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Transcrição:

684 Eixo Temático ET-06-005 - Eergia CONCENTRAÇÃO ENERGÉTICA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE MINERAÇÃO E PELOTIZAÇÃO Luiz Moreira Coelho Juior 1, Raissa Veacio 2, Moijay Lis de Góis 3, Levi Pedro Barbosa de Oliveira 1 1 Uiversidade Federal da Paraíba UFPB/João Pessoa, Departameto de Egeharia de Eergias Reováveis, Paraíba, Brasil; 2 Uiversidade Federal da Paraíba UFPB/João Pessoa, Egeharia de Eergias Reováveis, Paraíba, Brasil; 3 Uiversidade Federal da Paraíba UFPB/João Pessoa, Programa de Pós-Graduação em Eergias Reováveis, Paraíba, Brasil. RESUMO A idústria de mieração é caracterizada pela exploração dos recursos mierais com o objetivo de produção ecoômica. O setor mierário possui um papel importate a diâmica mudial. Dessa forma, a importâcia eergética para o desevolvimeto da idústria mieral brasileira é clara. Um estudo da cocetração eergética dos diversos setores idustriais presetes, permitem uma aálise criteriosa da oferta de eergia, da distribuição das riquezas acioais e da heterogeeidade dos setores idustriais existetes. Este trabalho aalisou o grau de cocetração eergética da idústria brasileira de mieração e pelotização, o período de 1970 a 2013. Os dados utilizados para mesuração da aálise de mercado e cocetração eergética da idústria brasileira têxtil foram tidos do Balaço Eergético Nacioal (BEN), em toeladas equivaletes de petróleo (tep). O grau de cocetração foi determiado por meio da Razão de Cocetração, Ídice de Herfidahl Hirschma, Ídice de Etropia de Theil e Ídice de Gii. De acordo com os estudos realizados, foi possível cocluir que: A idústria brasileira de mieração e pelotização apreseta cocetração o uso de suas fotes eergéticas; os idicadores apotaram cocetração muito elevada as primeiras décadas do estudo e uma tedêcia de descocetração os últimos aos estudados; o período de 1970 a 1982 foi o de maior cocetração o setor, sedo o óleo combustível a pricipal fote da matriz eergética para o período; as crises ecoômicas refletiram em uma maior variedade de fotes de geração eergética e uma maior competitividade etre as fotes do setor; a partir de 2003 a eletricidade se torou, defiitivamete, a pricipal fote eergética do setor. Palavras-chave: Ecoomia da eergia; Matriz eergética; Idicadores de cocetração. INTRODUÇÃO A revolução idustrial, ocorrida etre os séculos XVIII e XIX, foi que modificou os modos de produção, a orgaização social e a ecoomia mudial. Com o crescimeto aumetou a oferta de empregos e a diversificação idustrial que cotribuiu para o avaço da sociedade em geral. A idústria de mieração é caracterizada pela exploração dos recursos mierais com o objetivo de produção ecoômica. A matéria-prima que determia esse setor é origiada da crosta terrestre e serve para outros segmetos idustriais. O setor mierário possui um papel importate a diâmica mudial. Ele represeta uma parte cosiderável do capital obtido, além de cotribuir com o progresso tecológico idustrial. Por meio da mieração do carvão foi que permitiu a aplicação desse capital o aperfeiçoameto da ifraestrutura e mão de obra qualificada. No Brasil, a mieração, se torou mais efetiva o século XVII, quado começou a procura por jazidas de miérios. Comparado aos demais países, existe um atraso setorial que remete a sua coloização, pois os portugueses tiham, iicialmete, iteresses em recursos

685 como o pau-brasil e o açúcar. No século XVIII, o ouro foi descoberto o que cotribuiu para fudametação do setor mieral o país e o trasformado o maior produtor mudial de ouro a época (CHAVES et al., 2001). Em 1930, com o icetivo promovido pelo Govero Vargas ocorreu uma alteração o modelo ecoômico acioal que deixou de ser predomiatemete agrário-exportador e passou a ser idustrial, isso promoveu uma alteração o comportameto populacioal e político, além de impulsioar a ecoomia brasileira. A mieração destaca-se o ceário ecoômico brasileiro. Em 2010, o Brasil possui 3.354 mias, cotribui com 4% do PIB e 20% do total de exportações. Gerou 175 mil empregos diretos a mieração e 2,2 milhões a idústria de trasformação mieral, o que equivale a 8% dos empregos do setor produtivo (IBRAM, 2012). Segudo o IBRAM (2012), o Brasil possui em seu subsolo expressivas reservas mierais. Ele é um dos países de maior cocetração e produção mieral juto com a Chia, Rússia, Estados Uidos e ídia. Isso é devido ão somete a formação e extesão territorial e a grade oferta eergética que move os processos de obteção dos diversos miérios. Dessa forma, a importâcia eergética para o desevolvimeto da idústria mieral brasileira é clara. Assim, um estudo da cocetração eergética permitem uma aálise criteriosa da demada de eergia. OBJETIVO Este estudo aalisou o grau de cocetração do uso eergético utilizado o setor brasileiro de mieração e pelotização, o período de 1970 2013. MATERIAL E MÉTODOS Dados utilizados Os dados utilizados para mesuração da aálise de mercado e cocetração eergética da idústria brasileira de mieração e pelotização foram obtidos do Balaço Eergético Nacioal (BEN) para o período de 1970 a 2013, dispoível em <https://be.epe.gov.br/>. Taxa geométrica de crescimeto A fim de decompor os gahos e perdas das fotes eergéticas da idústria aalisou-se a taxa geométrica de crescimeto. Para obter a referida taxa, devem-se seguir os seguites passos, de acordo com Gujarati (2006): a. Fazer regressão ão liear com os dados descritos acima, para todos os países, b t utilizado o modelo Y Y 0 e, em que, Y = o parâmetro a ser estimado; Y 0 = valor do parâmetro a ser estimado o primeiro ao da série histórica (ao 0); b = o coeficiete da regressão; e t = expresso em ao. b. Aplicar o b ecotrado a equação abaixo, a qual se tem o r, que é a taxa geométrica de crescimeto em porcetagem: r = (ati (L b) + 1) 100. De posse dos valores das taxas geométricas de crescimeto, fez-se uma comparação etre elas para verificar as tedêcias do objeto de estudo. Medidas de cocetração e de desigualdade As medidas de cocetração podem ser classificadas como parciais ou sumárias. Os ídices parciais cosideram apeas a parte das fotes eergéticas que atua em certa idústria. Já os ídices sumários utilizam dados de todas as fotes eergéticas que atuam o mercado. As razões de cocetração são cosideradas os exemplos mais importates de ídices parciais. Já os ídices de Hirschma-Herfidal e Etropia de Theil são os que melhor Ecogestão Brasil http://evetos.ecogestaobrasil.et/cogestas/

686 represetam os ídices sumários. Além desses ídices de cocetração, existe aida o ídice de Gii que é uma medida utilizada para medir a desigualdade, pricipalmete da reda, mas que pode também ser usado para medir a difereça etre o tamaho e o poder ecoômico dos países. Os ídices usados esse trabalho são caracterizados a seguir. Razão de cocetração Esse ídice cosidera a participação do cosumo dos k (sedo k = 1, 2,..., ) fotes eergéticas de determiada idústria. Bai (1959) diz que a forma algébrica da razão de cocetração é: CR k k s, em que, i 1 i CR k = Razão de cocetração de k fotes eergéticas; s i = market share, em porcetagem, da fote eergética i do total cosumido total por determiada idústria. Neste estudo utilizou o CR(1), o CR(2) e o CR(4) para aálise da cocetração eergética, pois a medida em que o valor do ídice aumeta, eleva-se também o poder de mercado virtual das fotes eergéticas do segmeto de mieração e pelotização. Ídice de Herfidahl-Hirschma O Ídice Herfidahl-Hirschma (HHI), também cohecido como Ídice Herfidahl, é uma ferrameta de aálise de cocetração de mercado proposta de forma idepedete por Hirschma (1945) e Herfidahl (1950). Em 1964, Hirschma (1964) publicou a obra The Paterity of a Idex que reividica a posse origial do ídice. O HHI mede a cocetração idustrial utilizado os dados de todos os países, em dada idústria, por meio da expressão: 2 H HI s, em que, = úmero de fotes eergéticas; s i = i 1 i market share, em porcetagem, da fote eergética i do total cosumido da idústria. O HHI evidecia os pesos relativos da participação de cada fote eergética. Ao se elevar ao quadrado o market share das fotes eergéticas, atribui-se um maior peso aos que têm maior participação. Segudo Resede (1994) o limite iferior do ídice é 1/, situação em que todas as fotes eergéticas têm o mesmo tamaho. Já o limite superior do ídice é igual a 1, idicado haver uma cocetração máxima, quado há uma situação de moopólio. Para o uso de aálises comparativas, quado ocorre uma variação o úmero de fotes eergéticas em dada idústria, Resede (1994) sugeriu um ajuste a fórmula do HHI, da seguite forma: HHI HHI 1 ; 1. A utilização dessa equação implica em um 1 itervalo de variação etre 0 e 1 para o HHI. Assim, à medida que o ídice se afasta de zero maior será a cocetração. Ou seja, se a variação ocorre o itervalo 0 HHI 0,1, o mercado é descocetrado. O itervalo 0,1 HHI 0,18 idica um mercado pouco cocetrado. Mas, quado HHI > 0,18, o mercado é muito cocetrado (RESENDE; BOFF, 2002). ' 1 Ídice de Etropia De Theil Proposto por Theil (1967), o Ídice de Etropia (E) foi origialmete formulado para se verificar o coteúdo iformacioal da mesagem que as firmas trasmitiriam, dado o grau de surpresa que as mesmas teriam, diate de certo eveto. O ídice, porém, pode ser aplicado à ecoomia idustrial para medir a cocetração das exportações de qualquer setor. A fórmula matemática utilizada para o cálculo da Etropia (E) é: E l si, em que, = úmero de fotes eergéticas; s i = market share, em porcetagem, da fote eergética i do total cosumido da idústria; l = logarítmo eperiao. O ídice de Etropia mede o iverso da cocetração. Quato meor o valor do ídice mais cocetrada são as fotes eergéticas. Um úmero maior de fotes eergéticas implica em um valor mais elevado da Etropia, depededo do quão desigual é o tamaho das mesmas. Em situações de moopólio, o valor da Etropia é igual a zero, o que sigifica cocetração i 1

687 máxima. Já o limite superior do ídice é igual a l(), isto é, as empresas possuem parcelas iguais de mercado e cocetração míima (RESENDE; BOFF, 2002). De forma aáloga ao sugerido para o HHI, Resede (1994) sugeriu que, para aálises itertemporais, a expressão para o cálculo da Etropia seja ajustada da seguite forma: ' 1 E il i l s s Assim, a etropia passa a variar etre 0, moopólio (cocetração i 1. máxima), e 1, cocorrêcia perfeita (cocetração míima). Coeficiete de Gii (G) O Coeficiete de Gii (G) é uma medida de desigualdade desevolvida por Gii (1912) a obra Variabilità e mutabilità. Este coeficiete, origialmete formulado para medir a desigualdade de reda pode, também, ser usado para medir o grau de desigualdade das exportações de produtos florestais dos países. O ídice é uma ferrameta acessória aos coeficietes de cocetração, uma vez que uma cocetração elevada implica em uma desigualdade maior. O cálculo do ídice é feito utilizado-se a seguite expressão, sij si i 1 G 1, em que, = = úmero de fotes eergéticas; s ij = participação cumulativa das fotes eergéticas em ordem crescete; s i = market share, em porcetagem, da fote eergética i do total cosumido da idústria. O ídice varia etre 0 e 1, classificado da seguite forma: 0,101 0,250 desigualdade ula a fraca; 0,251 0,500 desigualdade fraca a média; 0,501 0,700 desigualdade média a forte; 0,701 0,900 desigualdade forte a muito forte; 0,900 1,000 desigualdade muito forte a absoluta. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 1 mostra a evolução o uso das fotes eergéticas da idústria brasileira de mieração e pelotização, o período de 1970 a 2013. Nesse período a idústria cotou com 10(dez) fotes de geração eergética, sedo o óleo combustível a mais importate as primeiras décadas do estudo e a eletricidade a mais utilizada a partir de 2003. De 1970 a 2013 foi cosumido um acumulado de 74,42 milhões tep, em 1970 o cosumo foi de 263 mil tep, equato em 2013 o cosumo chegou a 3,247 milhões tep. A idústria acioal de mieração e pelotização teve um crescimeto médio em seu cosumo eergético de 5,88% a.a. Na maioria dos aos houve crescimeto do cosumo o setor com exceção de 1980 a 1983, 1988 a 1991 e os aos de 2009 e 2010. Em 1971, o setor de mieração e pelotização cosumiu 320 mil tep e em 1980, 1,254 milhões tep. Nesse período houve crescimeto médio o cosumo de 14,62% a.a.. Até o ao de 1972 a demada era suprida por 3(três) fotes eergética, a partir de 1973 a querosee começou a fazer parte da matriz. Em 1978 a leha também foi itegrada a matriz do setor. A pricipal fote esse período foi o óleo combustível que teve crescimeto médio de 14,36% a.a.. Durate a década de 1980 como efeito da Crise do Petróleo, houve iserção de ovas fotes a matriz eergética do setor de mieração e pelotização. Em 1981 a idústria cosumiu 1,141 milhões tep e em 1990, 1,289 milhões tep, o setor teve um aumeto médio pequeo refletido os problemas ecoômicos da época (1,22% a.a.). Nesse período a idústria cotou com até 10 fotes eergéticas. Diversas fotes foram iseridas a matriz esse período como carvão vegetal e coque de CM (1982), gás liquefeito de petróleo (1982), gás atural (1984), coque de petróleo (1987). No ao de 1990 o carvão vegetal foi a pricipal fote, superado o óleo combustível. Foram excluídas da matriz eergética a leha (1988) e o coque de petróleo (1990). Ecogestão Brasil http://evetos.ecogestaobrasil.et/cogestas/

688 Tabela 1. Evolução do cosumo eergético, por fote, a idústria brasileira de mieração e pelotização, o período de 1970 a 2012 (10 3 tep*). Idetificação 197 0 197 5 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2013 Gás atural 0 0 0 58 87 80 142 270 628 634 Carvão mieral e coque de CM 0 0 0 20 99 172 400 690 424 452 Leha 0 0 15 22 0 0 0 0 0 0 Óleo diesel 34 45 58 69 78 135 158 211 260 396 Óleo combustível 190 525 909 564 473 615 812 572 371 203 Gás liquefeito de petróleo 0 0 0 4 2 1 20 32 19 38 Querosee 0 6 15 8 4 2 3 1 1 1 Eletricidade 39 105 233 470 512 543 639 829 972 1.01 8 Carvão vegetal 0 0 23 57 34 0 0 0 0 0 Coque de petróleo 0 0 0 0 0 3 138 300 508 506 Total 263 681 1.25 4 1.27 3 1.28 9 1.55 0 2.31 2 2.90 5 3.18 2 3.24 7 Na década de 1990 a idústria acioal de mieração e pelotização cosumiu iicialmete 1,261 milhões tep e fechou o período com um cosumo de 2,312 milhões tep. O crescimeto médio esse itervalo foi de 6,24% a.a.. Durate esse itervalo de tempo o setor cotou com até 9 fotes de geração eergética. Em 1994 o coque de petróleo voltou a ser utilizado detro da idústria como fote eergética. Em 1995 houve a retirada do carvão vegetal do processo de obteção eergética do setor. O óleo combustível domiou a matriz do setor de 1992 a 1996 e o ao 2000, em 1990,1991 e etre 1997 e 1999 a eletricidade se torou a mais importate. No ao 2001 o setor químico cosumiu 2,268 milhões tep e em 2010, 3,182 milhões tep. O crescimeto médio esse período foi de 3,44% a.a.. Durate essa década foram utilizadas 8 fotes em todos os aos, a eletricidade se torou, a partir de 2003, a pricipal fote do setor e teve crescimeto médio de 5% a.a.. O último triêio (2011 a 2013), o cosumo acumulado esse período foi de 9,771 milhões tep e o decrescimeto médio de 0,2% a.a.. A Figura 1 apreseta a evolução do ídice de Razão Cocetração [CR (K)] para a idústria brasileira de mieração e pelotização, de 1970 a 2013. O idicador apotou de forma geral uma cocetração elevada as quatro pricipais fotes da matriz eergética. O CR(1) mostra dois períodos distitos a cocetração do setor de mieração e pelotização. O ao de maior cocetração foi o de 1976, quado o óleo combustível represetou 79% do cosumo do setor. A meor cocetração foi em 2005 (28,53%) quado a eletricidade era a pricipal fote do setor. A média do CR(1) foi de 0,4679 e o desvio padrão de 0,1841. O período de 1970 a 1980 foi o de maior cocetração o setor, a média para esse período foi de 0,7569 e o óleo combustível era a pricipal fote. O período de meor cocetração foi o de 2001 a 2013, com média de 0,2979, esse período o óleo combustível foi a pricipal fote (2001) e a eletricidade a eletricidade foi domiate de 2002 a 2013. O CR(2) mostra que o cosumo de eergia o setor é muito cocetrado as duas pricipais fotes de eergia. De 1970 a 1995 a cocetração o setor foi muito elevada, a média do CR(2) foi de 0,8564, equato de 1996 a 2013 a cocetração dimiuiu de forma sigificativa, 0,5591. O ao de 1978 foi o de maior cocetração o óleo combustível e a eletricidade eram as pricipais fotes com 0,9362 da participação a matriz. A meor cocetração do período aalisado foi, em 2009, o óleo combustível e a eletricidade represetaram 0,4750, essa baixa cocetração foi reflexo da crise ecoômica mudial, ocorrida em 2008. O CR(2) médio de 1970 a 2013 foi de

689 72,89% e o desvio padrão de 15,65%, o alto valor do desvio reflete uma mudaça costate o padrão de cocetração do setor. Figura 1. Razão cocetração das fotes eergéticas da idústria de mieração e pelotização brasileira, o período de 1970 a 2013. A aálise do CR(4) evidecia uma alta cocetração em todo o período estudado. O período, de 1970 a 1977, foi de maior cocetração quado as quatro pricipais fotes foram de 100%: o óleo combustível, eletricidade, óleo diesel e gás atural (1970 a 1972) ou querosee (1973 a 1977). O ao de meor cocetração foi 2008, quado a eletricidade, o carvão mieral e coque CM, óleo combustível e coque de petróleo represetaram 79,16% do cosumo eergético do setor. A média do CR(4) de 1970 a 2013 foi de 0,9115 e o desvio padrão de 0,0684. A Figura 2 mostra a evolução do Ídice Herfidahl-Hirschma (HHI) da idústria brasileira de mieração e pelotização de 1970 a 2013. O idicador reflete uma elevada cocetração de 1970 a 1995 e uma dimiuição a cocetração até 2013. De 1970 a 1982, o HHI expôs o período de maior cocetração. Nesse itervalo a média do HHI foi de 0,5791 equato a do limite iferior (LI) foi de 0,3238. O ao de 1976 foi o de maior cocetração, com HHI de 0,6462, esse ao a matriz do setor era composta por 4 fotes. O HHI médio para esse período foi 0,4453. De 1973 a 1995, houve o primeiro decrescimeto da cocetração, devido pricipalmete a etrada de ovas fotes o processo de geração eergética. A média do HHI foi 0,3558 e do LI 0,1311 para esse período. O HHI para esse itervalo de tempo teve média 0,2373 refletido uma cocetração alta. Nesse período, 1986 foi o ao que apresetou maior cocetração, com 0,3452 de HHI e 0,2633 de HHI. De 1996 a 2013, a cocetração voltou a cair o setor. A média do HHI foi de 0,2172, esse período cotou sempre com 8 fotes eergéticas a matriz. O HHI teve média de 0,1054, sedo 1996 o ao de maior cocetração com 0,1658de HHI. O idicador apotou o ao de 2001 e o itervalo de 2004 a 2013 como um período sem cocetração se for levado em cosideração somete as fotes que foram utilizadas em cada ao. Ecogestão Brasil http://evetos.ecogestaobrasil.et/cogestas/

690 Figura 2. Evolução do Ídice Herfidahl-Hirschma (HHI) da idústria de mieração e pelotização brasileira, o período de 1970 a 2013. A Figura 3 apreseta a evolução da Etropia de Theil da IBMP etre os aos de 1970 a 2013. O ídice de Etropia de Theil (E), durate o período aalisado, apresetou valores míimo de 0,4280 (1978) e máximo de 0,8411 (2009), iferido que a cocetração é alta o cosumo eergético da idústria brasileira de mieração e pelotização. De 1970 a 1978, equato que E apresetou queda de 0,7138 (1970) e míimo (1978), a difereça etre o limite superior e E cresceu de 0,3194 (1970) para 0,9206 (1978). Esta queda é referete ao período em que houve maior depedêcia do Óleo Combustível. De 1979 até 2013, houve um aumeto da E, saiu de 0,4340 (1979) para 0,8321 (2013). Para esse ultimo período a difereça etre o limite superior e o E dimiuiu, saiu de 0,9110 (1979) para 0,3492 (2013). O pós-crise ficou marcado com o aumeto de fotes participates, com isso a dimiuição da cocetração. A Figura 4 represeta a evolução do Coeficiete de Gii (G), o período de 1970 a 2013. Ao logo do período estudado o G variou etre os itervalos: 0,1970 (1970) e 0,6968 (1987). Houve predomiâcia de uma desigualdade média a forte os últimos aos. De 1970 a 1987, o G cresceu, saiu do valor míimo para o máximo. Este crescimeto é devido ao aumeto do úmero de fotes participates, 3 fotes (1970) para 10 fotes (1987). Neste período a desigualdade mudou sua classificação de ula a fraca para média a forte. De 1988 até 2013, houve uma queda o valor do G, saiu de 0,6918 (1988) para 0,5256 (2013). Esta queda é referete a exclusão da Leha como fote participate em 1989. O coque de petróleo também sofreu exclusão (1990) e reiserção (1995) variado o Gii. Apesar das mudaças estruturais a desigualdade ão alterou a classificação.

691 Figura 3. Ídice de etropia de Theil das fotes eergéticas da idústria de mieração e pelotização brasileira etre 1970 e 2013 Figura 4. Ídice de Gii das fotes eergéticas da idústria brasileira de mieração e pelotização etre 1970 a 2013. CONCLUSÕES A partir das aalises realizadas, coclui-se que a idústria brasileira de mieração e pelotização apreseta cocetração o uso de suas fotes eergéticas. Os idicadores apotaram cocetração muito elevada as primeiras décadas do estudo e uma tedêcia de descocetração os últimos aos estudados. O período de 1970 a 1982 foi o de maior cocetração o setor, sedo o óleo combustível a pricipal fote da matriz eergética para o período. As crises ecoômicas refletiram em uma maior variedade de fotes de geração eergética e uma maior competitividade etre as fotes do setor. Em 2003 a eletricidade se torou, defiitivamete, a pricipal fote eergética do setor. Ecogestão Brasil http://evetos.ecogestaobrasil.et/cogestas/

692 REFERÊNCIAS BAJAY, S.; BEISSMANN, A.; GORLA, F. Relatório setorial setor mieração. Oportuidades de eficiêcia eergética. Brasília, 2010. EPE - Empresa de Pesquisa Eergética. Balaço Eergético Nacioal. Dispoível em: <https://be.epe.gov.br/>. Acesso em: 14 ju. 2015. GINI, C. Variabilità e mutabilità (1912). I: PIZETTI, E.; SALVEMINI, T. (Ed.). Reprited i memorie di metodologica statistica. Rome: Libreria Eredi Virgilio Veschi, 1955. HERFINDAHL, O. C. Cocetratio i the Steel Idustry. 1950.175 f.thesis (Ph.D.) - Columbia Uiversity, New York, 1950. HIRSCHMAN, A. O. Natioal power ad the structure of foreig trade. Berkley: Uiversity of Califoria, 1945. 172 p. HIRSCHMAN, A. O. The paterity of a idex. The America Ecoomic Review, v. 54,. 5, p 761-762, Sept. 1964. RESENDE, M. Medidas de cocetração idustrial: uma reseha. Revista Aálise Ecoômica, v. 12,. 21, p. 24-33, jul./set. 1994. RESENDE, M.; BOFF, H. Cocetração idustrial. I: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (Org.). Ecoomia idustrial: fudametos teóricos e práticas o Brasil. Rio de Jaeiro: Campus, 2002. p. 73-90. THEIL, H. Ecoomics ad iformatio theory. Amsterdam: North-Hollad, 1967. 488p.