ANATOMIA FUNCIONAL DA ORELHA. (a nova nomenclatura substitui o termo ouvido por orelha)
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- Jerónimo Fragoso Leveck
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1 ANATOMIA DA ORELHA
2 ANATOMIA FUNCIONAL DA ORELHA (a nova nomenclatura substitui o termo ouvido por orelha) O aparelho auditivo humano e dos demais mamíferos é formado pela orelha externa, a orelha média e orelha interna. Direitos autorais reservados. Permitido o uso somente pelo adquirente. A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular e pelo meato auditivo. O pavilhão tem a forma de uma concha acústica e funciona como um coletor de ondas sonoras; o meato, um tubo rígido, direciona as ondas mecânicas em direção à membrana timpânica que vibra em ressonância. O meato acústico externo tem cerca de 2,5 cm de comprimento e 1,25 cm de largura. A orelha externa, ao captar os sons numa área grande, os transmite para uma área vibratória menor. Com isso o sinal é amplificado, otimizando-se a pressão sonora incidente no tímpano, especialmente aquelas que estão entre 2500 a 3000Hz, ou seja, que correspondem à frequência da nossa linguagem falada. A membrana timpânica é acinzentada e sua tensão é regulável graças às fibras concêntricas que lhe conferem elasticidade e fibras radiais, muita resistência mecânica. A temperatura no interior do meato é sempre estável de modo que as propriedades físicas do som não sejam modificadas. Localizada na cavidade do osso temporal é denominada caixa do tímpano. Fica limitada lateralmente pela membrana timpânica e medialmente pela cóclea. A orelha média comunica-se, anteriormente, com a tuba auditiva (trompa de Eustáquio) que se abre na nasofaringe e posteriormente com a cavidade mastoideana. A trompa estabelece o equilíbrio da pressão em ambos os lados do tímpano. A comunicação com a orelha interna é feita por duas aberturas (janela oval e janela redonda). No ouvido médio, encontramos um sistema de três ossículos articulados: o martelo, a bigorna e o estribo. O martelo está em íntimo contato com a membrana timpânica e a base do estribo fica assentada diretamente sobre a membrana da janela oval. Quando a membrana timpânica vibra em resposta às ondas sonoras, o martelo também vibra em ressonância e o sinal mecânico chega até a base do estribo. O resultado é que o estribo vibra empurrando a sua base para dentro da janela oval. Orelha interna A orelha interna consiste de um sistema de tubos, ou de passagens, escavados no osso temporal. Essa rede de tubos enrolados constitui o labirinto ósseo. No interior do labirinto ósseo existe um labirinto similar em forma, que é denominado de labirinto membranáceo, O labirinto
3 ósseo está preenchido por um fluido, a perilinfa, a qual envolve o labirinto membranáceo. Este, por sua vez, é preenchido por um fluido espesso chamado de endolinfa. A orelha interna é constituída pelos sistemas coclear e vestibular. A cóclea é o órgão sensorial responsável pela decodificação dos sons e evoca o sentido da audição. O sistema vestibular é constituído pelos canais semicirculares, sáculo e utrículo e informam o Sistema Nervoso Central (SNC) sobre a posição e movimentos da cabeça. Os receptores vestibulares são do tipo ciliado e, quando estimulados, causam mudanças no potencial de membrana por mecanismos distintos. Por meio de sinapses químicas excitatórias, essas células sensoriais comunicam-se com as fibras aferentes primárias do VIII par de nervo craniano (=vestíbulococlear). Além disso, as células sensoriais recebem vias eferentes do SNC, significando que a sua sensibilidade pode ser modulada centralmente. Permitido o uso somente pelo adquirente. 6 Dentro da cóclea estão os órgãos de Corti que são sensíveis às ondas mecânicas; os canais semicirculares possuem as cristas ampulares sensíveis à aceleração angular da cabeça e o sáculo e utrículo possuem as máculas sensíveis à aceleração linear da cabeça. Todos esses neuroepitélios têm células sensoriais ciliadas, sendo que um feixe de cílios é mais longo e são denominados quinecílios (ou cinocílios) e outros, mais curtos, denominados estereocílios. Estes cílios movem-se apenas num único plano: ao serem deslocados na direção dos quinecílios se despolarizam e em sentido oposto, hiperpolarizam. A despolarização causa aumento na secreção de neurotransmissores excitatórios e a hiperpolarização, diminuição. A despolarização aumenta, por sua vez, a freqüência dos potenciais de ação nas fibras sensoriais primárias e a hiperpolarização, diminui. Tanto os receptores ciliados dos órgãos de Corti como os vestibulares geram potenciais receptores desse modo. A diferença está na natureza dos estímulos mecânicos que evocam o sentido da audição ou de equilíbrio. A Amplificação do Sinal Sonoro Ao longo da evolução dos vertebrados a membrana do tímpano e a cadeia ossicular tornaram-se um sistema eficiente de equalização da impedância ar-líquido, garantindo que as ondas de pressão vindas do ar fossem transmitidas para dentro do líquido coclear sem perder a qualidade do sinal. A superação da impedância sonora se dá por meio de duas formas: - Efeito de superfície ou transformação mecânica - a área da membrana timpânica é da ordem de 80 mm (dos quais 55 mm tem a flexibilidade regulável) e a da base do estribo, de 3,2 mm, ou seja, proporcionalmente muito menor. Em função do efeito de superfície, o estribo recebe uma pressão sonora 17 vezes maior quando comparada ao que é
4 aplicada sobre o tímpano. - Efeito de alavanca interfixa como o martelo é 1,3 vez mais longo do que a bigorna, o movimento articular entre a bigorna e o estribo é ampliado. Assim no total, o fator de amplificação é de 17 x 1,3. A orelha consiste em uma cartilagem elástica única, coberta por fina camada de pele, penugem, glândulas sebáceas e sudoríparas, e é inervada e vascularizada. É constituída por um tecido fibrocartilaginoso, formado também por ligamentos, tecido adiposo e músculos, que sustentam suas estruturas anatômicas. O lóbulo da orelha é a única região do pavilhão que não apresenta cartilagem. A orelha está dividida em três partes: orelha externa, a orelha média e a orelha interna. Orelha interna: Também chamada de labirinto, apresenta em sua parte anterior a cóclea, estrutura responsável pela audição, e o vestíbulo em sua parte posterior, responsável pelo equilíbrio. Orelha média: Se encontra em um espaço do osso temporal, onde se localizam os ossículos martelo, estribo e bigorna, suspenso por ligamentos e responsável pela transmissão das ondas sonoras. O ouvido médio é também responsável pelo equilíbrio da pressão entre a região externa da orelha e a rinofaringe, que se localiza do outro lado do tímpano. Orelha externa: É formado pelo meato auditivo e pelo pavilhão, que também é denominado pavilhão auditivo ou pavilhão da orelha e possui uma estrutura em forma de concha. O pavilhão da orelha está ligado á cabeça por meio da pele, músculos, ligamentos e pelo meato auditivo externo (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).
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