Thanis G. B. Q. Bifaroni

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Transcrição:

Libras Thanis G. B. Q. Bifaroni thanisbifaroni@hotmail.com

Surdez conceito, causas e classificações

A surdez é uma deficiência que fisicamente não é visível, e atinge uma pequena parte da anatomia do indivíduo. Porém, traz para o surdo consequências sociais, educacionais e emocionais amplas e intangíveis.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 9,8 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, o que representa 5,2% da população brasileira. Não consegue de modo algum: 344.206 Grande dificuldade: 1.798.967 Alguma dificuldade: 7.574.145

A audição é o sentido responsável por captar as informações sonoras, sejam verbais ou não. Podemos definir a surdez, também, como a privação auditiva que constitui grave distúrbio neurológicosensorial, afetando a capacidade de comunicação vivida, as relações sociais e a construção do pensamento infantil.

Localização O sistema auditivo está localizado no osso temporal (crânio) e possui duas funções para os seres humanos: o equilíbrio, que possibilita estabilidade e locomoção; audição, um dos cinco sentidos, ou seja, um dos canais de aquisição de informações sobre o mundo.

Divisão Orelha média: amplificar a vibração, continuando a transmissão do som. Orelha externa: coletar e encaminhar as ondas sonoras até a orelha média. Orelha interna: receber os estímulos sonoros e enviar essas informações ao cérebro.

Fisiologia da audição

A surdez pode ocorrer caso haja anomalias em qualquer uma das etapas deste processo de audição.

Ocorre quando há alguma interrupção na condução do som. Ocorre no ouvido externo ou médio. É passível de tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Defini-la como grau: leve ou moderado. Geralmente não acarreta danos consideráveis na aquisição da linguagem oral. Dificuldades em distinguir alguns fonemas em ambientes ruidosos ou no telefone. TIPOS DE SURDEZ: CONDUTIVA

TIPOS DE SURDEZ: CONDUTIVA

Ocorre quando há lesão no ouvido interno, ou seja, no labirinto (cóclea) onde se localiza as células da audição; e lesão nos nervos condutivos. É irreversível. Defini-la como grau: severo ou profundo. Ocorre privação sensorial que influencia na aquisição natural da linguagem. TIPOS DE SURDEZ: NEUROSENSORIAL

TIPOS DE SURDEZ: NEUROSENSORIAL

Ocorre a associação das lesões condutivas e neurossensoriais. TIPOS DE SURDEZ: MISTA

25 40 41 70 71 90 Acima de 90

CAUSAS DA SURDEZ: Surdez congênita: é a surdez adquirida na fase gestacional. O sujeito pode apresentar dificuldades na assimilação da fala, por ser pré lingual e pode ocorrer nos períodos pré gestacional, prénatal e perinatal.

CAUSAS DA SURDEZ: PRÉ GESTACIONAL antes da gestação São casos em que os sujeitos (pai e mãe) podem apresentar suscetibilidade em gerar um filho surdo: Fatores genéticos Fatores hereditários Idade da mãe acima de 35 anos Multiparidade de 5 ou mais fetos Intervalo gestacional de menos de dois anos Incompatibilidade sanguínea da mãe e bebê Doenças preexistentes

CAUSAS DA SURDEZ: PRÉ NATAL antes do nascimento Desordens genéticas Cosanguinidade Rubéola Sífilis Citomegalovírus Toxoplasmose Herpes Medicamentos ototóxicos Drogas em geral Deficiência nutricional Eclampsia - pressão alta Diabetes Exposição à radiação Outros

CAUSAS DA SURDEZ: PERINATAL momento do nascimento ou nas primeiras horas após Prematuridade Pós maturidade Anóxia Fórceps Traumas no parto Baixo peso Medicamentos Icterícia Oxigenoterapia não controlada (incubadora) Infecção hospitalar Outros

CAUSAS DA SURDEZ: Surdez adquirida: a pessoa fica surda em decorrência de problemas após o seu nascimento e, dependendo da época da lesão, poderá desenvolver a oralidade com maior facilidade (pós lingual). Ocorre no período pós-natal.

CAUSAS DA SURDEZ: PÓS NATAL após o nascimento Meningites Remédios em excesso Sarampo Caxumba Exposição contínua a ruídos Traumatismo craniano Convulsões Permanência em incubadora (ventilação mecânica) Outros

DIAGNÓSTICO DA SURDEZ Exame de Emissão Oto Acústica EOA Teste da orelhinha

DIAGNÓSTICO DA SURDEZ Audiometria

APARELHO DE AMPLIFICAÇÃO SONORA AASI Servem para captar e ampliar sons, proporcionando ganhos acústicos.

O implante coclear é um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como ouvido biônico, que estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo, afim de ser decodificado pelo córtex cerebral.

Atualmente existem no mundo, mais de 60.000 usuários de implante coclear.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Documentário: Implante Coclear - Instituto Nacional de Educação de Surdos INES. Disponível em: http://www.implantecoclear.com.br/index.php?pagina=oqu ee. CARDOSO, M. Libras. Santa Catarina: 2010, Editora Nupre.

Libras

TIPOS DE SURDEZ: Condutiva Ocorre quando há alguma interrupção na condução do som. Ocorre no ouvido externo ou médio. Defini-la como grau: leve ou moderado. Geralmente não acarreta danos consideráveis na aquisição da linguagem oral. Dificuldades em distinguir alguns fonemas em ambientes ruidosos ou no telefone.

A surdez pode ocorrer caso haja anomalias em qualquer uma das etapas deste processo de audição.

A surdez pode ocorrer caso haja anomalias em qualquer uma das etapas deste processo de audição.

A surdez pode ocorrer caso haja anomalias em qualquer uma das etapas deste processo de audição.

Ocorre a associação das lesões condutivas e neurossensoriais. TIPOS DE SURDEZ: Mista

Componente Interno: O componente interno é inserido no ouvido interno através do ato cirúrgico e é composto por uma antena interna com um imã, um receptor estimulador e um cabo com filamento de múltiplos eletrodos envolvido por um tubo de silicone fino e flexível. O implante coclear consiste em dois tipos de componentes: Componente Externo: O componente externo é constituído por um microfone direcional, um processador de fala, uma antena transmissora e dois cabos. A sensação auditiva ocorre em frações de segundos.

Todo o processo inicia-se no momento em que o microfone presente no componente externo capta o sinal acústico e o transmite para o processador de fala, por meio de um cabo. O processador de fala seleciona e codifica os elementos da fala, que serão reenviados pelos cabos para a antena transmissora (um anel recoberto de plástico, com cerca de 3mm de diâmetro) onde será analisado e codificado em impulsos elétricos. Por meio de radiofrequência, as informações são transmitidas através da pele (transcutaneamente), as quais serão captadas pelo receptor estimulador interno, que está sob a pele.

O receptor estimulador contém um chip que converte os códigos em sinais eletrônicos e libera os impulsos elétricos para os eletrodos intracocleares específicos, programados separadamente para transmitir sinais elétricos, que variam em intensidade e frequência, para fibras nervosas específicas nas várias regiões da cóclea. Após a interpretação da informação no cérebro, o usuário de Implante Coclear é capaz de experimentar sensação de audição. Quanto maior o número de eletrodos implantados, melhores serão as possibilidades de percepção dos sons.

Candidatos ao Implante Coclear (IC) Com a evolução tecnológica, os implantes cocleares atuais já são considerados de 3ª geração. Com isso, são considerados candidatos ao uso do dispositivo de Implante Coclear, crianças a partir dos 12 meses de idade e adultos que apresentam deficiência auditiva neurossensorial bilateral de grau severo e profundo e que não obtiveram benefícios com o uso de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual.

A avaliação dos pacientes candidatos ao Implante Coclear é realizada por meio de uma equipe interdisciplinar, composta por médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e outros. No entanto, os resultados variam de indivíduo para indivíduo, em função de uma série de fatores, entre eles, memória auditiva, estado da cóclea, motivação e dedicação e programas educacionais e/ou de reabilitação.