneladas Nº de Ordem País 1991 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 01 China 71,0 92,6 95,4 101,2 108,9 114,6 124,0 127,2 148,9 02 Japão 109,6 98,3 101,6 98,8 104,5 93,5 94,2 106,4 103,0 03 Estados Unidos 79,7 91,2 95,2 95,5 98,5 98,7 97,4 101,8 90,1 04 Rússia... 48,8 51,6 49,3 48,5 43,8 51,5 59,1 57,5 05 Alemanha 42,2 40,8 42,1 39,8 45,0 44,0 42,1 46,4 44,8 06 Coréia do Sul 26,0 33,7 36,8 38,9 42,6 39,9 41,0 43,1 43,9 07 Ucrânia... 24,1 22,3 22,3 25,6 24,4 27,5 31,4 33,1 08 Índia 17,1 19,3 22,0 23,8 24,4 23,5 24,3 26,9 27,3 09 BRASIL 22,6 25,7 25,1 25,2 26,2 25,8 25,0 27,9 26,7 10 Itália 25,1 26,2 27,8 23,9 25,8 25,7 24,9 26,7 26,5 *Química setor que ainda promove uma abertura e modernização. Sua produção também é crescente com grande destaque para o setor petroquímico. A entrada do capital estrangeiro nesse setor e a quebra do monopólio da PETROBRAS trazem a perspectiva de grande aumento da produção e de aumento dos investimentos. Outro destaque é a produção de adubos e fertilizantes. Reúne ainda as produções de cosméticos e perfumaria. Permanecem ainda problemas na Química Fina que envolve uma tecnologia mais avançada como no setor químico-farmacêutico. *Automobilística inicialmente com forte concentração na região do ABC, a partir dos anos 70 inicia uma maior dispersão geográfica deslocando-se para Betim MG (FIAT) e Vale do Paraíba nos anos 80 (Taubaté e São José dos Campos). As mudanças empreendidas na década de 90 alteram bastante o perfil desse setor. A abertura do mercado interno provocou a necessidade de produzir um automóvel de melhor qualidade. Posteriormente, a entrada de novas montadoras (como a Renault, Peugeot, Toyota, Mitsubishi e Audi) diversifica a oferta de produtos e aumenta a produção. O Brasil começa a se tornar uma plataforma de produção para vendas não só no mercado interno mas também para exportação. O baixo nível de renda no país, a ausência de estímulos mais eficazes para o setor exportador e a ocorrência de crises no país ou importadas de outros, ainda tem provocado instabilidades no setor com quedas na produção e nas vendas. Trata-se também de uma indústria que atualmente poupa mão-de-obra e terceiriza muitas etapas da produção. Geograficamente, apresenta maior dispersão pelo território mas ainda concentrada na Região Sudeste onde é maior o mercado consumidor.

Exportações e importações de veículos milhões US$ 4 3 Milhares 2 1 0 1996 1998 2000 exportações importações Balança comercial brasileira de autoveículos em unidades 1999 2000 Discriminação Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Ônibus 1.396 10.646-9.250 1.356 16.828-15.472 Automóveis 232.265 154.809 77.456 328.363 167.251 161.112 Caminhões 9.336 1.424 7.912 12.809 631 12.178 Total 242.997 166.879 76.118 342.528 184.710 157.818 Nº de Ordem País 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 01 Estados Unidos 10.876 12.254 12.065 11.859 12.158 12.003 13.025 12.800 02 Japão 11.228 10.554 10.196 10.347 10.975 10.050 9.895 10.144 03 Alemanha 4.032 4.356 4.667 4.843 5.023 5.727 5.688 5.527 04 França 3.156 3.558 3.475 2.391 2.580 2.954 3.180 3.348 05 Coréia do Sul 2.050 2.312 2.526 2.813 2.818 1.954 2.843 3.115 06 Espanha 1.768 2.142 2.334 2.412 2.562 2.826 2.852 3.033 07 Canadá 2.248 2.321 2.420 2.397 2.257 2.173 3.059 2.964 08 China 1.162 1.351 1.435 1.470 1.580 1.628 1.830 2.069

09 México 1.097 1.123 937 1.226 1.360 1.453 1.550 1.935 10 Reino Unido 1.569 1.695 1.765 1.920 1.936 1.976 1.973 1.814 11 Itália 1.277 1.534 1.667 1.545 1.828 1.693 1.701 1.738 12 BRASIL 1.391 1.581 1.629 1.804 2.070 1.586 1.357 1.691 *Têxtil apresenta maior crescimento após a Segunda Guerra Mundial mas, obsoleta nos anos 80, passa a enfrentar sérias dificuldades com a progressiva abertura do mercado interno, especialmente durante os anos 90 com a entrada do produto asiático que utiliza uma mão-de-obra muito barata. Essa mesma abertura facilita o re-equipamento desse setor com a compra de novas máquinas. Promove-se também uma modernização administrativa e na produção. Várias indústrias têxteis não suportaram o quadro decorrente dessa abertura e fecharam as portas nos anos 90. As que sobreviveram parecem estar mais competitivas. A indústria têxtil dissemina-se por todo o país com maior concentração nas Regiões Sudeste e Sul. *Alimentícia a produção brasileira é muito diversificada, de boa qualidade e conta com a presença de algumas grandes multinacionais. Também se encontram bastante dispersas pelo território com maior concentração no Sudeste e no Sul (maior mercado consumidor, não só na quantidade mas também observando-se o nível de renda da população). É um setor com fortes ligações com a agropecuária preocupando-se com a procedência da matériaprima (regularidade na quantidade e qualidade) e, assim, acaba por influenciar muito a vida do produtor rural. A exportação de alimentos industrializados tem apresentado crescimento. Essa indústria reúne o setor do açúcar, leite e derivados, óleos vegetais, massas, bebidas (como sucos, refrigerantes, vinho e aguardente), carne e derivados, doces, chocolate, sorvete e outros. 124 Níveis de produção industrial número índice 122 120 118 116 114 112 110 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Observe que, apesar do aumento dos níveis de produção industrial na década de 1990, o número de empregos na indústria de transformação decaiu. É uma indústria, atualmente, que procura poupar mão-de-obra, reduzir custos e aumentar sua eficiência e qualidade. Nº de empregos na ind. de transformação (mercado formal - em milhares de empregados) 5100 5000 4900 4800 4700 4600 4500 4400 4300 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Saiba mais na Internet *Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior: http://www.mdic.gov.br/ *Fiesp:

http://www.fiesp.org.br/ *Política industrial, privatização e atualidades: http://www.planalto.gov.br/publi_04/colecao/novpoli1.htm http://www.terra.com.br/istoedinheiro/241/economia/241_50_anos_brasil_indust rial.htm http://www.terra.com.br/istoedinheiro/240/economia/240_sera_aco.htm http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/04/07/eco024.html http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/02/07/eco028.html http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/04/02/eco040.html http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/03/10/eco018.html Exercícios 1- (VUNESP) Um pólo de inovação tecnológica pode ser definido em função de sua capacidade criativa, de reciclagem e de difusão de tecnologia de ponta. Tecnopólo é a denominação atribuída à cidade que reúne as principais características de um pólo de inovação tecnológica. Assinale a alternativa que apresenta três cidades paulistas que, na atualidade, reúnem tais características: a) Santos, Sorocaba e Taubaté b) São Carlos, São José dos Campos e Campinas c) Limeira, São Carlos e Ribeirão Preto d) Santo André, São José do Rio Preto e Presidente Prudente e) São José dos Campos, Lorena e Campinas 2- (FUVEST) As afirmações abaixo apontam algumas tendências da nova lógica de localização industrial. I Distribuição dos estabelecimentos industriais das empresas em diferentes localidades de tradição manufatureira. II Separação territorial entre processo produtivo e gerenciamento empresarial com a reintegração de ambos por intermédio de redes internacionais. III Desconcentração da atividade industrial e emergência de novos espaços industriais, estruturando redes globalizadas. IV Concentração territorial da indústria dependente de fontes de energia e matéria-prima. Está correto apenas o que se afirma em: a) I e II b) I e III c) II e III d) II e IV e) III e IV 3- (PUC-RIO) Nas últimas décadas, vem ocorrendo no Brasil uma tendência de desconcentração industrial em direção às regiões periféricas. Observa-se também uma concentração de investimentos nas áreas já mais dinâmicas e competitivas do país, devido à presença dos fatores locacionais exigidos pelos setores de produção mais modernos e de tecnologia avançada. Entre esses fatores, podemos destacar os abaixo apresentados, exceto:

a) matérias-primas industriais b) mercado consumidor de alta renda c) infraestrutura de telecomunicações d) proximidade dos parceiros do Mercosul e) centros de produção de conhecimento de tecnologia 4- (UNOPAR) As cidades de Volta Redonda (RJ) e Camaçari (BA) destacam-se, respectivamente, na concentração de indústrias: a) siderúrgicas e alimentícias b) alimentícias e petroquímicas c) eletroeletrônicas e de calçados d) siderúrgicas e petroquímicas e) eletroeletrônicas e têxteis 5- Caracterize a concentração industrial na Região Central de Minas e no Vale do Paraíba (SP): Respostas 1- B 2- C 3- A 4- D 5- A região central de Minas destaca-se pela concentração siderúrgica e metalúrgica devido à proximidade da extração de ferro e manganês do Quadrilátero Ferrífero, além da indústria petroquímica e automobilística em Betim, na Grande Belo Horizonte. O Vale do Paraíba reúne indústrias de bens de consumo (ex: automobilística), de base (ex: petroquímica) e de tecnologia de ponta (aeronáutica, bélica, espacial em São José dos Campos).